Filhos foram convidados para a festa de aniversário de um amigo. O convite estendeu-se a pequena cadela cutxi-cutxi. Segundo a mãe do aniversariante, também iam estar alguns cães, pelo que pequena cadela cutxi-cutxi ia, seguramente, apreciar o momento de socialização.
Acontece que mãe de amigo se esqueceu de frisar que, com “alguns” cães, ela queria, na realidade, referir-se a uma matilha.
Quando chegámos, verificámo então que, por entre os convivas, circulava uma matilha de, para aí, dez cães iguais que interagiam entre si de modo algo sui generis.
Para começar, pequena cadela cutxi-cutxi, ficou apavorada com a calorosa recepção efectuada por matilha, pelo que passou o resto da festa ao meu colo, em modo pochette... Claro que a matilha me ia derrubando por várias vezes na ânsia de cheirar o rabo de pequena cadela cutxi-cutxi. Claro que, quando fechava a porta do recinto onde nos encontrávamos a matilha aparecia vinda por debaixo da rede. Claro que quando tentava dar água a pequena cadela cutxi-cutxi a matilha atirava-nos para o lado para beber, ela própria, a totalidade da água. Claro que matilha se amontoou à minha volta e fiquei submerssa no meio dos animais e impossibilitada de comunicar com um único ser humano durante as três horas de duração desta festa. Todo o meu casaco é uma sopa de baba. As minhas calças são uma bola de pêlo, tive direito a um peeling químico com a quantidade de lambidelas que levei... enfim... um programa de luxo...
Mas tudo isto são peanuts. Na verdade, a razão que me levou a escrever este texto, nada tem que ver com tão insignificantes acontecimentos. A verdadeira questão colocou-se no despautério da matilha. A matilha não tinha qualquer pudor e, portanto, insistia em perpetrar simulação de actos sexuais à vista das crianças que perguntavam, inocentemente, aos pais, o que é que os cães estavam a fazer. Assim... em cima uns dos outros... com as respectivas línguas de fora e em movimentos ondulantes...
Foi um mix de national geographic com canal codificado menos próprio. Juro que, às tantas, pensei que fosse aparecer o Sir David Attenborough, de trás de um arbusto, a explicar todos os detalhes sobre o acasalamento canino...
Um autêntico bacãonal...
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