quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Raios! Estou atrasadíssima!

Já está toda a gente de volta a examinar as novas tendências e eu ainda aqui, a arrumar o Algarve, a empilhar as cadeiras, a aspirar, a cobrir a areia com lençóis brancos, para não se encher de pó durante o Inverno, a fechar a praia à chave e a ligar o alarme. 

Com isto tudo acho que já não vou a tempo. Estou condenada a passar a nova estação completamente fora de moda.



sábado, 27 de agosto de 2016

Palmier revela as tendências. Porque é importante estarmos sempre no nosso melhor


Há cinco dias que o vento sopra de sueste

E ao quinto dia de sueste - sinto-o agora mesmo a passar-me pela cara, virada que estou, como um barco, com a proa ao vento, o mar cansou-se da agitação dos últimos dias, das ondas grandes e desordenadas, da rebentação cheia de areia, de nos dar chicotadas nas pernas quando aproveitamos o intervalo entre duas ondas para corrermos sobre as conchas partidas que nos magoam os pés, até ao mergulho in extremis - mas dizia eu que ao quinto dia de sueste, o vento que dura três dias mas que desta vez veio para ficar, o que nos entra pelas casas protegidas a Norte, traiçoeiro, trazendo consigo o barulho da rebentação e depositando-o na nossa almofada que toda a noite ruge como um búzio, ao quinto dia de sueste o mar, exausto e indiferente às leis dos ventos e das marés, descansou.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

E depois de mais um cansativo dia de trabalho, Canis, esgotado e já sem forças, tem de ser transportado até à porta de casa


A minha Maman hoje tirou a manhã para ir ao cabeleireiro

Acontece que adormeceu profundamente no processo e quando acordou verificou com espanto que as meninas ainda não lhe tinham pintado as unhas. Questionadas sobre aquele atraso, as meninas explicaram que tinham tentado, mas que cada vez que lhe tocavam nas mãos, a minha Maman enxotava-as veementemente com um "está quieto, Canis!".

E então, Palmier, não blogas?

Não tenho tempo, passo o dia inteiro a tentar passar a rebentação.



sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Falam, falam, falam mas não as vejo a fazer nada

Ao contrário de algumas, que se limitam a perguntar pelo paradeiro de Cuca, a Pirata, directamente do conforto dos seus sofás de brocados e cetim, nós, velhos golfinhos do mar, deitamos as barbatanas à obra e vamos até à linha do horizonte, perscrutando todos os centímetros quadrados deste mar revolto, em busca da nossa capitã!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Sobrevivemos. Aqui somos nós a chegar ao hotel com efeitos especiais em forma de cisne


Aqui somos nós num bosque sombrio e assustador


Este local também é bastante belo


Agora as vistas, mas com efeitos especiais


Pensei que podiam gostar de ver as vistas


Escrever posts? Como assim?


(se calhar não devíamos escrever posts quando bebemos gin tónicos...)

Era um gin. Agora já não é.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Nunca mais

Então eu passo o vexame de, perante um público imenso de pessoas estiradas em suas cadeiras a apanhar o bom sol da manhã, obrigar os meus pobres filhos, acompanhados de mim própria, a envergar as máscaras de burro e assim entrarmos na piscina, provocando tumultos em redor da área em que nos encontrávamos, levando a que algumas pessoas debandassem por temor a actos terroristas equinos, e fazendo com que outras nadassem pela primeira vez, como se  nada fosse, acompanhadas por três jumentos, arruinando desta forma toda a credibilidade que os portugueses, com o seu esforço, alcançaram nos mercados externos, e vocês  nada?! Pois muito bem, não contem mais comigo para cenas destas!

Nada como um pouco de natação para refrescar deste calor


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Uma pessoa tem de vir para um hotel para poder dar dicas daquelas que só as mães, mulheres e donas de casa sabem dar

Esqueçam o Softlan, o Skip e o Blanka oxi-action. Se quiserem tirar nódoas daquelas mesmo difíceis, como as de chocolate,  nada melhor que o sabonete Acqua di Parma. Juro que nunca vi tal coisa! É absolutamente mágico, tão mágico que até tenho receio de me ensaboar a mim própria, temo desaparecer do duche para todo o sempre e deixar a minha família em cuidados.
Com sabonete Acqua di Parma a sua roupa ficará sempre branca e com aquele cheirinho a lavado que todas nós adoramos!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Chegámos à nossa semana de férias das férias

O meu filho, em pânico,  à chegada ao quarto: schhhhhhh! Não digam ao pai que temos aqui aparelhagem, se não estamos feitos com o Wagner!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Tudo começou por volta da uma da manhã

Pelo barulho ensurdecedor ainda pensei que fosse um dinossauro saído directamente do jurássico para o corredor junto aos nossos quartos. Corajosa como sou, levantei-me num salto para me deparar com este cenário aterrador:


Depois fui buscar o equipamento para apanhar o animal, acontece que, quando regressei, ele tinha-se evaporado. Mais tarde, já a caminho das três da manhã, voltou o concerto. Procurámos tudo, mas para além do som digno de um meo sudoeste qualquer, nada de bicheza. Lembrei-me então que estes temíveis animais gostam de alface, pelo que optei por alfacizar todo o chão do corredor, crente que o faria sair da sua toca para atacar aquele incrível repasto. Ele esfregou as patas de contente, criando um novo cover do seu CRIIIIIIIII, CRIIIIIIII, CRIIIIIIIIII favorito que ecoava pelo corredor directamente até às nossas almofadas e daí subindo para os nossos tímpanos, furando-os delicadamente, como se de uma agulha se tratasse. Mas, claro, nada de sair do seu esconderijo. Por volta das quatro o meu filho deu o alerta. ELE ESTÁ AQUI!!!! ESTOU A OUVIR AQUELE ESTALIDO, crac, crac, crac, QUE PARECE DAS HAVAIANAS!!! TENHO A CERTEZA QUE É ELE!!!  foi só depois de uma intensa caçada silenciosa e furtiva que, pelas cinco da manhã, armada de um copo e um cartão,  consegui juntar mais este perigoso animal selvagem ao nosso palmarés! Ei-lo:

sábado, 6 de agosto de 2016

Fomos felizes hoje e eu sei

Nadar até ao banco de areia com os meus filhos e a bóia cor-de-laranja que comprámos no parque de estacionamento, voltarmos só quando já estamos enregelados, ela em cima da bóia e nós os dois, pendurados um de cada lado, a nadar cada um para seu lado, a andarmos à roda sem saírmos do mesmo sítio, a rir às gargalhadas da nossa falta de jeito e a beber pirolitos. Foi uma manhã de praia perfeita.

Éramos felizes e não sabíamos

Andar de bicicleta com as meninas do lado, mesmo quando a minha bicicleta encarnada ficou pequena e eu ia a correr atrás delas, a fazer de cão dos Cinco, a minha cadela Doberman chamada Fofa com as unhas pintadas de cor-de-rosa, as calças de ganga que cortámos com uma tesoura e andámos a raspar nas árvores para ficarem desfiadas, a ver se pareciam mesmo velhas e modernas, as mesmas que levávamos num saco quando íamos jantar a casa da minha avó e que só vestíamos à saída, escondidos lá em baixo, no vão das escadas, os dias de sueste, os únicos em que acordávamos cedo e íamos por ali abaixo, para a praia, armados com os colchões insufláveis, com um calor de morte as cigarras a cantar, o dia inteiro a galgar as ondas e a sermos puxados para a direita, o dia inteiro a caminhar para a esquerda, eles a esforçarem-se imenso contra a corrente e eu no fim da fila, de mão dada, a deixar-me ir a reboque, sair de barco e ficar embuxada de comer pão seco acompanhado de ovos cozidos, tal era a fome ao fim da tarde, depois do último banho na Ria de Alvor, o cheiro daquela primeira água da mangueira, a que ficava quente com o sol, quando tomávamos banho no quintal, deitar-me na cama à noite com a sensação que ainda estava a flutuar no mar. 


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Porque as férias também são o tempo de rever a família



(e os carros que passavam ali mesmo ao lado, na 125, enquanto tirávamos estas fotografias? ahahahhahahhahahahahhahahahahhahahahhahahahahhahahahhahahhahahahahahhahaha)


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Ah, o Algarve em Agosto, tão calmo e relaxante

O supermercado estava cheio, os corredores apinhados, as prateleiras todas desarrumadas, tudo a apanhar as últimas minis e a lutar pelos últimos peixes enterrados no gelo, com os olhos baços e gelatinosos. Uma espécie de armageddon alimentar ali entre as latas de atum e as de salsichas, mas mesmo assim persistimos, eu e a minha filha, em contra-corrente por ali fora, a evitar um carrinho veloz, a saltar por cima de um cesto a transbordar, agarrando as nossas coisas contra o peito, não fosse alguém surripiá-las à má fila. E depois, bem, depois chegámos às caixas para pagar, só havia umas quatro ou cinco abertas, as filas gigantes arrastavam-se até ao infinito, os carros a deitar por fora, os corredores em redor todos entupidos, e nesse momento eu lembrei-me que queria um melão. Tinha de ter um melão. Era imprescindível comprar um melão. Assim, enquanto a minha filha ficou na fila eu atravessei o supermercado de uma ponta à outra, por entre carros despistados, filas desordenadas, pessoas sentadas no chão, pedindo licença a toda a gente, dá-me licença, dá-me licença, até que peguei no meu melão e iniciei o percurso inverso. O pior foi quando cheguei ali junto da caixa seis, eu com o meu melão no regaço, pedi licença a um senhor e ele nada. Não se afastava nem reagia. E eu voltei a pedir licença porque era impossível passar de outra forma, que os carros estavam todos juntos uns aos outros, não fosse alguém intrometer-se na fila e ficar-lhes com o lugar, as pessoas com cara de facínoras, prontas a atacar um qualquer fura-filas imaginário, e o senhor nada. E eu voltei a insistir, dá-me licença?, e ele então gritou-me, mas gritou-me mesmo muito alto: não vê que o corredor é ali?! Ali? Disse eu assustada, ali onde? Ali, dizia ele, enquanto apontava para o sítio onde os carrinhos se colavam uns aos outros impossibilitando a passagem da formiga mais afoita. Foi então que eu e o meu melão ficámos ali, encurralados, os dois a tremer de medo, nem para a frente nem para trás, e teve de se iniciar uma gigantesca manobra de marcha a trás de todos os carrinhos daquela fila, porque aparentemente naquele sítio em que o senhor se encontrava não era corredor.


E então, Palmier, esse outfit de Verão 2016?

Ei-lo! Perfeito para todas as ocasiões!



terça-feira, 2 de agosto de 2016

Nem sei por que razão o PSD quer levar aquela história do IMI ao parlamento

Pois que é evidente que nem o Bloco nem o PCP estarão grandemente preocupados com o aumento do IMI por mor da exposição solar e das vistas. Em primeiro lugar porque quem paga IMI são os proprietários que, tal como o nome indica, são capitalistas - são aliás sinónimos. Em segundo porque toda a gente sabe que só os ricos é que têm casas viradas a sul e com vistas de cortar a respiração, com enormes varandas onde, no Verão, bebem os seus gin tónicos ao fim da tarde, rindo-se do proletariado que passa lá em baixo, ajoujado sob o peso dos sacos do mini-preço, a caminho das suas caves arrendadas, viradas a Norte, cheias de bolor, onde nascem cogumelos nas paredes rachadas durante o ano inteiro. 

- Oh Pureza, passe-me aí os óculos Cartier, os de ver ao longe, que me parece que vem ali um proletário.
- Ai credo, Salvador, já estou estafada de tanta risota, venha para dentro e feche a janela que já cheira imeeeenso a bafio!