Eu sei que as férias nos vossos blogs são sempre tranquilas, que tudo corre maravilhosamente, que se divertem imenso e chego mesmo a ter a sensação que vocês... descansam (?!). Já eu, não sei se é por me mandarem a correr à frente como uma espécie de cão, aqueles cães que vão a à frente dos cavalos nas caçadas, que entram nas tocas para as alargar e as pôr a jeito para o cão(sorte) grande e importante, quando chega, não ter muito trabalho a entrar e instalar-se, canso-me imenso. É acordar às oito com o sacana do cuco, ou lá o que é aquilo, que se pespega na minha janela a fazer úu-úu-úu-úu logo de madrugada, tratar dos pequenos-almoços, correr para a praia, pôr protector, pôr protector, e mais um bocadinho de protector, toma braçadeira, dá cá a toalha, olha o chapéu, não atires areia a esse senhor, correr para o almoço, senta-te na cadeira, pára de beber coca-cola, isso é para comer até ao fim, correr para casa, correr para a piscina e, nos outros anos... ah nos outros anos, enquanto eles se diluíam no cloro, eu conseguia descansar um bocadinho. Mas e agora, Palmier? Agora, não! E porquê, Palmier? Porque o pior programa de televisão de todos os tempos me arruinou a paz. Sim, estou a falar daquela anormalidade, aquela idiotice que me destabilizou as crianças, querem dar mergulhos iguais, de cabeça, de costas, mortal triplo encarpado, correm à volta da piscina a fingir que estão a subir à prancha, três metros, cinco metros, dez metros, gritam bip, bip, bip, luz azul, dão notas aos mergulhos um do outro, chapão para a frente, bomba para trás e eu a alucinar, desgrenhada, aos gritos (valha-me nossa senhora dos ricos que não estou na Comporta, caso contrário, era expulsa), "assim nãooooooooooo!", "mais um mergulho assim e vamos para dentro!", "acabou!", "saiam imediatamente de dentro de água!", puxo um, enquanto isso, o outro salta novamente para dentro de água, vou à volta, fogem-me para o outro lado, tiro os dois, enquanto agarro na toalha, um salta novamente, depois o outro vai atrás, é só mais um mãe, temos de desempatar, não desempataaaaaaaaaam naaaaaaaaadaaaaaaaa, à minha frente, já, imediatamente, passo-os na mangueira que já não tenho forças para lhes dar um banho como deve ser, quando agarro nas coisas para irmos para dentro, atiram-se de novo, atiro-me eu, nado como um tubarão enraivecido, até faço ondas com a rapidez, agarro nos dois, quando saio da água, reparo nas pessoas da casa do lado a olhar para mim, mesmo à distância vejo pena no olhar, ignoro, para dentro, agora, já, vestir pijamas, jantar, lavar os dentes, cama. Deito-me ao lado de filha que está praticamente a adormecer, ah... vou descansar um bocadinho... Cutxi e Cánis desatam a ladrar...
A sério pessoas... eu não sei como é que vocês fazem, mas eu, eu cá trabalho mais nas férias do que o acumulado do resto do ano... ah pois é... voltar ao trabalho é, geralmente, um alívio. Sentar-me na secretária, respirar fundo e suspirar um "isto é que é vida!".
Cansei-me só de ler...
ResponderEliminarAinda não escrevi sobre as minhas férias mas a sensação foi mais ou menos a mesma! Lol
ResponderEliminarFiquei estafada... e lembrei-me de há alguns anos atrás em que depois das férias familiares (com filho, sobrinhada e amigos), em Setembro, eu fazia umas férias só em casal, para descansar um bocadinho das férias...
ResponderEliminar:DD
Onde é que eu já vi isto???!!!!!
ResponderEliminarvou ali descansar!! já volto...
ResponderEliminarAté me arrepiei só de me lembrar como era...
ResponderEliminara minha mãe dizia o mesmo :P
ResponderEliminar(velhice)
Não tenho filhos, os meus pais não se queixavam muito porque tinham os meus avós sempre para ajudar, mas também sinto o mesmo em relação a férias porque normalmente quando vamos com amigos sou a única mulher ou então planeio tanta coisa para fazer que quando chego preciso de férias das férias. A parte boa é que trazemos sempre boas experiências e os filhos criam memórias muito boas.
ResponderEliminarParece que passamos férias juntas...
ResponderEliminarJá passei "férias" dessas, com a agravante das visitas surpresa de amigos e familiares. Posso dizer que desejei muitas vezes poder largar o tacho, coisa incomum nos dias de hoje... :)
ResponderEliminarPalmier, que engraçada! A brincar aos pobrezinhos! Agora conte lá as férias mais a sério, com as babás as festas, os jantares, tudo nesses lugares onde pobre não entra.
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