quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Havia de ter sido dondoca que isto de trabalhar é um bocado cansativo

A minha almofada não anda boa, é daquelas de bolinhas e não sei o que se passa com ela, dou-lhe voltas e mais voltas, faço-lhe os montinhos do costume, tiro-lhe a fronha, falo com ela e nada, a almofada não está boa. E já que estou a falar de almofadas, posso dizer que, aqui há tempos, comprei um tapete de rato com uma almofadinha para o pulso e agora que tenho o pulso descansado tive de comprar uma almofadinha para o cotovelo do braço que mexe o rato, que o ossinho do cotovelo estava queixoso, hoje dói-me o indicador do clic, clic, mas ainda não percebi se me dói o indicador ou se fui picada por um bicho, o que sei é que o dedo está a latejar e tenho comichão, mas é uma comichão que não consigo localizar, está lá no dedo mas não sei bem onde. É a chamada walking pain. Um destes dias, enquanto tomava um café, encontrei uma pessoa conhecida que me disse alto e bom som, com algum orgulho até, que tinha escolhido uma escola para o filho daquelas que não manda trabalhos de casa e não está cá com exigências, que ela não está para passar os fins-de-semana em casa para ele estudar, não achas? perguntou-me, e eu não achei, eu achei que quero ter a certeza que que os meus filhos estão o mais bem preparados dentro daquilo que lhes é possível, mesmo que isso exija o sacrifício de alguns fins-de-semana. Depois reparei que as pessoas à nossa volta nos deitavam olhares estranhos. Só não percebi se era para mim se para ela. Ontem vi a Maria Luís Albuquerque no Negócios da Semana e voltei a achar que ela era muito boa, que não tem aquele ar crispado do Passos Coelho nem a bazófia fanfarroneira do António Costa, com aqueles conselhos trocistas sobre a caça aos Pokemons que me deixam encolhida com vergonha alheia. Pena aquela questão da Arrow.


38 comentários:

  1. Pipocante Irrelevante Delirante15 de setembro de 2016 às 11:48

    Há pessoas que personificam a teoria de que a única coisa positiva nos filhos é mesmo o acto de os fazer.

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    1. Se calhar não estamos a ver bem a coisa.

      (talvez seja aquela teoria dos médicos risonhos...?)

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  2. Não há absolutamente nenhuma relação entre a quantidade monstruosa de carga horária e trabalhos de casa e sucesso escolar a longo prazo, como é demonstrado nos países nórdicos (por exemplo finlândia), onde nem sequer há exames até ao final do secundário e no entanto têm um nível de desenvolvimento tecnológico a anos luz do nosso. E sim, é razão para ter orgulho em encontrar uma escola menos preocupada com rankings e com a pressão que põe em cima de miúdos que depois de levar com 8 horas de aulas ainda têm de ir trabalhar para casa em vez de fazer o que deviam fazer: brincar e estimular a imaginação e criatividade. E não, aprender não devia ser o sacrifício que se tornou em portugal com programas absurdos e exigências que não se traduzem em excelência mas em frustração e desigualdade no sucesso escolar.

    http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-06-28-O-bom-aluno

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    1. Confirma-se. Provavelmente os tais olhares estranhos eram para mim...

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    2. Depende do modelo pedagógico seguido. A Nova Escola defende que as competências podem ser treinadas na escola, sem necessidade de trabalhos de casa, mas, lá está, o método de ensino é diferente.

      Que no método tradicional defendam a não existência de trabalhos de casa é que já é discutível.

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    3. O sistema finlândes para além de ser gratuito é bastante descontraído. E colhem-se bons frutos.

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    4. (Julgo que quando se fala em tpc, as pessoas tendem -não sei porquê- a imaginar uma quantidade completamente louca de trabalhos, as crianças com cinco anos a fazer directas, a tomar café, red bull e a fumar cigarros, desesperadas para cumprir os prazos... nem oito, nem oitenta...

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  3. Não vou comentar a questão dos TPC, pois penso que já o fiz algures por aqui.
    A Maria Luís? Uma grande sonsa e egocêntrica. Prefiro o imbecil do Passos e do Costa. Ao menos, de certa forma sabemos ao que vamos.
    Falar bem dessa senhora, depois de tudo o que se passou...

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    1. Sempre que a vejo a ser entrevistada fico com melhor impressão dela... É segura e tranquila, não está ressentida (ou pelo menos não parece) e explica muitíssimo bem os pontos de vista que tem e que, naturalmente, são contrários ao deste Governo. Viste a entrevista?

      (relativamente ao que fez, não me parece que na altura tivesse grandes alternativas)

      (mas há-de ter sempre o fantasma da Arrow a pairar em volta dela...)

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  4. Não vi, não.
    Acho que só me consigo sentar no sofá ou no chão lá para as 23 horas. Até lá é em roda viva com as crias. :-)
    É pá, não gosto e não consigo mesmo ter simpatia.
    Ela com a Arrow e o outro com a GSI...

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    1. Lá está, eu também não tinha grande simpatia por ela, mas sempre que a vejo nas entrevistas acho que ela é muito boa. Política e tecnicamente.

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  5. O prof de português do meu filho de 9 anos (2 ano que anda em português e só teve uma aula com este prof), disse que o meu filho estava muito à vontade com o português, falava muito bem, lia e que já escrevia bem, se eu não queria que le fosse fazer já este ano o exame do A1.
    Claro que sim, só não lhe diga que é um exame e que é importante, que eu faço como na restante escola, ter a certeza que ele toma atenção nas aulas, fazer os trabalhos de casa sozinho 15/20 e sempre boas notas, nada se stress's nem de estudos malucos.

    Agora quase todos os descontos as lhe digo:
    Preta muita atenção na aula para logo dizeres à mãe o que não percebeste e a mãe explica (explica nada, aquela merda é francês e a gramática mudou mais do que em português). E diverte-te muito.

    **
    Então, alguma coisa que não percebeste?

    Ah... não. Quer dizer, eu estava atento e havia duas ou três coisas que não percebi, por isso perguntei logo à professora e agora já sei.


    Mãe dando pulinhos de contente

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    1. *15/20 minutos
      **quase todos os dias lhe digo

      Passando aqui o papel de mãe vaidosa e orgulhosa no seu rebento, deixa ver se consigo me explicar melhor, sem me perder muito.

      O meu filho é inteligente e aprende com facilidade (talvez falar duas línguas em simultâneo desde os 4,5 anos ajude), eu tenho a noção que com um pouco mais de estudo e esforço de parte a parte conseguia que estivesse entre os 3 primeiros, assim está só no grupo dos que não têm dificuldades.

      Estive os dois primeiros anos de escola a ensinar-lhe a fazer os deveres (que são poucos) de modo a ele saber organizar-se sozinho e saber estudar/perguntar quando não sabe.
      Esforço me todos os dias para que ele tenha atenção às aulas e se divirta o mais possível (eu odiei a escola de morte e fui sempre óptima aluna).
      Não estou procurada com "boas notas" até ele precisar delas para a média, que de certeza nessa altura já terá outra maturidade para saber que tem que se esforçar mais. Neste momento não falo em "estudos" mas em "perceber o que a prof ensina e como funcionam as coisas".

      Que posso estar errada? Posso. Mas até este momento estar a dar resultado, mesmo que o nome dele não venha no quadro de honra

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    2. R, não sou a favor de horas e horas de trabalhos de casa nem de exigências estapafúrdias, sou apenas contra as escolas que não incutem nas crianças a noção de responsabilidade e exigência consigo próprios. Ser o melhor que conseguirem não é serem o melhor de todos. se está a resultar, óptimo. É o que é preciso! :)

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  6. Para mim terminaram os TPC, os fins de semana perdidos, as noites a estudar a matéria do programa. Terminou!. Finito! Aleluia! Aleluia! Já não assim tão mini lulu é oficialmente aluna universitária e escolheu uma Licenciatura da qual eu nem consigo pronunciar o nome das disciplinas. YES!!!
    :D

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    1. Ahahahahhahahhahahhahahahhahahahhahahhaha
      Três vivas aos fins-de-semana livres! :DDDDDDDDDD

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  7. Sra. D. Palmier!

    Antes de mais e desde logo peço desculpa pelo comentário off the topic. Hesitei bastante porque deve ter imensas solicitações neste sentido e também entendo que não pode acorrer a toda a gente. Por outro lado, como a sei expert no assunto não resisti. Passo a expor a situação. Brevemente serei madrinha de uma criança, que tem tanto de bela quanto de inteligente, e gostaria da sua opinião sobre um vestido em bom para usar na cerimónia de baptismo do pequeno.

    Ser-lhe-ia possível ajudar?

    Desde já grata, Nê.

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    1. Finalmente a minha blogo-consagração! Posso fazer um post a dizer que me pediram conselhos!

      (Queres que te empreste "O" vestido?)

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    2. Olha... De repente comecei a sentir um certo carinho pel'O vestido... É que afinal de contas deve ser o único vestido do Mundo em que ambas as duas cabemos... Quiçá em simultâneo. :DD

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    3. Aahahhahhahahhahahhahahhahahhahhahahhahhahahahahhaha
      Olha, vamos as duas ao baptizado! :DDDDDDDDDDDDDDDDD

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  8. Sou contra os TPCs. Sou contra o trabalho excessivo, contra crianças sem tempo para brincar e sem tempo para serem crianças.
    Mas o meu filho tem uma excelente professora, excelente professora que nos explicou o motivo para mandar TPCs aos miúdos e o faz com cabeça, dia-sim-dia-não, que não manda coisas que nunca viram na vida para fazerem em casa e que sabe o que faz; que pega nos TPCs para os corrigir e que tira dúvidas em em vez de promover os castigos para quem não faz ou quem não sabe.

    Portanto passei a ser não-tão-contra. Mas sou totalmente a carga que vejo muitas crianças terem, perdem mesmo imensos fins-de-semana, perdem quase todas as noites da sua vida, deixam de poder ser crianças, deixam de ter tempo para brincar na rua, para conhecerem os vizinhos ou para simplesmente não fazer nada (e fazer nada e aborrecer-se de não terem nada para fazer de vez em quando faz tão bem aos nossos filhos).
    Acho que passei a ter uma opinião mais moderada mas se o meu filho algum dia tiver um professor que lhe mande de véspera um trabalho que demore horas a fazê-lo eu serei a maezinha que vai mandar o bilhete ao professor a dizer que ele não o fez porque a mãe não deixou :D

    Agora a sério, se algum dia ele tiver um professor(a) que queira dar aulas à moda do tempo da velha senhora e com ideologias pedagógicas centenárias aí terei de intervir pois considero-os péssimos professores e educadores.

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    1. Mas os professores, na generalidade, não são completamente loucos, para mandarem trabalhos hercúleos diariamente às pobres crianças. Normalmente são pessoas razoáveis...

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  9. Pipocante Irrelevante Delirante15 de setembro de 2016 às 16:19

    A Maria Teresa, não vou comentar. O marido dela ainda me vinha bater...
    Mas confesso que há ali um fascínio perverso... a carinha marota, a vozinha rouca... vejo-me numa relação S&M com a senhora... ou melhor, na continuação de uma, porque foram uns bons anos com ela a dar-me umas vergastadas valentes no lombo.

    Isso dos TPC serem um fardo para as crianças e uma maçada para os pais. Eh pois... 'tadinhas das criancinhas, terem de, em casa, num ambiente em que têm autonomia (porque o tpc não se faz com o pai a olhar por cima do ombro e a dar instruções), fazer deveres... onde se viu. Daqui a pouco vamos exigir exames para concluir uma cadeira universidade, ou avaliar colaboradores. Lá agora vir com coisas de exigência e preparação para as dificuldades reais.

    Dos papás, acho que o "probrema" não é o tempo para as crianças brincarem e estimularem a imaginação, é mesmo o tempo para não irem ao spinning ou ao running.

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    1. Ahhaahhahahahahahahhahahahahahahahhahahahahahhahahahahahahahahahhahahahhahahahaha
      PID ao governo! :DDDDDD

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  10. Por outro lado, quantos de nós aguentariam um emprego, anos a fio, em que, para além de trabalharem a tempo inteiro durante a semana, ainda tivessem de trabalhar ao fim-de-semana?

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    1. Eu quando andava na escola tive muitas vezes de estudar ao fim-de-semana... O/a hilc não?

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    2. Claro que sim, Palmier, mas nunca na Primária, como se dizia na minha altura. Mais tarde, e não era por sistema, como parece ser agora. Talvez não seja o vosso caso, mas conheço familias em que essa é a rotina dos fins de semana a partir dos 6 anos e acho mal.

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    3. A minha filha está no quarto ano e desde o segundo que tem tpc, que faz em meia hora se tanto. Custa-me muito a crer que existam professores que aos seis, sete, oito anos mandem essa quantidade de tpcs, acho sempre que há algum exagero da parte dos pais nesses relatos.

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  11. Vê lá isso no dedo com atenção. Podes ter enfiado o Nélson Ned no dedo e, como já morreu há um bom tempo, é capaz de estar a infectar :P

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  12. E fala um inglês que não envergonha ninguém, ao contrário da larga maioria dos nossos políticos com "funções" internacionais...1

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    1. Já vi umas quantas intervenções dela em inglês e falava com uma fluência e pronúncia muito boas.

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  13. (Qual é que é a coisa da Arrow?)

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