segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Por razões cá da minha vida...

Calha que eu saiba umas coisas sobre Diabetes Tipo I. E, fazendo uma pequena súmula para quem não esteja dentro deste assunto, posso dizer-vos que a Diabetes Tipo I não é uma doença de "velhos" e/ou obesos que, tendo-se alimentado mal toda uma vida, "pagam" depois as consequências. A Diabetes Tipo I é uma doença de novos, muito novos até, às vezes (muito raramente) até de recém-nascidos. A Diabetes Tipo I é uma doença auto-imune, uma doença em que, por razões ainda não totalmente explicadas, o organismo se vira contra si próprio e destrói as células do pâncreas que produzem insulina. E a insulina, que é a chave que serve para abrir a "porta" das células para que estas absorvam a energia dos alimentos, é o fiel da balança que tem como função manter o nível de açúcar no sangue estável. Ao contrário do que se possa pensar, não basta evitar comer doces, já que o nosso organismo transforma todos os hidratos de carbono em açúcar. Uma batata é açúcar, uma colher de arroz é açúcar, um prato de massa é... açúcar. Portanto, quando uma criança é diagnosticada com Diabetes Tipo I tem, obviamente, de continuar a comer e, uma vez que o seu organismo não produz insulina, tem de a injectar seja através de uma bomba, seja através da clássica "caneta". 



A dose de insulina injectada a cada refeição (sempre que se come tem de se injectar insulina) é calculada com base em três factores:

a) Nível de açúcar no sangue - determinado através de uma picada no dedo da mão:
b) Quantidade e tipo de alimentos que se vai ingerir;

c) Exercício físico que se vai ou não fazer (muito exercício - menos insulina; pouco exercício - mais insulina).

Os perigos de um mau controle da Diabetes são:
- O imediato: as hipoglicémias, quando o nível de açúcar no sangue baixa drasticamente podendo, caso o diabético não dê conta (normalmente dão) levar a convulsões, perda de consciência e... à morte. 
- E as hiperglicémias: Caso a dose de insulina injectada seja insuficiente para "abrir as portas das células" o açúcar em excesso fica a circular no sangue tornando-o mais espesso o que, a longo prazo, pode vir a danificar as veias fininhas dos olhos (não sou médica, ok! Não sei como se chamam!) levando à cegueira, etc. (que não me apetece dizer mais).

Já perceberam que isto é uma complicação, certo? Uma complicação para um adulto, certo? Agora imaginem que isto é uma complicação que se passa com uma criança. Uma criança de 5, 6, 7, 8... anos. Uma criança que nunca sabe bem que quantidade quer comer, que tem muita fome mas depois não come nada, que não tem fome nenhuma mas, afinal, até é bom e come o dobro do que se esperava, que nunca se sabe bem se vai ficar quietinha a jogar playstation ou se vai correr desalvorada durante duas horas...  uma criança que não sabe contar as porções de hidratos de carbono que tem no prato, nem aplicar o factor de correcção para baixar o nível de açúcar que eventualmente tenha no sangue, uma criança cuja vida se faz num equilibrismo permanente e instável entre o alimento, a actividade física e insulina, equilibrismo esse que tem de ser, necessariamente, acompanhado por um adulto que tome decisões por ela, que faça contas, que determine a dose de insulina a injectar. Uma criança que, caso tenha uma hipoglicémia, deve ser imediatamente picada (no dedo) e, verificando-se a baixa, alimentada com um, dois ou três pacotes de açúcar para repor os níveis mínimos de açúcar no sangue.
Agora imaginem que esta criança vai para a escola e que não há ninguém em toda a escola que se disponha a responsabilizar-se por ela. Ninguém. Ninguém para a ajudar a picar o dedo, ninguém para a ajudar a injectar a insulina, ninguém que a faça sentir-se segura... Esta criança existe! Eu não a conheço  mas, neste momento, existe uma criança (pelo que percebi hoje devem existir muitas mais) de 7 anos que frequenta uma escola primária onde não existe ninguém disposto a judá-la. Nem a professora, nem uma auxiliar, nem a directora. N-i-n-g-u-é-m! A mãe está de baixa médica há um mês e meio para poder acompanhar a filha na escola. Reparem que não se pede ao cuidador que tome decisões, que determine a dose de insulina (que, se tomada em excesso, é uma arma mortífera), pede-se apenas que ajude esta criança a picar o dedo (a Diabetes não é contagiosa) e que carregue nos botões da bomba difusora de insulina (a menina usa bomba) de acordo com as instruções da mãe. Mas essa pessoa não existe...

Sabendo que outras escolas há em que os profissionais, quanto mais não seja pelos laços de afecto que criam com as crianças, ajudam em tudo o que podem (estão fora desta conclusão, ok!), outras há (como esta) em que todos querem distância do trabalho extra (que não é assim tanto), da responsabilidade e, em última instância, da criança. E eu, quando penso nas manifestações dos professores pelos seus direitos, fico a perguntar-me se alguma vez terão reflectido nos seus deveres... é que, quando estes não são cumpridos, os direitos de algumas crianças são assim como que... atirados a uma sarjeta...

*o caso já está referenciado e julgo que o Ministério da Saúde, através do departamento competente, já comunicou com a escola no sentido de tentar encontrar um interlocutor que possa ajudar esta menina a ter uma vida o mais normal possível... triste é ter de chegar a este ponto...






53 comentários:

  1. Estas coisas deixam-me doente. Há uns anos, numa instituição que costumo frequentar, a segurança da portaria nunca ajudava uma das funcionárias, deficiente motora, a sair do carro, tirar a cadeira de rodas e sentá-la. - "É que já viu, se eu a deixo cair ou qualquer coisa, o que me aconteceria?"
    Farto deste umbiguismo que grassa em todo o lado

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    1. É incrível... os médicos já se ofereceram para ir à escola explicar tudo e não há ninguém disponível para os receber... Nada. Um vazio total e absoluto do lado de lá...

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  2. Fico doida com o umbiguismo que por aí grassa!
    Doida!
    Tudo ocupado com as suas vidas pequeninas...

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  3. É muito triste, muito mesmo. A minha Máivelha é professora, e faz parte das suas competências o apoio ás crianças durante os períodos de refeição, ministrar a medicação que a criança tenha prescrita quando solicitado pelos pais ( teve já alguns casão iguais ao descrito), apoiar crianças que necessitem cuidados especiais durante as interações da turma ( ex. : crianças com síndrome de Asperger) para terem uma vida escolar o mais normal possível. É por tido isto, que não compreendo a falta de apoio a uma criança que provavelmente já sabe a rotina de cor e salteada, precisa só de apoio para a realizar. Será porque a minha filha trabalha num Colégio que não é do estado? Não posso crer....

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    1. Este e outros casos que me referiram, passavam-se maioritariamente em escolas públicas...

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  4. Mas COMO é que isso é possível? E onde é que fica a integração? Isso é absolutamente doentio. Fico completamente doida quando oiço essas coisas. E depois, no extremo oposto temos jovens com idade mental de 5 ou 6 anos a frequentar o 8º ano, a ter aulas de química, quando nem a tabuada são capazes de fazer. Conheço um caso assim, a jovem passa as aulas a fazer desenhos, já que é incapaz de as acompanhar, nos intervalos vai brincar com os meninos do jardim de infância.
    (Palmier, não sei se a mãe da menina é sua amiga mas provavelmente a criança poderá ser catalogada como NEE, caso em que terá direito a acompanhamento especial - desde que haja verba, claro, que hoje em dia também é pouco comum)

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    1. A questão é que estes meninos não precisam de acompanhamento especial... precisam, isso sim, de acompanhamento. Não têm quaisquer problemas cognitivos e são perfeitamente capazes de fazer uma vida autónoma. Precisam que a professora tire 30 minutos da sua atarefada vida para aprender o básico sobre o dia-a-dia de um menino com diabetes tipo I. Se nas escolas particulares (e nalgumas públicas) as professoras o conseguem fazer, não há razão para noutras não haver ninguém com um pingo de humanidade (porque não se trata de outra coisa) que a leve a dar a mão a uma criança... é que na minha cabeça parva, eu julgava que as professoras (sobretudo do ensino básico) gostavam das crianças...

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    2. Sei que não há qualquer problema cognitivo. Mas se a criança não é totalmente autónoma (e não se espera que o seja neste caso) tem de ter acompanhamento. Um advogado consegue de certeza pôr isto em NEE. Mal comparado um paraplégico é NEE e também não tem problemas cognitivos.
      E essa professora é uma autêntica besta, devia era estar a cavar batatas em vez de lidar com crianças. Talvez não fosse mau pensar em transferir a criança de turma. Eu não quereria esse estafermo a dar aulas a um filho meu.

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    3. Eu não conheço essa figura do NEE mas, e se o nome quiser dizer alguma coisa, são alunos com necessidades educativas especiais... a necessidade aqui não é de educação, é de apoio, bom senso e, dos casos que conheço, os alunos diabéticos não são integrados neste grupo. O problema aqui é claramente da escola que se demite das suas funções... a professora é obviamente uma besta que, infelizmente, se juntou a algumas cavalgaduras e deram origem a este belo estabelecimento de ensino...

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    4. À partida tem razão, os diabéticos não deveriam ser abrangidos pela figura de NEE. Mas como é uma figura algo lata, não custa tentar... não creio que abranja apenas crianças com problemas cognitivos ou hiperactivas, coisa tão na moda, hoje em dia, para designar alunos mal comportados ou desmotivados, muitas vezes por culpa dos professores que não os sabem agarrar.
      De todas as formas isso que refere contraria o principio básico do direito à educação em condições de segurança, que vem consagrado no estatuto do aluno (não tenho do DL aqui à mão mas posso procurar se for necessário). O meu conselho é advogado para cima dessa gente já. Quando se virem a braços com uma providência cautelar e uma queixa redigida em "advoguês", no ministério da educação, vai ver como a escola pia logo de outra maneira.

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  5. Esta situação deixou-me verdadeiramente chocada! Isto porque no meu primeiro ano de trabalho, excepcionalmente, dei aulas numa escola do primeiro ciclo (pública) e também tinha um aluno com diabetes tipo I. Porque a criança ainda era pequena e tinha descoberto a diabetes há apenas 1 ano, a avó (enfermeira reformada) ia buscá-lo para almoçar e ia à escola dar-lhe o lanche da tarde, para fazer todas essas contas. Mas não porque nós nos tenhamos demitido dessa responsabilidade, mas julgo que a família se sentia mais segura. No início do ano todos os professores e auxiliares tiveram uma reunião com a mãe e a avó do menino, que nos explicaram tudo, deram-nos folhetos e ensinaram-nos a agir nas mais variadas situações... Todos sabíamos o que tínhamos que fazer se achássemos que se passava alguma coisa com a criança: mandar medir, verificar se os níveis estavam muito altos (e dar-lhe água e levá-lo para um sítio calmo) ou muito baixos (aí tínhamos que agir mais depressa e de acordo com uma tabela). E, se os níveis estivessem muito muito muito baixos, sabíamos que tínhamos que lhe dar uma injecção de emergência que estava na escola e ligar o 112. Lembro-me que, no final do ano, o miúdo passou a usar uma bomba dessas. Julgo que o objectivo era a autonomia progressiva da criança. Não sei o que se passou nos anos seguintes porque já lá não estava, mas acredito piamente que, se tiverem decidido deixá-lo lá a almoçar, a comunidade educativa não se terá demitido da sua responsabilidade. (Mais uma vez, estou a falar de uma escola pública e uma daquelas (bem) menos conceituadas).

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    1. Smelly,
      Há, de facto, escolas que lidam bem com estas situações. De forma normal e saudável... há um problema e esse problema tem de ser resolvido. No entanto... há outras (este é um caso, mas a médica com que falei disse-me que sempre que um menino com diabetes entra para a escola é um totoloto...) que, enfim, é o que se vê...
      Para além disso (e não referi isto no texto porque, pior que o preconceito de uma pessoa, é a atitude da escola no seu conjunto) a mãe da menina pediu para fazer uma explicação aos colegas de turma sobre a Diabetes (porque os meninos "gozam" com esta menina com frases como "oh diabética vai-te picar!") e a professora disse-lhe que a miúda tinha de se "aguentar à bronca" (sic) que, quando ela era pequena, também lhe chamavam caixa de óculos...

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    2. Epá, não acredito! O apoio dos colegas é muito importante e é necessário que eles compreendam o que se passa com a colega e que, inclusivamente, saibam o que fazer (neste caso a um nível muito básico como pedir ajuda rapidamente) porque, afinal, são eles que estão mais próximos dela no recreio, por exemplo. Mas essa situação é inadmissível. Eles não sabem que doença é essa, mas também não deixam ninguém explicar-lhes... Isto revolta-me porque já basta a criança, tão novinha, ter de lidar com a doença e tudo o que ela acarreta... Acho que não deveria ter de lidar com a ignorância dos colegas (e dos adultos também)!

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    3. A ignorância pode levar ao preconceito.. esse "gozar" começa a tomar contornos de bullying, e a falta de sensibilidade dessa professora é gritante. Nem tenho palavras.

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  6. Pensava que ja todas as crianças usassem bomba de insulina com ajuda tecnologica, em que os pais podem monitorizar todos os valores atraves do tlm/pc e eles proprios accionarem a dose necessaria de insulina, tornando assim a criança mais autonoma e dando mais tranquilidade aos pais, sem necessidade de acompanhar diariamente a criança. Eh de uma ajuda enorme!

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    1. Loooooooonge disso! Muito longe! As bombas são muito caras e os SNS só as atribui em casos específicos...

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  7. Não querendo ser muito estúpido e/ou bronco, isso na minha terra resolvia-se rapidamente. Um par de lambadas na professora para ela se habituar a "aguentar à bronca" e outro par de lambadas no(a) director(a) da escola... No dia seguinte tenho a certezinha que a criança tinha todo o apoio que lhe é devido.
    É por estas e por outras que o nosso país é assim... pequenino... mesquinho... merdosinho... falta tanto, mas tanto civismo e respeito pelo próximo, que às vezes sinto vergonha de ser Português.

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  8. Não imagina o quanto este post me tocou...

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  9. Por razões cá da minha vida...Calha que eu também saiba umas coisas sobre Diabetes Tipo I... Se sei!...

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  10. Infelizmente esta coisa de ninguém assumir responsabilidade de nada, que, a juntar a falta de educação da dita professora (uma que podia ir já para a fila das rescisões), dizia eu que esse medinho que as pessoas têm de assumir uma responsabilidade no exercício das suas funções infelizmente cada vez mais se nota que é transversal a todas as áreas. É este medinho que tem minado as pessoas, tornado algumas péssimos seres humanos, especialmente aquelas que têm o dever moral de dar o exemplo. Parece que isto só foi possível por ser uma escola pública mas Palmier, olhe que não é esse o factor determinante. Tem a ver com o carácter de quem a dirige. Ter um filho problemático, por exemplo, num colégio conceituado, garanto-lhe, é uma dor de cabeça. Infelizmente há coisas que se não vão ao estilo, vão ao estalo e a mãe vai ter aí uma batalha que era desnecessária mas daquelas que vai valer a pena :)

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  11. É impensável que isso aconteça, mas estamos onde afinal?

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  12. Fico doente. Como fico quando falo com a minha amiga cujo filho tem autismo e um enquadramento escolar que a faz pensar deixar de trabalhar. Enfim

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  13. Em tempos também conheci um caso desses. Era um miúdo e o pai ia para a porta da escola todos os dias...

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  14. Os meus primos têm um filho com dislexia. Foram eles que levaram a psicóloga à escola, compraram toda a literatura disponível e ofereceram à professora. A escola aceitou, porque não tinham meios próprios, mas não colocou entraves.

    O caso que relata não é uma má escola, não são maus professores, são más pessoas! Queixa neles! É omissão de auxilio!

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    1. Concordo plenamente consigo Miss M. Deixar de prestar auxílio a alguém que precisa... são más pessoas!

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    2. Não há por aqui nenhum jurista que, como diz a Sexinho, faça uma exposição em "advoguês" para a escola e C/c a várias instituições?
      Dina Santos Revesso

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    3. Concordo plenamente!
      Na escola do meu filho (publica) não há psicologo mas eu levei-o a um (pago por mim) e a professora dele aceitou estar em contacto com a mesma através de e-mail. Ou seja, ela disponibilizou-se a ajudar o meu filho porque percebeu que ele precisava e não colocou entraves.
      O que relatas deste caso é falta de humanidade - essas pessoas não deviam sequer estar perto de crianças!

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  15. Não há por aqui nenhum jurista que se ofereça para, parafraseando a Sexinho, escrever uma carta em "advoguês" à Direcção da Escola, com conhecimento ao Agrupamento, ao Ministério, e a outras instituições que possam ser úteis? Não me ofereço porque não tenho qualquer conhecimento na área. Vamos lá as pessoas importam e importam-se

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    1. Dina, eu não conheço a mãe nem a criança. Falei ontem com uma pessoa do SNS que está a tentar resolver o problema... julgo que o assunto está em boas mãos :)

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  16. Ah boa, ainda há esperança na humanidade. Bem hajas :)

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  17. Triste. Muito triste.
    Infelizmente conheço uma escola (onde andei) em que um aluno estava a ter uma convulsão devido à sua epilepsia e ninguém, NENHUM PROFESSOR fez nada! Fomos nós, alunos (do 6º ano, na altura) que chamamos a ambulância e então entretanto passou um professor de ed fisica que foi o unico no meio de, pelos menos, uns 20 que fez alguma coisa.
    Sei que os pais tentaram fazer queixa mas soube que o caso foi abafado.
    Quem evitou que ele se aleijasse fomos nós. Nós que lhe estávamos a segurar a cabeça e lhe metemos os nossos casacos e mochilas em volta (sem sabemos nada do que estavamos a fazer) porque ele estava a bater violentamente com a cabeça no chão. Enquanto isso os professores olhavam para nós, enquanto estavamos com ele, lhe diziamos que tudo ia ficar bem, enquanto telefonamos para o 112 (e inicialmente eles nem se estavam a acreditar)...
    Isto numa escola em que quando alunos eram castigados (e contra um castigo bom, com pés e cabeça nada contra) mas esse castigo era de 3 dias em casa que faziam com que calhasse em dias de teste para obrigar o aluno a reprovar (porque tinha 0 e era impedido de o repetir) - isto não é zelar pelo interesse dos alunos. Isto é maldade. e há por aí muito professor que só se interessa pelos euros na conta e o resto, alguém que trabalhe!

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  18. Se precisares da minha ajuda, dispõe. Conheço meio mundo na área da deficiência e reabilitação. Tenho uma assistente social a trabalhar comigo que é capaz de poder ajudar a orientar.

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    1. Obrigada, Pólo. Eu não conheço nem a menina, nem a mãe. Sei da situação através de uma pessoa que trabalha no SNS que está a tentar resolver as coisas. Julgo que o assunto está bem entregue :)
      Mas muito obrigada, mesmo! :)

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  19. Enquanto professora do 1º ciclo, não posso deixar de me sentir chocada e envergonhada com esta situação.
    Seria para mim impensável ter uma atitude destas e já me passaram tantos casos pelas mãos... Os meus alunos são para mim os meus filhos emprestados e sou uma prof galinha com eles, ainda que tenha mais 3 em casa.
    Penso que acima de tudo, a professora está com receio de assumir essa responsabilidade. Por por um lado até compreendo a sua recusa, por outro eu seria incapaz de não ajudar uma criança, fosse em que situação fosse. Mas isso já depende do bom senso de cada um.

    Para responder à outra leitora, não quero teimar, até porque não tenho a certeza, mas para um aluno ser referenciado como NEE são necessários documentos médicos que comprovam que a criança sofre de uma doença que lhe limite o seu desenvolvimento cognitivo. O que não é o caso da diabetes.
    Já tive um aluno paralítico que não era NEE. Mas como já disse, não tenho a certeza do que disse. Oxalá a situação se venha a resolver para bem da criança. Vá-nos dando notícias desse caso, por favor Palmier.
    Clarinha

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  20. Eu não sou professora , nem auxiliar de educação (continua) mas sinceramente se fosse não daria nenhum medicamento a nenhum dos meus alunos.
    E olhe que por acaso em diabetes tipo 1, que até tenho nos meus genes, as probabilidades de o ter sao muito altas, tenho o diabetes 1 muito presente no meu dia a dia por razoes familiares.

    E porque que eu nunca daria a um aluno? porque nos dias de hoje, onde há um movimento claro para culpar os professores de todas as desgraças da humanidade, e´muito facil acontecer uma criança ter uma convulsão ou qq coisa e depois? a culpa é de quem ? é sempre do elo mais fraco, sempre.
    Se ele dá o medicamento é uma merda, se ele não dá tambem é uma merda.

    As escolas estão lotadas, o trabalho é em excesso, as condiçoes de trabalho não existem, os professores têm um desgaste tremendo, os alunos estão muito mal educados e agressivos, as ameaças sao diarias, os proprios pais muitos, espancam professores , a responsabilidade dos professores aumentou de ensinar para educar substituindo o papel dos pais. Andam completamente desmotivados, ansiosos , deprimidos, já sem amor nenhum á profissão.

    Quando se trata pessoas como merda , elas vão tratar os outros como merda.

    Por isso eu, se fosse para ser tratada dessa maneira, como todos os professores são, mesmo os maravilhosos, não daria mais do que o que esta no contrato.

    Se calhar ainda bem que não sou professora e ainda bem que há muito bons exemplos de professores nos comentarios anteriores. A minha homenagem a eles, têm uma profissão que eu nunca teria.

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    1. De acordo com a opinião que aqui deixou, e uma vez que as crianças com diabetes Tipo I têm de injectar insulina duas a três vezes durante o período de tempo que passam na escola (por vezes a meio da manhã, antes do almoço e antes do lanche), das duas uma:
      a) Ou não iam à escola;
      b) Ou um dos pais deixava de trabalhar para poder estar na escola a fazer aquilo que o professor não fazia...

      Não me parece que seja solução, não é...?

      (repare que não disse nunca que o professor tem de decidir sobre a dose de insulina - essa decisão cabe aos pais depois de contacto telefónico com o professor - através de um telefone que os pais deixam na escola. Ao professor basta executar as instruções dos pais...)

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    2. Quer dizer...... o professor durante o horario do seu expediente tem que parar , telefonar (ele) todos os dias aos pais de um aluno 3 vezes por dia (partindo do principio que os telefonemas vao ser sempre atendidos)para saber o valor da insulina e mexer na caneta de forma a colocar o valor pretendido e depois ele proprio injectar a criança?

      Pondo em cima do professor toda e qualquer responsabilidade de alguma coisa correr mal.

      Isso parece-lhe uma solução viavel num contexto de turmas de 20 e tal alunos ? isso não é de todo o trabalho de um professor, embora eu perceba que as pessoas achem que os professores têm que fazer tudo e mais alguma coisa. O que eu não concordo (excepto no caso de bébés, obviamente)

      Da experiencia que eu tenho, o trabalho correcto que é feito pelos pais juntamente com os medicos, é esse o trabalho que tem que ser feito e não colocar em cima de outros ainda mais responsabilidades que eles já têm.
      O objectivo é ensinar as crianças o mais cedo possivel a injectarem-se a elas proprias, minimizar a dependencia de outros, sim, é isso mesmo, leu bem, elas aprendem a injectar-se desde muito pequenas, é assim que funciona.

      Na verdade a associação de diabeticos promove encontros para as crianças desde pequeninas e estamos a falar de encontros a serio, envolvem excursoes, acampamentos, sem pais envolvidos e com poucos adultos, onde as crianças injectam-se sempre a elas proprias , e vêm os outros meninos a injectar-se a eles proprios, isso é uma coisa muito promovida .

      Elas aprendem desde muito novas a perceber o que podem ou não comer por alto, estabelece-se uns valores standard em função do tipo de refeição, esses valores não sao perfeitos pois nao sao individualizados ao momento, mas a intenção é simplificar, para que a criança possa fazer a coisa com naturalidade e perceber como se sente., com o tempo a individualização do valor vai acontecer .
      Os adultos á volta (sejam professores, auxiliares, avós, pais de amigos, etc) nos primeiros tempos só têm que se certificar que ela nao se esquece de se injectar e saber o que fazer em caso de hipoglicemia/hiper.

      Os respectivos pais e os medicos são os que ensinam como fazer.

      Esse metodo de usar os valores standards é tambem o que os idosos usam, muitos nem conseguem alterar os valores da caneta com frequencia (seja por cegueira, seja por dificuldade em manusear a caneta), usam sempre o mesmo valor e só "manipulam" a refeição.

      É muito facil dizer que ao professor só basta executar as instruçoes dos pais quando exigem que ele tenha funçoes que vao muito alem das suas competencias. É muito facil exigir coisas aos outros.

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    3. Sim. É exactamente isso que estou a dizer. E é exactamente isso que acontece em muitas escolas e que, infelizmente não acontece numa minoria. E sim, os bons professores (os que se interessam pelas crianças), fazem um esforço e telefonam as vezes necessárias, e sim, os pais atendem logo o telefone porque sabem que têm de ser rápidos. É evidente que os professores só têm de ser eles a injectar a insulina enquanto as crianças não o sabem fazer, e é óbvio que deverão aprender o mais cedo possível. Acontece que uma criança de 4, 5 e 6 anos não o consegue fazer sozinha e, nesses casos, tem de ser o adulto (professor) a fazê-lo. E, estando na escola tem de ser o professor.
      Os valores standart são uma falácia. Se não picam o dedo para verificar o valor de glicémia que têm no momento da refeição, nunca poderão fazer a correcção, o que leva a que os níveis possam andar muito altos ou muito baixos durante um dia inteiro. E não, os crit´rios que se utilizam para os idosos não podem ser os mesmos que se utilizam para uma criança. Um idoso tem muito menos tempo de vida pela frente, se uma criança é diabética desde muito cedo e anda os primeiros anos com os níveis descontrolados as consequências, não só a curto prazo (hospitalizações com corpos cetónicos devido a valores muito altos) como as sobejamente conhecidas a longo prazo serão inevitáveis. Pelo que sim, acho que os professores têm o DEVER de ajudar e colaborar o máximo possível, da mesma forma que o devem fazer se tiverem um aluno com uma perna partida. A grande confusão neste texto, é que parte do princípio que esta cooperação professor-aluno-pais, não passa de um capricho. E não, não é um capricho, é uma questão de saúde que, se descurada, terá graves consequências no futura na vida de uma criança em concreto..

      Há MUITOS professores que o fazem. Se uns conseguem...

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    4. (ainda bem que não é professora... é por demais evidente que não tem o perfil adequado...)

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    5. Só um último esclarecimento. Nos casos que conheço, os pais deixam um telemóvel à professora, para que ela possa fazer a chamada sem ter de sair da sala...

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    6. Esses professores fazem isso como individuos, não como professores, não faz parte das funçoes de nenhum professor ou continua , injectar pessoas.
      Isso é uma escolha pessoal de cada individuo e como tal , deve ser respeitada .

      O que eu já li aqui, é não só acham que é sua obrigação, como acham que o professores deve ser ameaçado com advogados e até levar porrada (como tambem li aqui) para o obrigar a fazer uma coisa que ele não tem que fazer.
      Pois acreditam que se deve ameaçar pessoas para obriga-las a fazerem o que nao querem.

      Aos professores que o fazem, deve-se agradecer , e nunca achar que fizeram mais do que obrigação. Eles retiraram 1h30 (30 minutos 3x) do seu expediente para colocarem as luvas, fazerem o texte de glicemia (picar a criança) e depois injectar a criança, assumindo automaticamente todas as responsabilidades resultantes desse acto.

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    7. Luvas?!
      Ahahhahahahhahahhahahhahahahahhahahahahahahahhahahahhahahahhahahhahahahhahahahahahahahhahahahahahahhahahahhahahahahahahahahahhahahahahahahahhahahahhahahahahahahhahahahhahahahahahahahahahah
      1h30?!
      Ahahahhahahahahhahahahahhahahaahhahahahahhahahahahhahahahahahahahhahahahahhahahahhahahahahahahahahhahahahahhahahahhahahahahahahhahahahahahahahhahahahahahahhahahahahahhahahahhahahahahah

      Oh Anónima, Anónima... o melhor é rir... (para não chorar!)

      Picar o dedo e fazer a insulina não demora mais de três minutos. Três.

      Conforme disse acima, ainda bem que não é professora (afirmação que fez e que eu começo a duvidar...). É que com a falta de humanidade que os seus comentários demonstram, teria muita pena das crianças que estivessem a seu cargo.

      Ser professora é, antes de tudo o mais, gostar de crianças, não é cumprir obrigações decorrentes do contrato de trabalho...

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  21. (Foi voce que disse anteriormente que eram 30 minutos)
    Continuo a achar que ninguem deve ser OBRIGADO a injectar ninguem, sejam advogados, sapateiros, professores , logistas, varredores de lixo, ninguem !!!

    Isso é uma escolha do individuo, do Joao, Maria, Manuel, etc e nunca do profissional.

    Defendo isso para mim, para si e para todos as outras pessoas. Achar que podemos obrigar determinados profissionais a fazer coisas que vao para alem do seu contrato, não lhes dando escolha e ameaçar a sua integridade fisica se elas se recusarem, para mim isso é inadmissivel seja sob que assunto for.

    Eu gosto dos meus clientes e da minha profissao e nunca, sob forma alguma os injectaria, e não admitiria que me forçassem a faze-lo sob ameaça.
    Mas respeito que a palmier como individuo escolhe-se fazer isso, como individuo..... não a palmier profissional.

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    1. O que eu disse é que eram necessários 30 minutos para aprender a manejar o glucómetro e a caneta ou bomba (vá lá reler...). Utilizá-los no dia-a-dia não demora mais de três minutos.

      E então? Mantenho a pergunta: Os meninos que são demasiado pequenos para saber picar e usar a caneta/bomba, não vão à escola?

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    2. Eu sou da opiniao que se deve procurar um adulto em toda a escola que se VOLUNTARIE para fazer esse trabalho ,até a criança conseguir faze-lo sozinha, o que deve ser incentivado o mais rapidamente possivel.

      Não se deve obrigar ninguem de profissão nenhuma , sob coação, a injectar pessoas.

      Se alguem estiver disposto a ter essa responsabilidade, optimo, assunto resolvido, os pais devem ter conciencia que é um favor, e que quem quer que esteja a ter essa responsabilidade vai tentar fazer o melhor que pode.

      Se ninguem estiver disposto a assumir essa responsabilidade, (que é uma grande responsabilidade) penso que os pais devem pedir apoio á segurança social ?! para que haja assistencia externa.
      Nunca em caso algum, ameaçar, dar estalos e espancar funcionarios de qualquer profissão, que se recusem a fazer algo que está fora das suas competencias (como foi muitas vezes sugerido anteriormente).

      Mas isso é a minha opiniao, que como disse e deu a entender mais do que uma vez, sou uma desumana.

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    3. Cara Anónima, não me viu, em momento algum, sugerir que se devesse utilizar violência física sobre os professores ou cuidadores. Há apenas um comentário nesse sentido (e um segundo que utiliza a metáfora do "estalo" para se referir à batalha, presumo que jurídica, que a mãe tem pela frente), assim sendo, e uma vez que está a discutir o assunto comigo, agradeço que deixe de fora a referência a essa comentário.

      A questão continua a estar nos casos em que não há nenhum voluntário (no caso acima descrito, a escola, como um todo, recusou-se a receber qualquer informação sobre o assunto) e a verdade é que, nesses casos, os pais não têm tido outra opção que não as de serem eles próprios a acompanhar os respectivos filhos nas escolas (vá os google e vai ver que lhe aparecem umas quantas situações absolutamente desesperadas) porque, como é óbvio, o Estado não tem meios para destacar uma enfermeira por cada menino diabético... pelo que voltamos à estaca zero...

      Presumo que quando se trata de uma colher de antibiótico a Anónima continue a entender que a professora não deve tomar a responsabilidade de a ministrar a um aluno... (é que em ambos os casos estamos a falar de medicamentos...).

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    4. Deixo ainda um excerto de uma orientação da Direcção Geral da Saúde, no âmbito do programa Nacional de Saúde Escolar:

      Os encarregados de educação deverão notificar a Escola do diagnóstico de Diabetes tipo 1 do seu educando. A Escola deverá solicitar a intervenção do interlocutor da Saúde da sua área. O Diretor Executivo do Agrupamento de Centros de Saúde ou Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde tem a responsabilidade de assegurar as condições à equipa de saúde escolar para que seja elaborado o plano de saúde individual da criança ou jovem com diabetes. O plano deve ter a participação dos encarregados de educação, professores ou educadores e profissionais de saúde dos cuidados de saúde primários, podendo envolver profissionais hospitalares com formação na área da diabetes. Deve contemplar:
       Formação específica dos docentes e auxiliares sobre as competências adequadas ao seu acompanhamento (injeção de insulina, determinação da glicemia);

      (Uau! Parece que afinal não sou a única a achar que os professores devem picar e injectar as crianças que não o conseguem fazer sozinhas...)

       Reconhecimento e tratamento das hipoglicemias;
       Definição do sistema de alerta em situações de emergência.

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  22. Por mero acaso deparei-me com este seu comentário ao post da Cocó na Fralda. Nem queria acreditar que o Palmier Encoberto, que eu já lia há algum tempo, sabia tanto de Diabetes tipo 1.
    Sedenta de mais informação, vasculhei o seu blog até encontrar isto. Sei que já é um post com alguns anos, mas hoje sinto-me…não sei mais cansada, sensível ou vulnerável e apetece-me, pela primeira vez, falar…
    O S. – meu filho – tem hoje 19 meses. Foi-lhe diagnostica Diabetes tipo 1 aos 13 meses. Levámos um murro no estômago! Nem queríamos acredita como é que era possível isto nos estar acontecer.
    O S. esteve internado 10 dias. Durante esse período tivemos (eu e o meu marido) tempo para tudo: chorar, dizer mal da vida, desesperar quando era necessário que o S. comesse e ele não comia, sorrir quando, finalmente, passamos do SO para o internamento…não foram dias fáceis como bem deve saber!
    Depois do choque, e com algum discernimento reposto, começamos a pensar no futuro…e no futuro do S.
    Na altura o S. já estava na creche e na verdade uma das dúvidas que logo se colocou foi a sua continuação na escola, primeiro porque eu própria não sabia se era capaz de o fazer (tão pequenino, sem saber manifestar-se ) e, por outro, porque não sabia qual seria a reação da própria escola.
    Devo dizer que estes dois problemas foram resolvidos…ou melhor o primeiro foi resolvido, pois o segundo nunca se colocou.
    A escola recebeu o S. de braços abertos !
    Andei uma semana a explicar à educadora do S. todos os procedimentos a seguir: verificar o nível de glicémia, administrar a insulina, o que fazer se ele não come, o que fazer se tem uma hipoglicémia. Quando achámos (eu e ela) que já estávamos prontas, o S. voltou à escola e eu voltei ao meu trabalho (de coração apertadinho, mas cheia de confiança).
    Da creche ligam-me sempre que têm dúvidas (claro que não é todos os dias, até porque o S. tem um esquema de insulina que é, mais ou menos, estável).
    A escola onde o S. anda é privada, mas quero acreditar que existem pessoas como a Educadora T e auxiliar R. por esse mundo fora…dispostas a fazer tudo pelo bem das crianças!
    Espero que a situação que descreveu no seu texto tenha ficado resolvida e a escola repreendida! Infelizmente estas situações continuam a acontecer…ainda numa das últimas consultas do S. a médica dele contou o caso de uma menina, totalmente autónoma no que diz respeito à verificação da glicémia e à administração da insulina, que enfrentava uma resistência enorme por parte da escola apenas porque a mãe solicitou a colaboração das auxiliares e dos professores no sentido de controlarem se a menina controlava os valores da glicémia antes das refeições e levava a insulina.
    Enfim.
    Este foi só um desabafo num dia menos bom (o resto das preocupações com a Diabetes, a vida depois dela, as rotinas, os medos e o cansaço que por vezes nos assola, dava matéria para um livro).
    Obrigada!

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    1. Mãe do S, percebo tudo o que diz. Ao princípio é mesmo uma paulada na nuca. Olhando para trás, acho que levei dois anos a assimilar a coisa... :) Não é fácil mas, com o tempo, passa a ser uma rotina. Uma rotina que vai progredindo à medida que eles vão crescendo, com problemas diferentes a cada idade. Se enquanto eles são mais pequenos nós controlamos tudo, eles estão sempre connosco, à medida que vão crescendo temos de nos habituar à crescente autonomia e, inevitavelmente, aos crescentes "disparates",é um desafio constante, mas é preciso levar a coisa na "boa", perceber que faz parte da idade, apesar de, lá está, haver dias menos bons em que a pessoa se pergunta por que raio aquela bomba lhe caiu em cima. Mas na maior parte dos dias é mesmo apenas e só uma rotina :)

      (se algum dia precisar de falar, não hesite em enviar-me um mail :)

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