"O Ensaio Sobre a Cegueira" e "O Deus das Moscas" são dois livros para ter na estante e ler, ler muito. Adorei os dois. Eu sei que a loira era outra, mas também sou loira ok?
Sim, claro que sim, que somos uns seres vagamente domesticados, que no caso de nos faltar o conforto e as referências culturais, voltamos rapidamente à selvajaria. Mas disseste que quando acabasse o Deus das Moscas tinhas uma coisa para me dizer...
Era isso, era a desumanização a mensagem dos três livros, mas não te podia dizer para não te estragar o final. Não são só as minhas hormonas, pois não? Enquanto li o ensaio sobre a cegueira até pesadelos tive, mas o choque maior foi com o Deus das moscas, talvez por serem crianças. Aquilo é terror, não é?
Bem, o meu choque foi maior porque eu não estava mesmo a contar com aquilo, enquanto nos outros dois a acção se desenrola toda sobre o mesmo assunto, no Deus das moscas o choque é aquelas páginas finais.
Quando puderes lê também Admirável mundo Novo. Mas não imediatamente :)
O Admirável Mundo Novo li há bué de anos, quando tinha para aí 16 ou 17 anos... lembro-me que na altura gostei muito, mas já não me lembro bem... aliás, está na pilha de livros a reler :)
(no Deus das Moscas, eu já sabia de antemão que aquilo ia descambar :)
Deus das moscas, admirável mundo novo... Li com 17 anos e são dos grandes livros da minha vida. Deixaram marcas. É raro encontrar livros desse calibre. O que eu gostava de os poder ler pela primeira vez novamente! Vou ler a estrada. Vi o filme, que aconselho.
Permitam-me a intromissão de quem ainda só leu o Ensaio e tem ali o Deus das Moscas em espera. Há uma série televisiva que, por muito estranho que pareça, retrata exactamente o que a Palmier diz, de na falta de conforto voltarmos à selvajaria: The Walking Dead. Podem achar que aquilo é uma porcaria nojenta que se resume a zombies, mas não é - na segunda temporada (a primeira só tem 6 episódios), e depois dessa ainda mais, que se percebe que o que aquilo de facto representa é o que o ser humano é capaz de fazer pela sua sobrevivência quando se encontra num cenário apocalíptico, quando os bens de primeira necessidade escasseiam... Lá se vai a moral de muitos. A série é sobretudo sobre os vivos - o que transforma o ser humano em situações extremas - para mim, os zombies estão ali somente para enfeitar ;)
A Estrada nunca li mas pelo que acima ficou dito, vou corrigir essa falta. O Deus das Moscas achei terrível, não por ser mau, mas por profundamente angustiante. Se isto é um Homem de Primo Levi é um livro que toda a gente deve ler, mas custa, principalmente se pensarmos que, ao contrário dos outros, não é uma obra de ficção.
Permitam-me mais uma vez... Excepto "a estrada" que ainda não li, todos os restantes livros são um retrato da condição humana na sua vertente mais despojada... E porque partem de um conceito civilizacional que nos é caro e que nos devia afastar de uma suposta herança animal que tão desesperadamente tentamos esquecer, tornam-se dolorosos e fracamente lúcidos! Nós também somos isto... O "se isto isto é um homem" torna-se esmagador pela forma como nos expõe, seres fracos e imperfeitos que tentam em condições normais escamotear essa essência, ou nem se esforçam mais para o fazer em situações limite como o são todas as que põem em causa a sobrevivência! Pelo menos "o Deus das moscas" e o "se isto é um homem" deviam ser leitura obrigatória em qualquer sistema de ensino... Escusado será dizer que são dois dos meus livros preferidos! ;)
Abraços desta ruiva verdadeiramente relativa! Ahahahahah
Longe de mim intrometer-me em conversas intelectuais (eu ler, é o CM e a Bola no café, entre uma mine e outra), mas o "Deus das Moscas" é o "Lord of the Flies", certo? Não era o "Senhor das Moscas"?
Então lê O Anjo dos Esquecidos. Sobre um médico que vai tratar leprosos que estão numa ilha para morrer. É absolutamente maravilhoso. Pelo contrário é a visão do que um homem pode fazer por aqueles que já estão desumanizados.
Isto sim, é serviço público! :) O que eu aprendo aqui. Muito obrigada a todos e a todas pelas sugestões. Obrigada, Palmier, você é a "máior, carago"! :):):
ora então, uma pessoa anda aqui sempre a cuscar e a rir sozinha com aquilo que por aqui se passa. e bate +alminhas quando isto mete livros e conversas trocadas onde se conhecem novos títulos e mais coisas para ler (visto que nos top 10 jamais se poderá confiar...) e chega o dia em que não pode ficar calada e tem que partilhar, ao lado do Ensaio, e do Deus está sem dúvida algo quase nada conhecido, mas que sugiro que se arrisquem a comprar: A Ilha de Sukkwan de David Vann vão, tenham coragem, se a tiverem, contem aqui como foi a vossa viagem. qualquer dia eu volto, a empadinha.
Vou-me estrear aqui. Já cuscava de vez em quando assim como cusco o da Loira sempre em busca de inspiração para novas leituras. O ensaio sobre a cegueira já o tinha lido na adolescência e sem dúvida que foi um dos livros que mais me marcou. A Estrada desiludiu-me. Li-o este fim de semana e esperava sentir o mesmo choque, o mesmo murro no estômago mas não. (será que estou a ficar uma insensível!?) Não sei se por ser um cenário demasiado irreal (se bem que o que acontece no ensaio também não é propriamente a coisa mais provável do mundo) mas não me comoveu muito. Achei que tudo acontece demasiado rápido mas ainda assim que o livro acaba por ser repetitivo nas situações pelas quais pai e filho vão passando e falha em explorar em mais profundidade esta relação e o tema da desumanização. Acho que haveria muito mais a dizer. Também não gosto de não ter contexto nenhum; não se sabe o que acontece e porque pai e filho estão ali, na estrada, a percorrer um caminho que não sabem a que os levará. Num registo completamente diferente, também este fim de semana li o Meu pé de laranja lima e neste sim, chorei copiosamente. Apesar de ter sentido que faltavam partes; pareceu-me um filme de um livro que li mas muito mais resumido. Gostava tanto que durasse mais...
"O Ensaio Sobre a Cegueira" e "O Deus das Moscas" são dois livros para ter na estante e ler, ler muito.
ResponderEliminarAdorei os dois.
Eu sei que a loira era outra, mas também sou loira ok?
E A Estrada?! Tu não me deixes A Estrada de fora!
EliminarDesculpem-me a intromissão, mas esse grupo de livros não está completo sem "se isto é um homem" de Primo Levi.
ResponderEliminarUm abraço
Vou já à Wook! :D
EliminarAcabei "Se isto é um homem" no domingo.
EliminarE eu acabei o 'Perguntem a Sara Gross. Temática idêntica mas nem perto da torpeza do Se Isto É Um Homem.
Eliminar"Perguntem a Sara Gross" deveras dramático, na minha opinião, Uva!
EliminarAgora já só nos falta uma morena :D
ResponderEliminarChamaram?
EliminarChamaste?
EliminarTambém não li a Estrada.
Sim, agora vou cantar a música do Marco Paulo :D
EliminarEntão lê! Eu gostei muito!
EliminarChamaste?
Eliminar:DDDDDDDDDD
EliminarPalmy, amori, tu não achas que os três... como direi... transmitem exactamente a mesma mensagem?
ResponderEliminarSim, claro que sim, que somos uns seres vagamente domesticados, que no caso de nos faltar o conforto e as referências culturais, voltamos rapidamente à selvajaria. Mas disseste que quando acabasse o Deus das Moscas tinhas uma coisa para me dizer...
EliminarEra isso, era a desumanização a mensagem dos três livros, mas não te podia dizer para não te estragar o final. Não são só as minhas hormonas, pois não? Enquanto li o ensaio sobre a cegueira até pesadelos tive, mas o choque maior foi com o Deus das moscas, talvez por serem crianças. Aquilo é terror, não é?
EliminarPor acaso os outros dois chocaram-me mais... acho que não consegui tomar o Deus das Moscas como real...
Eliminar(e no Deus das Moscas há um elemento que está mais presente que nos outros, que é a pressão do grupo)
Bem, o meu choque foi maior porque eu não estava mesmo a contar com aquilo, enquanto nos outros dois a acção se desenrola toda sobre o mesmo assunto, no Deus das moscas o choque é aquelas páginas finais.
EliminarQuando puderes lê também Admirável mundo Novo. Mas não imediatamente :)
O Admirável Mundo Novo li há bué de anos, quando tinha para aí 16 ou 17 anos... lembro-me que na altura gostei muito, mas já não me lembro bem... aliás, está na pilha de livros a reler :)
Eliminar(no Deus das Moscas, eu já sabia de antemão que aquilo ia descambar :)
Deus das moscas, admirável mundo novo...
EliminarLi com 17 anos e são dos grandes livros da minha vida. Deixaram marcas.
É raro encontrar livros desse calibre. O que eu gostava de os poder ler pela primeira vez novamente!
Vou ler a estrada. Vi o filme, que aconselho.
Permitam-me a intromissão de quem ainda só leu o Ensaio e tem ali o Deus das Moscas em espera. Há uma série televisiva que, por muito estranho que pareça, retrata exactamente o que a Palmier diz, de na falta de conforto voltarmos à selvajaria: The Walking Dead.
EliminarPodem achar que aquilo é uma porcaria nojenta que se resume a zombies, mas não é - na segunda temporada (a primeira só tem 6 episódios), e depois dessa ainda mais, que se percebe que o que aquilo de facto representa é o que o ser humano é capaz de fazer pela sua sobrevivência quando se encontra num cenário apocalíptico, quando os bens de primeira necessidade escasseiam... Lá se vai a moral de muitos. A série é sobretudo sobre os vivos - o que transforma o ser humano em situações extremas - para mim, os zombies estão ali somente para enfeitar ;)
Só vi o primeiro episódio... vou tentar de novo! :)
EliminarDe acordo, o walking dead é uma série extraordinária.
EliminarA Estrada nunca li mas pelo que acima ficou dito, vou corrigir essa falta. O Deus das Moscas achei terrível, não por ser mau, mas por profundamente angustiante. Se isto é um Homem de Primo Levi é um livro que toda a gente deve ler, mas custa, principalmente se pensarmos que, ao contrário dos outros, não é uma obra de ficção.
ResponderEliminarA Estrada é um sufoco! Guarda um dia inteiro, para leres todo de seguida.
EliminarPermitam-me mais uma vez... Excepto "a estrada" que ainda não li, todos os restantes livros são um retrato da condição humana na sua vertente mais despojada... E porque partem de um conceito civilizacional que nos é caro e que nos devia afastar de uma suposta herança animal que tão desesperadamente tentamos esquecer, tornam-se dolorosos e fracamente lúcidos! Nós também somos isto... O "se isto isto é um homem" torna-se esmagador pela forma como nos expõe, seres fracos e imperfeitos que tentam em condições normais escamotear essa essência, ou nem se esforçam mais para o fazer em situações limite como o são todas as que põem em causa a sobrevivência! Pelo menos "o Deus das moscas" e o "se isto é um homem" deviam ser leitura obrigatória em qualquer sistema de ensino...
EliminarEscusado será dizer que são dois dos meus livros preferidos! ;)
Abraços desta ruiva verdadeiramente relativa! Ahahahahah
Então também vais gostar d'A Estrada :)
EliminarLonge de mim intrometer-me em conversas intelectuais (eu ler, é o CM e a Bola no café, entre uma mine e outra), mas o "Deus das Moscas" é o "Lord of the Flies", certo? Não era o "Senhor das Moscas"?
ResponderEliminarÉ o mesmo, varia conforme a tradução :)
EliminarMas eu também não sei, que eu cá só leio a Caras e a Vip! :D
Também prefiro livros com bonecos, é verdade
EliminarSempre o Diabo de Donald Ray Pollock também se insere na temática. É muito bom, Palmier
ResponderEliminarPronto, lá vou eu para a Wook :)
EliminarÉ mesmo!
EliminarLeia e depois diga o que achou
Já encomendei:)
EliminarE eu já acrescentei à minha lista. Obrigada.
EliminarEntão lê O Anjo dos Esquecidos. Sobre um médico que vai tratar leprosos que estão numa ilha para morrer. É absolutamente maravilhoso. Pelo contrário é a visão do que um homem pode fazer por aqueles que já estão desumanizados.
ResponderEliminarVocês dão cabo do meu orçamento! :D
EliminarE, se todas relêssemos "Uma leoa chamada Elsa"???? Uhm!...
ResponderEliminar:)
EliminarIsto sim, é serviço público! :) O que eu aprendo aqui. Muito obrigada a todos e a todas pelas sugestões. Obrigada, Palmier, você é a "máior, carago"! :):):
ResponderEliminar:D
Eliminarora então, uma pessoa anda aqui sempre a cuscar e a rir sozinha com aquilo que por aqui se passa.
ResponderEliminare bate +alminhas quando isto mete livros e conversas trocadas onde se conhecem novos títulos e mais coisas para ler (visto que nos top 10 jamais se poderá confiar...)
e chega o dia em que não pode ficar calada e tem que partilhar, ao lado do Ensaio, e do Deus está sem dúvida algo quase nada conhecido, mas que sugiro que se arrisquem a comprar:
A Ilha de Sukkwan
de David Vann
vão, tenham coragem, se a tiverem, contem aqui como foi a vossa viagem.
qualquer dia eu volto,
a empadinha.
Encomendado! :)
EliminarVou-me estrear aqui. Já cuscava de vez em quando assim como cusco o da Loira sempre em busca de inspiração para novas leituras. O ensaio sobre a cegueira já o tinha lido na adolescência e sem dúvida que foi um dos livros que mais me marcou. A Estrada desiludiu-me. Li-o este fim de semana e esperava sentir o mesmo choque, o mesmo murro no estômago mas não. (será que estou a ficar uma insensível!?) Não sei se por ser um cenário demasiado irreal (se bem que o que acontece no ensaio também não é propriamente a coisa mais provável do mundo) mas não me comoveu muito. Achei que tudo acontece demasiado rápido mas ainda assim que o livro acaba por ser repetitivo nas situações pelas quais pai e filho vão passando e falha em explorar em mais profundidade esta relação e o tema da desumanização. Acho que haveria muito mais a dizer. Também não gosto de não ter contexto nenhum; não se sabe o que acontece e porque pai e filho estão ali, na estrada, a percorrer um caminho que não sabem a que os levará.
ResponderEliminarNum registo completamente diferente, também este fim de semana li o Meu pé de laranja lima e neste sim, chorei copiosamente. Apesar de ter sentido que faltavam partes; pareceu-me um filme de um livro que li mas muito mais resumido. Gostava tanto que durasse mais...
Oh... eu gostei tanto da Estrada...
EliminarO meu pé de Laranja Lima é um clássico :)