domingo, 31 de agosto de 2014

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Eu, quando vou à Fnac, também trago sempre a estante!

Sou tão conhecida por lá que, mal entro, mandam-me logo o carpinteiro para me ajudar a desmontar tudo o que me der para trazer para casa. 

Não sei porquê, mas pensei que gostassem de saber!




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Tiraram-lhes o seu habitat natural

O dono do restaurante da praia lá estava, camisa de manga curta aos quadrados, com os pêlos do peito a espreitar, curiosos, barba por fazer, com pequenas pérolas de transpiração na testa, braços curtos e rechonchudos, mãos sapudas e barriga proeminente, com as calças que, apertadas por baixo da barriga, teimam em descair e têm de ser puxadas para cima de quando em vez, olhar atento, emoldurado pelos novos óculos Armani, sempre agarrado ao touch screen para tirar as contas e receber os pagamentos, a dominar, do seu ponto de vigia, os empregados de mesa, todos eles fardados de camisa branca e calças pretas, mesmo durante o dia, quando o sol está a pique; a menina vem com um cestinho para escolhermos o pão mas lá dentro só há carcaças. Pela moderna abertura horizontal na parede do fundo vê-se a cozinheira, baixa, gorda e entradota, atarefada por entre os tachos e o grelhador, com uma inusitada bóina preta à Che Guevara virada para trás, a prender os cabelos rebeldes que teimam em desobedecer às especificações da ASAE, as ajudantes, mais novas, acrescentaram à boina uma flor encarnada e sentem-se assim mais belas e modernas a descascar batatas, os pratos são servidos cheios de nove horas, com uma disposição a puxar ao finório, mas depois o bife vem acompanhado de batatas fritas e arroz, este enfeitado com a estimada folhinha de salsa, porque quem lhes tira a salsa tira-lhes tudo. Os cocktails de camarão continuam a passar equilibrados nas bandejas da Gazela, com aquela tigela de água cor-de-rosa por baixo (alguém me explica a razão de ser daquela água cor-de-rosa?). No final vêm com umas garrafas absurdamente grandes, uma delas é uma réplica tamanho real de uma espingarda, mas em vidro, e servem um copinho de aguardente de medronho p'rá viagem, tudo isto enquanto olhamos a esplanada, toda branca, arquitectura cuidada, deck de madeira, música ambiente e uma zona de lounge aconchegada por uns chapéus-de-sol da Olá atados uns aos outros por umas inestéticas cordas, para resistirem ao vento, que os arquitectos já cá não estão para ver e um chapéu-de-sol é um chapéu-de-sol e estes até são à borla.

É que aquelas pessoas que sempre ali estiveram, que tinham umas barracas na praia onde trabalhavam e eram felizes, de um momento para o outro foram obrigados a fazer um upgrade para uma realidade que se lhes escapa e que os transformou num grupo de pinguins perdidos nos trópicos. Mas pronto, dizem que esta artificialidade é que é o futuro e se assim é...

A levantar dinheiro, muito tranquila...

Quando, de repente, oiço os meus filhos aos gritos, aterrorizados: mãeeeeeeeeee, cuidadoooooooo! 
Paragem cardíaca com o susto, a olhar em volta em busca de um assaltante com uma faca: O que foi?!
- É que esse é um multibanco maaaaaau!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Ah, o Algarve em Agosto...

Quem me dera estar a escalar no nevoeiro...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Depois a pessoa atinge um patamar na vida com que nem nunca sequer sonhou...

- Oh mãeeeeeee não a mates! Oh mãeeeeeee, por favor, tem cuidado que ela ainda é bebé! Oh mãeeeeeeeeee não a esmagueeees! E, perante este verdadeiro drama, a pessoa dá por si, com arrepios na espinha e com os cabelos eriçados, a varrer uma osga para dentro de um copo, com o objectivo de a devolver em segurança à mãe Natureza.


Sinceramente? Nunca pensei que este dia pudesse chegar...

Calhou que aqui, sem nada para fazer, me tenha posto a magicar numa fotografia que até me parece que dava um bom header.

Eu bem sei que atingi o topo da minha carreira de headers com o que ali está em cima; eu bem sei que atormentei o meu consorte até que ele, vencido pela minha insistência, pegou no telefone para pedir a uma determinada pessoa para nos emprestar o seu avião, para que a sua mulher (eu, portanto) pudesse tirar uma fotografia; eu bem sei que aquele telefonema foi absolutamente surreal, uma vez que o meu consorte se recusou a dizer que aquele pedido estrambólico se destinava a uma simples brincadeira, achando por bem dizer que a sua mulher (eu, portanto) se queria fotografar na companhia de uma aeronave, ao melhor estilo megalómana; Eu bem sei que o dono do avião ainda deve estar a tentar perceber por que razão alguém se quer fazer fotografar na companhia de uma aeronave. Eu bem sei que o senhor do aeródromo de Tires teve de se levantar num sábado de manhã bem cedo porque o dono do avião lhe disse que iam fazer uma sessão fotográfica com a aeronave; eu bem sei que nos apresentámos com um iphone para a sessão fotográfica, uma vez que tinha perdido o carregador da máquina fotográfica;  ainda me lembro muito bem da cara do senhor quando lhe perguntei se podia subir para a asa do avião e lhe expliquei que queria pôr a cabeça no reactor; eu bem sei que aquelas pessoas devem ter ficado a pensar que não regulávamos bem, o que é uma clara injustiça para connosco e uma perda para a humanidade em geral. 

Eu bem sei que nunca nada será tão espectacular como uma fotografia com a cabeça num reactor de um jacto... ainda assim, e apesar de estar consciente de tudo isso, pensei que podia ter dois headers que trocava de vez em quando... mas agora que me relembrei da epopeia para tirar a fotografia supra, fico na dúvida. Troco? Não troco? 



domingo, 24 de agosto de 2014

Cuidado!

São viciadas em Candy Crush? Então nunca, mas nunca, se aproximem deste jogo. Ouviram? Nunca!

sábado, 23 de agosto de 2014

Update

Transformei-me numa suricata de dentes arreganhados, passei a manhã toda de costas para o mar, de nariz no ar e faro de perdigueiro, a monitorizar as entradas e saídas da praia. Quando já estava a perder a esperança... ahhhh... vejo-os lá ao fundo, a aproximarem-se lentamente (sem a filha - perfeito!). Deixei-os armar o chapéu-de-sol e aproximei-me, deslizante e silenciosa sobre a areia. 
- Bom dia! 
A criatura, lívida, engoliu em seco. Disse-lhe que precisava da ajuda dela, que estava desde ontem a tentar entender o que se passou entre ela e as crianças, nomeadamente com a minha filha. 
Que não sabia de nada, que não conhecia a minha filha de lado nenhum e que portanto não falava com ela. Depois de relembrada, ahhh... então a sua filha foi-lhe fazer queixinhas é? Que não, que queixinhas se fazem dos colegas da escola com a mesma idade, que neste caso se tratava de um adulto a ser propositada e gratuitamente desagradável com uma criança. Enfim... venho para esta praia há anos, é proibido jogar à bola na areia... um discurso de uma criança na boca de uma mulher. A conversa acabou quando o marido, dirigindo-se à criatura, proferiu a seguinte frase magistral:
- Acaba com isso e pede desculpa à senhora!

E eu, caramba, agora estou aqui com com um terrível peso na consciência. É que acho que, com aquela frase, o senhor comprometeu a sua paz e felicidade ad aeternum... 


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Ainda por causa das pessoas que se incomodam com crianças

Acabou de acontecer. Com a minha filha! Na praia! E atenção que não estamos numa praia pequena e apinhada de gente. Estamos numa praia enoooooooorme e numa zona semi-vazia. A minha filha (sete anos) estava a jogar à bola na areia seca, longe de toda a gente, com dois amigos (de cinco e sete anos respectivamente - não estamos portanto a falar de Cristianos Ronaldos com pontapés de duzentos quilómetros hora), quando chegou uma família constituída por pai, mãe e filha pré-adolescente. A família entendeu por bem pousar as coisas no local exacto onde as crianças estavam a brincar (e, pessoas... se havia quilómetros de areal por onde podiam escolher...) e a "mãe" ordenou-lhes que fossem jogar lá para cima, "porque não estava para apanhar uma bolada". Eu, que estava à beira-mar, apercebi-me desta estranha alteração de posicionamento mas nunca me passou pela cabeça a razão de ser do mesmo. A minha filha contou-me isto agora e acrescentou que, enquanto estavam a brincar, terá perguntado a um dos meninos se sabia o seu nome completo e eis que a dita criatura lhe grita do chapéu-de-sol: "o teu nome é Barulhenta!".

Estou neste momento com o olho a tremelicar com tiques nervosos... temam o dia de amanhã!

Monocromático

O cão castanho dorme na cadeira castanha e, a meio da noite, todas as noites, vai buscar a bolsinha castanha dos medicamentos para se aconchegar. O cão castanho monocromático é bem capaz de ser hipocondríaco.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O meu pai também devia ter um blog

Sentado numa cadeira de palhinha esmago com os pés insectos de inúmeras ordens e formatos. Em redor o branco ladrilhado do chão é uma amálgama viscosa em estertor e interrogo-me se se tratará de um jogo e, nesse caso, se os espécimes terão diferentes cotações, quando, sem o esperar, entra uma mulher; tinha visto um passarinho e descreve-mo. Concluo que se trata de um insecto voador, enorme, raro e venenoso.


Sonho, a Lua, o fundo do mar, aves engaioladas - mas as gaiolas voam! - e uma colossal construção com uma máquina iluminada e solitária, cuja secreta tarefa não consigo imaginar. As paredes vibram, encolhem e dilatam, superfícies de dimensões incomensuráveis que se cruzam como bissectrizes caleidoscópicas. Fujo. Na capa de um jornal a minha fotografia: juiz, salteador e testemunha! Aos tiros mato dois cúmplices e uma mulher de negro reconhece-me mas não tenho a minha cara. Corro por um complexo deserto e, sem destino, perco-me nas trevas. As trevas não são negras. São azuis, do azul mais profundo. Estendo um braço nas trevas azuis e encontro uma resistência, geleia, coisa húmida, espuma, tecido ou gás pesado. Empurro e atravesso. Do outro lado é dia. Quero sair mas a porta, empenada pela humidade, opõe-se á abertura e tenho de assaltar o mundo pela janela. Lá fora uma longa fila de rostos contraditórios em ordem nem sempre consentida, clama horrorosas aflições. O meu lugar é sentado a uma mesa onde os atendo. Conheço-os, são lógicos, paralógicos, profetas, renegados, emissários, vitimas e agressores, muitas vezes de si próprios. Alguns são apenas simples, outros, falsamente múltiplos, procuram-se entre espelhos paralelos e não se entendem entre eles. Soturnos e inquietos aglomeram-se, ansiosos por virem até mim. Vêm e eu observo-os circunspecto, oiço-os e por vezes falo-lhes ou mexo-lhes e a todos dou impressos onde traço gatafunhos. Compadecido, ofereço muitos aos mais atormentados, outras vezes, enfadado, dou só um. O da frente grita que lhe esconderam em casa um animal medonho, víbora ou escorpião. Chora, implora e ameaça, armado de tenaz. A mim parece-me que talvez não exista mas a dúvida oprime-me, penetra-me e petrifico num oblongo prisma multifacetado. Então sou aspirado, invertido negativamente, e parto, turbilhão atravessando pela vertiginosa rede de dimensões convergentes, até ao zénite, à minha verdadeira identidade.

NÓS, AHNIRALC, DEUS-IMPERADOR DAS SETE GALÁXIAS NODAIS, PRIMEIRO E ÚNICO DA NOSSA DINASTIA, senhor supremo de cem mil milhões de mundos, despertamos:  semideuses, heróis, sábios, eminências e seus séquitos prostrar-se-ão até ao horizonte, suspensos das nossas manifestações. Eles não entendem que todos os acontecimentos possíveis têm de ocorrer e que, por isso, lhes concedemos a liberdade do arbítrio. Com hinos nos invocam mas também nós buscamos algo ou alguém, superior, igual ou simplesmente imprescindível, ordenamos ao mestre geómetra que maneje o seu compasso. De novo na matriz, precipito-me na exponencial perpétua de instantes que se bifurcam, afastam e interceptam, abrangendo todas as séries de probabilidades. Numas existo de uma maneira, noutras de outras. Não existo em muitas, em algumas existes só tu, noutras não existe ninguém. Não quero viver na eternidade mas no tempo e reencarno. Sou uma membrana infinitesimamente desdobrada, um remoinho, um ser difuso no espaço, um padrão, um gene, um réptil gigante e outras formas. Agora estou entre duas superfícies, uma na qual repouso, outra suave e doce, que me cobre e que me beija. Fico. Sonho e os seus beijos, presentes do passado, apagam todas as outras recordações. Não sei onde estou, não sei quem é ela, não sei mesmo quem eu sou. Poderemos ser qualquer homem com qualquer mulher. Então, abraçados, eu, que sou todos os homens, e ela, que é todas as mulheres, queremos ser também o outro. Fundimo-nos um no outro, em brasa, confundidos como notas de interminável escala, sucessivamente sobrepondo nascença á morte. Mais tarde abro os olhos e verifico a sua metamorfose. Não é um novo aspecto, qualidade, força, nem sentido, mas é uma diferença inestimável. Damos as mãos, rimos, rasgamos a seda do casulo e lançamo-nos para o céu. Ela, borboleta, rodopia numa espiral que se afasta, livre, para o Sol ou para a chama. Eu, sombra de um sonho, talvez também metamorfoseado mas áptero, caio de novo no sono. Quando acordo, recordo o dia anterior como se ocorrido outrora, mas amo-a, como ela me ama, na intemporalidade das nossas memórias. Procuro-a mas só encontro uma mensagem, três símbolos idênticos que não consigo decifrar. Parecem flores ou aracnídeos e a todos faltam pétalas ou patas em posições variáveis. Anoiteceu. Das paredes dilatadas, medusas, animais ígneos e outras estranhezas observam e murmuram. Apago as luzes e refugio-me no escuro até que a sinto deslizar. Abraçados bebemos, fumamos e rimos das sombras negras das suas asas dançando nas paredes ao ritmo dos estalos da minha  cauda. É festa e mais tarde persigo-a, relinchando, entre ruidosos convivas que incitam e aplaudem.  Como um morcego pendura-se no tecto. Grito, salto, mergulho sobre um grupo de sereias e envolvo-me com elas, a escorrer, a espadanar, a música estridente, os uivos e os urros da orgia, anjos ébrios, criaturas libertas, sem medo nem esperança. Lá em baixo a terra vibra e treme martelada por explosões descomunais. O céu está rubro dos incêndios, a turba em pânico, as máquinas, as luzes, os gritos. Toda aquela aflição, a destruição, aquele desatino, o pavor das pessoas, tudo aquilo me dá uma inebriante vontade de rir. Gargalhadas incomensuráveis, não consigo deixar de rir. É a guerra mesmo que me dá vontade de rir, aquela loucura tinha uma qualquer incongruência humorística à qual era impossível escapar. Rebolo-me a rir, rastejo, arrasto-me a rir e bato a um portal.  É um quartel repleto de inimigos! Como me rio! Enquadram-me nas suas miras e também riem, rimo-nos todos às gargalhadas e matam-me.


Incorpóreo pairo num limbo ou estupor povoado por entidades, coisas, ou forças que se defrontam em pesadelos inenarráveis. Aí vim a saber que para igualar o criador há que aniquilar a sua obra e que não pode haver senão um fim:  tudo o que foi criado será destruído e o ciclo fechar-se-à.  


Nem um só momento suplementar. Lá fora é noite enevoada e muda. Percorro a casa, congelada, quase irreconhecível, o relógio parou, não sei se vivo um presente, um passado ou um futuro, a noite pode ser qualquer noite.   Desorientado regresso á solidão da cama e adormeço. Compreendi que estava a sonhar e tentei despertar mas pensei: é inútil, não despertarias para a vigília mas para um outro sonho; esse sonho está dentro de outro sonho e assim sucessivamente, sem princípio nem fim! A  revelação penetra-me como uma fulguração: nada existe, ou seja, tudo é sonho!


Fico imóvel, mudo e cego, nem morto nem vivo, vazio, sem forma nem substancia, só essência, pensamento puro. Qualquer mente, privada do que lhe dá identidade - a memória da própria história - seria o que eu sou, eu que fui todos os outros e, destino paradoxal, não sou ninguém. Sou uma mónada de intelecto, memória evanescente de ilusões, nas quais eu e outros nos esfumamos como fantasmagorias de sonhos que fomos. Sou consciência sem mundo, um ponto sem espaço, uma aberração absoluta na abominável normalidade do não ser. Sou infinito porque não há princípio nem fim, omnisciente e  ubuiquo porque nada existe fora de mim e sou a medida de todas as coisas, ou seja, de mim mesmo.  Sem dúvida: SOU  DEUS!

Então, absolutamente sábio e sereno, medito: dividir-me em dois e assim sucessivamente - gerando todas as partículas da dinâmica universal - ou sonhar todos os homens e, através deles, os seus mundos e, inexoravelmente, reinicia-se a criação, e o mundo existe, eterna poeira de sonhos, coisa lunática, pretérita e paradoxal, um mundo tonto criado por um deus tolo.

O dia começa ao anoitecer e dura até ao  amanhecer seguinte.   




Lá teria de ser...



(teve de ser pescado... uma vez que, em vez de ir para as escadas, ficou a tentar, sem qualquer sucesso, sair pela borda...)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Fartei-me de avisar a minha família que, na actual conjuntura, era muito arriscado frequentar estes locais...

Fui totalmente ignorada. Agora, se à tarde, para além da conta bancária, me bloquearem o blog, não se admirem...

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Em frente ao Hotel

Era a referência: "Estamos na praia, em frente ao Hotel". O Hotel onde me ia afogando na piscina, naquele dia, ao fim da tarde, em que o meu pai estava na espreguiçadeira a ler um livro e a fumar cachimbo e eu andava a nadar na parte funda com uma bóia azul turquesa de um lado e amarela do outro. Acontece que a bainha que ligava a parte azul à parte amarela se descolou e, de um buraco enorme, começou a sair ar em golfadas que fazia bolhas na água. Num segundo a bóia estava cheia e no segundo seguinte não passava de um bocado de plástico inútil a puxar-me para baixo. E eu, pequena que era, lembro-me de olhar para aquilo sem saber o que fazer, mas com a clara percepção que dali não ia sair nada de bom. Quando comecei a ir ao fundo, o meu pai levantou-se, parece que estou a vê-lo, altíssimo, com o seu eterno panamá branco, deu um mergulho de cabeça e salvou-me. Ainda hoje vou à praia em frente ao Hotel, mas o Hotel já não está lá. Do Hotel só resta um buraco enorme na terra, um buraco quase igual ao da minha bóia.




segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Por causa daquela coisa dos bebés que incomodam pessoas que querem relaxar por completo em restaurantes

São realmente muito incomodativos os bebés que ousam roubar momentos românticos aos incautos casais que tiraram a noite para namorar e, por isso mesmo, devemos ser inflexíveis com essas situações! Assim sendo, proponho a aprovação de legislação adequada para prevenir ocorrências do género, com penas pesadas para as mães histéricas, com muito pouca atenção em casa e ultra-fundamentalistas, que persistirem em levar os seus rebentos para locais onde adultos responsáveis trocam palavras de amor e olhares libidinosos, desconcentrando-os, com a sua choradeira, desse nobre afazer. Como forma de combate a esta situação extremamente nefasta, apresento para votação à Assembleia da Blogosfera, a seguinte proposta de Lei:
1- Quem, contrariando esta lei, persistir na intenção de levar bebés incomodativos para restaurantes, será punido com pena de prisão de 5 a 10 anos.
2- caso se verifique a presença de um bebé chorão num restaurante, reunir-se-à de imediato uma equipa de Chefs que, com tenazes, confiscarão o referido bebé, levando-o imediatamente ao forno, em molho de vinha-de-alhos, cama de azevinho e rodeado de batatinhas novas.
3- o bebé chorão será posteriormente servido em travessa de prata ao casal romântico cujo namoro foi intempestivamente interrompido, acompanhado de um Barca Velha 1999, permitindo, não só que o casal seja ressarcido dos momentos a dois de que foi violentamente privado, bem como uma vingança justa e proporcional,

É que não podemos ser complacentes com estes comportamentos desviantes, caso contrário corremos sérios riscos de ver o mundo tomado por estes pequenos gremlins. Assim sendo, juntem-se a mim! Unidos, vamos conseguir livrar a sociedade deste flagelo!




sábado, 16 de agosto de 2014

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Depois há o outro lado...

Se as mulheres têm de se tapar e esconder... os homens encontram as formas mais inacreditáveis de se exibir...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Brincadeiras à parte

Aqui onde estou há muitas famílias árabes. Marido, mulher, filhos (muitos) e outras pessoas que orbitam em volta da família, mas que não consigo perceber qual a relação familiar com o núcleo principal. Com o pouco que há para fazer, vou-me entretendo a observar e, digo-vos... se, em ambiente de cidade, já nos vamos habituando a ver as mulheres árabes com os seus lenços e abayas (esta aprendi com a Sexinho), em ambiente de praia a coisa atinge proporções verdadeiramente aflitivas. Se as pequeninas ainda podem ir para a piscina de fato-de-banho, as pré-adolescentes já têm de andar cobertas com o equivalente ao nosso fato de surf (aqueles de manga curta e pelos joelhos), mas em largueirão, e as adultas (as mais modernas! Porque as mais ortodoxas - que também as há - nem se aproximam da piscina) com um fato preto de lycra (equivalente aos fatos de pesca submarina, mas em largo) que lhes cobre desde o cabelo até aos pés, ficando apenas a carinha de fora. Os meninos andam na maior... de calções em matchy-matchy com os respectivos pais...
Ora eu não sei como é que elas se sentem no meio de pessoas de biquini, mas presumo que o choque que é para mim ver famílias inteiras a tomar banho vestidas integralmente de preto, deve ser para elas verem as ocidentais todas descascadas e em biquini...  

A verdade é que está cultura é poderosamente hegemónica e capaz de lançar um enorme manto castrador à sua volta... é que se ontem não hesitei em apresentar-me  na piscina de biquini, hoje estou de fato-de-banho... 

Parece que o mal é global...

(juro que desta vez pedi mesmo -e só -gin tónico... saiu-me isto...)

Olá, olá! E a vocês, já vos aconteceu uma coisa assim?!

Fui acompanhar a minha família a um pequeno-almoço daqueles em cima do mar, em que tudo é óptimo (por contraposição àqueles que não são em cima do mar e em que tudo é péssimo), talvez por ser um hotel, estava imensa gente que não conheço e com quem, naturalmente, faço imensa cerimónia. Eis se não quando, vejo uma mesa de saladas óptimas (por contraposição às mesas de saladas péssimas) e nem pensei duas vezes nos terríveis perigos que se escondem por detrás das saladas mais inofensivas... 
O resultado, foi que passei o pequeno-almoço inteiro com uma alface no dente e a minha família nem se dignou a avisar-me! Só quando cheguei ao quarto e me vi ao espelho me deparei com a inusitada situação! Ainda perguntei: Mas vocês não repararam na alface que tenho no dente?! Não me avisaram?! E eles responderam-me que não, que não tinham reparado em nada, que pensaram que era mesmo assim! Ora, claro que fiquei fula e resolvi fazer imediatamente este post! Já vos aconteceu fazer um post sobre um assunto destes? Acharam interessante? Quero saber tudo!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Oh pah... esta gente é maluca!

Estava a pessoa muito feliz a jantar em local romântico, as ouvir as ondinhas mesmo aqui, chlac, chlac, chlac, para trás e para a frente, a lua a banhar o horizonte, musiquinha a tocar em fundo, tudo extremamente zen... quando de repente:
CABUUUUUM!
Um estrondo gigantesco, um clarão que fez da noite dia, as pessoas todas do restaurante a gritar, eu a agarrar nas crianças e a atirar-me de imediato para debaixo da mesa, o coração a bater nos ouvidos, respiração ofegante... caramba?! Um ataque terrorista?! Logo agora?! 
Afinal era só um fogo de artifício que os senhores resolveram fazer para nos animar... praticamente dentro do restaurante... 

Ainda estou a recuperar.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Doutoramento em blogs

Já eu, fui convidada para leccionar as aulas de Doutoramento em blogs! Vão ser dois anos de aulas intensivas até que possam, finalmente, aventurar-se nesta coisa dificílima que é a vida de um blogger. Porque, lá está, toda a gente sabe que isto é uma área que exige método e rigor ciêntifico e que, para escrever num blog, são necessários anos e anos de estudos vários. E depois, talvez (talvez! registem bem este "talvez", uma vez que se trata de uma mera hipótese... e bem remota!), quem sabe, um dia, venham a ser como eu! No entanto, poderão ficar deveras satisfeitos, uma vez que, depois de defenderem a vossa tese, terão direito a envergar as vestes que qualquer blogger de sucesso utiliza para escrever os seus inspirados posts:




Um beijo amigo da vossa querida Professora Doutora,

Palmier Encoberto

domingo, 10 de agosto de 2014

E agora?

Nunca li um livro do José Saramago. Acho que nunca li uma linha sequer. Os livros que comprei de Saramago estão numa eterna fila de espera, constantemente ultrapassados pela esquerda e pela direita por outros autores. Havia qualquer coisa na pessoa de José Saramago que, até hoje, me afasta dos seus livros. Uma espécie daqueles ímans que, em vez de se atraírem, se repelem. 
Dos livros que trouxe para férias, sobra-me o "Memorial do Convento" mas, como sempre, forças ocultas levaram-me às estantes do meu pai. Ainda não comecei nenhum e fico sempre a pensar que devia dar o benefício da dúvida...

O problema dos homens...

É não conseguirem fazer uma coisa tão simples como vestir o fato-de-banho a uma filha.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Oh pah... e o susto que os meus filhos me pregaram?!

Raptaram a pequena Cutxi e, em segredo, fecharam-na dentro do guarda-fatos! E eu, sem saber de nada, abri a porta e vi/senti um bicho (grande!) a mexer-se dentro do armário... oh pah... ia-me dando um ataque de coração! Eles ainda se estão a rir com o grito/salto que dei... 

E para finalizar a ode à margarina


Antigamente era ASSIM. Aparentemente o target mudou... ou então não.

Os cães também adoram!

Todas as manhãs reclamam a sua colherada de margarina!


Eu também adoro comer Planta à colherada!

Aliás, eu tenho por hábito comer colheres de margarina todos os dias e a toda a hora! É extremamente agradável!

Esta é a minha primeira colherada de hoje! Hum... sabe tão bem...

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Já tenho a solução para o Enigma Espírito Santo!

É que é tão simples... basta fazer um Big Brother com a família! Numa semana sabíamos a história t-o-d-i-n-h-a!

E então? Não é boa ideia? Fazemos uma petição, ou quê?!





Então Palmier, essa terrível dor no tendão da parte de trás do joelho, que praticamente te impede de andar, foi porque aderiste finalmente à grande moda das correrias?

Não... foi a salvar a bola do meu filho, que estava a ser levada, oceano fora, pelo vento.

(é que o raio do vento está a arruinar-me as férias! Não só me transformou na Entidade Reguladora da Colocação dos Chapéus-de-Sol no Areal, levando-me a verificar se todos os passos são cumpridos pelos diversos veraneantes que se deslocam à praia, obrigando-me inclusivamente a intervir em casos de manifesta incúria, por forma a garantir que não somos atingidos por um chapéu voador; como agora me queria levar a bola à criança (!), obrigando-me a uma natação suprema para a recuperar, deixando-me praticamente incapacitada! A ver vamos que maldades me faz o vento amanhã...)



terça-feira, 5 de agosto de 2014

Comunicado da Administração

Pedimos desculpa pelo atraso na resposta aos nossos clientes, mas o sistema informático do Banco Floribidis et Mirabilis esteve inoperacional derivado da terrível nortada que assolou as nossas instalações.

Também quero ter um banco de família!

Vai chamar-se Banco Floribidis et Mirabilis e o meu pai vai ser não só o administrador, como o próprio logotipo! É que, quando uma família cai, há logo outra pronta para lhe tomar o lugar!


Pessoas... digam olá ao Senhor Administrador e façam os vossos depósitos!




Depois de ter ficado enfeitiçada com as labaredas de um banco em chamas, tenho, afinal, outra dúvida

É que há aqui umas peças que não estão a encaixar...

Vejamos: De acordo com o relatório de ontem do Governador Carlos Costa, o BES tinha uma almofada que permitia absorver os prejuízos de 2000 milhões de euros que eram expectáveis há cerca de um mês atrás pelo Banco de Portugal e tudo estava certo:

Recordo que, no passado dia 10 de julho, o Banco Espírito Santo divulgou informação sobre a exposição do Banco a entidades do Grupo Espírito Santo à data de 30 de junho de 2014 no montante de cerca de 1240 milhões de euros. Com base nesta informação, o Banco de Portugal confirmou, em comunicado do dia 11 de julho, que a almofada de capital do Banco Espírito Santo – no montante de 2,1 mil milhões de euros – era suficiente para acomodar possíveis impactos negativos decorrentes da exposição ao ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo, sem pôr em causa o cumprimento dos rácios mínimos em vigor.


Dessa data até agora, a alteração deu-se porque, aparentemente, Ricardo Salgado terá (muito oportunamente) enlouquecido (?) e, nos últimos dias em que administrou o BES, agravou os resultados em mais 1500 milhões de euros, fazendo com que os prejuízos ascendessem aos tais 3577 milhões. 

Estas operações tiveram um impacto negativo de cerca de 1500 milhões de euros na conta de resultados do 1º semestre. Quero aqui salientar que os atos em causa não foram trazidos ao conhecimento do Banco de Portugal por qualquer dos titulares dos órgãos de gestão ou fiscalização do Banco Espírito Santo à data da sua ocorrência, como era obrigação por força da lei aplicável.


Ora, se a almofada era suficiente há um mês atrás e a diferença está nos 1500 milhões que Ricardo Salgado, num acto de rebeldia e vandalismo bancário andou a esbanjar, a injecção de capital devia ser de 1500 milhões, certo? Então por que razão a injecção de capital foi de 4900 milhões de euros? É que, de repente, fico a perguntar-me para que caminha foi levada a almofada. É que, aparentemente, ela não estava lá (e o BdP havia de saber disto... ou também não?)....





segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Acabei de ouvir que, apesar do investimento que isso implica, vão mudar o logotipo ao BES.

Então não fazia sentido terem escolhido um nome que pudesse usar o logotipo que já existe? Sei lá... qualquer coisa como Banco Eduardo e Sandra?!



domingo, 3 de agosto de 2014

Ok. Então o Banco Bom já não se vai chamar "Banco Espírito Santo"

Tendo em conta que se quer afastar o fantasma "família", presumo que "Banco Pai" e "Banco Filho" estejam fora de questão. Assim sendo, aposto em "Banco da Santíssima Trindade".


sábado, 2 de agosto de 2014

Apelo aos esclarecidos

Há aqui qualquer coisa que me está a escapar...  Pois então que, na segunda-feira, teremos dois bancos, o Banco Espírito Santo, o Banco Bom, e o Banco Lúcifer, o Banco Mau. O Banco Espírito Santo Mix (bom & mau), que passou o fim-de-semana ligado à máquina, leva logo de madrugada uma injecçãozinha de capital que pode ir até aos cinco mil milhões de euros e, qual Fénix, renasce das cinzas como Banco Bom, continuando assim a sua vidinha, alegre e contente, até encontrar um novo dono que o adopte, estime e ame. Esta parte acho que percebi... agora, a parte do Banco Lúcifer, repleto de belos passivos Boho-Chic no closet, é que não estou a perceber bem... ok., dizem-nos que La Famiglia e os restantes accionistas vão corridos para o Banco Lúcifer, bem acompanhados pelos seus queridos activos tóxicos, todos muito bem ordenados e encaixotados em lindos baús Louis Vuitton, e dizem-nos estas coisas como se isso resolvesse o problema. Mas, no entanto, ninguém nos diz o que raio vai acontecer ao Banco Lúcifer! O património dos accionistas (pelo menos dos accionistas maioritários) vai responder pelas dívidas do Banco Lúcifer? Alguém faz o obséquio de me explicar o que é que vai acontecer ao Banco Lúcifer? E, de caminho, alguém me diz por que raio é que nos últimos dias da presidência do Ricardo Salgado no BES Mix, foram feitos negócios ruinosos no valor de mil e quinhentos milhões de euros e os polícias ainda não se meteram nos carros-patrulha, com as luzes e as sirenes ligadas, para prender os responsáveis por esses actos que me dão ideia serem assim vagamente criminosos? Há aí alguém capaz de me explicar isto? É que eu preciso mesmo de perceber estas coisas!

Por agora é tudo. Julgo que amanhã terei novas dúvidas.


Afinal, pensei melhor e decidi que a Deusa do esférico sou eu!

É que, entre atirar a bola a este:

Jogar à bola com o meu filho:

E jogar raquetes com a minha filha

Se não sou eu a Deusa do esférico, não sei quem possa ser...