Foi no dia sete do ano PP (pós-peste) que, pela alvorada, fui acordada da minha hibernação pelo toque gelado de um croque telescópico a espetar-se na minha barriga elegantérrima. Espreguicei-me de forma inaceitável e bocejei com ruído, como só nas cavernas se pode fazer, e disse então na minha voz imponente e tronitruante:
Quem é que ousou entrar no blog que é meu, nos tectos emerald green do fim do mundo?!
Mas, ao contrário do script que me tinham dado, o invasor não se acobardou nem tremeu, não... nada disso... o invasor que era, nada mais, nada menos, que uma fera filosófica, trespassou os meu tornozelo esquerdo com os seus afiados caninos, arrastando-me, sem qualquer compaixão, primeiro pelo chão da caverna, depois por campos de terra enlameada, estradas alcatroadas e ruas de paralelepípedos com um trânsito ensurdecedor, só me largando quando me depositou num jardim de magnólias cristalizadas pelas temperaturas negativas, aos pés da ex-Capitã Cuca, agora conhecida como Mrs. Love Boat.