Querido mudei a casa - versão pequena Cutxi #2

Aconteceu o pior! 

Querido consorte abandonou o lar para trabalhos extremamente forçados, lá para fora, num sítio longínquo e eu, que sou uma rapariga organizada mas q.b., assumi o leme e fiquei aqui a tratar de tudo. De filhos, do ir levar e trazer das festas (que filhos têm uma vida social muito mais intensa que a minha), do ir levar e trazer da escola, preparar mochilas, dar pequenos-almoços, almoços, lanches e jantares, banhos, bolachas, copos de água, arrumar brinquedos, jogar à bola, limpar rabos, entre outras actividades igualmente estimulantes. 

Ora a minha cabeça, que é fraca, não consegue abarcar todas estas vertentes sem ajuda e, claro, alguma coisa tinha de ficar para trás. Neste caso muito concreto e específico, o que ficou, não para trás mas entreaberta, foi a porta do escritório de querido consorte (neste caso muito concreto e específico, diria mais querido ComAzar). Ora a minha mai'nova, aproveitou este meu lapso (absolutamente compreensível e desculpável - digo eu - tendo em conta que o dia de hoje começou às oito da manhã - sem TV cabo - e que só acabou agora mesmo) para, qual raposa furtiva, penetrar naquela assoalhada e, sem delongas, investir contra o tapete que lá jazia inerte. Ora é evidente que foi um combate algo desigual, já que o tapete, apesar de haver sinais de luta, teve algumas dificuldades em defender-se.

Quando dei por falta de pequena Cutxi, percorri, toda a habitação até me aperceber que a rapariga se encontrava no interior do santuário onde, até eu, em circunstâncias normais, me benzo três vezes antes de entrar. Nesse momento, o meu coração parou de bater e tive de me esbofetear com bastante intensidade, para que o sangue gelado voltasse a percorrer as minhas veias. No entanto, não fui a tempo de evitar ISTO:

E agora pergunto:

a) Vou a correr adquirir (a expensas próprias) um novo tapete (talvez um Persa para ver se impressiono) e apresento-o a querido ComAzar à laia de surpresa? Uma espécie de Querido-mudei-o-tapete-do-escritório? Um aqui está o teu presente de Natal (ahhhh... estamos em Julho? Nem tinha dado conta) ou;

b) Finjo que não sei de nada e, quando querido ComAzar reparar (que vai ser a primeiríssima coisa que irá fazer quando entrar em casa), levo-lhe um chicote na boca e ofereço as minhas costas para a prática de severas sevícias?