Aqui há uns tempos foi solicitada a presença de meu ilustre progenitor, o médico psiquiatra, numa junta médica, para efeitos de reforma de um seu doente. Acontece que, por razões que desconheço, a junta médica teria lugar em Beja. Assim sendo, ilustre progenitor, comunicou-me de véspera que, no dia seguinte, partiria para um on the road.
Até aqui, nada de relevante.
No dia seguinte, falando com progenitor ao telefone, perguntei-lhe como tinha corrido a sua viagem. Ilustre pai, iniciou, então, o relato dos acontecimentos.
Saído de casa em direcção ao Alentejo, pai (o racing) acelerou disparatadamente, como é seu apanágio (vide esta nossa curiosa conversa), até ao momento em que a sua viatura se avariou. Sim. A sua viatura fórmula 1 ficou parada numa estrada secundária no meio de nenhures. Acontece que a viatura de pai avariar é um acontecimento desde logo muito estranho, dir-se-ia mesmo assombrado. É que pai é pessoa para acarinhar as suas viaturas de forma extremamente exuberante. As suas viaturas são tratadas como eu própria (sua única filha), nunca fui. Há, portanto, que dissecar a sucessão de acontecimentos que levaram a tamanha desgraça.
Recuando no tempo, encontramo-nos agora na garagem de pai. Nessa garagem, situada junto à sua habitação, em local arborizado, existem...tcharan... ratos. É claro que se tratam de ratos bonitos, ratos asseados, ratos do melhor que para aí anda mas, ainda assim, ratos! E, parece que é do conhecimento comum de quem sabe destas coisas (não eu... que eu, de ratos, sei muito pouco. É, aliás, dos poucos assuntos que não domino) que os ratos apreciam fios eléctricos. Assim sendo, parece que os ratos, sentido a qualidade dos fios eléctricos do veículo automóvel de meu progenitor, introduziram-se no motor e dedicaram-se a ingerir a cablagem na sua totalidade (uma espécie de ladrões de cobre, mas ao contrário. Estes ratos, por serem extremamente abastados, comem o plástico e deixam o cobre). Papai veio a resolver esta questão dando ordem à empregada para, durante a noite, largar felinos na garagem. É certo que agora, em vez da cablagem, o que se ressente é a pintura. Mas, como todos sabemos (vocês talvez não saibam, porque vocês sabem poucas coisas), os carros conseguem acelerar velozmente com riscos na pintura. Sem cablagem é que não. A verdade, é que não se sabe se são tigres ou leões que circulam no interior daquela divisão durante a noite mas, que há provas que o confirmam, disso não há qualquer espécie de dúvida. Deixo-as para vossa apreciação:
E, agora, voltando àquela estrada secundária no meio do Alentejo.
Recuando no tempo, encontramo-nos agora na garagem de pai. Nessa garagem, situada junto à sua habitação, em local arborizado, existem...tcharan... ratos. É claro que se tratam de ratos bonitos, ratos asseados, ratos do melhor que para aí anda mas, ainda assim, ratos! E, parece que é do conhecimento comum de quem sabe destas coisas (não eu... que eu, de ratos, sei muito pouco. É, aliás, dos poucos assuntos que não domino) que os ratos apreciam fios eléctricos. Assim sendo, parece que os ratos, sentido a qualidade dos fios eléctricos do veículo automóvel de meu progenitor, introduziram-se no motor e dedicaram-se a ingerir a cablagem na sua totalidade (uma espécie de ladrões de cobre, mas ao contrário. Estes ratos, por serem extremamente abastados, comem o plástico e deixam o cobre). Papai veio a resolver esta questão dando ordem à empregada para, durante a noite, largar felinos na garagem. É certo que agora, em vez da cablagem, o que se ressente é a pintura. Mas, como todos sabemos (vocês talvez não saibam, porque vocês sabem poucas coisas), os carros conseguem acelerar velozmente com riscos na pintura. Sem cablagem é que não. A verdade, é que não se sabe se são tigres ou leões que circulam no interior daquela divisão durante a noite mas, que há provas que o confirmam, disso não há qualquer espécie de dúvida. Deixo-as para vossa apreciação:
E, agora, voltando àquela estrada secundária no meio do Alentejo.
Progenitor encontra-se no exterior da sua viatura, olhando-a entristecido e aguardando a chegada do reboque. E, agora, têm de imaginar progenitor. Progenitor é um homem alto, de barba branca, óculos redondos, fumador de cachimbo em modalidade intensiva e pessoa que, por estar habituada a ouvir, não comunica com o mundo exterior. Papai é, aliás, criatura de interiores que evita, ao máximo, a saída à rua. O protótipo clássico do psiquiatra. Muito bem... Agora que já puseram a vossa imaginação a trabalhar (coisa que raramente acontece), imaginem-no ao relento, na situação que atrás vos descrevi. Muito bem, muito bem...
Agora, vão ter de fazer um pequeno twist (eu sei que é difícil... mas, prometo, que é a última mudança de cenário) e voltar à minha conversa telefónica do início da história. Quando querido pai se encontra a descrever a sua espera pelo reboque, numa estrada do Alentejo, eu pergunto-lhe se o carro se tinha avariado na ida ou na volta. Pai confirma que foi na ida. Ao que eu, acrescento:
- Oh pah (gosto muito de dizer "Oh pah") que maçada... então nem sequer foste àquela coisa do doente...
Papi, responde, muito convicto:
- Claro que fui!
Eu, estranhando, pergunto:
- Mas como? E, acrescento de imediato e lembrando-me que as seguradoras costumam mandar um táxi em caso de avaria:
- De táxi?
Ao que progenitor replica, ofendido:
- De taxi?! Que ideia... Claro que não! Fui à boleia!
O que eu já me ri ! Apesar de ser difícil :D quase - quase- que consigo visualizar uma mão no cachimbo, a outra na boleia :D :D
ResponderEliminarAhahahahahahahahahahah
Tomei a liberdade de usar o espaço da Palmier para me vender.
EliminarOh Maria D Roque, no meu também dá para rir. Vá espreitar! :D
Ahahhahaahhahahahhaha e com uma plaquinha a dizer Beja :DDD
EliminarIsso, isso Uena! publicita, publicita!
LOOOL Olha que Papai entrou no espírito do Baixo Alentejo.
ResponderEliminarMano Bueno, com mais 9 anos que a minha pessoa, foi estudar para Beja.
Naquela altura ninguém ia de 'caminete da carrêra'. Boleia é que era!
Meu Pai Bueno também é um listener. No entanto só gosta de escutar aquilo que não deve. E depois troca as conversas todas e zanga-se comigo :(
Sou uma piquena muy infeliz! Ainda bem que Maman me adoptou e ganhei duas manas!
E estamos tentadas a pedir o mesmo ao progenitor, que me parece pessoa muito divertida e desenrascada, boa??
EliminarParece-me óptima ideia!
EliminarJá preparamos mais duas caminhas aqui em casa! :DDD Um beliche, vá...
EliminarOlá má petite; Maman não pode aperceber-se que a benjamim está triste, aqui está para a mimar. Beijinhos
ResponderEliminarOlá Maman, só para dizer que a sua mais crescida está bem obrigada.
EliminarPetite demoiselle é que precisa de miminhos porque tem o cérebro cansado à cause de la tesis...
Gros bisous Maman.
C'est vrai, c'est vrai!
EliminarMas a petite vai ser uma mestra depois deste esforço todo. E se isso aumentar um zero no recibo de vencimento, o esforço vai ter valido a pena. :D
Pede logo mais dois zeros! :DDD
EliminarPapai, o perigo é a sua profissão!
ResponderEliminarAgradeço-te por não teres publicado nenhuma foto dos ratos.
Pensando bem... hoje posso ir dormir para a garagem... :DDD
EliminarAhahah!... Desenrascado ele é ;P
ResponderEliminarAté que nem é... não faço a menor ideia do que lhe deu! :DDD
EliminarAdorei a história, dava para cena de filme !!!!
ResponderEliminarQuando tiver mais idade quero ser assim desenrascada,
porque velhos são os trapos,
Beijinhos :)))
Tudo à boleia... pelo país! :DDD
EliminarSó ele! Estou a ver a cena toda como se lá tivesse estado! Ainda me lembro quando o teu progenitor tinha um VW e insistia que nos carros a melhor música que se podia ouvir era a do motor e recusava ter um rádio ou leitor de k7s!.... :-)
ResponderEliminarE ainda tem uma caveira no quarto?
um abraço para ti, filhotes, progenitor e mamãe
india (rosa paula)
Estás a imaginar, não é! :DDD Também me lembro dessa história da música (ou da ausência dela) :DDD
EliminarSim... a caveira ainda lá reside :)))
Beijos
MORRI!!!! ahahahahahhahah vou continuar a bandeiras despregadas plo calor do meu pequeno deserto....parecido com a berma da estrada da planície alentejana
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