Uma vez também salvei, não um, mas quatro cachorrinhos abandonados. Foi no Algarve, numa noite entre o Natal e a passagem de
ano, estávamos em casa, silêncio total como só no campo se tem, quando, de
repente, oiço um choro agudo e aflito. Ainda pensei que fosse um dos meus filhos,
mas os meus filhos estavam na cama e o barulho vinha lá de fora, era impossível
ser um dos meus filhos. Abri a porta e confirmei o guincho aflitivo que vinha do
escuro, lá longe, no meio do campo. E estava mesmo escuro, não havia luzes, nem
lua, nem nada que me ajudasse a ver, mas fui por ali fora, o coração a bater, o
guincho do animal em aflição, talvez fosse um cão que tivesse sido atropelado?
à medida que me fui aproximando percebi que era mais do que um e, quando os
consegui finalmente encontrar, verifiquei que eram quatro, quatro cachorrinhos
que alguém entendeu abandonar ali, no meio do nada, à sua sorte. Caramba… o que
é que eu ia fazer com quatro cachorrinhos?! Peguei num com uma mão, noutro com
a outra, um terceiro entre os dois primeiros… mas depois eles mexiam-se e eu não
conseguia pegar no quarto. Repeti a operação várias vezes, mas de todas havia
um que se me escapava e eu não o podia deixar para trás, estavam com tanto
frio, ‘tadinhos, molhados com o orvalho, assustados, impensável deixar alguns
para uma segunda volta. Depois de várias tentativas resolvi mudar de
estratégia, estiquei a camisola que tinha vestida até aos joelhos, até ficar
completamente deformada, meti os cães todos lá dentro, numa espécie de saco
salvador e levei-os para casa, dei-lhes papa, tapei-os com uma mantinha e ali estiveram durante uns dias, até conseguirmos
arranjar donos para todos, já que, na altura, e depois da morte horrível da minha
cadela Tonta, ainda não estava preparada para voltar a ter um cão.
(esta fotografia foi tirada uns bons anos depois, quando um dos cachorrinhos, já homem feito nesta coisa da vida de cão, em vez de me adorar, de me ficar eternamente agradecido, de me reconhecer como sua salvadora, de nos integrar a todos na sua matilha... tentou afogar a pobre Cutxi na piscina)
Deste-lhes papa, querida? Ohhhhhhhh...
ResponderEliminarCiumenta... é por causa do dente, é? Também queres que te vá dar uma papinha? Se quiseres, eu vou!
EliminarEu tenho quem me dê papinha, e muito menos careca do que tu, para que saibas.
EliminarVê lá não te caia um dentinho com a gracinha..." :DDDDDDDDDDDDDD
EliminarOra aqui está a prova que faltava para calar de vez os velhos do Restelo que acham que certas formações são desnecessárias. Tivesses tu a informação necessária e terias fotografado o salvamento para mais tarde mostrar no blog.
ResponderEliminarFotografar?! Soubesse eu o que sei hoje, e isto era coisa para ter levado uma equipa de televisão atrás! :DDDDDDDDDDDDD
EliminarAlgo na fotografia não me parece bem...
ResponderEliminarHum... o quê?
Eliminarnão sei...
EliminarCães nunca salvei, mas já salvei uma ninhada de gatos pequeninos do caixote do lixo.
Faz-me muita impressão a crueldade para com os animais.
Algo na fotografia não parece nada bem !!
EliminarEssa piscina é um perigo. Cai Cutxi, cai Cánis. Não sei não...
ResponderEliminar(Um cão já homem não é de ferro, ao ver-se preterido nas afeições da salvadora pela pequena Cutxi, bate a ciumeira e o raio da piscina perigosa ali à pata...)
:DDDDDDDDDDD
EliminarFoi o cabo dos trabalhos para os tirar lá de dentro! E estava frio que se fartava! :DDDDDDDDD
Cãoseguir um salvamento quádruplo é de valor, mas ter o cuidado de lhes garantir um futuro onde fossem acarinhados, isso não tem preço.
ResponderEliminarEsta história há-de correr gerações, e um dia na lua, um pequenino dirá para outro "Já te contei que a minha trisavó salvou quatro cãezinhos num descampado, onde aliens do quadrante Zeta os tinham abandonado à sua sorte, depois de pulverizarem a mãe?"
:)
EliminarSempre me perguntei como é que alguém foi capaz de abandonar assim uma ninhada... foi uma sorte eu estar lá. Caso contrário, ninguém lhes tinha acudido...
Que história bonita!! Eu penso que está a falar a sério não??? Ao principio, tive alguma dificuldade em lidar com a sua ironia, mas depois duma troca de posts fiquei esclarecida! E hoje admiro-a bastante!!
ResponderEliminarSim, este é a sério :))))
EliminarObrigada :)
Também tenho as minhas história. Uma com uma pitbull esquelética, outra com um cão com centenas (juro!) de carraças, que pedi à minha mãe para tirar (o que não faz uma mãe?!), e outro que acabou na minha casa num péssimo timimg. Mas cá está, com dez anos, e bastante parecido com o da foto. Tivesse eu um blog público... ;)
ResponderEliminar:)
EliminarPobrezinhos :( ainda bem que tiveram um final feliz.
ResponderEliminarTadinha de Pequena Cutxi que foi ao banho.
vénia, cara Palmier :) e é a sério.
ResponderEliminarNão é preciso tanto! ;)
EliminarAcabou tudo em bem antes assim!
ResponderEliminarÉ verdade...!
EliminarA toalha verde apertada à volta da Cutxi é aquele novíssimo método chinês para as crianças não chorarem, não é? Já nesse tempo sabias de um método que só há poucos meses se tornou público. Sublime, Plamier, sublime.
ResponderEliminarJá sabes... eu estou sempre muit'á frente! :DDDDDDDDDD
EliminarE vejo que escolheste uma toalha verde repolho, A cor!
EliminarEsta fotografia já tem uns dois ou três anos... mas aposto que foi tirada num dia de VFNO! :DDDDDDDDDDDD
EliminarPalmier, nisto dos blogs cada um é o que quiser, mas eu arrisco acreditar que é mesmo muito boa pessoa :)
ResponderEliminarObrigada Melissa :)
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