segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Temos mesmo de conversar sobre esta situação das viagens...

Desta coisa das pessoas falarem sobre as suas viagens, falarem muito, e, reparem, as pessoas não conversam sobre as viagens, as pessoas relatam as suas viagens. À vez. Na verdade nem sequer se ouvem umas às outras, estão sempre muito ansiosas à espera que uma acabe para a outra começar, estou até desconfiada que há quem vá viajar só para ter assunto para os almoços de fim-de-semana com os amigos que também eles foram fazer as suas viagens, todos em trânsito, com as suas malas, os seus bilhetes e as suas fotografias, praticamente uns Vascos da Gama, Vascos da Gama everywhere, Vasco da Gama em Miami, Vasco da Gama vai a um quatro estrelas Michelin em Sidney, Vasco da Gama engana-se e em vez de fazer uma vénia dá dois beijinhos à guia japonesa, que isto de viajar rende horas e horas de monólogo, vários monólogos paralelos que só se cruzam quando há referências a restaurantes de Chefs famosos, ah, aí todos sacam do telemóvel, googlam o local, fecham os olhos e e revivem o momento em que a trufa com gelado de feijão e crumble de pimenta aterrou na toalha branca com uns sticks de fogo de artifício resplandecentes, e então a pessoa revira os olhos interiormente sete vezes e quando julga que podemos passar ao próximo tópico, os viajantes descrevem o hotel, o colchão e o edredon, como se tudo aquilo fosse inédito, como se estivessem a descrever hipopótamos e girafas a um europeu do século XV, e depois, bem, depois chegamos sempre (sempre!) àquele momento em que os convivas, que já relataram os seus dois últimos anos de andanças pelo globo terrestre, querem curar a minha aero-fobia, que há cursos, não sei se sabes, uns cursos muito bons, há até casos de pessoas que dali saíram doidonas para se enfiar num voo de longo curso de dezassete horas para a Malásia, sei, sei, mas eu não quero mesmo andar de avião, e então os convivas chegam-se para trás na cadeira, levam as mãos à cabeça, transtornados, olham-me com olhos trespassados de horror, como se eu tivesse uma perigosa doença contagiosa e perguntam aflitos: mas como podes viver sem viajar, sem conhecer o mundo, sem ver nada, sem saber nada?! E a pessoa lá saca da sua pequeníssima chave de pechisbeque enfeitada com missangas, e…, bem…, na verdade não me sinto assim particularmente ignorante e não me faz muita diferença não ir a lado nenhum, eu cá podia estar sempre em casa que estava muito feliz, quem me dera ter mais tempo para pintar, para ler... mas eles já não me estão a ouvir, estão só a olhar-me com muita pena e à espera da primeira oportunidade para se virarem para o outro lado, desconfortáveis, e continuarem com os seus relatos superficiais, numa grande azáfama com as suas múltiplas romarias, as comezainas, os aeroportos e os destinos com voos directos, fingindo que aquela pessoa constrangedora (que está a dar graças aos Deuses por não ter de andar naquelas manadas turísticas para trás e para a frente), não está efectivamente ali.


Oh pá... agora a sério... digam-me a verdade... vocês gostam mesmo de ouvir os relatos de viagens uns dos outros?!

46 comentários:

  1. Gosto de ouvir os relatos da minha mulher sobre as viagens que fizemos juntos. É tão bom o relato que até parece que estive lá

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  2. Gosto!!!! Especialmente daqueles amigos que viajam mesmo muito e só relatam o que é mesmo divertido ou interessante :)

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  3. Pipocante Irrelevante Delirante30 de outubro de 2017 às 11:36

    Os hábitos são os mesmos, apenas mudam os meios.
    Ora a Palmier nunca foi convidada para jantar em casa de uns amigos, sendo posteriormente lá presenteada com uns belos slides das férias destes? Não dava para colocar like, mas o conceito era o mesmo.
    (idem para as fotos da criançada no FB. Ora quem não se lembra daquele pessoal que nos interceptava no corredor, para mostrar as dezenas de fotos tipo passe dos petizes que carregava na carteira?...)

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  4. Olá.

    Depende! Já ouvi relatos de amigos e colegas de trabalho que me fizeram ter interesse por esse destino, saber mais. Adoro viagens e gosto de ouvir e falar sobre locais. Mas lá está, depende muito do tipo de conversa....competições sobre quem viajou mais, quem foi ao melhor restaurante, etc,etc...não, obrigada!

    ANM

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  5. Não :) mas adoro viajar! Sobretudo para sítios que ainda são autênticos sem milhares de turistas a ver tudo quase só através da lente da máquina fotográfica.

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  6. Eu sou uma viajante inveterada. Adoro viajar. E, já viajei alguma coisa. O que eu não suporto mesmo é que me peçam para contar as peripécias das viagens. Se quiserem fotos eu mostro, envio, dou, o que quiserem. Relatos de viagens? Não tenho paciência.

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  7. Não. Nem de relatos de viagens, nem de fotos de viagens, nem de fotos de família.
    Isso só interessa a quem lá esteve.
    As pessoas estão cheias de "EU".

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  8. Por acaso de amigos próximos (e tenho alguns que se fartam de viajar) gosto de ouvir algumas peripécias ou ver fotos.

    Se calhar porque adorava viajar mais e não tenho essa hipótese (€€€€€€), é sempre bom ouvir daqueles que o podem fazer =)

    Mas, percebo o que queres dizer. EU tenho sempre coisas que adoro fazer como ler, ver séries ou estar só e apenas no meu cantinho. Para mim viajar não significa "ganhar/ter mundo". (odeio essa expressão, como se só os privilegiados que podem viajar tenham horizontes vastos, mentes abertas, e sejam muito interessantes.... e curiosamente muitas vezes é o contrário.)

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  9. Gosto, se a pessoa for absolutamente maravilhosa, em que as descrições das viagens são sobre as pessoas que conheceu, pequenas (grandes) histórias que não envolvem jantares ou cocktails no sky bar, o máximo que fala de comida é sobre o jantar de 2euros no meio sabe-se lá onde, e fala mais sobre as viagens porque lhe perguntam. E agora que penso nisto, estas conversas metem sempre livros à mistura. Só tenho um assim na minha vida e ele permito-lhe tudo, porque é tão raro encontrar alguém com um coração de ouro, tão desprovido de futilidades e de vazios. Não sendo dos amigos mais próximos e chegados, deve ser a minha pessoa favorita. De resto, sinto-me quase como tu, se bem que gosto de viajar, de me perder, e detesto trocar dicas e sugestões top. Gosto muito de comer e acho absolutamente horrível quando se entra naquela fase de quem comeu o quê no sítio mais xpto com o chef supra-sumo. Aiiii as pessoas andam mesmo aborrecidas.

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  10. Eu adoro viajar e gosto de o fazer com frequência. Também gosto genuinamente de ouvir alguns (sucintos) relatos de (um certo tipo de) viagem. O que não aprecio é ouvir relatos de pessoas que viajam para fazer férias, dos 7 dias deitados à beira da piscina, do número de estrelas, quantos mojitos beberam, que fizeram uma excursão para ver os bairros "pobrezinhos" etc. Basicamente só conseguem falar do hotel onde ficaram. Como aquilo que mais aprecio é o destino para onde vou, a cultura, as pessoas, a comida, e a natureza, não gosto nada de relatos que se focam no superficial. Ou dito por outras palavras "não gosto de medir pilas".

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  11. Nem pachorra tenho para contar sobre as poucas viagens que faço. Quanto mais ouvir sobre as dos outros!
    As pessoas acham que tudo o que lhes concerne é de interesse para os outros.

    Raramente leio livros sobre viagens, a menos que sejam sobre civilizações/modos de vida desaparecidos.

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  12. Depende do país visitado, da pessoa que está a relatar...
    Do que eu gosto mesmo é de viajar (mas não amo loucamente estar fechada 15 horas num avião, só que a vontade de ir ainda consegue ser maior que o desconforto de estar num espaço fechado a respirar o mesmo ar que centenas de pessoas - nunca penso na hipótese do avião cair, o meu desconforto tem a ver com a falta de ar que sinto de cada vez que imagino que estou a aspirar o mesmo ar que há poucos segundos saí dos pulmões de pessoas que não conheço, que caminha a passos largos para um caso de claustrofobia).

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    1. Nunca tinha lido uma explicação para o que sinto dentro de um avião, é que é sem tirar nem por!!!Só me apetece ir abrir as janelas....pois não convém!

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    2. Volta e meia leio notícias de passageiros que lhes dá para isso :)))))

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  13. São as tais "experiências" e tens que ir/fazer/ver/degustar antes de morrer!
    Também não gosto especialmente de andar de avião, nem ler consigo, e uma viagem de 5h é demais.

    (Rentes de Carvalho, em "Mazagran" aborda, entre outros, o tema das viagens alheias e dos relatos. Confirma também o que todos sabemos e ignoramos: que muitos monumentos não estão preparados para receberam milhões de turistas anualmente e do desgaste que isso acarreta.)

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  14. Não. Salvo raras exceções em que a pessoa que relata se foca num ponto especial que lhe tenha tocado e o consiga descrever passando essa emoção ou sentimento.
    Nem gosto de ver fotografias de viagens, mas o pior de tudo ainda é os vídeos.
    :-)

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    1. Ainda assim, não sei o que é pior, se os vídeos de viagens, se os de casamentos! :DDDDDDDDDDDD

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  15. Depende da pessoa. Se for daquelas que acha divertido fazer poses cómicas em frente a divindades de outras religiões e visitar zonas de prostituição (muitas vezes infantil) para afirmar que não é turístico o suficiente, não. Ou pessoas que vão uma semana "à Índia" e consideram que conhecem tudo.

    Mas irritam-me mais as pessoas que acham que viajar têm de ser o maior luxo. Que quem prefere, por exemplo, ter empregada, está a ver mal as coisas, etc. Tinha uns amigos assim.

    E tive uns amigos que, há uns anos, foram à Áustria convencidos que iam a Freamunde. Ficaram muito espantados com o preço das coisas e duas delas precisaram de ser safas pelo cartão de crédito de uma delas :/. Andaram por Viena a contar os tostões, já não saíram da cidade, etc. Isso não é viajar.

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  16. Como eu a entendo Palmier, senti o mesmo só de ir a Lisboa. Uma Lisboa já dominada pelas manadas de turistas. Ao fim do dia só queria era voltar para minha pacata cidade, ainda relativamente desconhecida do roteiro turístico. Até quando é que já não sei....já vislumbro o futuro :(

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  17. Não aprecio particularmente.
    Acho "graça" aquelas pessoas que parece que vão fazer uma viagem com uma lista de coisas que têm que ver, por ex. vão a Paris, Torre Eiffel 15 minutos visto; Arco do Triunfo, ao longe, Visto; Louvre, correm o maios r número de salas sem verem nada em particular, feito; etc,etc. Estou sempre à espera que me mostrem uma caderneta com os carimbos comprovativos de terem visto tudo o que havia para ver em Paris em 3 dias.

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  18. Eu até respondia à pergunta, não tivesse bloqueado naquela parte do post onde afirmas não viajar porque tens medo de andar de avião. Como assim, não viajas??? Mas, mas, mas... isso lá é razão? Eu também não morro de amores pela lata de sardinhas com asas, mas gosto tanto de passear que faço por esquecer esse pequeno pormenor!!! (Agora a sério, eu entendo esse tipo de fobia, trabalhei na Tap -em terra, claro- e assisti a verdadeiros ataques de pânico à entrada da aeronave! Não se controla o medo, prontos!)
    Agora que me acalmei, aproveito para responder à pergunta. Se pusermos as coisas nesses termos que acabaste de relatar, a resposta é um redondo NÃO! Mas, de um modo geral, não é assim com qualquer assunto? De resto, acho piada trocar impressões sobre viagens, assim como acho piada trocar impressões sobre livros, filmes, filhos, trabalho, e tudo o mais que possa surgir em diálogo.

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    1. Uma fobia não é um medo. É diferente ter medo de voar e fobia de voar.

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    2. A última vez que andei de avião fui a chorar até Londres... :DDDDDDDDD

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    3. (e o meu marido a fingir que não me conhecia.... :DDDDDDDDDDDDDD)

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    4. Eu gosto muito dos meus comboios :D.

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  19. Ahahahahah!! "As manadas turísticas", muito bom!

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  20. Nope. É uma bela de uma seca.

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  21. Eu ADORO ouvir e falar de viagens. Descrição dos lugares, das pessoas, dos valores delas, de forma natural e nada exibicionismo. Adoro. Aprendemos tanto com outras civilizações, mas tanto,

    anonima

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  22. Gosto quando há histórias caricatas, ou particularidades culturais. Ou quando se recordem momentos em que estive envolvida. E não, não aprecio descrições demasiado pormenorizadas.

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  23. É excitante trocar impressões com quem foi aos mesmos lugares que nós. Ficamos quase sempre a saber que vimos mais e melhor paisagística e culturalmente, e é por isso que não queremos ir em horda com guia. Eu sou fanática de um bom planeamento...até demais. Leio um mapa brutalmente bem, mas falta posicionar-me no espaço geográfico e é aí que o cara metade me bate aos pontos e não me deixa esquecer.
    Isto de andar de avião... até 2000 eram milhas e milhas. Depois criogenizei a vontade. Morria de medo. Nada como um grande susto para não deixar para amanhã... seja o que for. Retomei non stop há cinco anos até poder. Ó pra mim a fazer hicking, 32 km a arrastar quase 80kg... adorei o que vi. Não repetiria amanhã... mas quem sabe daqui as uns tempos uma coisa parecida. E depois é dar secas descomunais aos outros. O que é que pode haver melhor do que isto ? "):):):):):):

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  24. Ah, Palmier, se ouvisse as minhas histórias de viagens havia de me pedir para contar uma e outra vez, com mais e mais pormenores, havia de ser eu a dizer "Bem, Palmier, talvez já seja suficiente..."

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    1. E no fim, quando fosse finalmente enxotada, ía a correr para o aeroporto agarrar-me a uma asa de um avião! Depois aparecia no telejornal! :DDDDDDDDDDDDDDDD

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  25. Palmier, somos almas gémeas :)

    Inês

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  26. quando eu digo que prefiro escrever (e ler) postais toda a gente me olha de lado. mas felizmente sou vianense, tenho praia, montanha e vale tudo ali perto, paisagens bonitas e boa comida por toda a zona. não preciso de viajar pra ver mais montanhas ou maid praias... a gente viaja e fica a conhecer o hotel, os pontos turísticos do guia e os restaurantes melhor cotados naquelas apps que há agora. quando eu recebo um postal eu recebo uma parte da Pessoa que mo enviou, eu recebo aquilo que essa pessoa decidiu escrever-me sobre si ou sobre um sítio ou sobre uma comida,recebo a imagem que a pessoa decidiu que eu ia gostar ou que me seria útil ou me faria mais feliz. eu fico com um bocadinho dela, da vida dela, do sítio dela. e o que é que eu trago duma viagem? não é o mesmo

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  27. Assim de repente, a única pessoa que eu adorei ouvir falar de viagens foi um professor de história, andava eu no 8º ou 7º ano (?) já não lembro bem.
    Como eu o adorava ouvir, ia para as aulas sempre entusiasmada :)
    Tinha um jeito encantador de relatar as aventuras com pormenores cómicos, já passaram quase 30 anos e naquela altura já era um professor com alguma idade...
    A verdade é que agora viajar se tornou vulgar e já nada surpreende, há cidades completamente modificadas da sua essência com tanto turista... este texto mostra exactamente porque andam a viajar a maioria das pessoas, mostrar nas redes sociais e vomitar tudo para qualquer pessoa que queira ouvir ;)

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  28. Tudo depende! Depende de quem é o amigo e a forma como conta a história das suas viagens. Da mesma forma que eu também só conto algumas coisas a algumas pessoas das minhas viagens. Não tem a ver com o estarmos cheios do EU (ou pode ter nalguns casos, mas não em todos), mas sim o gostarmos de partilhar com os amigos os momentos felizes? O que há de errado nisso?
    Quanto ao tempo, apesar de um recurso limitado, também há momentos para tudo e não é um ou duas viagens no anos que vão retirar espaço para que outras coisas que gostamos aconteçam.
    Palmier, julgo que essa ideia de "estou bem assim, não sonho em viajar, gosto é de estar em casa e a pintar" não tem absolutamente mal nenhum, mas será que é mesmo assim que lá no fundo se sente? ou é a dissonância cognitiva devido à sua fobia em andar de avião que a fez interiorizar isso? Só questiono por experiência pessoal...

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  29. Nem por isso.
    Como (quase) viajante profissional, conheço muitos aeroportos e muitos hotéis. Mas cidades, lugares e pessoas nem por isso... e quando alguém resolve relatar uma viagem qualquer e diz "tu, claro, já conheces! Com a tua vida...", dá-me assim uma coisinha má e quase que parto para a violência.
    É que viajar não tem nada a ver com ir (só) a sítios diferentes fazer umas selfies para mostrar que se esteve lá...
    Eu farto-me de andar de avião mas viajo tão, mas tão pouco!! :(

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  30. Não vejo que possa ser pior do que aquela malta que SÓ sabe falar sobre os seus petizes, em q qq tentativa da nossa parte em desviarmos o tema, invariavelmente, lá voltam (por vezes nem sei como conseguem a proeza).

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    1. A maior parte das minhas amigas já tem os filhos mais crescidinhos e já passou essa fase, mas houve ali uma altura que Mamma Miaaaaaaa! :D

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    2. Oh yeah.
      Chego a achar q devo ser má mãe por n querer falar 24/7 sobre o meu filho...

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  31. "Travel is fatal to prejudice, bigotry and narrow-mindfulness, and many of our people need it sorely on these accounts. Broad, wholesome, charitable views of men and things cannot be acquired by vegetating in one little correr of the earth all one's lifetime". - Mark Twain
    A diferença reside entre ser um viajante ou ser um turista.
    Do seu relato, parece-me que os seus conhecidos serão turistas, cheios de prejudice, bigotry and narrow-mindfulness.
    Há gente assim, para quem tanto faz estar na 5.a Avenida ou na Avenida da Liberdade, desde que haja sushi e Lojas Prada.
    Já ter medo de andar de avião é um sério contratempo para se ser viajante. Mas há sempre o carro, o comboio (o Expresso do Oriente, p. Ex, ou o Transiberiano...).
    Se não tivesse feito as viagens que fiz não seria hoje a mesma pessoa.
    Infelizmente quando tinha tempo não tinha dinheiro, hoje tenho dinheiro mas não tenho tempo e, entretanto, viajar tornou-se muito perigoso e andar de avião um martírio (estou sempre à espera do dia que nos façam passar a zona de segurança em roupa interior...)

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  32. Continuação
    Gosto de relatos de viagens e gosto de relatar as minhas viagens, sim, dese que sejam relatos de viagens e não práticas solitárias nocivas à saúde (pardon my french...).
    Do que mais gosto quando viajo é ter a oportunidade de passar tempo a falar com as pessoas, de ver filmes de realizo dores locais (desde que perceba a lingua, claro), visitar os mercados (as nossas praças). Nem sempre é bom, em alguns sitios ia desmaiado com a imundície. Gosto de experimentar a gastronomia local e comprar livros de culinária para cozinhar em casa (até agora, resultou com a comida vasca
    com a provençal e com a toscana).
    Gosto dos pequenos fait-divers, das historietas, croniquetas, de ler e coleccionar noticias dos jornais...
    Nas viagens de trabalho procurei sempre colar a deslocação ao fim de semana para explorar os lugares, afinal o mais caro já estava pago.

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