segunda-feira, 30 de maio de 2016

Um dia como outro qualquer no Lago Tanganica

Era uma manhã como outra qualquer em Tanganica. As mães flamingas acordaram cedo, como sempre acordam, para tratar das coisas do lar. É preciso arejar a casa, fazer as camas de lavado, sacudir as colchas e os tapetes, determinar o que se vai fazer para o almoço e para o jantar e, uma vez despachados estes assuntos, colocar a pochete debaixo do braço e ir com passo firme e decidido a caminho do mercado para fazer as compras do dia. Umas couves de Bruxelas, uma embalagem de Cif, abrilhantador das juntas de azulejos, um raminho de salsa, enfim, aquelas coisas que só nós, mulheres, mães, pedagogas e donas de casa sabemos fazer.


E é no mercado, enquanto trocamos uma ou outra palavrinha com as nossas pares, bom dia Dona Flameuza, como vai isso lá por casa? Nem imagina Dona Elminga, o meu mais novo que é um rapaz tão inteligente, sabe lá, está levado da breca, mas na escola é o melhor, valha-nos o criador, só boas notas, tudo cincos, olhe, um orgulho para o pai! Ai não me diga, a minha Eminguita também é assim, agora, coitadita, está um bocadinho aflita com aqueles testes todos para a semana...



Foi então que se fez silêncio no mercado do Lago Tanganica. "aqueles testes todos para a semana?!" perguntaram todas as mães tanganiquianas em uníssono. E de repente percebem que já só têm dez dias para as provas globais, dez dias para estudar com os seus rebentos, que não há tempo, e há que rever a matéria de história, de fisico-química, de português, e a matemática, meu Deus, as funções que estão tão mal, como é que vamos fazer isto?! 



E então, desesperadas, uma após a outra largam a correr, há que aproveitar o tempo, todos os minutos contam, todos os segundos são preciosos, agora é cada uma por si, ver quem consegue chegar primeiro a casa, afinal os nossos jovens flamingos aguardam-nos, eles precisam de nós, do nosso apoio escolar!



E então a mãe flaminga chega a casa, histérica com a falta de tempo, toda desgrenhada e em aflição, aterra já aos gritos, VÁ VAMOS LÁ, RÁPIDO! VAMOOOOOOOS PEGUEM IMEDIATAMENTE NOS LIVROS QUE JÁ SE FAZ TARDE! É PARA ESTUDAR, É PARA ESTUDAR! NÃO HÁ TEMPO A PERDER!


Mas às vezes os jovens flamingos não querem saber, só fazem disparates, sempre às lutas uns com os outros, não se concentram nos estudos.



e, claro, isso deixa qualquer mãe flaminga que se preze, desesperada


Mas mesmo assim a mãe flaminga não desiste, estuda com os petizes até altas horas da madrugada e é com esperança que, no dia seguinte, acompanha os seus jovens e irrequietos flaminguinhos à escola e, claro, sofre lá fora, sozinha, nos corredores frios e impessoais, enquanto eles se submetem à avaliação dos terríveis ogres examinadores!


E depois, se as notas não são o que a mãe flaminga ambiciona, ela não perdoa, não pode perdoar, afinal não é só o futuro dos seus rebentos como assalariados junto de Sansão, o pássaro-alfa, que está em causa, o problema é mais grave, muito mais grave, afinal como é que a mãe flaminga vai explicar à Dona Flameuza o revés? E é exactamente esse descontentamento que mostra muito calmamente ao jovem flamingo durante o jantar. Afinal qualquer mãe que se preze tem o seu flamingo-pride! 





domingo, 29 de maio de 2016

sábado, 28 de maio de 2016

A propósito desse novo sacrilégio que é estudar com os filhos

A pessoa recebe este comentário anónimo:

"Depois levamos com meninos que não sabem lidar nem gerir frustrações."

Pelo bonito termo "levar com", a pessoa percebe que é alguém ligado a uma escola, mas tem esperança que este comentário tenha sido escrito por uma auxiliar de acção educativa,  pelo porteiro, pelo responsável da tesouraria, pelo senhor do bar, sei lá, por qualquer pessoa dentro da escola menos por um professor, uma vez que não é suposto um professor ter de levar com os alunos, mas não, a pessoa é rapidamente esclarecida pelo comentário seguinte:

"Por acaso é mesmo numa escola, como professora, mas com um grande defeito, é numa escola pública. Aliás, não sei para que se cansa tanto a estudar com ele, uma vez que as notas já estão garantidas à partida a partir do momento que paga por elas num colégio privado. "

E a pessoa não consegue deixar de ficar com muita pena dos alunos desta "professora".


E a tua mãe também estudava contigo, Palmier?

Sim, lembro-me sobretudo da matemática. Era uma tortura. Ela a adorar, a vibrar imenso com aquilo, e a mim até se me dava um tique no olho. E o meu pai com a Física, era a loucura, à terceira frase já eu tinha perdido o fio à meada, ainda eu estava a abrir o livro e já ele ía lá à frente, na Teoria das Cordas e nas profundezas da física quântica.

(e no entanto aprendi sozinha que nunca é bom sermos muito definitivos nesta questão da parentalidade...)


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Faltam dez dias

E podia ser para ir de férias para a Polinésia, para uma novidade extraordinária aqui no blog, um concurso para oferecer um casamento ou assim, para ser finalmente coroada rainha do blogomundo, mas não, faltam dez dias para o fim das provas globais e eu estou mais farta de estudar que os meus filhos.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

A caminho da terceira laje



(a coisa começa finalmente a tomar forma, apesar de só conseguir ver de fora, que escadas...  pois... talvez um dia, quem sabe...)

terça-feira, 24 de maio de 2016

A situação é deveras grave!

Apesar de ter sido negado pela dona do blog em causa, as comentadoras, minhas fãs incondicionais, descobriram imediatamente toda a verdade! 
A minha voz estava a ser usada para relatos de histórias hard-core! À minha revelia, evidentemente...

(Toda a história da desgraça neste vídeo)


domingo, 22 de maio de 2016

Porque não podemos fugir ao nosso destino

Tudo começou com uma situação aparentemente inocente. A blogger, na sua condição de mãe extremosa, estudava História com sua filha, fazendo-lhe perguntas com base nos apontamentos que esta havia feito. A princípio, quando leu aquela palavra, pensou tratar-se de um simples erro ortográfico, mas logo concluiu que não, uma vez que o Google lhe garantia que aquela era uma palavra com existência. E então a blogger acrescentou-a ao seu dicionário mental de palavras supérfluas, uma vez que não tinha memória de com ela ter contactado nos seus inúmeros anos de existência. Acontece que logo no dia seguinte foi surpreendida pela palavra num livro que lia descontraidamente, e então a blogger congratulou-se por ter conhecimento do seu significado e anotou a coincidência, não lhe dando no entanto mais importância do que aquela que se dá a uma qualquer coincidência. Mas ao terceiro dia a blogger voltou a deparar-se com a palavra, leu-a por duas vezes num novo livro que havia começado nesse mesmo dia e aí ficou muito espantada, afinal aquela palavra estava por todo o lado sem que a blogger tivesse algum dia dado por ela e só então se apercebeu que aquela situação que tinha apelidado de inocente e que de inocente nada tinha, havia despertado a palavra de longos anos de inactividade! A palavra, inconformada por ser desconhecida, fazia agora questão de se fazer notar e lutava com todas as suas forças para recuperar a fama de outrora. A situação começou a ficar verdadeiramente assustadora quando a blogger, fazendo a sua ronda pela blogosfera, se depara novamente com ela, e lá estava a palavra, insidiosa, a intrometer-se em posts alheios, sempre presente, arreganhando os seus dentes diabólicos à pobre blogger que, horrorizada com a perseguição de que estava a ser alvo, fechou a tampa do computador com estrépito e com a respiração descontrolada compreendeu finalmente o horror. A palavra "homiziado" era sua stalker.

sábado, 21 de maio de 2016

Homiziados

Há uma semana não conhecia esta palavra. De há uma semana para cá já me deparei com ela três vezes em textos diferentes.

Mãe, mãe, olha-me estes desenhos da tua neta, os nomes que inventou e respectivas legendas e diz-me que a genética não é uma coisa tramada

Em primeiro temos o Seirante


Depois o Milados


De seguida o Loscuip


E por fim o Cipcelevão


Mas há mais! Muitos mais! Prontos a integrar um qualquer dossier forrado a amarelo e preto!

quinta-feira, 19 de maio de 2016

E a ti, Palmier, o que te trouxeram os blogs?

Ontem, por exemplo, trouxeram-me este livro. Ofereceu-me uma pessoa que me visita aqui o blog que, por ter gostado muito, muito, muito pensou, e bem - porque já o li, acabei-o hoje ao pequeno-almoço e é de leitura obrigatória - que também eu gostaria de o ler. E para isso correu enormes riscos, foi com o livro aos correios, meteu-o num envelope só com uma morada de destinatário e foi sujeita a um terrível interrogatório, primeiro apenas pelo funcionário que a atendia "então e o remetente?", e depois já com a atenção de toda a equipa daquela dependência dos CTT "e o nome do destinatário?", mas o que é que a senhora tem aí nesse envelope?, perguntavam em uníssono os funcionários desconfiados, enquanto os clientes a observavam de soslaio, temendo estar perante uma perigosa bombista; numa clara prova que as mulheres afinal são, não só boazinhas umas para as outras, como chegam mesmo ser generosas com aquelas que conhecem apenas e só aqui dos blogs.



(muito, muito obrigada :)

(O livro estava esgotado mas agora fui ver outra vez, porque também eu pensei que muita gente gostaria de o ler, e já está disponível na Bertrand e na Wook, - é comprar, pessoas, é comprar) 

terça-feira, 17 de maio de 2016

Sou super popular!

Quando ia a sair da garagem o carro que vinha a passar abrandou para me deixar entrar e eu fiz o aceno de agradecimento da praxe.

- Mãe, a quem é que estavas a dizer bom-dia?
- Bom dia? Não estava a dizer bom-dia, estava a agradecer à senhora, que foi simpática e deixou-me passar...
- Ah, então é isso... e passados uns segundos acrescentou cabisbaixa e com algum desalento na voz: pensava que conhecias toda a gente...


Na verdade isto é uma obra de arte


segunda-feira, 16 de maio de 2016

domingo, 15 de maio de 2016

Acreditar até ao fim

Ao terceiro golo dos outros.
- Pronto, lá se foi...
E o meu filho zangadíssimo, a olhar para mim com os olhos a deitar faíscas:
- Pára de ser pessimista!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O que estás a fazer neste momento, Palmier?

Psicanálise.


(eu prometi que ia arranjar um divã como deve ser aqui para o blog, não prometi?)

Na verdade tenho estado muito ocupada a pensar como raio vou resolver esta problemática

A segunda laje está pronta. Ontem fui lá vê-la mas nada vi, o meu posto de observação, no cocuruto do contentor, passou a estar num nível abaixo da segunda laje, e eu então ali fiquei, como um cão à volta da cauda, sem saber o que fazer, como é que vai ser a minha a vida agora que nada vejo, e então chamei o engenheiro para lhe fazer a pergunta que se impunha: E agora, como é que subo? E ele olhou em volta e apontou para o andaime, “por ali…?”, e eu olhei para o andaime e ainda hesitei mas, caramba, não sou assim tão aventureira, trepar pelo andaime já é areia a mais para a minha camioneta, mesmo tratando-se de uma obra que precisa de areia e de camionetas, e então fiz-lhe a pergunta óbvia: quando é que fazem a escada? E ele disse-me que não era para já, que a escada ia ser em betão afagado e que quanto mais tarde fosse feita, melhor, para não se estragar. E eu ri-me, como quem não acredita, como se aquilo que ele me estava a dizer fosse obviamente uma impossibilidade: e então como vai ser com os acabamentos, levam as banheiras às costas pelos andaimes? E ele respondeu-se muito sério que sim, que dá mais trabalho, é claro, mas às vezes tem mesmo de ser assim. E eu então fiquei com cara de parva a olhar para ele, novamente encasulada no exterior da minha própria obra, e a pensar que tenho mesmo de ir fazer um curso de alpinismo urbano.   


segunda-feira, 9 de maio de 2016

A pedido de muitas famílias (na verdade foi só da Mirone mas pronto) aqui ficam as sequelas d'o estranho caso dos personagens que desapareciam da história

1- Outro Ente;
2- Flor; (não consigo linkar o post em concreto, só o blog. Tinha de haver aqui uma especificidade qualquer, como é evidente :)
7- C.N. Gil.
8 - Cuca, a Pirata;
9- Linda Blue;
10- CM, aqui em baixo, na caixa de comentários.

(acho que não me esqueci de ninguém, mas se houver por aí outros é favor avisar :)

Se há coisa que me irrita é quando o feed do blogger fica maluco e com um delay de não sei quantas horas

É que a pessoa tem o tempo contado para brincar e se o raio dos posts aparecem no feed com três horas de atraso, enfim, lá se vai a hora do recreio!

A quem é que podemos reclamar?!

domingo, 8 de maio de 2016

Oito de Maio

Houve um ano em que a minha mão me comprou um vestido branco com uma gola grande, à barco, uma gola branca e encarnada, debruada com uma fitinha de renda, era um vestido com um tecido muito fininho, de braços à mostra, tão bonito o meu vestido novo, andei dias e dias à espera que chegasse a data certa para o estrear, a sonhar com a festa, a ver-me a apagar as velas com aquele vestido flutuante, a imaginar as fotografias depois, desta vez ia mesmo usá-lo, não havia de ser como das outras vezes em que o Manuel me trazia vestidos de países longínquos, como aquele comprido, um vestido até aos pés, com umas flores verdes escuras e azuis turquesa, ou aquele outro com flores cor-de-rosa e um peitilho branco, eram mesmo bonitos esses vestidos, mas a minha avó mandou guardá-los, que não eram vestidos para estragar, e então ficaram pendurados no guarda-fatos lá de dentro, o guarda-fatos das coisas que quase não se usavam, e eu de vez em quando ia lá, abria a porta e ficava a olhar para os meus vestidos, tão bonitos, ali vazios, pendurados num cabide. Foi um choque quando percebi que já não me serviam, nunca antevi que o meu crescimento provocasse tamanha desgraça. Mas agora, com este vestido, o branco da gola encarnada, não havia de acontecer a mesma coisa, esse eu ia mesmo vestir, ah se ía. Depois o dia oito chegou, frio, cinzento, chuvoso, um dia oito de Maio com um vento uivante que levava tudo pelos ares, lembro-me de estar sentada na cama a ver a chuva a bater contra a janela do meu quarto, bátegas de água a escorrer pelo vidro, e o meu vestido branco e encarnado tão leve, tão fresco, à minha espera, em cima de uma cadeira. Nesse dia vesti o meu vestido branco e encarnado. Vesti-o com um casaco azul-escuro de lã por cima. Não tenho nenhuma fotografia desse oito de Maio.

sábado, 7 de maio de 2016

O estranho caso dos personagens que desapareciam da história

A sala era sob o comprido, alcatifa vermelho-sangue, duas grandes janelas de sacada numa das extremidades, uma credência dourada de rebuscados rococós com um grande telefone preto pousado em cima do tampo de mármore, um telefone em forma de carocha com um disco para marcar os números, um piano na parede do lado esquerdo, a tampa aberta, as teclas brancas alinhadas como num sorriso. Lá dentro uma mulher sentada numa cadeira, um vestido de seda verde escura com uma laçada no pescoço, a cabeça baixa, entre as mãos, sem se mexer, em silêncio. Passarm-se muitos minutos sem que nada acontecesse, só aquele silêncio e aquela mulher. Então o telefone tocou e ela levantou-se, atendeu sem uma palavra, ouviu durante muito tempo, o rosto a endurecer, transformando-se lentamente numa estátua de pedra, a expressão dos olhos sombria, como se uma tempestade lhe atravessasse as pupilas. Depois, com movimentos contidos, vagarosos, calmos até, e sem desligar, pousou o auscultador ao lado do telefone, ainda se ouvia a voz de quem estava do outro lado, falando sempre, calçou umas luvas minúsculas, dirigiu-se ao piano e bateu com violência no teclado, com as mãos abertas, furiosas, três vezes de seguida, os dós, os rés, os mis, os lás, projectados pelo ar, atirados por todos os lados, perdidos, espalhados, a reverberar pela sala, a subir ao tecto e a cair logo em seguida, a esbarrar contra as paredes como pássaros desnorteados, e então, cega ao caos que ali reinava, pegou na carteira e saiu porta fora, deixando para sempre esta história. Assim que a porta bateu, uma velha criada vestida de preto entrou com uma pá e uma vassoura, varreu pacientemente as notas musicais caídas agora pelo chão, já esvaídas e morrediças, juntou-as num montinho que arrastou depois com gestos mecânicos para dentro da pá e, com uma expressão banal, de desinteresse, chegou-se ao piano, abriu-lhe a tampa superior e deitou-as com indiferença para dentro da caixa de ressonância, desaparecendo desta história por onde tinha entrado. Na sala ficou só a voz, falando ininterruptamente pelo telefone.

Quando o tempo se cristaliza - II


Quando o tempo se cristaliza - I


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ajustando a História

Hoje enquanto tomava o pequeno-almoço sentaram-se ao meu lado três -percebi depois- colombianos, acompanhados dos seu guia turístico português. E enquanto duas das colombianas experimentavam o chocolate quente que tinham pedido, o guia explicava que em Portugal se bebe muito chocolate, de manhã, à tarde e à noite, e foi nessa altura que eu comecei a tomar atenção à conversa, uma vez que não estava a par deste hábito tão português que é o de começar e acabar o dia com uma caneca de um fumegante de chocolate quente, mas ele dizia entusiasmado que era mesmo assim, que este hábito vinha de há muitos séculos, da nossa história, do tempo em que chocolate era trazido de Timor e da Índia nas caravelas, e que como era muito apreciado aqui na metrópole até se lhe costumava chamar “ouro negro”. E eu por momentos ainda pensei que estava a ler um daqueles posts do Tio Pipoco, aqueles do baralha e volta a dar, mas não, olhei para a cara do senhor com muita atenção e ele estava a falar muito a sério.


Uma vez que não me decido a voltar a pintar

Vou fazendo bonecos no photoshop...


(e depois hei-de fazer uns mais bem feitinhos para imprimir e pendurar nas minhas futuras paredes...)

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Eu sabia!

Lembram-se disto? Pois que hoje chegou a acta para ser assinada e, surpresa!, fui novamente desapossada do meu louvor!



terça-feira, 3 de maio de 2016

E então a minha Maman aproveitou que Canis estava lá fora, na vida dele, para ir tirar uma nova bola da embalagem de seis que tem escondida no fundo da mais funda das gavetas, que coitadinho, o bichinho já não tinha uma única bola capaz

Mas foi imprevidente, não cuidou de fechar todas as portas que se interpunham entre ela e Canis, e então Canis, a centenas de metros de distância, terá dado pela coisa e enquanto a minha Maman, alegre e contente, abria a gaveta, Canis acelerou lá dos confins, e enquanto a minha Maman fechava a gaveta, Canis derrapava na sala e enquanto a minha Maman tentava abrir a embalagem de plástico, Canis saltava como um leão feroz, atirando-a contra a parede e ferindo-a nos braços com as suas garras. Ei-lo, minutos depois do crime, não com uma bola nova como era suposto, mas vitorioso, com a embalagem completa.

Caramba, é preciso que seja eu, mais uma vez, a resolver este difícil problema que aflige a blogosfera em particular e toda a sociedade em geral?!

É que é extremamente simples. Basta que as educadoras juntem ao presente do dia da mãe que os meninos fazem na escola, o respectivo talão de troca.

Tudo eu, tudo eu...