quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Lá se safou...

E ontem, depois de uma viagem interminável e sujeita à intempérie, cheguei a casa com as malas, sacos, saquinhos e saquetas e vá de começar a arrumar, umas coisas para um lado, outras para outro, e eis senão quando, chego à cozinha e o meu coração pára. Em cima de uma mesa jazia a embalagem de uma balança. A embalagem de uma balança nova. Uma embalagem que me transportou para um tempo passado, um tempo em que fui desapossada da minha própria balança, um dote que trazia dos meus tempos de solteira, praticamente uma peça de família, em circunstâncias em tudo idênticas. Depois de umas férias de Verão, um mês inteiro fora, cheguei a casa desesperada para me pesar e o meu consorte, alegando à época que a minha relíquia estava ferrugenta, tinha decidido por sua própria iniciativa, sem me consultar nem dar oportunidade de fazer um estudo profundo, uma média ponderada, da diferença de peso que resultava entre as duas balanças, proceder à substituição da mesma. Assim, como se nada fosse. Foram tempos muito conturbados esses e uma vez que eu não tinha forma de saber o meu peso real, durante muito tempo não o consegui perdoar. Sempre que me pesava culpava-o a ele daquele quilo a mais. Afinal o problema estava na balança, na balança que ele traiçoeiramente e como forma de diminuir a minha auto-estima, tinha substituído. A nossa relação esteve inclusivamente em perigo. Por isso, quando ontem me deparei com isto:


o meu coração teve um sobressalto e pensei com os olhos marejados de lágrimas: É desta! É o divórcio! Foi então que, com o coração fora do peito e anichado nas mãos em concha, corri, como num pesadelo, para a casa de banho. Uma corrida daquelas que parecia não ter fim, os pés a deslizar sem no entanto sair do mesmo sítio, o pânico a tomar conta de mim, e quando finalmente lá cheguei, encostei-me à parede, a respiração débil, e depois de uns segundos de hesitação, num acto de verdadeira coragem, acendi a luz! 


 Ali, lado a lado, e em perfeita harmonia, encontravam-se a sua inestética Tanita e a MINHA belíssima balança. A lição ficou-lhe marcada no espírito! Afinal ainda há esperança para a humanidade.


27 comentários:

  1. Por acaso é bem feiota, a tanita (e o nome, dois mio!)

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    1. É sinistra, MI! Mas uma vez que a minha balança está lá, tudo o resto me é indiferente! :DDDDDDDDDDDDDDDDD

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  2. Consortes deste Portugal, ponde vossos olhos no consorte de Palmier!
    Consorte assim, isso sim, um must-have!

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    1. Extraordinário, hã! Bastou dizer uma vez que não mais esqueceu! Assim, sim! :DDDDDDDDDDDDDDD

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  3. E, de repente, a balança intrusa, aquela que quase destruiu o teu casamento passou a ser a TUA balança... (golpe de génio do teu marido, hem)

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    1. Uma pessoa com o tempo e desde que o peso não oscile muito, acaba por se afeiçoar a qualquer balança... :DDDDDDDDDDDDD

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    2. (mas por acaso acho que a outra era tão feia quanto esta e que eu, depois de muitos estudos, acabei por comprar outra, ou seja, "a minha" :D)

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    3. Eu percebo-te perfeitamente. Nem todas têm lugar no nosso coração não.

      O meu marido comprou uma digital que marcava mais 4kgs que a minha antiga. QUATRO QUILOS!! Mandei-o devolver aquilo na hora, recusei qualquer possível erro e basicamente fiz uma birra. Ora uma mulher chega a casa descansada da vida só para ter uma balança a dizer que está mais gorda?!

      Depois rendi-me às evidências da velhice da minha "analógica" que só ela... e comprei uma digital mas foi a comparar com o peso das da farmácia. [A minha era uma fofa, andava a mentir-me e a dizer que eu tinha menos 1 kg, deixava-me bem mais feliz]

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  4. Se Consorte é um must-have deve-se seguramente também a muitos anos de treino Palmiérico.
    A balança Tanita, até pelo formato, leva a pensar que se a primeira letra fosse um esse e não um tê, não se daria pela diferença. :)

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    1. Sim! Isto foram anos e anos em intenso workshop! Não se alcançam resultados deste gabarito do pé para a mão! :DDDDDDDDDDDDDDD

      (e de facto, olhando bem para a pobre Tanita... :DDDDDDDDDDDDD)

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  5. Isso é o que se chama separação de bens?

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    1. Ahahhahhahahhahahahhahahahahahhahahhahahahahhahahaha
      Deve ser! :DDDDDDDDDDDDDDD

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  6. Que nervos...estava a ver a historia a repetir se.
    Olha assim podes usar as duas e ver se bate certo.
    Também não vivo sem a minha balança...

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  7. Já eu, não só vivo sem a minha balança, como estou de relações cortadas com ela.
    É uma depressão que apanho, de cada vez que me chego perto dela.
    :(
    Por aqui! ó mood (para ser chic) é: até#aoverao#naoconsigoficar#boazona

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  8. mas essa marca Tanita é a que as nutricionistas usam... mede o peso e massa gorda e percentagem de água e tudo e tudo...

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    1. Ai é? Não sabia... Mas que é feia, é...

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    2. Já vi Tanitas, mais bonitas (até rimou). Mas é verdade, essa mede tudo e mais alguma coisa. Das últimas vezes que me pesei numa, deu-me uma idade fantástica, fiquei toda babada. Atualmente não arrisco pesar-me nem na normal, quanto fará na Tanita. Ai!!!!!

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    3. Oh pah... ontem fui experimentá-la e tive de ser eu a introduzir a minha idade... e só me deu o peso e a massa gorda! Querem lá ver que esta Tanita não presta para nada?!

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    4. (para além de feia, é claro! :DDDDDDDD)

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  9. Olha, um boomerang! O consorte é esperto! Mesmo que a deixasses fora, regressava sempre! :p

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    1. :DDDDDDDDDD já estou a ver a Tanita a entrar-me pela janela diariamente!

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  10. Eheheheheheheh...
    Imagino o 'drama' que foi com a balança velhinha... o homem nunca mais esqueceu!!!
    Eu também tinha uma bem velhinha... sem graça nenhuma... maravilhosa!! Tinha sempre, no mínimo, 1 kg a menos do que nas outras balanças. O que eu gostava dela!! Partiu-se numa mudança de casa

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