Sábado a noite. Saímos de casa para ir jantar, o carro estava estacionado à porta, primorosamente entalado entre um pino e um jipe. Fui eu que o arrumei. Não sei se sabem, mas eu sou muito boa a encaixar o carro em lugares absolutamente impossíveis. Lugares que deixam o meu consorte, o rei do bem-estacionar e da prudência anti-riscos, extremamente nervoso. Mas, como ia dizendo, saímos de casa para jantar e eu ia muitA gira, top mesmo, ia com umas botas novas, pretas, um poço de estilo. O meu consorte sentou-se no carro e eu, tratei de acomodar rapidamente as crianças nas respectivas cadeiras e de verificar os cintos de segurança, ao mesmo tempo que um carro esperava que eu terminasse esta operação para ficar com o nosso lugar. Temos portanto reunidas as condições perfeitas para o que veio a suceder de seguida.... chuva, botas novas e pressa... a chamada perfect storm do acidente... pois que, como ia dizendo, acabei todas as verificações de segurança, fechei a porta de trás e dirigi-me em Pepe Rápido e pela frente do meu próprio veículo, para o volante. Acontece que não cheguei ao volante já que, quando ia naquele passo acelerado, as solas novas e absolutamente traidoras deram sinal e eu afundei em frente ao carro, caí de joelhos nos paralelepípedos escorregadios e esfrangalhei a rótula esquerda. Temos portanto uma Palmier atirada para o chão, uma Palmier agarrada ao joelho à espera de ser socorrida pela sua própria família. Mas... mas, mas, mas, a sua própria família não parecia estar minimamente preocupada com a integridade física de Palmier. Correm, aliás, fundados rumores que, dentro do carro, a justificação que corria para explicar o meu desaparecimento súbito do campo de visão era que, tendo em conta a falta de espaço para a manobra, eu estaria a arrancar o pino (?!)... conclusão extremamente natural tendo em conta a minha compleição física de lutador de sumo e a minha conhecida propensão para a prática de actos de vandalismo. Mas, como ia dizendo, passaram-se longos segundos e a família de Palmier não saía do carro. Não. A sua família preferiu ficar abrigada da chuva, enquanto a sua Palmier (apesar de super estilosa com as suas botas novas) se encontrava ali ao relento, jogada às pedras frias e encharcadas, ferida e mal tratada. Sim, perceberam bem... foi preciso que o nepalês da frutaria abandonasse as suas maçãs para me vir socorrer. Só nesse momento é que a porta do carro se entreabriu e o meu consorte perguntou lá de dentro:
- Caíste?
Caíste?! Ele perguntou se eu caí?!
- Caíste?
Caíste?! Ele perguntou se eu caí?!
- Nãooooooo! Que raio de ideia... respondi eu convicta lá de baixo do veículo... estou só aqui a ver a grelha do carro um bocadinho mais de perto!
Ah... mas eles tinham razão, porque as pessoas chiques não caem! Eu também não caio, eu vou ver o chão de perto! E também já dei cabo de um joelho a fazer a espargata na casa de banho...
ResponderEliminarMas nesta situação, melhor mesmo só se tivesse sido o senhor da outra viatura a ir em teu auxílio...
É certo que nós, as pessoas super snob-chic, nunca caímos mas... a arrancar o pino, Smelly?! Eles acharam que eu estava a arrancar o pino?!
Eliminar:DDDD
ora...eles pensaram que querias um acessório TOP! :DDD
EliminarUma palmier nunca cai... provavelmente o pino era de um verde completamente démodé e não podia ser visto ao lado do vosso carro. A família percebeu logo: ou o pino ou o carro!
EliminarHomens, mal caiem umas gotas têm medo de molhar o cabelinho!
ResponderEliminar:D
Arrancar o pino foi uma ideia simpática... Provavelmente já levou para casa coisas mais estranhas,coloridas e extravagantes, e não, ninguém sabe a força duma Palmier; presumem ( e muito bem) que é uma "gandA Palmier"... qual pino, qual quê, isso são peanuts.para quem carrega mochilas, lancheiras, malunfas, sei lá... afinal um pino é só um pino.
ResponderEliminarPS: vá lá que nÃo a viram cair. É que a primeira reacção a uma queda, não é propriamente ajudar, é a loucura total....
Ahahahahahahahahahahah
ResponderEliminarSabiam lá eles se não terias descoberto qualquer coisa fantástica no chão e não querias perder a oportunidade de a fotografar?
(lamento imenso pela tua rótula, espero que não tenha sido nada de maior)
:DD
Ehehehe.. Tenho uma amiga que, uma vez, caiu num buraco da rua e eu segui em frente sempre a falar. Só me apercebi passado uns metros!
ResponderEliminarnadinhadeimportante.blogspot.pt
Eu NÃO estou a rir-me. Aliás estou extremamente deprimida.
ResponderEliminarArrancar o pino!!! Aahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
ResponderEliminar