quinta-feira, 31 de março de 2016

Eu cá, desde que experimentei o ISDIN, também fiquei completamenteagarrada

Isto é uma coisa altamente viciante, a partir do momento em que se começa já não se consegue parar. Primeiro põe-se na cara, depois no corpo, depois experimenta-se no cabelo, de seguida barra-se no pão e agora já uso para tudo, seja para estrelar um ovo, fritar um bifinho ou até umas gambas à guilho. Nem consigo imaginar-me a viver sem isto! É que não consigo mesmo! Levem-me tudo, mas deixem-me o ISDIN!

Não é por nada...

Mas havia de se arranjar um um suspirómetro para isto dos blogs...


terça-feira, 29 de março de 2016

Peço desde já perdão pela ausência

Mas quando não estou a salvar ouriços cacheiros*, que isto está pejado de ouriços, nunca vi tal coisa!, estou a resgatar o pão furtado à candonga da bancada da cozinha...


E as orelhas indignadas de Cutxi, a gritar "agarra que é ladrão!"?


* o único lesionado com a história dos ouriços é Canis, que os ouriços são super espertos, picam-lhe a língua e fogem pelos campos! Será que eles sobrevivem em cativeiro? São tão fofos!


sábado, 26 de março de 2016

Férias da Páscoa - A Partida

Saímos hoje, por volta das duas  -verificadas no relógio do meu filho (Swatch) -, guardámos as malas (Rimowa) no carro (BMW) e fizémo-nos à estrada. Passámos a ponte (Ponte 25 de Abril) e entrámos na autoestrada (Brisa, Auto Estradas de Portugal), seguimos cerca de cem quilómetros e parámos num posto de abastecimento (Galp) para pôr gasóleo. Paguei setenta e dois euros para encher o depósito (Governo de Portugal). Acho que nunca paguei tanto. Depois regressámos à A2 (Brisa, Auto Estradas de Portugal) e cerca de setenta quilómetros depois parámos noutro posto de abastecimento (CEPSA) para pequena Cutxi (Schnauzer Miniatura) dar o seu passeio. Comprei um gelado (Olá) para cada um dos meus filhos e seguimos até à portagem (ViaVerde) entrando logo de seguida na A22 (Via do Infante). Por fim saímos para a estrada nacional (EN125), demos umas curvas (curva) e chegámos a casa dos meus pais (casa dos meus pais). À nossa espera estava Canis (Braco Alemão) muito contente e satisfeito.

terça-feira, 22 de março de 2016

Devo estar a ficar velha

Só me ocorre dizer "este mundo está perdido".


Já eu, quando quero perfumar a casa...

E desde aquele grande susto que apanhei com um difusor que me puserem no corredor dos quartos, no Algarve, sem o meu conhecimento, um difusor que me manteve acordada durante toda uma noite, crente que tinha um tigre da Mongólia extremamente assanhado, pffffffff, pfffffffff, escondido algures dentro das estantes dos livros, optei antes por este colar de árvores-mágicas, um método bastante mais simples, ponho-o ao pescoço e depois ando  a correr por todas as divisões da casa.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Cheguei agora a casa

Ia meter a chave na fechadura quando me salta a porteira do elevador, para me perguntar se eu vi o granito que caiu hoje.


domingo, 20 de março de 2016

O que fizeste este Domingo, Palmier?

Ainda pensei ir para um centro comercial fazer uma máscara de hidratação à Hannibal Lecter, mas depois pensei melhor e preferi ficar em casa a ler um livro.


Fui uma fraca, eu sei.

sexta-feira, 18 de março de 2016

quinta-feira, 17 de março de 2016

A Assembleia-Geral, take 33

Ontem voltámos a reunir em Assembleia-Geral. As garrafinhas estavam sobre a mesa, tal como os livros de contas encadernados com lombadas em espiral, os convivas eram os do costume, todos chegados antes da hora e arrumadinhos nas suas cadeiras, sem conseguirem conter o nervosismo, excepto o Senhor Presidente, que chegou às quinze e trinta, sharp, nem um minuto a mais, nem um a menos, levando a que a Senhora Dona Teresina, de noventa anos, se levantasse de imediato da sua cadeira, com uma reverência digna da entrada do senhor padre na igreja da paróquia, para receber sua excelência, o Presidente, um garboso rapaz de oitenta e nove anos, que saudou todos os presentes com um aceno, enquanto pousava a sua bengala, o seu saco plástico da Almedina e o seu chapéu de feltro com um xadrez miúdinho em tons de castanho (até pensei em furtá-lo, que aquilo era bem Sherlock Holmes e acho que ainda vamos precisar da indumentária de detective para irmos à procura do Pipoco...). Ora, uma vez arrumados os seus objectos, o Senhor Presidente ocupou então a sua cadeira à cabeceira da mesa, dando a sua direita à Senhora Dona Teresina, toda ela sorrisos, poderia até dizer, se fosse maldosa, quando a vi segurar-lhe no saquinho plástico da Almedina, para o ajudar a dali retirar a papelada, que havia ali um clima...
O livro de presenças começou então a passar de mão em mão, até chegar à Senhora Dona Teresina que, horror dos horrores, enquanto vasculhava a sua pastinha de executivo para o transporte da sua singela caneta, a única que lhe permite fazer a mais bela assinatura algum dia vista, verificou que, minha Nossa Senhora dos Aflitos!, se tinha esquecido dela em casa. Foram então experimentadas várias canetas até se encontrar uma que agradasse à Senhora Dona Teresina, que, com o nervoso, até se esqueceu de se benzer, originando assim, para sua grande tristeza, uma assinatura tremida, muito inferior em termos de beleza, às dos anos anteriores. Para ultrapassar tamanho infortúnio fez-se então um intervalo para saborear umas amêndoas de chocolate, que permitiram inclusivamente à Senhora Dona Teresina mostrar os seus dentes de verdade ao Senhor Presidente, puxando-os com os seus dedinhos para provar que não se tratava de uma dentadura, realçando assim assim sua beleza natural. Ora, uma vez acalmadas as hostes, a ordem de trabalhos foi então sussurrada, que já se sabe que o Senhor Presidente já não tem o fôlego de antigamente, e todos votámos a favor por unanimidade, através da regra dos sentados e levantados, sem percebermos bem o que estávamos a votar, já que era praticamente impossível ouvir o murmurejar do Senhor Presidente, valia-nos a convocatória, onde podíamos seguir os vários pontos da ordem de trabalho, sem ficarmos completamente perdidos. A voz do Senhor Presidente voltou então a ouvir-se quando perguntou quem era o voluntário deste ano para fazer o voto de louvor e, escolhido então um voluntário à força, o Senhor Presidente ditou ele próprio para a acta o louvor pelos bons resultados da empresa, na pessoa do Gerente mais velho, afastando-me assim, mais uma vez, do meu ambicionado louvor. Depois, sem tenha percebido exactamente porquê, foi necessário fazer novo louvor, para louvar foi então escolhida a Senhora Dona Teresina e, mais uma vez,  o Senhor Presidente se propunha louvar a actuação do referido Gerente, que estando a par do terrível caso do furto de louvores, interrompeu o Senhor Presidente dizendo que o trabalho era de equipa e que, desta feita, seria bom louvar, por exemplo, a Doutora Palmier...

Ah, o meu louvor, finalmente ali, tão próximo...!

E o Senhor Presidente, contrariado, olhou-me então com os seus olhinhos maldosos e já que eu ia finalmente açambarcar à traição o meu próprio louvor, disse-me, fixando-me, que era realmente incrível, que eu estava remoçada, parecia ter menos dez anos, e eu, antes que ele avançasse, retorqui de imediato que tinha sido por causa da plástica, que as cirurgias estéticas hoje em dia faziam milagres, e ele, desapossado da sua deixa, disse então que era pena não aproveitar este rejuvenescimento, que os óculos não me ficavam nada bem, que parecia o Professor Tornassol, disse-me mesmo isto, que parecia o Professor Tornassol, que com certeza era uma moda francesa - e eu imaginei-me de imediato com o cabelo armado a folhear uma revista daquelas dos anos sessenta, a escolher o modelo para levar à modista para copiar -, e que ele próprio, acrescentou enquanto tirava os seus óculos Gucci, também tinha uns óculos de uma casa de moda muito conhecida. Eram Guqui, e disse mesmo assim: "Guqui", mas os dele, ao contrário dos meus, eram muito mais leves.

Mas está claro que perante o louvor à minha pessoa, essa vitória retumbante que arrecadei, a minha medalha de oiro das reuniões de sócios, a Assembleia ficou logo estragada e o Senhor Presidente começou a arrumar as suas coisas com os préstimos da Senhora Dona Teresina, que transfigurada numa eficientíssima secretária, lhe endireitava a papelada e a acondicionava no saquinho para, logo de seguida, se levantar, ágil nos seus noventa anos, rápida como uma flecha e arreganhando os seus dentes verdadeiros num novo sorriso esplendoroso e antevendo a dificuldade do Senhor Presidente em pôr-se de pé, toca de o puxar pelos braços, praticamente deslocando-os para, assim que ele finalmente se conseguiu levantar, aproveitar o momento de periclitante equilíbrio para lhe espetar duas grandes beijocas nas bochechas. Eu bem dizia que havia ali um clima. E escaldante!

Agora é esperar pela acta. Para ver se desta feita está lá, preto no branco, o meu louvor.



quarta-feira, 16 de março de 2016

E então o meu filho estava sentado ao meu lado no sofá, a jogar no meu telefone do trabalho

Não sei se retiveram a informação que era o meu telefone do trabalho, e entretanto abre-se uma janela pop up, que ele fecha na cruzinha, e logo de seguida recebo esta mensagem:



E agora tenho de dizer no meu trabalho para, por favor, terem atenção à factura, e verificarem se, por acaso, estão a debitar 3,49 € no meu número de telefone, pelo serviço "sonhos quentes"...


segunda-feira, 14 de março de 2016

Muito mais que o McDonald's no Chiado, que quem lá for há-de saber ao que vai

A mim incomoda-me o very-fake-typical, o chico-espertísmo de que o pastel de bacalhau com queijo da serra e a sua plaquinha de mil novecentos e troca o passo é apenas o ex libris, o exemplo mais gritante entre tantos outros, negócios feitos com o único objectivo de sacar euros aos turistas, sem qualquer respeito, nem por eles, turistas, nem por nós todos. Isso sim, envergonha-me muito mais que um McDonald's no Chiado.



Luz de Primavera


sábado, 12 de março de 2016

Epá... hoje não acerto uma...



É natural que ninguém me tenha respondido... em vez de estar a falar para o grupo do jantar de hoje, estava a enviar mensagens para o grupo da festa de aniversário de uma menina de oito anos... 

Incríveis oportunidades de publicidade perdidas, desaproveitadas, desperdiçadas, extraviadas, atiradas para a lixeira como se de um simples desperdício se tratassem...

Quantos, pergunto eu, quantos milhões a marca de tintas do supermercado havia de me pagar para mostrar este incrível resultado?



Ou isso, ou vou finalmente abraçar a minha verdadeira vocação: a carreira de cabeleireira!

(aceito marcações para tinta, corte e brushing, das 9h00 às 18h00)



Manhã de horror

Na verdade tudo começou ontem à tarde, no supermercado, quando, por ver o fim-de-semana demasiado preenchido e sem tempo para cabeleireiro, decidi comprar uma tinta para o cabelo...

Hoje de manhã e enquanto o meu filho estava a estudar matamática com um amigo (derivado de eu já ter atingido o meu índice de Peter) na sala de jantar - e a localização é importante, já que a sala de jantar fica em frente à cozinha... já vão perceber mais à frente - eu retirei-me para os meus aposentos e vá de pintar o meu magnífico cabelo. E pintei, muitíssimo bem. As instruções diziam para esperar vinte minutos, mas eu, que nunca acredito muito nestas coisas, vá de esperar meia hora. Ora, à badalada da meia hora entrei para o duche, liguei a água, que estranhamente estava assim para o morno, mas a meia hora já lá ia e havia que retirar aquilo do cabelo, por isso enxaguei-o, tal como as instruções mandavam, mas ao terceiro minuto a água já não estava morna, estava fria, gelada, estalactites a sair do chuveiro, e eu a alucinar, mas o que raio é isto, e agora o que é que eu faço, o tempo já acabou, eles estão lá dentro, à frente da cozinha, que contém a caldeira, ai minha nossa senhora, Deuses do Olimpo, e agora?!  E agora?! pois que saí do duche, a tinta a escorrer-me para a cara, para os olhos, a pingar para o chão, não podia embrulhar-me na toalha para não a arruinar eternamente, também não podia ir de toalha enrolada à cozinha, para ver o que se passava com a caldeira, já que o meu filho e o amigo estavam ali mesmo, na sala de jantar, e então vesti o roupão, a tinta a escorrer por todo o lado, o roupão a mudar de cor, o tempo a passar e eu a imaginar-me já careca, e lá fui, pé ante pé, para a cozinha, eles a olhar para mim com a interrogação estampada nas suas caras matemáticas, e eu a acenar, com ar de que aquilo era normalíssimo, com pingos de tinta castanha a passarem-me em frente aos olhos, e depois abri o armário, a caldeira lá estava, cheia de sinalefos a piscar, mas eu não tinha os óculos, que estavam no quarto, e para além disso estava a tremer, completamente gelada, derivado de estar em hipotermia, não conseguia perceber nada do que se passava, a ligar e a desligar e a caldeira, mas aquilo começava a funcionar e depois plop, ia-se abaixo, e o tempo a passar, já lá iam alguns quarenta minutos, o que é que eu faço, o que é que eu faço?! a carregar nos botões todos à maluca, dois ao mesmo tempo, e nada, o melhor era voltar para o duche, tinha mesmo de tirar a tinta, caramba, daqui a nada em vez de castanho fica é preto asa de corvo, e assim fiz, ganhei coragem e avancei para todo o processo com o que me pareceram cubos de gelo.

Agora estou aqui a beber um chá fervente, com o cérebro congelado, ainda não fui secar o cabelo, sinto algum receio do resultado. Já vi a caldeira. Com os óculos postos. Só lhe faltava água... 


sexta-feira, 11 de março de 2016

Outros Tempos - A Jacinta Maria

O mistério teve início quando começaram a desaparecer as moedas que o meu avô, quando trocava de roupa, tirava do fundo dos bolsos e punha naquele pratinho dos anéis que estava em cima da cómoda do quarto, aquele pratinho vigiado pelos olhos atentos do menino Jesus de porcelana que estava resguardado dentro de uma redoma de vidro e ataviado com umas ricas vestes de renda cor de marfim, um colar de minúsculas pérolas ao pescoço, uma mãozinha levantada e uma perninha rechonchuda ligeiramente flectida, era um bom Menino Jesus, e eu sempre sonhei brincar com ele, vestir-lhe a roupa das minhas Barbies, dar-lhe banho, sentá-lo na casa de bonecas, mas, apesar dos meus inúmeros pedidos, oh avó vá lá, nunca me deixaram. Mas voltando à grave questão das moedas, depois de uma longa e profunda investigação levada a cabo pela minha avó, descobriu-se então que a Jacinta Maria, todos os dias, quando ia arrumar o quarto, tirava uma moeda do pratinho e, perante o olhar escandalizado do menino Jesus - quase o consigo imaginar com a boquinha muito cor-de-rosa, a fazer um “Ó” - deitava-a furtivamente para dentro do balde de água, plop, recuperando-a depois, quando o ia despejar. Claro que, descoberto o intrincado esquema, a minha avó teve uma conversa muito séria com a Jacinta Maria, dando-lhe a hipótese de se endireitar. Acontece que uns dias depois, numa manhã em que acordei muito cedo, deviam ser aí umas sete horas, mas como ainda não tinha relógio não posso ter a certeza, fui à cozinha e não estava lá ninguém para me dar o pequeno-almoço, a porta que dava para a varanda estava aberta, ainda com as portadas postas, aquelas portadas de madeira para proteger as vidraças, as que se guardavam durante o dia e se colocavam à noite apoiadas numa saliência da porta e que depois eram presas com uns parafusos enormes e polidos que atravessavam aquilo tudo de um lado ao outro e, por fim, eram presos por dentro, com uns outros ferros que se entrecruzavam na perpendicular, clac, clac, para a casa ficar bem fechada. Mas nessa manhã a Jacinta Maria não estava na cozinha. Nem em lado nenhum. Lembro-me de ir ao quarto da minha avó, ainda era cedo e estava escuro, tive de atravessar aquele corredor enorme cheio de sombras assustadoras e tive um bocadinho de medo, por isso fui a correr, para enganar os fantasmas madrugadores, e fui dizer-lhe, sob o olhar do Menino Jesus que tudo perscrutava ali na penumbra, que a Jacinta Maria não estava lá, mas a minha avó só se levantava às dez, nunca antes, e disse-me que ela havia de ter ido comprar pão, que devia estar a chegar, e eu então atravessei o corredor todo de volta, ainda com mais medo, e fui para a varanda sentar-me de joelhos naquele banco corrido de azulejos azuis e brancos, o que ficava por baixo da buganvília, espreitar a rua, a ver se via a Jacinta Maria a entrar lá ao fundo, pelo portão. Mas esperei muito tempo e a Jacinta Maria continuava sem aparecer, e então fui andando por ali, não tinha nada para fazer e tinha fome, era um bocado indecente aquilo da Jacinta Maria estar a demorar tanto tempo, pelo menos a mim, que não tinha relógio, parecia-me mesmo muito tempo, o tempo suficiente para a minha avó se levantar e arranjar, para aparecer lá fora à minha procura, e verificar por si mesma que a Jacinta Maria não tinha ido ao pão, tinha, isso sim, desaparecido durante a noite. Foi uma grande azáfama, um rebuliço, lembro-me de ver cá de baixo, da minha pouca altura, muitas pernas para trás e para a frente, conversas cruzadas, que as moedas, está-se mesmo a ver, eram para a fuga, que parecia impossível, que grande horror!, que aquela era uma casa séria, que todas as raparigas saíam dali casadas! Umas senhoras! Que não se admitia uma coisa daquelas, que não havia memória de coisa igual!, e só lá para a uma da tarde, quando se dissiparam quaisquer possibilidades da Jacinta Maria regressar, é que, perdidas as forças e a esperança, a gravidade da coisa se adensou, afinal era uma humilhação ver assim desaparecer uma criada, fugida como um bandido na calada da noite, e o resto já só percebi pelos murmúrios mortificados, era preciso mandar carta aos pais a dar conta do sucedido, pobres pais, que ficariam por certo para morrer, eternamente cobertos por um manto de vergonha...

Depois de muitos dias a Jacinta Maria deu finalmente notícias, enviou uma carta onde pedia muitas desculpas, mas tinha perdido a cabeça, tinha arranjado um namoro, uma paixão avassaladora, de fazer corar a minha avó à medida que avançava rápida e disfarçadamente sobre as linhas cheias de erros, e não tinha tido outra hipótese senão evadir-se, que não queria que aquela grande vergonha se abatesse sobre uma casa tão boa e honrada. Não faço ideia do que se passou com a paixão da Jacinta Maria, uma vez que nunca mais se falou dela em casa da minha avó e, mesmo hoje, só o faço a medo e apenas porque guardei na memória aquele dia terrível, afinal aquele foi o dia em que ninguém me deu o pequeno-almoço. E eu tinha muita fome.



quinta-feira, 10 de março de 2016

Oh mãe, não percebo por que razão não gostas da música que eu oiço

É que é igual à ópera! Começa baixinho, depois vai subindo, subindo, depois há aquele ohhhhhh, e depois, zás, é o drop.



É que é tal e qual... (Olha se o Wagner pusesse as mãozinhas neste som? Já o estou a imaginar lá no Schloss Neuschwanstein, muita maluco, só a curtir)


terça-feira, 8 de março de 2016

Dia da Mulher

No meu local de trabalho: número de funcionários, por género, de 2004 a 2015.




Sinceramente não percebo a má vontade para com o retrato do meu colega, também ele Presidente, o Professor Cavaco Silva...


Eu, por exemplo, como Presidenta da Blogosfera, também me fiz retratar para a posteridade! Faz parte das funções! Imaginem que depois sentiam saudades de me contemplar e não tinham como, hã? Era um sofrimento para vocês! Uma mágoa, uma angústia! Ora, como Presidenta, sei bem quais são os meus deveres para com os meus cidadãos e tenho de carregar esse pesado fardo sobre os ombros sem queixumes e lamentações, por isso mesmo, por vocês, pela vossa sanidade mental e bem estar psicológico, avancei sem medo para o retrato. Infelizmente não tinha um tinteiro. Mas tinha um galheteiro, que faz muito bem a vez e também fica bastante bonito! 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Palmier leu BES, Os Dias do Fim Revelados, e também conta como foi



No fundo volto a chegar à mesma conclusão de sempre: ou eram todos muito vígaros ou muito incompetentes. E na verdade não sei qual será a melhor opção.

(e não acrescenta rigorosamente nada de novo aos outros cinquenta livros que também já li, a não ser a reacção de Ricardo Salgado aos cinco mil e setecentos milhões de dólares de prejuízos do BESA: "uma situação pavorosa, eu não queria acreditar no que estava a ver, foi horroroso." E uma pessoa  não pode deixar de se enternecer perante tamanha apoquentação.)


quinta-feira, 3 de março de 2016

O que estás a fazer neste momento, Palmier?

Estou num táxi, a ouvir o forum da TSF sobre a Uber. No volume máximo.




Ah, este mundo de homens...

A pessoa, no âmbito do seu trabalho, pede propostas a um grupo de fornecedores para um determinado serviço. Ao jantar, o marido de uma pessoa informa-a que recebeu um telefonema de um dos referidos fornecedores a agradecer a confiança depositada.


quarta-feira, 2 de março de 2016

Oh Loiraaaaaa...

Anda cá falar sobre a trilogia "A Estrada", "O Ensaio Sobre a Cegueira" e "O Deus das Moscas", que eu já acabei o livro vai quase para uma eternidade!


terça-feira, 1 de março de 2016

Ontem o meu filho andava atrás de mim, que eu tinha de ver este vídeo, porque sim e porque sim, e eu lá fui, um bocado contrariada, e depois... oh pá! Têm de ver!

Ponham uns headphones (SÓ DÁ COM HEADPHONES! Caso contrário não tem graça!) e oiçam isto!
Vale mesmo a pena! E não, não tem sacry-screams nem nada do género.



Depois venham cá contar-me o que acharam! :D