O meu avô era médico numa cidade pequena. Como tal, era conhecido como “O Senhor Doutor” e respeitado como só um Senhor Doutor pode ser.
Um belo dia, o Senhor Doutor, a Senhora (a minha avó) e a netinha do Senhor Doutor (eu própria) fomos meter gasolina porque íamos fazer uma longa viagem (para aí de 50 km). Uma viagem de 50km implicava preparativos de vária ordem. Para além da gasolina, era necessário verificar o ar dos pneus, o nível do óleo, da água, entre outras coisas. Para além disso, o senhor da bomba de gasolina, como estava a lidar com “O senhor Doutor”, mostrava-se sempre muito solícito e reverencial. Fazia inúmeras vénias ao Senhor Doutor, à Senhora e até à netinha do Senhor Doutor, que era tão linda. Assim, e para que o Senhor Doutor ficasse satisfeito com o serviço prestado, o senhor da bomba ofereceu-se de imediato para lavar o vidro da frente do carro. Afinal… sempre era uma viagem longa e era necessário que o Senhor Doutor conseguisse ver bem a estrada. O Senhor Doutor aquiesceu pacientemente naquela lavagem pelo que, o senhor da bomba foi, de imediato, buscar o seu balde de água preta com um enorme desperdício a boiar (sabem o que é um desperdício? Uns panos que havia antigamente e que eram feitos de fios e linhas? Pronto… era um desses). Assim, e mostrando-se eficiente, lavou o pára-brisas (lavagem que consistia num ensopar do desperdício na água preta, lançando-o depois e com força contra o vido do carro, espalhando água por todo o lado) o melhor que podia e sabia. Mas… afinal… tratava-se do Senhor Doutor… e ficava mal não lavar os outros vidros... Assim sendo, o senhor da bomba avançou, com firmeza, para uma correcta higienização dos restantes vidros. Toda aquela operação demorou o seu tempo. Tempo que o Senhor Doutor não tinha, porque se encontrava com pressa. Quando faltava, apenas o vidro do lado do Senhor Doutor, este resolveu desistir daquela operação de limpeza e abriu a janela para comunicar tal facto ao senhor da bomba. Acontece que o senhor da bomba não se apercebeu que o Senhor Doutor tinha aberto o seu vidro… pelo que, no momento em que o Senhor Doutor ia transmitir a sua urgência de partir, o senhor da bomba, para finalizar a lavagem da última janela em grande estilo, saca do gigantesco desperdício ensopado e a escorrer água preta e… lança-o, com todas as suas forças… chlap... contra as ventas do Senhor Doutor…
Demais!
ResponderEliminarHistórias não te faltam!
Maravilha.....
Tenho de perguntar... E a netinha riu-se na altura ou só agora?
ResponderEliminarAgora, ri-se mais :DDD
EliminarAhahahahahahahahahaah...quem diz que gargalhar não é fazer exercício ??? Ahahahahahah... Ai !
ResponderEliminarQuero as minhas pessoas muito bem ginasticadas!
EliminarAhahahahah! Tadinho do sô doutor.
ResponderEliminar(E lá aproveitaste para, pelo meio, dizeres que a netinha do sô doutor era muito linda. Vaidosona!
Há que aproveitar todas as oportunidades :DDD (Mas, mesmo que fosse o maior camafeu... era a neta do Senhor Doutor e portanto, necessariamente, linda :D)
EliminarAhahahahahahahahahah
ResponderEliminarPena que agora não haja quem dê com uns quantos panos encharcados nas ventas de uns Drs que por aí andam!
Podemos lançar a moda... do desperdício (se bem que, de desperdício, sabem esses doutores...):DDD
EliminarGrand-Père raramente tinha pressa, excepto em ocasiões especiais tais como essa ou levar-te a baptizar...
ResponderEliminarUm dia, tenho de tratar dessa história...
EliminarTenho andado a ler o blog, desde que o encontrei (ontem, portanto) e, esta estória foi a que mais me fez rir... Não pude deixar de comentar. Vou continuar com o meu modo rewind do blog e, pela amostra, conto rir muito. :)
ResponderEliminarOlá Beta, bem vinda :D
EliminarEspero que te divirtas (é esse o meu objectivo secreto :DDD)
Quanto ao baptizado... bem é uma história tão loooooooonga.... que tenho de me concentrar. Um destes dias... :DDD
Ahhh, agora fiquei com curiosidade relativamente à pressa em levar-te a baptizar!
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