quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pois...

- Mãeeeeeeeeeeeeeee... onde estás?
- No escritórioooooooo...
Filha apresenta-se e pergunta:
- O que estás a fazer?
- Estou a ver se o pai tem aqui um livro...
- Oh mãe?! Um livro?! Então não vês que o pai tem tantos!

Por outro lado...

E continuando com a questão dos heterónimos, quando acordo como Pipoco mais Salgado, as coisas já se processam de forma bastante diferente. Nesse caso dirijo-me ao cão e digo "Wagner, vamos correr?" E o Wagner, diz-me que não, que está a ouvir "Carmen" apesar de saber que o Don Jose acaba sempre por a matar no final, e que aproveita enquanto a casa não mexe, para olhar pela sua janela e admirar a montanha, ao mesmo tempo que saboreia aquele Barca Velha de sessenta e seis. E, em verdade vos digo que, nesses dias, não vale a pena contrariar Wagner, porque, afinal, as coisas são como são.

Por exemplo...

E a propósito dos meus vários heterónimos e da minha personalidade múltipla, quando acordo como Tolan, é por demais evidente que não trato o cão como Cutxi. Isso seria absolutamente ridículo e, até, ligeiramente abichanado. Então, e para compensar, chamo-lhe Zé. Zé Bruto. Digo-lhe: Então, Zé Bruto, vamos aí McNamar? E ele, que é uma verdadeira esponja, apanha logo a frequência da minha voz e responde-me:
- Hoje não. Hoje estou aqui aninhado dentro do meu carapuço, nesta espécie de toca portátil. Estou, neste momento a ler "A" frase perfeita. Não vês que hoje, é dia nabokoviar?!
E eu, claro, não insisto e atiro-me imediatamente à crítica literária.
Para os milhares de pessoas que estão a chegar aqui via FB do Tolan:
Ridículo?! Ridículo?! Nã.... conforme se pode constatar pela imagem, o nosso Tolan é por demais fofinho!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Vocês mandam. Eu obedeço.

E porque ontem houve quem se indignasse com o facto de eu, tão prontamente, ter trocado a pequena Cutxi por um animal de marca (NM I'm talking to you!)... fui a correr resgatá-la ao caixote do lixo!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

sábado, 26 de janeiro de 2013

Isso, isso... transformem-me a criança numa Diva...

Fui ao quarto ver se filho já estava a dormir. Esta foi a conversa que acabámos de ter:
- Acordaste-me.
- Desculpa...
(zangado) - Estava a sonhar...
- Desculpa... estavas a sonhar com quê?
- Com o Tolan. Estava a sonhar que fazíamos um blogue e depois ficávamos muito famosos...

Não há qualquer espécie de dúvida...

O Chiado é o novo Colombo...

A prova que já contaminei os meus próprios filhos...

A caminho de uma festa de aniversário de uma amiga de filha.
Filha explica a filho:
- Vai haver pipocas doces e pipocos salgados!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Em busca de ténis cor-de-rosa para filha

- Olha, mãe! Estes são cor-de-rosa!
- Pois, mas esses...
(Filha, interrompendo, desanimada): Já sei... estes são para pessoas com 39 anos...

Eu também vos podia falar de beijos…

Incluindo no meu texto as descrições mais inestéticas que se possa imaginar. Mas… acho que uma imagem vale mais que mil palavras…

Este, é um aviso muito sério!


Tolan, enquanto o jeito para o jogo da bola não bate à porta desta casa, tem muito (mas muito) cuidado com a concorrência...

"Composição

O que eu quero ser

Eu quero ser, eu quero ser, sinceramente não sei!
Eu ainda não sei, eu pensei em ser futebolista mas, depois, lembrei-me que não tenho jeito nenhum, mas seria giro conhecer novos países, pessoas, clubes e até ir para a selecção Portuguesa. Mas, como já disse, eu não tenho jeito. Por isso, enquanto não tiver jeito, posso ser escritor pois, para isso, eu tenho muito jeito, como vêm já estou a escrever esta bela história (composição). Nas outras classes, 1ª, 2ª e 3ª eu fazia umas belas composições e espero que, no 4º ano, seja o mesmo. Por isso eu queria ser escritor, e também porque é giro, depois de tanto tempo a pensar ter ideias engraçadas e talvez seja essa a minha carreira."

Provem-me que não são uns miseráveis robots!

Vá... é o último dia... votem lá qualquer coisinha.
(eu não quero ficar em último... BUÁÁÁÁÁ)

Vocês não ligaram nenhuma ao "qual é a pressa, qual é a pressa"

Mas eu não me canso de ver o video da gazela encandeada por um camião numa auto-estrada de quatro faixas, com a boquinha a tremer e os olhinhos arregalados... oh pah... é mesmo bom! Tem um bocadinho de filme de terror. Aquele momento em que a vitima toma o seu banho com água quentinha e, de repente, do nada, vê uma faca de desmembrar bovinos a aparecer por entre a cortina do duche. E, aí, a vítima diz ao assassino:
"Qual é a pressa? Qual é a pressa? Deixe-me só sair daqui, que as quedas na banheira são muito perigosas."

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O livro antes de ir para a cama

Filha: Queres que te diga o nome dos planetas?
Eu: Quero.
Filha: Ok! Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, MORANGO e Neptuno!

Estou pronta para a Mini-Maratona!



Vejam! Já adquiri os desejados ténis amarelos fluorescentes que qualquer blogger que se preze deve ter. São ténis muito bons. É que, para além de nos fazerem correr tão depressa como pumas, fazem parte de uma linguagem de código entre bloggers. São uma espécie de camisola amarela das correrias. Quem vai com os ténis amarelos é, naturalmente, o vencedor. Se houver vários ténis amarelos em corrida, ganhará aquele cujo amarelo condiga com o pantone mais em voga na estação. Não interessa quem chegou em primeiro ou em último. Na realidade, nem interessa se se correu. O único critério para atribuição da medalha é a obediência ao pantone perfeito.  
Depois, também levo a máquina fotográfica, porque toda a gente sabe que só se vai a uma maratona para tirar umas fotos porreiras que atestem a nossa presença naquele evento de marketing pessoal.
E, por último, levo a Anna Karenina (claro) já que, como vocês sabem, somos OBRIGADOS a ler 24 páginas por dia e não há tempo a perder… (atenção que já nos deram uma benesse! Se dividíssemos 800 páginas por 30 dias, tínhamos de ler 26,6 páginas por dia mas, como nos disseram que só temos de ler 24, safamo-nos de ler as últimas 78 páginas! Por isso, já sabem! Quando chegarem à página 722, não precisam de ler nem mais uma letra! Ufa! Vai ser um dia histórico!)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O quê?!

Voltámos aos mercados e foi uma vitória retumbante?! Quer isso dizer... Quer isso dizer... que podemos, finalmente, voltar a ostentar como antes?!

Pequena Cutxi rejubila...

É que, desde que se fez fotografar em plena corrida na sua passadeira, centenas de bloggers resolveram aderir a esta prática desportiva...

Pequena Cutxi cede à sua caixa de correio electrónico...

Apesar de ter a caixa de correio obstruída por uma quantidade inimaginável de e-mails com o mesmo tipo de conteúdo: “Juras de amor eterno”... pequena Cutxi, essa diva da blogosfera, esse coração empedernido, essa Deusa do estilo, algum dia haveria de ceder…
- Sim T-le-Chat… é com todo o gosto que aceito tomar uma flute de Champagne consigo…

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O que fazes Palmier?

Sacrifícios... só sacrifícios...

Por causa daquilo dos cães não gostarem de ir à rua em dias de chuva

É só para informar que, quando chove, é por demais evidente que Pequena Cutxi não vai para o Monsanto enlamear os seus lindos ténis de trail... Não! Nem pensar!  Nesses dias, pequena Cutxi faz passadeira. É que não há tempo a perder... afinal, a maratona de Paris está aí à porta...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Estava aqui a pensar...

Que vocês devem estar desesperados por adquirir , por exemplo, uma caixa de ovos "Palmier Encoberto" ...
Então?! querem, ou é preciso fazer-vos uma dança?!

Agora, a sério...

Eu acho que, a seguir ao "Spread It",
Devia haver uma jovem empreendedora que fosse ao Palácio de Belém mostrar ao Presidente Cavaco Silva o "Shake Weight"...

Qual é o problema, tio Pipoco?!

Qual é o problema?! Então o tio Pipoco não está a vislumbrar o problema?!
Se assim é, eu explico! O problema, tio Pipoco, é que o blogo-mundo está organizado num sistema de castas. E nós, os Brâmanes temos de nos defender. O sistema de castas, como o tio Pipoco bem sabe, é estanque. Imagine o tio Pipoco a confusão que reinaria no mundo blogosférico se houvesse mobilidade entre as várias castas?! O que seria de nós, os intelectuais, se as fashionistas começassem a fotografar-se com uma carteira Chanel numa mão e a "Guerra e paz" na outra? Se nós, os intelectuais, começássemos a falar sobre Bimbys e a fazer giveaways, se as dos Baby-blogs nos viessem dar a sua opinião sobre a actualidade política?!  Seria o caos, tio Pipoco! O caos! Era, praticamente, uma coisa revolucionária que poderia mesmo vir a degenerar numa blogo-guerra!  Como é possível o tio Pipoco, um dos nossos timoneiros, abrir uma brecha desta magnitude na nossa muralha da erudição, deixando-nos expostos a um ataque iminente?! Nós que lemos livros, que detemos o monopólio da cultura, que somos uma espécie de monge Jorge de Burgos do "Nome da Rosa", os guardiões da sabedoria?! Qual é problema?! Qual é o problema, tio Pipoco?! Então e se "elas" ganham gosto pela coisa? Se desatam a ler?! Se percebem tudo, hã? Depois, tio Pipoco, pergunto-lhe: O que nos resta?! 
Não, tio Pipoco... não! Isso são terrenos movediços e perigosos! O conhecimento, tio Pipoco, não pode ser deixado à solta!

domingo, 20 de janeiro de 2013

Conselhos preciosos do vosso velho Palmier

Meninas, quando chegar a hora de escolher um homem para celebrar o matrimónio, não se precipitem! É que, melhor que um homem com uma Bimby, é um homem com DUAS Bimbys!
(E, apesar de serem extremamente raros, posso assegurar-vos que eles existem...)

sábado, 19 de janeiro de 2013

A propósito daquilo dos homens com Bimby

Foi assim que conheci o meu consorte. 
Ele, desesperado por se encontrar na condição de solteiro, andava a passear-se na rua com a sua Bimby. Fazia-o numa tentativa desesperada de encontrar uma vítima para realizar o seu sonho de criança: casar e ter filhos. Ao ver-me passar, consorte correu na minha direcção e, ostentando a sua própria Bimby, ofereceu-se para me fazer uma demonstração. E eu, vislumbrando a angustia nos seus olhos, acedi. No dia combinado, consorte apresentou-se com a sua Bimby e, ao entrar, o meu coração acelerou e os meus joelhos tremeram. Tinha finalmente , diante de mim, um homem com Bimby! A partir daí nada mais nos parou. Entre a velocidade 7, a colher invertida, o turbo e os 60º de temperatura, deu-se a magia. O amor nasceu entre um choco e um punhado de feijões. A Bimby foi, inclusivamente, a nossa madrinha de casamento. Estava linda na igreja. Só foi pena aquilo de ter triturado as nossas alianças...
Claro que, hoje em dia, continuo sem saber cozinhar  uma feijoada de chocos (ou qualquer outra coisa) e a pobre Bimby está para ali enferrujada e cheia de pó, sem qualquer tipo de utilidade. Mas pronto, no fundo, temos-lhe afecto... sempre é um objecto simbólico e carregado de memórias...

Eis que aproveito o dia de tempestade, para dar início a uma nova rubrica!

É a aguardada rubrica: "Estilo in-temporal!"

Mensagem subliminar?

A princesa a falar com o artista que lhe pintou ESTE LINDO RETRATO...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Maman, a esfarrapada

Ontem, Maman abriu o seu coração e fez-me confidências. Maman começou por referir, en passant, que Cánis já está bastante crescido, quase adulto, e que já levanta a pata para fazer xixi. “Pena é que levante a pata da frente e não a de trás”, disse-me ela com algum sofrimento na voz. Depois, já mais confiante, referiu que Cánis está ligeiramente descontrolado. Que, pela manhã, ao chamar o seu Cánis para com ele partilhar torradinhas com mel, Cánis, na ânsia de ajudar (e alimentando o sonho de se tornar num chef da moda) salta para cima da bancada da cozinha… e também salta para dentro do lava-loiça, para cima da mesa da sala de jantar e entra para dentro da máquina de lavar-loiça... Mas, pronto, isso são apenas coisas normais de um dia-a-dia na casa de Maman. Na verdade, toda esta conversa serviu apenas como prelúdio para o “verdadeiro” assunto que queria abordar. O problema sobre o qual nos vamos debruçar, tem outra natureza. Lembram-se DISTO? Pois… Cánis tem um fetiche com os roupões de Maman. Sim! Esta é a verdade, nua e crua! Mal avista Maman, Cánis agarra-se a uma das mangas do seu roupão, imobilizando-lhe uma das mãos e impedindo-a, assim, de lutar. Como Cánis é um Hércules da Natureza, Maman, com medo de ser derrubada, precavém-se de imediato e, com uma estratégia vencedora, joga-se ao chão. Sim... perceberam bem... Maman atira-se propositadamente ao chão. Maman faz um afundanço! E Cánis... Cánis arrasta a minha pobre Maman pela casa fora. Pratica com a minha Maman uma espécie de ski aquático, sem a parte dos skis e sem a parte do aquático. Leva a minha Maman de rojo por ali fora e só pára quando a manga do roupão de Maman se rasga pelo ombro e ele consegue, assim, o seu troféu. Maman fica reduzida a um Flintstone esfarrapado. Ou, se preferirem, a um Zezé Camarinha de manga à cava. E isto, pessoas, para além de pôr em risco a integridade física da minha Maman, é coisa para a levar à ruína! Maman tem adquirido uma média de um roupão por… dia. O senhor da loja dos roupões adora a minha Maman. É uma cliente especial, segundo as suas próprias palavras. É conhecida na localidade como a senhora dos roupões descartáveis. E, mesmo dentro da sua própria casa, Maman é olhada com desconfiança pela sua própria empregada que suspeita que Maman pratica rituais satânicos com roupões. E que, olhando com angústia para os farrapos, profere estranhas frases em algarvio (ãh sôdôutôrã m'á q'jêtos andar a dár cabe désts roupôns que serém tã línds?!) que Maman receia serem trechos de rezas para um eficaz exorcismo…

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Estou aqui na dúvida...

Isto é mesmo um retrato ou é o resultado daqueles programas de computador que se usam para envelhecer as fotografias de pessoas desaparecidas?!
Também pode ser uma consequência da austeridade... assim, daqui a dez anos, o retrato vai estar perfeito...

Super Mário?

Maman, regarde!

E com estes, Maman... Fico bonita?
Não sei se já vos referi que o sonho de consumo da minha Maman para 2013, era que eu comprasse uns óculos novos... e fez de tudo para o realizar! Lançou, inclusivamente, uma campanha absolutamente maquiavélica, denegrindo publicamente as minhas antigas lunettes sempre que tal se proporcionava (e até mesmo quando não se proporcionava)... e eu... eu sou fraca e capitulei...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Estou excitadíssima!

Eu sou mesmo boa nesta coisa de criar clubes de leitura! Já escolhi QUEM me vai acompanhar ao tão aguardado JANTAR LITERÁRIO. Vai ser muito agradável... vamos poder debater em russo, essa nossa segunda língua. Peço imensa desculpa às centenas de leitores (hã! Gostaram? Quão pedante é isto de vos tratar por leitores?!) que acorreram às livrarias para comprar o Анна Каренина (versão original, evidentemente) e que eu, agora, com a minha escolha totalmente arbitrária, resolvi excluir do meu jantar. Apesar de estar consciente que acalentavam a esperança de conviver comigo durante breves minutos, sei que, para vocês, o importante  era mesmo ler o livro. 
Para o eleito, comunico que já estou à porta do GRÉMIO... a ultimar todos os detalhes! Em breve, comunico a data... talvez seja no dia 10 de Junho (sim, dia de Camões!)


Filha, a produzir arte desde 2007

Filha

Miró

Irónico é...

Ter passado a vida a avisar as pessoas para recusarem, sempre, ser fiadoras de outrem, já que, em caso de incumprimento do principal devedor, é o fiador que, sem ter incorrido em qualquer dívida, tem a obrigação de a assegurar, e, agora, dar por mim (que nunca pedi dinheiro emprestado a ninguém e nunca assinei nenhum papel a garantir o pagamento de uma qualquer dívida) a ser fiadora do Estado Português...

Podia ter sido em 1950...

Mas foi agora mesmo...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Então, pessoas, onde andam?

Estão deprimidos com as novas tabelas do IRS, é? Estiveram a fazer as contas e ainda não conseguiram voltar a respirar? Sentem que levaram um murro no estômago? Um pontapé na nuca? Atiraram-se ao rio? Estão falecidos? Contem-me tudo!
Eu? Eu estou óptima, claro! Como, na minha nova condição de escrava, não passo de um objecto, não tenho sentimentos e, como tal, não estou minimamente preocupada. O meu dono, o Vítor Gaspar, há-de me assegurar o mínimo vital e, se não assegurar, também não virá grande mal ao mundo. Se sou um objecto, também não hei-de ter fome, não é verdade? Eu como escravo-objecto estou ao nível de um animal de estimação e, portanto, estimo o meu dono. Estimo o Vítor, estou capaz de lhe saltar às pernas, de lhe lamber as mãos, de bailar em duas patinhas, de me deitar no tapete ao lado da sua cama para lhe velar o sono. Sou capaz disso tudo e muito mais. O meu nome é Zico e sou um semovente…

Aflitivo é...

Estar a falar com uma pessoa que, furiosa, debita cobras e lagartos sobre outrem e, em vez de nos dizer:
- Quem é que ele julga que é... para me levantar a GARUPA desta forma?!
Dizer:
- Quem é que ele julga que é... para me levantar a GAROUPA desta forma?!

É que, mesmo que o momento seja por demais dramático, imaginar a mais infame das criaturas a ameaçá-la com um peixe ao alto... Ri-me tanto que houve um momento em que temi levar, eu própria, com uma garoupa nas ventas...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Para aqueles que me perguntam qual é o segredo para manter a pequena Cutxi quietinha para as fotografias...

Deixo-vos com as imagens do seu programa de televisão favorito...




Pessoas! Escusam de perder tempo a ensinar... basta ligar a televisão com o Encantador de Cães em repeat e eles aprendem tudo sozinhos...

A ideia era responder a um questionário que me enviaram da minha primeira escola...

Mas, depois, escrevi isto e, agora, estou com vergonha de enviar... mando? Não mando?

Foi nas Dxxxxx que percebi que o tempo existia. Que os anos se sucediam por ordem numérica e que, a seguir a 1978, aparecia, como que por artes mágicas, o ano de 1979. Até essa altura, não me tinha apercebido de tal fenómeno. Lembro-me de escrever (ou de alguém escrever por mim) a data no verso dos desenhos e do choque que me provocou a mudança do ano de 1978 para o ano de 1979. Lembro-me de mais coisas desses tempos. Lembro-me de ter aprendido a ler com a Mxxxxx. De termos lido, de uma ponta à outra, o livro "A Rita e o chapéu-de-chuva". Lembro-me de, no fim, ter antevisto a responsabilidade que ia ter daí para a frente e de ter pensado que era mais sensato refutar aquele conhecimento que, seguramente, me ia dar muito trabalho. No fim, e à cautela, avisei a Mxxxxx: "Mxxxxxx... olhe que eu li mas... eu não sei ler!" Lembro-me como se fosse hoje. Estávamos sentadas numa sala na parte de baixo da casa da Rua xxxxxxxx que era, na altura, a casa das Dxxxxxxx. Sentadas numa mesa de fórmica verde. Também me lembro de como a Mxxxxx era alta, enorme, gigante! E magra. A Mxxxxx era muito alta e muito magra. Usava calças de ganga à boca-de-sino. E, às vezes, era séria. Tínhamos um bocadinho de medo da Mxxxxx. Eu cá, pelo menos, tinha... Lembro-me de outros professores. Lembro-me da Margarida, que tinha um sinal na cara. Lembro-me da Fafá, mas não faço a menor ideia do que me ensinou. Também me lembro da Patrícia, da D. Andreia da secretaria, do Senhor Manuel da carrinha. Lembro-me do Ricardo e, claro, do João, que nos ensinava matemática como se a matemática fosse um Corneto de chocolate pronto a ser saboreado.  Lembro-me que tínhamos um plano de trabalho para a semana e que podíamos decidir como e quando fazíamos os trabalhos que nos tinham sido distribuídos. Lembro-me de chegar, muitas vezes (se calhar foram poucas, mas causaram impacto suficiente para me parecerem muitas), à Sexta-feira à tarde com tudo por fazer. Lembro-me de um dia em que, sentada no chão da sala onde aprendi a ler, me ter apercebido que não sabia fazer contas de dividir. E de aí ter passado o que para mim foram horas, com aquelas peças de Lego da base 10 a tentar desvendar o enigma da divisão e de, já tarde (sei que era tarde porque estava escuro), a Mxxxxx ter entrado e de eu ter chorado. Chorei porque não sabia fazer contas de dividir e, pela primeira vez na vida, tive consciência da aflição que é não saber alguma coisa. Lembro-me da Mxxxx se ter sentado no chão e de mas ter ensinado. E de eu ter respirado de alívio porque, afinal, não era assim tão difícil. E, nesse dia, aprendi duas coisas, aprendi a fazer contas de dividir e aprendi a pedir ajuda. Lembro-me dos pneus do recreio, de ter as mãos cheias de digitinta para fazer pinturas, da consistência dessa tinta, dos vestidos lindos com golas de renda da Mariana, de, já mais crescida, jogar ao bate-pé nuns bancos de pedra à frente da janela da sala de professores (pelo que, presumo, não fosse uma coisa muito hard-core). Das idas ao Pinhal. De subirmos aquele monte em frente à escola a gritar como índios, do cheiro a verde, das pinhas, das corridas, do cansaço. De entrarmos, depois, pelo ginásio. Do cheiro do ginásio. Dos cabides com etiquetas com o nosso nome. Do tipo de letra com que os nossos nomes estavam escritos nessas etiquetas. De dar um beijinho na boca ao Gxxxxxxx ao pé do tanque da lavandaria. De ficar ofendida com o Jxxxxxxx por me pedir para lhe coser um botão da camisa quando ele, tal como eu, tinha aprendido a fazê-lo nas aulas de trabalhos manuais. Dos ovos mexidos com salsichas. De irmos buscar o almoço à cozinha e de trazermos as travessas e as terrinas por aquelas escadas estreitinhas. Do cheiro dos copos de plástico ao lanche, do pão com manteiga. Do dia em que à tardinha, quase noite, eu fui a Julieta. Eu... a personagem principal. E como estava contente... Lembro-me que no fim a minha mãe, na assistência, largou o cão que tínhamos na altura e que ele, com as unhas, me rasgou o vestido de papel azul-escuro com mangas cor-de-laranja. E esse terrível facto abre portas às coisas más que também me lembro. Lembro-me do dia em que eu fiz um desenho lindo. Mas era mesmo lindo. A folha estava toda pintada a caneta de feltro e eu estava orgulhosa. Era uma montanha verde, com casas e um bocadinho de céu azul. De o ter mostrado à Fafá (?) e de ela me ter dito que não se pintava "assim"... que tinha de ser com a caneta sempre na mesma direcção. Lembro-me de como fiquei desapontada. Como era possível não gostarem daquele desenho que estava tão bom. Lembro-me de ter feito uma redacção tão longa que demorou dias e dias a escrever e de, no fim, a lerem alto. Lembro-me que, nesse dia, percebi que devemos sempre reler aquilo que escrevemos porque, às vezes, não fica bem à primeira. Lembro-me de, naquela época do "povo unido jamais será vencido", organizar uma manifestação contra a redução do tempo de férias do Verão. Fiz um cartaz com uma cartolina e dois varões de cortinados. Mas, a minha manifestação não foi bem recebida na escola... houve uma reunião com os meninos e professores numa marquise, lá em baixo, junto ao recreio. Chorei. Nunca percebi porque se zangaram tanto. Afinal, era só mais uma manifestação. Também não gostava do pão com marmelada, de feijão-frade ao almoço,  de fazer o pino ou a roda, nem da tabuada, que estou a aprender agora com os meus filhos. 
E foi isto que aprendi nas Dxxxxxx e que me acompanhou no liceu, na faculdade e, agora, no trabalho e que quero muito que os meus filhos aprendam. Aprendi que, quando não sabemos fazer uma qualquer coisa (como, por exemplo, seleccionar alguns aspectos positivos ou negativos num questionário sobre a nossa passagem pelas Dxxxxxx), podemos fazê-lo de outra maneira... desde que o resultado seja o mesmo... 




Havia o Lobster Telephone by Salvador Dali...

E, agora, há o Crab Dog by Palmier Encoberto...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Transformei-me no tio Jayme...

O tio Jayme era um personagem que se levava muito a sério. Certamente porque o seu nome tinha um "Y", sentia-se superior, uma pessoa diferente, sentia em si um toque de distinção e, como tal, era dotado de uma visível soberba. Acontece que um dia, o tio Jayme foi assistir a um dos meus saraus de patinagem artística e... pessoas, pessoas... o tio Jayme foi sub-repticiamente possuído pelo Demo, ali mesmo, no pavilhão dos desportos. A patinagem do Benfica ganhou... só que... eu era da patinagem do Belenenses. E, quando isso aconteceu, quando se confirmou a vitória da patinagem do Benfica, o tio Jayme entrou em convulsões. O tio Jayme gritou, O tio Jayme uivou, o tio Jayme ululou, o tio Jayme recusou-se a aceitar aquela derrota da sua querida sobrinha. O tio Jayme levantou-se da bancada e insultou os jurados, o tio Jayme insultou a assistência, o tio Jayme insultou as mães dos meus amigos, as mães das patinadoras do Benfica. O tio Jayme escarlate e rubicundo, praticamente a implodir, insultou todas as mães em geral... e em particular. O tio Jayme levitou sobre as bancadas. O tio Jayme correu para a frente e para trás. Que era impossível! Que as patinadoras do Belenenses tinham sido muito mais artísticas que as do Benfica. Que o juri estava comprado! Que era inadmissível!
Pessoas... eu tinha para aí seis anos e lembro-me disto como se fosse hoje. O meu sarau da patinagem ficou manchado para a eternidade. Nunca mais me recompus desta humilhação. Nunca mais consegui fazer um salto de valsa, um flip, um peão ou um axel com a mesma convicção... A sombra do tio Jayme pairava sobre os meus patins...
Isto tudo para vos dizer que, desde essa data, nunca mais concorri a nada, sempre com receio de, perante a derrota, me transformar no tio Jayme. E mantive esta resolução até há poucos dias atrás. Até ao dia em que fui inscrita naquilo do Humor e Sátira... e aí... oh meu blogo-Deus... sinto a alma do tio Jayme a apoderar-se do meu corpo... ele está aqui sentado no meu ombro a sussurrar "tens de ganhar! Tens de ganhar"... e eu... eu quero ganhar! Ganhar por ganhar, apenas e só. Pessoas... não sei porquê, não consigo compreender. Mas é mais forte que eu! É genético. Está nos meus genes! Tenho genes vitoriosos, o que hei-de fazer!? Mais que uma mala Chanel preta daquelas que vão bem com tudo, o meu desejo para 2013 é ganhar! De repente, parece-me muito importante ser o arlequim da blogosfera. Quero ser o Fiodor Pavlovich (também é de um romance russo e, como tal, deve dar votos) sem a parte da sensualidade (que eu sou muito púdica) e só com a parte da tolice. Quero ser o  bobo! O bobooooooooooooo! Pessoas... quero ser o B-O-B-O que se presta às situações mais ridículas que imaginar se pode para, assim, provocar o riso. 
E pronto, pessoas, era isto... queria apenas mantê-los actualizados das estranhas coisas que se passam na minha cabeça......

Eu cá, para dois mil e treze, gostava de ter uma Pepa dentro da mala!

Imaginem só... o divertido que não ia ser! Sempre que precisasse de alguma coisa, abria a mala (que até podia ser Louis Vuitton, que eu já estou por tudo!) e tinha, lá dentro, a minha própria Pepa! E, a minha própria Pepa, tinha sempre coisas para me dizer. Era uma Pepa feita à minha medida. Uma Pepa que me fizesse rir diariamente, aquilo que eu me ri hoje. Uma Pepa pequenina, uma miniatura, sempre a precisar de um novo acessório de moda e de terapia da fala. Nuns dias, havia de a tirar cá para fora, para a mostrar às pessoas. Noutros, batia-lhe um bocadinho, só porque sim. Ás vezes, também a podia levar no bolso. E, nesses dias especiais, deixava a minha pequena Pepa espreitar o mundo que ela nunca viu. Em verdade vos digo, julgo que a vida da pequena Pepa no interior da minha mala, não seria muito diferente da vida da grande Pepa fora dela...

Terei sido "apanhada" pela depressão?

É que o FB está tão preocupado comigo que, agora, até fiquei na dúvida…

Querido, sinalizei a família!