Vamos ajudar a minha Maman

Conforme é do vosso conhecimento, Cánis o cão que não se sabe se é de Maman, se é de papai, é animal extremamente mal-educado. É canídeo para introduzir a faca na boca e, ao exemplo de altas figuras do Estado, sacar do palito no fim da refeição. Assim sendo e porque já se encontrava cansada de ser tomada por pessoa grosseira, Maman pegou no seu animal e inscreveu-se numa prestigiada escola de boas maneiras (uma espécie de Oxford para animais). Tendo em conta o início do ano escolar, ontem, compareceram à primeira aula. Maman e Cánis, depois de uma ida a uma grande superfície de material escolar (aproveitaram aliás para participar no passatempo " fotografia de mãe e filho no regresso às aulas") apresentaram-se com as respectivas mochilas e cadernos reluzentes. Acontece que, aquilo que deveria ser uma aula prática, depressa se transformou numa prelecção teórica em que Maman absorveu os seguintes conhecimentos:

·  Cánis só responde perante o estímulo comida;

·  Maman deverá colocar a alimentação de Cánis em local próprio e, se ele não a devorar em 15 minutos, deverá retirá-la, só voltando a alimentá-lo quando ela própria tiver vontade de o fazer.

· Maman deverá passear-se sempre com uma mariconera à cintura, cheia de ração, para o recompensar perante uma boa acção.

E isto para quê?

· Segundo as palavras do treinador, porque Cánis deverá olhar para a cara da sua dona e ver um prato de ração. Deverá tomá-la por alimento. Pensar nela como uma perna de borrego no forno, ou como um pargo grelhado com batatinhas ou, até, como um chouriço assado.

Sim. Maman deverá passar a ser vista como um prato de ração. Quando pensarem na minha Maman deverão imaginá-la como uma bela senhora, mas... com um pequeno senão. A sua cara deve ser imaginada assim:

Mas eu, que acho que o poder da mente é muito forte, penso que podemos fazer melhor. Acho que nos devemos esforçar por ajudar a minha Maman de forma ainda mais eficiente. Por isso, proponho que façamos uma corrente psíquica e que passemos a imaginar a minha Maman como um saco se ração. O poder desse nosso pensamento conjunto deverá levar a que Cánis obedeça a Maman muito mais rapidamente. Assim e depois de reflectir um pouco sobre o assunto, peço-lhes encarecidamente que, quando pensarem em minha Maman, a imaginem assim:

Eu cá e pela parte que me toca, sempre que falar com Maman ao telefone e não vá dar-se o caso de Cánis estar por perto, vou passar a tratá-la por Proplan….