domingo, 9 de setembro de 2012

Anda uma pessoa a criar uns pais com amor e carinho e, depois, é isto...

Ora então a coisa passou-se assim:
Maman, pessoa totalmente inconsciente, transmitiu informação perigosa e confidencial a papai. Maman disse-lhe que havia à venda, num centro comercial próximo de sua casa, hamsters de qualidades várias. Papai, que já há uns tempos andava a ameaçar dedicar-se à raticultura (actividade que acabei de inventar mas que é, seguramente, taxada em sede de IRS), pegou, de imediato, em Maman e aceleraram em direcção a esse centro comercial, não fosse dar-se o caso de outro aficcionado da rataria lhe levar os hamsters no entretanto. Uma vez lá chegados, movimentaram-se em passo de corrida, numa espécie de galope veloz, até atingirem a loja dos roedores. Nessa loja, papai, maravilhado pela imensa quantidade de equipamentos próprios para a vida do dia-a-dia dos lindos ratos brancos, deixou-se levar pelo consumismo exacerbado e adquiriu nada mais, nada menos, que três casais de ratazanas nojentas e as respectivas três gaiolas (os casais necessitam de privacidade). Não julguem vocês que se tratam de singelas gaiolas. Não! São apartamentos de luxo, com relva, rodas, luzes, brilhos e cor. Tudo coisas muito boas e que os hamsters apreciam. Efectuada a transacção e tendo em conta o volume dos artefactos, Maman foi buscar um carrinho do supermercado onde acondicionaram, não só as gaiolas, como as próprias ratazanas que a senhora da loja introduziu, de forma eficiente, em pequenas caixas de cartão. Ao dirigirem-se ao elevador, Maman descortinou numa montra uma interessante almofada massajadora que, soube de imediato, tinha de ser sua. Assim sendo, mandou papai avançar para a garagem enquanto, ela própria, adquiria a ambicionada almofada. Maman foi rápida a adquirir aquele objecto imprescindível para a sua qualidade de vida e rumou, logo em seguida, para o piso -2, para alcançar papai e os seus ratos. Acontece que, aí chegada, Maman não encontrou papai em local algum. Maman andou para cima e para baixo, foi ao carro e voltou do carro, telefonou e voltou a telefonar e de papai, nem sinal. Papai tinha-se esfumado em pleno parque de estacionamento subterrâneo. Passado uma hora (UMA HORA) Maman recebe um telefonema de papai a comunicar que andava perdido na garagem, com o seu carrinho de supermercado cheio de gaiolas e ratazanas, por entre as nuvens de dióxido de carbono dos tubos de escape. Depois de uma hora de angustia, Maman conseguiu, finalmente, resgatar papai e os seus novos amigos das catacumbas do centro comercial e puseram-se, finalmente, a caminho de casa.  Mas... mas... mas... Maman ouvia barulhos no banco de trás. Sim... os ratos, fazendo jus à sua categoria de roedores, durante o período de sumiço de papai, tinham, lá está, roído as caixinhas de cartão onde se encontravam tão bem guardados. Temos portanto um cenário em que um casal de pais se encontra a circular em plena estrada nacional, com três casais de roedores à solta. Ainda assim e porque se encontrava com fome, Maman não parou. Maman continuou sempre em frente, com fito na sua própria alimentação. Papai ia tão enervado com a fuga da sua rataria que, assim que chegaram, saiu do carro com o mesmo ainda em andamento, daí tirando toda a traquitana que havia adquirido para as suas ratazanas, refugiando-se rapidamente em casa. Maman foi estacionar o carro e, quando entrou na habitação deu com um papai triste e choroso já que, a circular pelos sacos, se encontravam, apenas, dois ratos. Papai disse com comoção na voz:
- Só nos sobraram dois...
Maman, que só queria o seu repasto, disse-lhe que, depois do jantar, iriam para dentro do carro procurar os restantes exemplares. Papai preocupou-se com o carro, está claro, e, então, disse:
- E se me roem o carro todo?
Maman não cedeu e foi deglutir o seu jantar. Claro que, enquanto se encontrava à mesa, um terceiro roedor (que, ao contrário do que julgavam, não estava no carro mas sim em casa) resolveu fazer um raid pela sala, sendo perseguido por Cánis que, por esta altura dos acontecimentos, se apresentava de tal forma excitado, que raiava a loucura.
Terminado o jantar, Maman foi perscrutar os sacos e as caixinhas de cartão da loja de animais e encontrou o quarto elemento. Papai já se mostrava mais satisfeito e retirou-se para os seus aposentos para descansar de tão agitado dia. Maman foi para dentro do carro, daí saindo desgrenhada mas vitoriosa, com o quinto fugitivo. Farta  de tamanhas aventuras e ignorando o perigo de roedura que a viatura de papai corria, regressou a casa. Logo de seguida, foi visitada por uma amiga e eis senão quando, a dita amiga vai à cozinha e o sexto e último elemento em fuga, resolve fazer a sua aparição. A amiga anunciou, horrorizada, a presença da ratazana, ao que Maman, respondeu com naturalidade e como se fosse a coisa mais comum deste mundo, que era o hamster de Papai, que ali andava...
Parece que os hamsters se reproduzem de 21 em 21 dias e têm uma média de 8 pequenos ratitos de cada vez. Assim sendo, lá pelo Natal, quando voltar a casa de papai, poderei apreciar uma comunidade alargada de cerca de 108 exemplares. Querem vir comigo?

12 comentários:

  1. he he he. O que eu me ri com esta história. Mamãe e Papai são um "Must".
    Mas cuidado! Com a fuga da rataria, não misturem ratas com ratas e ratos com ratos, Vão ter dificuldades na adopção.
    Gosto de te ler, fazes-me rir. :D:D

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    1. Obrigada :D
      Eu até tenho medo de lá ir... ainda me aparece um na cama... :DDD

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  2. Ahahahahahahahahahahah
    Nem por encomenda te poderiam sair melhores progenitores (sinto-me tão orgulhosa por Maman me ter gentilmente adoptado)!
    Ir contigo não sei que a mim a rataria faz-me um bocadinho de impressão, mas posso com todo o gosto emprestar-te os gatos...

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    1. Isso! Isso! Preciso desesperadamente dos teus gatos! Até tenho medo de me deparar com a criação :DDD

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    2. Não sei como na altura em que comentei este teu post não me lembrei da situação por que passei uma vez à conta do meu querido filho; grilos, a riqueza da minha criança arranjou na escola um amigo que lhe deu uma caixa de grilos (uns 15 ou lá o que era). Como o raça do miúdo no caminho para casa resolveu, sem que eu pudesse impedi-lo (ele ia no banco de trás e eu a conduzir), abrir a caixa e jeitoso como era virou a caixa ao contrário; de repente eu fiquei com 15 grilos aos saltos e a esconderem-se por todo o lado no carro. Nunca cheguei a conseguir apanhá-los todos...

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    3. Olha... ao menos tinhas música! :DDDDDDDDD

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  3. Ahahahah ainda estou com o jet lag das férias que me impede de apreciar o resto das mesmas com manhãs de sono solto, mas gargalhada ao despertar é do melhor. O marido é que diz "jáá ? Hoje começas cedo..." ahahahah

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  4. Olá encontrei o seu Blog por acaso e desde então tenho seguido e agradeço-lhe as gargalhadas que tenho soltado à sua custa! Não que a menina seja uma palhaça,mas realmente acontece-lhe cada uma!!!! E estes pais são extraordinários!
    Aviso de quem já teve estes bichinhos; eles vivem pouquissimo tempo em média entre 1 a 2 anos, o que é uma pena porque até lhes acho alguma graça!
    Como se reproduzem à velocidade com que o "pequeno Pedro" inventa novas medidas pra nos lixar a vida, já sabe que no Natal vai ter uma economia nas prendas uma vez que os bichinhos vão fazer as delicias de muitos. Quem sabe até dos seus filhotes.
    Bjos (acho que este blog dava um livro fantástico)

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    1. Obrigada Cristina! Ainda bem que me deu essa ideia :D Se quiser uns, lá para o Natal já devo ter uma família completa para oferecer... :DDD

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  5. Fabuloso!!! Posso levar os meus filhos a casa de Maman e Papai de Palmier?? É que esse tipo de bicharada está interdita na minha casa, mas eles gostam... E assim com aposentos de rei eles iam adorar... organizar visitas pagas era uma boa, a miudagem iria aderir em massa!!!

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  6. Pelo Natal, e para o Natal, face ao excedente de produção da rataria, deixo aqui mais uma ideia para escoar o material (aproveitar até ao final do ano antes que o poder de compra baixe ainda mais com as novas medidas...)

    http://www.petiscos.com/fotos_utilizadores/34578d6d1bd706a6a17e85edfb57df30941f9_56_halloween_maeusekuchen_gro.jpg

    Nota: Substituir os a fingir pelos a sério, claro.

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