quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Do nome próprio

Sou uma sobrevivente. Desde que nasci que carrego comigo uma cruz muito especial. A cruz do meu querido nome próprio. Hoje vou relatar uma das histórias em que tive o previlégio de participar (há muitaaaaaaaaaassssssss). Cá vai:
Há uns anos, fui com uma cadela (que tinha na altura) ao veterinário. O veterinário receitou-lhe uns quaisquer comprimidos. Assim que saí do consultório, dirigi-me, com a cadela , à farmácia mais próxima.
Entrei, e a farmácia estava cheia de gente (ainda foi no tempo em que as farmácias eram um negócio da china). Esperei pela minha vez (e a farmácia continuava cheia). Dei a receita ao farmacêutico e ele foi buscar o medicamento (a farmácia continuava cheia). 
Esta foi a conversa que se desenrolou de seguida:
- Quer recibo?
- Sim, quero.
- Em que nome?
(Pausa no texto para explicação: Vou fazer o texto com um nome diferente do meu, caso contrário, de hoje para amanhã, podia sentir-me constragida para dizer MUITO, MUITO mal de alguém ou de alguma coisa. Sim... Que eu sou uma cobardolas...).
Fim de pausa. Continuando... Soletrei o meu nome, como faço sempre, na vã tentativa que alguém o perceba à primeira:
- Cle-ó-pa-tra
Aí, o senhor da farmácia levantou o braço apontando o seu dedo enorme e peludo para a cadela e disse alto, muito ALTO, para me humilhar deliberadamente (perante toda aquela clientela que se acumulava na farmácia):
- O QUÊ? VAI PÔR O RECIBO NO NOME DELA?
Olhei em volta, mesmo pequenina, pequenina, pequenina (sentindo-me mesmo, MESMO como a cliente que tinha nome de cão), respirei fundo, ganhei forças (como o Homem do Leme quando consegue derrotar o Mostrengo do Cabo das Tormentas) e respondi alto, tão ALTO como ele:
- SIM! É PARA O IRS DA CADELA!

7 comentários:

  1. Ahahahahh! Mas um ahahahah bem forte xD
    Epa, agora estou curiosa para saber o teu nome. Ou é de facto muito estranho, ou então o senhor era atrasado a vários níveis, o que se confirma pela pergunta que fez.
    A mim também me chamam muita, muita coisa. E os mais velhotes, coitados, nem o conseguem dizer, e após umas tentativas acabo por desistir, e deixo os velhos chamarem-me o que bem entenderem.

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  2. E a cadela não ficou ofendida? ahahah

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  3. M, se fossem só os velhotes... ninguém atina... é deprimente :)))
    Guess, A cadela adorou. A partir daí, nunca mais me respeitou...

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  4. É muito uma triste uma pessoa estar em casa sozinha a rir-se alto deste post? LOL :D

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  5. Muito bom!

    Descobri hoje o seu blog e estou a lê-lo de enfiada!

    À muito que não me divertia tanto!

    Obrigada e parabéns

    Paula

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    1. Olá Paula, Obrigada! Já vi que andas aí a remexer nos tesourinhos deprimentes :DDDD Ainda bem que te divertiste! É bom saber :))))

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