quinta-feira, 4 de abril de 2019

Kafka


E então, numa obra que fizemos aqui no meu trabalho, chegámos ao fim e pedimos o ramal de electricidade à EDP, já na Grande Obra a coisa não tinha sido pacífica, foi preciso esperar e desesperar, falar com A, B, C e D, pedir, suplicar, requerer. Basicamente foi preciso implorar por electricidade no centro de Lisboa. Um ano depois do pedido inicial lá tivemos direito ao ramal. Pensei que tinha sido pouca sorte, que a culpa fosse de alguma forma do empreiteiro mas, afinal, bem vistas as coisas, parece que correu impecavelmente. Vejo isso agora, quase dois anos depois de termos pedido um novo ramal para essa tal obra aqui do trabalho. Pedimos, voltámos a pedir, e voltámos a pedir, por favor senhores da EDP, vendam-nos electricidade. Nada. Entretanto a cave do edifício - totalmente renovado – inundou, estragando chão, rodapés, portas… isto tudo porque não havia electricidade para activar as bombas de extracção de água. Já para não falar do prejuízo que é ter um edifício pronto há meses e meses sem o poder utilizar porque não tem energia eléctrica. E nós a pedir à EDP, por favor, senhores, por favor, por Deus, pela Nossa Senhora de Fátima e pelos três Pastorinhos, vendam-nos um bocadinho de electricidade… nada. Depois de ano e meio nisto, recebemos uma carta a dizer que a obra estava concluída e que podíamos pedir o contador. E então a pessoa olha para a carta e pergunta-se… concluída?! Mas ninguém deu por nada, não houve qualquer obra, ninguém abriu qualquer vala, não nos disseram nada… lá falámos para a EDP, hei, senhores, é engano, não há cá ramal nenhum, com certeza, minha Senhora, vamos tomar nota e um técnico irá entrar em contacto com urgência. E assim se passaram mais um par de meses. Em desespero e já que nada resultava, decidimos pedir o dito contador, na esperança que disparasse um alarme qualquer lá na EDP. E assim foi. Claro que a EDP mandou cá um senhor, que chegou com o contador, cofiou a barba e comunicou-nos que não o podia colocar porque – tal como desconfiávamos – não havia ramal. Tirou fotografias, escreveu relatórios e disse-nos que ía passar a informação, para ver se nos vinham finalmente fazer o ramal. Tivemos um bonito momento de esperança. Uma semana depois recebemos um telefonema para reagendar a colocação do contador. Como assim, do contador?! Mas então vocês não têm a informação que nos falta o ramal?! O Ramal?! Nem pensar, nós temos aqui indicação que a obra está concluída e que o ramal está pronto.

Depois recebemos esta carta da EDP, que é digna de ser vista por muitos olhos. Quantos mais, melhor (e que continua a pressupor que o ramal está feito... SÓ QUE NÃO):



18 comentários:

  1. A EDP deve ser gerida e orientada por um bando de malucos.
    Infelizmente a minha faleceu fez um ano em março e o meu pai, escrupuloso cumpridor da lei resolveu actualizar o contrato de electricidade que estava em nome da minha mãe. Nunca o deveria ter feito..
    A partir desse momento nunca mais teve sossego com a EDP. Primeiro descobrem uma factura que ficou por pagar. Provou-se que a factura tinha sido paga.
    Ah, então é um resto de um acordo de pagamento que tinha sido feito. Demonstrou-se que nunca tinha sido feito qualquer acordo de pagamento. Diz a EDP que foi feito porque a lei obrigava a isso (?).A muito custo lá acabaram por aceitar que não havia nenhuma acordo de pagamento em prestações.
    Ah então foi uma vistoria que foi feita por causa do ar condicionado. Nunca foi feita nenhuma vistoria na data que eles diziam e a que efectivamente foi feita estava paga.
    Então, sendo assim e como afinal têm dinheiro a receber, vamos enviar uma nota de crédito no valor de não sei quanto, já não me lembro de quanto e nem sei se se chegou a receber.
    Acho que eles são loucos e completamente desorganizados...

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    1. É incompreensível!!! E, sobretudo, não se consegue encontrar interlocutor! É-se atendido pelo call-center, que não está vocacionado para este tipo de assunto, e não se consegue chegar a mais ninguém! Alguém que siga o problema, a quem se possa voltar a falar... é inacreditável!

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  2. Ena! Já podes ir lanchar fora à pala da EDP....

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    1. Ui, ui... vai ser um lanche que nem te digo nada! Opíparo! :D

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    2. Opíparozinho, vá! O fundo para os lanches opíparos foi rapado pelo ministro dos corninhos.

      (Que triste vergonha de serviço...)

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  3. Com 20€ podes ir beber umas margaritas para esquecer...

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  4. E um processo à EDP para pagarem pelo prejuízo da inundação?

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  5. Isto ultrapassa as fronteiras da imaginação. Meritoso, meritório, etc.... departamento de Qualidade. Incrível

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  6. É o normal, estive cerca de um ano e meio à espera de de um ramal de obra no centro histórico de uma cidade porque a EDP achou que deveria de ser eu a executar a obra e a câmara municipal dizia que eu não tinha competência nem capacidade para executar uma obra numa via publica.

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  7. O Palmier, isto parece-me como a historia dos contentores:é um problema de Lisboa....

    Construí casa nova no ano passado, para por o ramal demorou cerca de 3 meses, para mudar um poste q estava dentro do terreno foi menos de 2 meses, e p por o contador definitivo cerca de 3 semanas. Nao tem uma loja fisica onde possa ir? Claro q n é facil, corre sempre mal á primeira, no caso do contador tiveram de vir 3 vezes até acertar c aquilo, daí ter demorado as 3 semanas, mas pronto faz-se. Aquilo q conta é surreal.....

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  8. Pensei que era só comigo mas afinal não estou sozinha!
    Ando nesta luta há meses e meses! E sou da região centro, por isso, nada tem a ver com o facto de ser no centro de Lisboa. Mas prepara-te que há sempre mais alguma coisinha a pedir ou que não está como querem. E tanto vale ser ao balcão (que meu Deus, foi a pior situação de sempre, a certa altura pensei mesmo que estavam a gravar para uns apanhados quaisquer), como telefonicamente.
    O único problema é que a ‘EDP distribuição’ tem o monopólio! Ela é que gere todos os contadores!! Sem o aval deles, nada feito!🤯

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  9. Nem imagina, cara Palmier, as vezes que já discuti com a Galp que insiste que eu tenho um contador de gás natural em casa... e eu, por casmurrice ou lá o que eles acham, tenho gás de botija porque é muito mais prático, não é? #sóquenão
    E eles, mês sim mês não, mais coisa menos coisa, lá deixam o papelinho à porta para darmos a leitura.
    Maria

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  10. Ja estou a temer o pior... Tenho de mudar o nome do contrato pq o apartamento vai para arrendar, tudo pode acontecer ;)

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  11. é ir diretamente ao Mexia. ou abordar a Guta no corredor das sementes do supermercado do ECI.

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  12. O problema é estar a falar em português. A edp só percebe chinês.

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