quarta-feira, 11 de julho de 2012

Anda tudo à espera das férias… e eu?

Eu, não. Eu sou diferente. Eu não estou à espera de férias. Quer dizer, eu vou de férias… que remédio… hei-de retirar-me para a minha clássica e longa temporada de praia. Mas… não estou à ESPERAAAAAAAA (como vocês… que andam aí todos semi-dementes). Não… eu penso nas férias com algum desconforto. Uma contagem decrescente, mas ao contrário. Enquanto vocês andam todos a espumar e a revirar os olhos (como a miúda do exorcista, que até me metem um bocado de medo), a riscar dias no calendário e a murmurar desconexos que AINDA faltam 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3… dias para as férias. Eu, sento-me tranquila na minha cadeira e murmuro (de mim para mim – que tenho diálogos interiores muito profundos), JÁ SÓ faltam 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3… dias para as férias.
Quanto mais perto ficamos do dia de partida, mais apoquentada fico com a perspectiva e mais vontade tenho de ir trabalhar. Este é o momento em que vocês, sentados aí desse lado, começam a sentir-se desconfortáveis, incomodados e com alguma vontade de nunca mais cá voltar. A cada palavra que vão lendo, cresce em vocês o sentimento de bizarria. Mas, tal como acontece quando passam por um acidente de automóvel, os vossos olhinhos, contra a vontade do vosso cérebro, teimam em a avançar por estas linhas, fora do vosso controle. Neste preciso momento, nada mais vos interessa. Esta é uma situação demasiado intrigante e perturbadora. Vocês agora só querem, realmente, saber qual a razão de tamanha aberração.
E eu, como sou vossa amiga e não gosto de vos ver em sofrimento, explico.
Depois de muito reflectir sobre este assunto e de o ter analisado sobre várias perspectivas, cheguei a uma conclusão muito estimulante. Eu sou uma jarra.
E vocês fazem:
- Ohhhhhhhhhhhh… uma jarra?
E eu, então, peço o favor de se acalmarem.
- Acalmem-se, por favor!  
 E, apesar de ter sido interrompida pelas vossas interjeições despropositadas, continuo a expor o meu estudo científico.
Sim. Eu estou sempre bem onde estou. O meu local favorito é sempre aquele onde me encontro. Por exemplo:
Situação 1: Põe-me numa mesa ao pé da janela durante 3 anos.
Reacção: Eu fico contente;

Situação 2: Levam-me para a casa de banho, com umas flores de cheiro durante uma década.
Reacção: Eu fico feliz por poder ajudar a dissipar os maus odores.

Situação 3: Levam-me para a despensa para o resto da eternidade, porque estou fora de moda.
Reacção: Eu fico radiante por poder confraternizar com o Atum Bom Petisco (e até com o Ramirez), com a massa meada e até com o pacote de Maizena (que coitadinho, é um bocado enfadonho por sofrer de baixa auto-estima por já estar fora de prazo há cerca de dois anos).
E pronto. Ao contrário de vocês que nunca estão satisfeitos (e que certamente viajam a crédito e vivem acima das vossas possibilidades. Não sei a que propósito é que isto veio agora, mas acho sempre didáctico termos um momento Medina Carreira), eu, Jarra, sinto-me plenamente satisfeita com a minha localização geográfica.

P.S. Reparem. Quando vou para férias depois até gosto de lá estar (e não quero voltar). Mas, enquanto não vou, estou extremamente feliz e esfuziante no local de trabalho.

12 comentários:

  1. Ahahahahahah
    Maizena com problemas de auto-estima?!

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  2. E sou MUITO António Variações/Estou Além ... faz parte desta personalidade retorcida... fazer o quê ???

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    1. Pois... Síndrome de Peter Pan... É um mal que afecta muita gente :)))

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  3. Ahahah Oh mulher tu não gostas é de te mexer. Eu também não, mas acho que o tele-transporte resolvia os meus problemas :)

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    1. Também podia ser uma árvore... Acho que também ia bem comigo... :)))

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  4. ahahahah
    eu sempre fui uma jarra.
    preguiçosa nas horas pa mexer um dedo :P

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