segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vestida à civil

O meu local de trabalho: Local mutíssimo movimentado onde os funcionários circulam entre os clientes, devidamente fardados. Tendo em conta a minha função (equipa de gestão desse mesmo local), posso movimentar-me livremente com as minhas vaporosas peças de roupa.

Como neste local passam diariamente muitas (muitaaaaaasssssssssss) pessoas (bué, mesmo), as instituições de solidariedade social solicitam muitas (muitaaaaaaaasssssss) vezes (bué mesmo) permissão para ali montarem uma banquinha, com o objectivo de vender alguns objectos para ajuda das respectivas causas.
A Gerência (da qual faço parte) autoriza e eles passam lá uns dias.
Esta última semana esteve lá uma senhora duma associação de apoio à mulher com cancro da mama. Ao contrário dos outros, a senhora não tinha qualquer memória visual e, portanto, sempre que eu entrava ou saia, tentava vender-me um dos seus objectos. Saltava de trás da banquinha com um cubo mágico miniatura ou um lápis com umas penas azuis na ponta e insistia 34 vezes para que adquirisse tais maravilhas. A sério... Parecia possuída por um qualquer demónio de papagaio porque me acenava com aqueles lápis tão próximo da cara que me causou, por diversas vezes uma crise de espirros. Lá ia recusando aquelas investidas mas ficava a sentir-me sempre (a modos que) desgostosa por passar como insensível e indiferente àquele problema. Assim, na sexta-feira, quando regressava do almoço (e a senhora me atacou tentou vender pela quinquagésima o lápis das penas azuis) parei e expliquei-lhe que trabalhava ali e, como tal, não podia comprar um objecto por cada vez que entrava e saía. A senhora, resolveu logo a questão com a seguinte frase: "Ai... desculpe... desculpe, não a estava a reconhecer... assim... sem a FARDA!"

Ahhh... Então era isso... Apesar da minha cuidada explicação, no dia seguinte, voltou a tentar enfiar-me o lápis das penas azuis numa narina...

2 comentários:

  1. ahahahahahahahahahah
    pronto, eu acho que não me sai mais nada que não um ahahahahahahahahah

    E aqui entre nós, o meu problema são os nomes. Até aos meus filhos eu lhes troco os nomes! Memória visual felizmente abunda por estes lados.

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  2. Ou as idades... No outro dia hesitei tanto tempo na idade da minha filha (4, quatro, QUATRO anos) que a pessoa com quem estava a falar me perguntou (à espera que eu respondesse 6 ou 7) quantos filhos eu tinha. Envergonhada, respondi, dois... Lá me desculpei com a hora matinal mas acho que fiquei com a reputação completamente arruinada...

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