sexta-feira, 30 de março de 2012

Chegada ao hotel

Ok... Para além dos chubascos e de las tormentas, eis que, chegados ao hotel, nos deparamos com ISTO:


Para nós está bem assim... gostamos do barulho, do cheirinho a tinta, do pó, das máquinas em movimento e dos móveis embrulhados em plástico. Achamos tudo muito bonito. O importante, mesmo, é que as instalações estejam perfeitas para os hóspedes que cá vierem na próxima semana. Estou verdadeiramente feliz por eles.



Indicaciones

Mira niñas, para PILAS, cortar à la deretcha!



Apelo

Pequena cadela cutxi-cutxi foi entregue a Maman em plena Via do Infante (numa área de serviço, diga-se). Desse local, Maman, já na posse do animal, dirigiu-se ao Algarve Shopping, aí se infiltrando com pequena cadela cutxi-cutxi dentro da mala. 
Ora, acontece que pequena cadela cutxi-cutxi já não é tão pequena assim... Logo, o ombro de Maman não tardou a resentir-se. Acontece, também, que Maman não desiste facilmente dos seus intentos. Maman adquiriu, de imediato, uma mochila de rodinhas onde introduziu pequena cadela cutxi-cutxi (com a cabeça de fora), podendo assim prosseguir com os seus ímpetos consumistas.
Se, porventura, alguém assistiu a esta cena, peço, encarecidamente, que me mande registo fotográfico! 
Muito agradecida!

É mesmo isto!

Era exactamente isto que tinha em mente quando planeei estas férias!

Delícias matinais

Filho para empregada:
-Tens claustrofobia?
Resposta de empregada:
-Não, tenho uma hérnia.

Chuvinha do meu coração

Há lá forma mais perfeita de começar as férias?

Light's on

Esta é a parte em que eu era electrocutada...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sinto-me...

ligeiramente Abat-ida...


Fotografia tirada às escondidas na garagem do local de trabalho. Claro que fui apanhada pelo electricista...

Quinta-Feira à tarde, dia de rally...

Ora atentem na magnitude da crise que assola este país. Ou isto são tudo desempregados, ou então...


...são adoradores d'Os Jerónimos... Uma seita, talvez... (não vislumbro outra hipótese...)

E agora?

Socorro, socorro, socorrooooooooooooooooooooooo...
Alguém me ajuda?
Acabei de mandar um e-mail com um link de um hotel e com a seguinte questão:
Próximo fim-de-semana?
oh pááááááááhhhh eu estava a mandá-lo para o meu querido marido... acontece que, no momento que carreguei no send, reparei que o endereço não era (tchan, tchan, tchan)... o dele.
Desgraça das desgraças. Era o endereço de um colega de trabalho...
Estou lixada!
O que é que eu faço?

Agora fora de brincadeiras,

Tenho imenso respeito pelas pessoas que gostam tanto, tanto, mas tanto, da sua entidade patronal, que se referem a ela como a sua IDENTIDADE patronal...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Não é por nada...

Mas teria sido muito mais agradável se, antes de entrar em directo, alguém tivesse avisado o senhor Secretário de Estado dos Transportes que estava com bigodes de leite...






Reincidente

Eu sei que não posso falar do nome dos outros. Já o expressei aqui. No entanto...
No meu trabalho, há um cidadão estrangeiro que se chama Chico Djompe (escreve-se mesmo assim, não é diminutivo). E eu, eu gosto de dizer o nome dele. Dizê-lo de seguida, todo pegado. Dizê-lo assim:
Txicotxjompe
Experimentem dizer alto (please, please!). Vão ver que vão ficar viciados.
Eu cá, aproveito todas as oportunidades para o chamar. Juro. Sempre que posso, lá vai um:
Boa tarde Txicotxjompe; Bom dia Txicotxjompe; Como está Txicotxjompe; Até amanhã Txicotxjompe...
A coisa está a tornar-se de tal forma grave que o pobre Txicotxjompe já me olha de soslaio e aparenta querer afastar-se o mais possível da minha pessoa. Parece pensar que sofro de graves problemas psicológicos. De síndrome de la Torette mesmo...

Finalmente boas notícias

Estou tão feliz que não caibo em mim.
Acabei de ouvir uma notícia maravilhosa. Pois que parece que os árbitros vão entrar em greve. Isso, amigos, força nisso, façam a vossa greve, mas façam-no por tempo indeterminado. Não é por nada, mas já não posso com o futebol a todas as horas, a todos os minutos, a todos os segundos, em todos os canais, em estereofonia. E depois... depois temos de ouvir os comentários do Rui Santos, esse génio do esférico (que nos cega com o brilho dos seus fatos, logo depois de nos ter agoniado irremediavelmente com os padrões das suas gravatas).
Deixo aqui o meu mais sentido apelo à greve. Saúdo os organizadores. Saúdo o sindicato dos árbitros (se não há, devia haver). Oh páh! Até lhes emprestamos o Arménio para dar credibilidade à coisa (que tem nome de país e isso é coisa boa). Os clubes que aproveitem e que façam, também eles, um lock-out ou, como dizia uma colega minha da faculdade, um out-look. Um out-look também serve! Os jogadores que se juntem e que também façam qualquer coisinha, uma contra-manifestação, um piquete de greve... Mas, façam-me lá o favorzinho, juntem-se todos com muita força, dêem as vossas mãozinhas e exterminem o jogo da bola que isso é que era e, lá está, façam-no de uma vez por todas!
Força nisso, tá?

terça-feira, 27 de março de 2012

Já se dispensava esta conversa...

Uma visitinha rápida só para vos dizer que a porteira do meu prédio foi hoje ao GINGÉCOLOGITA  e, segundo a própria (excitação das excitações), ficou muito dorida por causa do bico de pombo, ou pato, ou de cisne (que não sabia precisar exactamente de que tipo de ave se tratava). Ainda lhe perguntei de que cor eram as penas do bicho para ver se acertávamos com a ave, mas ela não me deu qualquer saída… Só queria falar na beleza do seu GINGÉCOLOGITA. De como ele é bem-parecido, gentil, delicado e belo… que anda de mota (mas, claro que tem carro, a mota é só por causa do estacionamento). Que lhe disse que estava muito bem para a idade e que (risinhos, risinhos) até parecia que se estava a meter com ela.
Para além de ter ficado com muita pena do ginecologista, fiquei extremamente combalida pela minha própria pessoa. A sério… Com tantos condóminos, porque é que ela insiste em compartilhar estes assuntos comigo...

Porquêêêêêêê...

Ahahahahahahahahaha

Relíquia

Eu sei que a notícia é triste e antiga. No entanto, não podia deixar de compartilhar convosco que, segundo o Diário Insular, em 2004, nos Açores, houve um cidadão natural da ucrânia que morreu, vítima de um traumatismo UCRANIANO.

Poderão saber mais AQUI.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A minha própria Lloret del Mar

Aqui há uns anos, estava eu em casa (sita num segundo andar de uma Rua de Lisboa), sentada na minha mesa junto à janela a estudar para um exame  quando, de repente, oiço um grito. Olhei para o exterior para ver o que se passava e, eis senão quando, vejo passar pela minha janela algo que o meu cérebro não foi capaz de assimilar de imediato.
Fiquei sentada durante uns segundos a estabelecer uma conversa comigo própria. A conversa era a seguinte:
eu - Era uma pessoa!
eu - Impossível, pessoas não passam pela nossa janela a alta velocidade e em sentido descendente (nem em sentido ascendente, vá). Era um tapete!
eu - Era, era... Era uma pessoa!
eu - Impossível, pessoas não passam pela nossa janela a voar naquela direcção. Eram umas calças!
eu - Mas também tinha camisola. Era uma pessoa!
eu- Impossível, as pessoas descem a escada, não saem de casa pela janela. Era um cobertor!
eu - Os cobertores não têm cabelo. Era uma pessoa!
eu - Realmente... (acabei por concordar comigo própria), acho que era uma pessoa!
Corri à varanda, debrucei-me e sim, lá estava a minha vizinha do 4º andar, estatelada no chão, imóvel. Estupefacção, horror, pânico. Corri para dentro, aos gritos. Nessa altura tinha uma empregada guineense chamada Fátima. Gritei-lhe histérica:
- Fátimaaaaaaaaaaaaa.... Chame uma ambulânciaaaaaaaaaaaaaa imediatamente! Caiu uma pessoa lá de cimaaaaaaaaaaaaa...
A Fatima apercebendo-se da situação e levada pela minha aflição, apareceu vinda lá de dentro, com as mãos na cabeça, também ela aos gritos, dizendo:
- Ai mininaaaaaa... Não sei como se chama ambulância!!!
Corri para o telefone, liguei para o 112. A senhora do 112 queria que eu explicasse em que estado estava a vizinha. Eu só me lembro de estar ao telefone, a tentar explicar que não sabia (que não tinha ido lá abaixo ver), ao mesmo tempo que Fátima continuava a correr de um lado para o outro da sala com as mãos na cabeça, guinchando descontroladamente que não sabia chamar a ambulância... 
a vizinha sobreviveu e eu... eu não precisei de ir a Lloret del Mar... Lloret del Mar veio até mim...

Taylor made




domingo, 25 de março de 2012

Post altamente escatológico

Hoje pequena cadela cutxi-cutxi acompanhou-nos durante todo o dia. Apliquei os ensinamentos do encantador de cães (que me foram sugeridos pelo Fio da Meada) e pequena cadela cutxi-cutxi assimilou à primeira.  Ainda fez umas tentativas infrutíferas para ladrar aos outros cães (com uma voz altamente fininha e ridícula. Diria mesmo que humilhante para os seus donos) que foram rapidamente reprimidas. Andou sempre ao meu lado, de rédea curta, sem tentar levar-me a reboque (não que alguma vez o conseguisse, tendo em conta a sua diminuta dimensão).
Há no entanto algo que não sei como contornar (e duvido que haja algum programa do encantador de cães que verse sobre tal tema).
Quando pequena cadela cutxi-cutxi foi adquirida (no Natal) foi escolhida exactamente por ser uma cadela. Ao longo da minha vida tive dois cães e duas cadelas (Pequena cadela cutxi-cutxi é a terceira) e, desta vez a escolha voltou a recair sobre uma cadela. E porquê, perguntam vocês. Porque, respondo eu, são, normalmente mais limpinhas, mais asseadas e mais graciosas no momento de  fazer seus xixis. Baixam-se de forma elegante e fazem 1 (um) xixi, em vez de 34 (trinta e quatro) e têm o cuidado de não o pisar, afastando-se, normalmente, com ar deveras enjoado. São a variante canina dos gatos. Sim... tive um cão que, até ao dia do seu falecimento, sempre que se encontrava sozinho na sala levantava a pata para o sofá (tivemos de investir em vários sofás nessa época), presenteando-nos, dessa forma com vários xixis que patinhava logo em seguida. Para além disso, o xixi dos cães (machos) é sempre mais mal cheiroso que o das cadelas. Isso acontece porque os cães têm de marcar território, fazendo por isso os seus 34 (trinta e quatro) xixis por cada passeio à rua. E, quanto mais forte o odor, mais eficaz a sua marca.
Assim, optámos (optei eu e levei todos a reboque) por uma cadela. Acontece que, depois de ter tido em conta todos estes aspectos não estava à espera de um pequeno detalhe. Não estava (mesmo nada) à espera que pequena cadela cutxi-cutxi fosse aparentada com um avião de combate a incêndios.




Sim. Pequena cadela cutxi-cutxi efectua o seu xixi em andamento. Pequena cadela cutxi-cutxi não pára. Mantém-se em movimento ao mesmo tempo que se baixa ligeiramente e faz o seu xixi. Esta técnica, tão peculiar, leva a que, de seguida, o pise alegremente.
Pequena cadela cutxi-cutxi deita assim por terra todas as minhas teorias, produto de uma profunda reflexão realizada ao longo de anos...


P.S. Pequena cadela cutxi-cutxi dorme agora feliz e serena, depois de uma intensa, enérgica e arrebatada lavagem/purificação de patas.







Serviço público

Esta nova temporada dos "Ídolos" aparenta ser ligeiramente mais Hard Core. Quem a quiser seguir, deverá sintonizar a televisão no canal para adultos...

Valeu a pena a espera!

Ahhhhhhhhhhhhh.... Finalmente algo de verdadeiramente interessante...

sábado, 24 de março de 2012

Desilusão II

Estava eu aqui no computador, com o maravilhoso congresso do PSD em ruído de fundo (que está a dar há cerca de dois séculos na Sic Notícias) quando oiço a jornalista perguntar a um dos participantes:
- Blá, blá, blá... CARROS NOJENTOS.
Ok. Pára tudo. Está, finalmente, a acontecer alguma coisa verdadeiramente excitante. Concentrei toda a minha atenção no ecrã.
Afinal era:
- Blá, blá, blá... CARGOS DIRIGENTES.
Voltei, portanto, para o computador... 

P.S. Pergunto-me, agora, se estarei necessitada de uma prótese auditiva...

E porque tenho aspirações fashionistas

Deixo-vos com as últimas tendências...

Desilusão

Filho: Ahhh... Pensava que CLAUStrofobia era ter medo do Pai Natal...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Quando entramos no estranho mundo de Kafka

Fico colérica quando tenho de lidar com a Administração pública. Seja na sua vertente finanças, segurança social, camara municipal, ministérios...
Parece que, de repente, entramos na twilight zone.
De verdade... é de arrancar cabelos. Antigamente, os funcionários públicos que tinham de contactar connosco (meros cidadãos) eram, na sua generalidade, antipáticos. Isso permitia que quando nos diziam com maus modos que não sabiam de nada e que tínhamos de ir bater na porta ao lado, pudessemos ripostar, expressando toda a nossa fúria.
Agora, a coisa processa-se de maneira diferente. O cara a cara é coisa ultrapassada. Agora há sempre um número verde para o qual podemos ligar com o objectivo de esclarecer as nossas dúvidas. Acontece que, do outro lado da linha nos aparece uma pessoa extremamente simpática que, no entanto, não faz a mais pequena ideia do que é que nós estamos a falar. É uma pessoa que repete, incessantemente, o nosso nome. Muito obrigada por ter aguardado, Sra. D. Cleópatra Fofinha; Queira por favor digitar o seu código, Sra. D. Cleópatra Fofinha; Vou reencaminhar o seu pedido a quem de direito, Sra. D. Cleópatra Fofinha; Alguém a há-de contactar para esclarecer a situação, Sra. D. Cleópatra Fofinha...
E, quando lhe pedimos previsões. Porque há prazos para se efectuar a reclamação judicial, a senhora responde:
- Ah... Isso não lhe posso dizer, Sra. D. Cleópatra Fofinha.
Fico portanto impávida e serena a aguardar um eventual contacto telefónico de alguém muito iluminado, que há-de fazer a gentileza de me ligar a esclarecer, por que raio, a Segurança Social me manda (à empresa) pagar 123 876,90 € (cento e vinte e três mil, oitocentos e setenta e seis euros e noventa cêntimos), sob pena de penhora de bens, por falta de pagamento das prestações da Segurança Social relativas aos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2011, QUANDO A EMPRESA EFECTUOU (EM PRAZO) TODOS OS PAGAMENTOS, ATÉ AO ÚLTIMO CÊNTIMO!
É que, como é coisa pouca, não estamos nada preocupados...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Aniversário de casamento

Quinze anos passados, uma pessoa deve comemorar. Assim, uma pessoa é convidada por marido para almoço de Luxe. Uma pessoa arranja-se de acordo com as circunstâncias (incluindo roupa, unhas, cabelo e rosto).
Acontece que uma pessoa não consegue prever todas as variantes…
Uma pessoa foi de manhã ao dentista com filha para garantir que depois disto, não havia consequências nefastas e que tudo estava bem. Uma pessoa aproveita essa visita para chamar a atenção de dentista sobre um dente que está sensível ao frio/quente. O que uma pessoa não está à espera é que dentista a mande sentar-se na cadeira e lhe aplique uma potente anestesia de longa duração.
Sim… Uma pessoa que até levou a sua bolsinha de make-up para o local de trabalho, para poder aplicar uma última demão de batom e aparecer deveras sexy no seu almoço comemorativo, acaba por aparecer com a boca ao lado (derramando todos os líquidos ingeridos pelo queixo abaixo), aparentando um grave derrame cerebral…
O que vale é que o amor é cego…

Afinal, não foram diamantes...

Expectativas II

Vou agora para almoço comemorativo de casamento. Espero regressar carregadinha de diamantes...

E porque ao fim de 15 anos continuo a ser uma santa...

Greve Geral

E hoje, como é dia de greve, vou trabalhar muito. Não vou, no entanto deixar de ser solidária com os grevistas. Como forma de protesto, vou fumar maços e maços de Lucky Strike...



quarta-feira, 21 de março de 2012

Porque também eu sou uma exibicionista

E porque também eu passei um fim-de-semana a estudar as plantas (raiz, caule ou tronco, folhas, fruto, semente), as aventuras de D. Afonso Henriques (e a sua complicada relação com maman - dele), o relevo do nosso país (ilhas incluídas), a fazer contas de multiplicar e dividir, de somar e subtrair (com a variante casas decimais), também eu tenho o direito de exibir as notas de filho, como se das minhas próprias notas se tratassem.










P.S. Pobre filho não domina, ainda, a arte da negociação. Perante este naipe de notões prontifiquei-me, de imediato, a premiá-lo com um presente à sua escolha (pronta para adquirir uma PSP ou outra coisa do género). Pois que filho pensou, pensou e pediu (pouco seguro da viabilidade de tal exigência)... 10 carteirinhas de cromos... 

Problema...

Carrego um grave problema em mãos. A questão gira em torno de pequena cadela cutxi-cutxi. Ora pequena cadela cutxi-cutxi (que já passou, entretanto, a média cadela cutxi-cutxi) tem-se revelado um animal de extrema inteligência. Pequena cadela cutxi-cutxi aprendeu já muitas coisas. Umas boas (como o local certo para efectuar o seu xixi-cocó - situação que tem levado a um crescente afastamento entre mim própria e esfregona), outras más.
Atentemos nas más.
1.       Pequena cadela cutxi-cutxi já consegue saltar para cima dos sofás (pelo que, quando estou sentada e extremamente concentrada na programação televisiva, sou vítima de graves colisões precedidas de espectaculares saltos, sendo a minha cara varrida a língua de cão);
2.        Pequena cadela cutxi-cutxi encontra-se a perder os dentes, pelo que se transformou numa ratazana roedora. Nada disso seria de estranhar não fosse o caso de pequena cadela cutxi-cutxi preferir afiar a sua nova dentadura nos nossos membros. Inferiores e superiores. Pois que pequena cadela cutxi-cutxi ataca nossas mãos e pés impiedosamente. Obriga filhos a ficarem refugiados no sofá sem se mexerem (essa parte até que é bastante boa) para não serem danificados por pequena cadela cutxi-cutxi .
3.        Mas, o pior, é mesmo o facto de pequena cadela cutxi-cutxi ter aprendido a abrir portas. Sim, pequena cadela cutxi-cutxi é um mestre na arte do arrombamento (se a crise se agravar, poderei aproveitar pequena cadela cutxi-cutxi para actividades menos lícitas). Acontece que esta arte acarreta consequências bastante nefastas. O apogeu dessas consequências verifica-se durante a noite. Ora a porta do corredor é encerrada assim que filhos adormecem. Nessa altura, pequena cadela cutxi-cutxi é libertada para se passear pela casa. Acontece que antigamente a porta do corredor era barreira suficiente para impedir passagem para junto de filhos. Hoje em dia, a situação alterou-se radicalmente. Pequena cadela cutxi-cutxi atira-se à porta (tal qual D. Afonso Henriques aos mouros) e avança quarto de filhos dentro com um objectivo muito peculiar. Saltar para a cama de pobres crianças adormecidas e escavar-lhes a cabeça.
Esta situação é intolerável pois que tenho de interromper vezes sem conta o visionamento de espectacular programação da TVI com o objectivo de proceder ao salvamento de filhos e açoitamento de pequena cadela cutxi-cutxi… 
Pondero, agora, a compra de um gato. Só para a humilhar…


terça-feira, 20 de março de 2012

A minha fraqueza

Gosto de ler as capas das revistas cor-de-rosa (não, não as leio apenas no cabeleireiro). Gosto, particularmente de ler os títulos relativos à Letizia. Gosto de tal forma desta actividade que o senhor do quiosque junto do meu trabalhinho me chama, directamente do outro lado da rua, sempre que há novas sobre a minha Princesa favorita (e atenção que eu não compro as revistas. Vejo-as ali. Acontece que o senhor já me acompanha neste meu vício e está à espera de as ver comigo). Sempre que sai uma revista (ou Letizia) nova, o senhor do quiosque grita-me: "Olhe... Tenho aqui novidades sobre a sua amiga!" E pronto, lá vou eu a correr, atravessando a rua sem olhar a motociclos, viaturas motorizadas ou autocarros. Atiro-me à estrada ignorando todos os perigos, na ânsia de ver o que se passa com a princesa em vias de desaparecimento.
A sério. Têm de aderir a este desporto!
É hilariante!
Há títulos para todos os gostos. Cada um melhor que o outro.
Pois que temos várias vertentes:
A primeira é a das roupagens com que se apresenta: A princesa da saia curta, a princesa da saia comprida, a princesa vestida à idosa, a princesa a armar em nova, a princesa que repetiu uma toillete, a princesa que estava demasiado casual, a princesa que estava over dressed....
Em segundo, temos o dossier personalidade: Aí figura a princesa anoréctica, a princesa vigorética (ou com síndrome de Adónis), a princesa fria, a princesa calculista, a princesa tensa, a princesa frágil...
Em terceiro aparece o item principe/princesa: Pois que somos brindados com títulos relativos à princesa ofuscada (por princesas melhores e mais giras), a princesa traída (por antigas namoradas travestidas de amigas), a princesa desprezada, a princesa apaixonada, a princesa trocada (não por outra, mas sim pelo TRONO - ver aqui)... 
Por fim, temos toda a questão dos tratamentos estéticos e cirurgias plásticas. A princesa que fez uma rinoplastia (para respirar melhor), a  princesa que suavizou o queixo (para mastigar melhor), a princesa  que aumentou as boobies (para ?), que faz injecções cutâneas (para parecer melhor). Enfim, aprendemos sempre qualquer coisa profunda com estas notícias sobre a monarquia espanhola.
Volto a dizer que as pessoas destas revistas têm imaginações prodigiosas. São verdadeiros humoristas. Devem rir-se às gargalhadas a inventar estes títulos (cada vez que leio estes cabeçalhos sinto uma inveja incomensurável de não poder trabalhar numa destas redacções). Oh páh... devem sair todos os dias do local de local trabalho bem dispostos, com dores de barriga causadas pela risota. Deve ser uma espécie de terapia. Juro que pagava para poder lá passar um dia.
Ora comprovem: Hoje a VIP tem este título brilhante:


Ficamos portanto, a saber que, sempre que derrama uma lágrima, Letizia corre para os braços do seu cirurgião plástico para que este efectue, de imediato, nova intervenção estético-cirurgica. Já sabem, para garantirem a vossa beleza permanente, o melhor é fazerem-se acompanhar de um bisturi, não vá dar-se o caso de chorarem um bocadinho... nem que seja de rir... a ver os títulos das Letizias...

Sai um exorcismo ófáxavor!

É muito triste quando somos insperadamente tomadas pelo espírito de Imelda Marcos...


Há lá coisa melhor...

Eu gosto, estimo e aprecio reproduzir conversas em discurso directo. Não deixo passar uma pausa, uma interjeição, não escapa um detalhe. É ver-me a carregar no play e reproduzir toda uma conversa com um ela disse e, depois, eu disse, e ela respondeu, imitando, ao mesmo tempo, o tom de voz (às vezes engano-me no tom e, nesse caso, tenho de voltar atrás e repetir).

Tenho, no entanto, reparado na dificuldade que os homens têm em acompanhar e perceber a razão de ser desta capacidade feminina. De forma quase ofensiva, desprezam esta importantíssima parte das conversas e querem que se salte (assim, tipo bunjee jumping) para as conclusões. Como se o importante fosse o epílogo...

Chamo, apenas, a atenção dos homens para o facto de  esta capacidade ter uma razão de ser. Para além de ser um excelente treino de memória devem atentar nas (tão) apreciadas discussões conjugais... Nessas alturas quem é que se lembra de todas as conversas, todas as frases, todas as palavras, todas as sílabas, desde 1978? Ah-ah! Somos nós, certo?

Pronto... era só isto... 

segunda-feira, 19 de março de 2012

A mim, não me enganam...

Uma pessoa chega logo pela manhã ao seu local de trabalho ainda meio lé-lé da cuca com o sono. Liga o computador e trata de se actualizar. Depara-se com esta notícia (mais desenvolvida aqui) que nos dá conta de uma hipotética nova espécie de homnídeo:

Estudo: Fósseis chineses podem pertencer a uma nova espécie de Hominídeo

 

Os restos fossilizados de dois indivíduos recuperados na China apresentam um misto de características primitivas e modernas não tendo sido ainda possível determinar se representam uma migração inicial de Homo sapiens ou uma espécie de Homo desconhecida até à data.












Uma pessoa (apesar de ainda se encontrar em estado vegetativo) verifica, com orgulho, que se encontra alerta ao tirar, de imediato, a seguinte conclusão:
- Devem achar que somos parvos...
  

Coisas Parvas II

- Ambrósio, esqueci-me de algo...
- Tomei a liberdade de pensar nisso, senhora...

sábado, 17 de março de 2012

Ingenuidades

Hoje avistámos aqui em Lisboa uma Palmeira doente. No Algarve é uma praga. O escaravelho da Palmeira devora uma atrás da outra. Devorou duas das Palmeiras existentes em casa de papai. Palmeiras mais velhas do que eu. Palmeiras que sempre lá estiveram. É ver as folhas a secar, o tronco a desfazer-se, as raízes a sair da terra (é estranhíssimo e faz imensa impressão). Filho assistiu ao definhar das Palmeiras de papai. Assistiu ao arranque das mesmas (agora estão lá plantadas umas Oliveiras meio raquíticas). Ora hoje, quando vimos (mais) uma Palmeira doente, filho quis saber como é que o escaravelho chegou a Lisboa. 
Filho: Diz lá... como é que eles chegaram cá...?! 
Eu: Não sei... vieram andando... de árvore em árvore...
Filho: Mas oh mãe... como é que isso é possível?! Não há assim tantas árvores na auto-estrada!

Ainda me estou a rir com a ingenuidade dele. Por um lado por ele pensar que Algarve-Lisboa (mesmo para escaravelho) é um percurso que só se pode fazer por estrada. Melhor, por auto-estrada (temos de fazer uma viagem à antiga, daquelas que demoravam 5h00, pela estrada nacional). Por outro, a imaginar os escaravelhos todos na auto-estrada, sem poderem progredir à velocidade desejada, muito insatisfeitos com a falta de palmeiras. A apresentar uma reclamação à Brisa...





Rápido!

A sério, pessoas! Acorram à Sport Zone! Por 128 euros, poderão adquirir uns sapatos (?) que vos farão recordar, permanentemente, que descendem do macaco!

É engano, não é aqui...

Trimmmmm...

Eu (vou à porta): Sim... Quem é?
- É de casa do Palmier Penteado?
Eu: Não... o Palmier Penteado é no terceiro esquerdo...
- Ah... Peço desculpa... Pensava que era aqui...
Eu: Ah... Deve ter sido confusão... Aqui somos, de facto, Palmiers... Mas somos todos desgrenhados...


sexta-feira, 16 de março de 2012

É bom estar bem informada

Filho: Mãe, sabias que em vez de roubar se pode dizer FRUTAR?

De novo o Panda Kung-fu

Mandei filho para o banho. Filho queria ir ver o Panda Kung-fu. Disse-lhe que pusesse a gravar. Filho gritou para a sala e mandou filha iniciar a gravação. Passados 30 segundos filha apareceu no quarto. Filho perguntou-lhe se tinha posto o episódio a gravar. Filha responde que não, que já o tinham visto (estão sempre a repetir). Filho, desconfiado, pergunta-lhe qual era. Filha responde:
- Era aquele... da reacção em CADEIRA.

The Bodyguard

Filho pretende contratar duas plantas carnívoras como guarda-costas. São elas:

a) A Planta cadáver



b) A Rafflesia


Assim, quando virem, na rua, uma família escoltada pelo mundo vegetal, seremos nós. Deverão, ainda assim e ignorando todos os riscos, cumprimentar-nos!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Alguém me lançou um Voodoo...

Dia 15 de Março. Parte II

Pois que hoje à tarde estive numa reunião onde eu era a única mulher. Os restantes oito participantes eram, então, homens. Com um deles (por ser uma pessoa muito pouco séria) tenho um diferendo que já vem de trás. Vamos, para facilitar, chamar-lhe "o bode". Eu não gosto do bode e o bode não gosta de mim. O bode gosta de humilhar. O bode está habituado a fazer os outros sentirem-se inferiores. O bode está habituado a mostrar-se mais conhecedor (de todos os assuntos) que os outros. O bode é um manipulador que tenta resolver todos os assuntos de forma a daí tirar proveito próprio. O bode é um aldrabão e, como bom aldrabão, sabe quando não consegue aldrabar outros. O bode sabe que não me aldraba.
A coisa decorreu sem grandes atribulações mas, chegados ao fim, quando ainda estávamos todos sentados à mesa, o bode, tentando pôr a pata em cima aqui da menina, saí-se com esta:
- Ó Xôtôra... Está com boa cara! Fez alguma coisa? Algum tratamento, talvez?
Respondi-lhe:
- Não Xôtôre... não fiz nada. Sabe, ainda sou muito nova... (ao contrário de bode, que é bode velho)
Esperava eu que a coisa ficasse por ali. Engano. O bode (que tem as deixas preparadas de antemão) dispara:
- Então são esses quilinhos a mais que lhe ficam bem...
Se não me pesasse regularmente (tipo, uma vez por semana) tinha saído disparada pela janela com destino à balança da farmácia mais próxima. Acontece que, nos últimos 10 anos, o meu peso pouco variou (à excepção dos meses em que estive grávida), pelo que me encontro absolutamente à vontade para responder ao sacana do bode.  Entro, então, em modo extreminador implacável sob a capa de Dulcineia ternurenta e  glicodoce.
- Deve ser isso Xôtôre, obrigada... E agora que já comentou a minha beleza e forma física, presumo que também queira comentar a beleza e forma física dos outros colegas aqui presentes...
Fim de reunião.

Para finalizar o Voodoo Day quando abandonei o local de trabalho e me dirigi ao carro, tinha, de brinde, uma multa de estacionamento... 

Devia, portanto, ter aproveitado estas 24 horas para pôr o sono em dia...



Manhã dos infernos

Acabada de me sentar no meu local de trabalho, oiço o telefone. Olho para o visor e vejo “escola”. A temperatura corporal altera-se de imediato. Atendo à espera de ouvir, como de costume, um “não se preocupe mãe, não é nada!”. Não é isso que oiço. Oiço a professora a dizer: “Olá mãe. Tenho aqui a sua filha um bocadinho lesionada.” Temperatura corporal entra em terrenos negativos. Filha bateu com a boca e tem um dente que precisa de ser visto. Temperatura corporal sobe repentinamente, transformando-se em suores frios. Para espanto geral (e confirmação dos meus poderes mágicos) quatro minutos depois estou na escola. Filha não está a chorar. Filha está calma com gelo na boca. Filha é forte. Filha é surpreendente. Peço-lhe que me mostre os dentes. Verifico que um dos dentes da frente está, de facto, a abanar. Ligo para o dentista. Recepcionista diz que vai confirmar se o dentista nos pode receber. Digo-lhe que não vale a pena. Que estou a caminho e que o dentista não tem outro remédio senão receber-nos. Desligo sem dar hipótese que me responda. Abalamos para o dentista. Dentista é no Chiado. Faço (novamente) magia e encontro lugar para o carro sem ter de penetrar nas entranhas da terra (uma das minhas fobias a que, um dia, aludirei). Levo filha ao colo (que queria mimo) até ao dentista. Arruíno as minhas costas no percurso. Dentista (certamente avisado pela recepcionista do meu estado tresloucado) atende-nos de imediato. Diz que está feio, mas que não há nada a fazer no momento. Para comer tudo cortado, não forçar o dente e para ir comer um… gelado (por causa do inchaço)! Abandonámos o dentista em busca do único gelado apreciado por filha: Calipo de Coca-Cola. Subimos em direcção ao Chiado, entrando em todos os locais para perguntar se tinham “O” gelado. Nada. Chegámos ao Largo do Camões. Nada. Avisto ao longe uma loja da Olá (quem sobe a Rua da Misericórdia, vindo do Largo do Camões, é logo ao princípio do lado esquerdo). Avançamos energicamente nessa direcção. Entro na loja e peço à senhora que se encontrava atrás do balcão “O” gelado. A senhora responde-me com maus modos. Diz que a loja só abre ao meio dia. Explico-lhe que filha bateu com a boca (filha encontrava-se ao meu lado com a boca feita num oito)e que o gelado ajudaria. Repete, novamente com maus modos, que a loja só abre ao meio dia (eram 11h45). Sou possuída pelo espírito de uma varina, tapo os ouvidos a filha e chamo-lhe tão alto quanto possível: SUA CABRA ESTÚPIDA! (sem desprimor para as cabras, é claro). Abandono a loja para não mais lá voltar.
Vamos para o carro e filha quer voltar para a escola (?) mas pretende fazer uma entrada em grande com “O” gelado. Vamos parando em todos os locais com placard Olá. Nada. Quase a chegar à escola e já desesperadas, encontramos, finalmente, o aguardado Calipo de Coca-Cola. Gritamos felizes. Transeuntes olham-nos desconfiados, sem perceber a alegria de uma mãe com um gelado de água, corantes e açúcar.
Filha ficou agora na escola e eu, eu estou a descomprimir das emoções desta manhã tenebrosa…
    

Aflição. Respira fundo Maria Cleópatra, respira fundo.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Facto histórico

Vovó era uma criança durante a Primeira República. Vovó vivia na Estrela e acompanhou, por isso, a agitação permanente resultante das sucessivas quedas de Governos. Nesse período (de 1910 a 1926) tivemos direito a sete parlamentos, oito presidentes da república e a 45 governos. Assim sendo, poucas pessoas houve que, durante essa época, não tenham sido ministros. Papai de Vovó (ou seja, bisavô) foi um desses milhentos ministros. Acontece que ser ministro nessa altura, não era coisa tranquila como é hoje. Era uma profissão ousada. Coisa para gente destemida e afoita, própria para pessoas que estavam apostadas a colocar em risco as suas próprias vidas e a sair (verdadeiramente) da sua zona de conforto. Isso porque a coisa acabava invariavelmente mal. Acabava, invariavelmente, na queda do governo e nas subsequentes persseguições dos seus membros. Assim aconteceu com bisavô. O Governo caiu e bisavô foi para casa triste e infeliz. Bisavô não mais era ministro da república. 
Como é obvio, a coisa não ficou por ali. Pouco tempo depois do Governo ter caído (tipo uma hora depois), entraram pela casa dentro vários polícias de baioneta em punho. Bisavô, homem atlético e de grande preparação física, saiu disparado pelas traseiras. Os polícias que sabiam que ele tinha entrado em casa, vasculharam tudo. E quando digo tudo, é mesmo tudo. O ponto alto da revista que fizeram à casa deu-se quando se dirigiram à cozinha, entraram na dispensa e começaram a abanar as sacas de batata que aí se encontravam. Não contentes, espetaram as suas baionetas nas sacas para se certificarem que bisavô não se encontrava aí escondido. Ficou famosa, para todo o sempre, a tirada da empregada (mulher corajosa) que, dirigindo-se àqueles polícias raivosos, disse:
- Espete, espete! Pode ser que o Sr. Ministro esteja aí escondido dentro de uma batata!



P.S.1- Bisavô escapou ileso.
P.S.2- Desde esse dia que política passou a ser assunto tabu para Vovó. 

Erro crasso

Maman teve um surto criativo e passou a noite toda (a um ritmo de hora a hora) a enviar-me mensagens com fotografias das obras de arte que ia produzindo.
Como achei, sempre, que cada fotografia enviada era a última da série, abstive-me de a informar que tenho o inusitado hábito de jazer em sossego durante a noite.
Encontro-me, neste momento, amargamente arrependida já que, mais desagradável do que adormecer no trabalho..., é ser surpreendida nessa situação...

segunda-feira, 12 de março de 2012

A galinha da minha vizinha era, claramente, pior do que a minha

Há muitos, muitos anos, antes mesmo do nascimento da minha brilhante pessoa, papai, tendo acabado a sua licenciatura, dava consultas no famigerado hospital Júlio de Matos (conforme já referi aqui, papai é psiquiatra - razão pela qual ainda hoje sofro as consequências da sua predisposição mental, tendo em conta o nome que me foi atribuído ao nascer, conforme também já tive oportunidade de referir aqui). 
Continuando... Papai, depois tratar um seu paciente com sucesso (ou não... tendo em conta o que se segue) foi ofertado com um garboso, magnífico e sedutor animal. Uma galinha. Acontece, que a maravilhosa galinha se encontrava num estado muito particular. Ou seja, a elegante galinha encontrava-se VIVA. Ora papai, que nunca foi um rapaz dado às artes da avicultura, recebeu tal oferenda algo contrariado. Fez variadíssimas tentativas de recusar a  ave mas, o paciente, pessoa muito pouco equilibrada (vá-se lá saber porquê), mostrou-lhe, de forma bastante veemente (ameaçando o seu médico com o suicídio) que ele teria, efectivamente, de receber aquela dádiva.
Assim sendo, papai, recebeu a galinha (VIVA) que se apresentava exemplarmente acondicionada numa cesta de verga, com a cabeça de fora para poder observar convenientemente o mundo hospitalar. Papai passou o resto do seu dia de trabalho com um galináceo a seu lado (imagino os pacientes que, dados a alucinações, presenciaram tal cena no consultório do seu médico...).
Finda a labuta, papai dirigiu-se ao carro e colocou a cesta com galinha VIVA no porta bagagem. Papai acelerou, feliz, em direcção ao seu lar. Aí chegado, papai abandonou a cesta com galinha (VIVA) no porta bagagem e subiu as escadas para comunicar a boa nova a Maman.
Conta-se por aí que Maman ficou deveras perturbada. Maman recusou-se de imediato a proceder ao assassinato de galinha VIVA. Maman mandou papai oferecer a galinha a outrem. Acontece que papai já se tinha afeiçoado à sua galinha (depois de todo um dia de convivência e partilha) e não estava apto a passá-la para mãos de desconhecidos. Papai queria agora (mais do que nunca) saborear a sua galinha. 
Papai e Maman sentaram-se na sala com o objectivo de debater tal tema. Papai não cedeu. Papai elaborou um plano de acção. Papai enredou Maman na sua teia e premeditaram o assassinato até ao mais ínfimo pormenor. A coisa desenrolar-se-ia assim:
No dia seguinte, papai deslocar-se-ia ao seu carro, traria a galinha VIVA para casa e, em conjunto (papai e Maman), amarrariam as patas e as asas da querida ave de papai e, de seguida, (tal qual Miguel de Vasconcelos) defenestrariam a criatura (em português vernáculo, atiravam-na pela janela).  Fizeram um Hi-Five (esta gesto é já fruto da minha imaginação) e foram-se deitar, ansiosos pela chegada da manhã seguinte.
Mal acordaram e de acordo com o plano, papai dirigiu-se ao carro para proceder ao resgate de galinha VIVA. Papai desceu as escadas ruborizado, na expectativa de rever o seu galináceo. Acontece que, ao abrir o porta-bagagem, papai deparou-se com a sua galinha VIVA num estado ligeiramente diferente. A sua sedutora galinha VIVA encontrava-se ligeiramente morta. A sua galinha VIVA havia falecido durante a noite. Depois de analisar a situação, papai verificou que a sua galinha VIVA havia sucumbido por asfixia.
Papai, dividido entre o choque e o alívio, levou a sua galinha VIVA, já morta, para casa e tentou convencer Maman que tinha sido melhor assim. Que, nestas circunstâncias, podiam saltar a parte da defenestração e passar directamente para a fase da panela.
Desta feita, foi maman não cedeu e, tal como no caso das enguias (aqui referido), o animal vivo que entrou em nossa casa para ser transformado num repasto de haute cuisine, acabou, miseravelmente e sem qualquer tipo de glória, no caixote do lixo.