terça-feira, 26 de março de 2013

Agora, por causa do comentário da Matilde no post abaixo…

Lembrei-me de uma história que era contada com muito orgulho pelo meu avô, nos serões em família. Cá vai:
O meu avô tinha o consultório no rés-do-chão da casa onde vivia. Um belo dia o meu pai, com uns oito anos, acordou e decidiu que, também ele, seria cirurgião! Assim, e na ânsia de exercitar os seus dotes, arrastou o seu pobre irmão (mais novo) para a sala de operações. Aí trancados, o meu pai obrigou-o a deitar-se na marquesa, calçou as luvas, desinfectou o local da intervenção cirúrgica, sacou do bisturi e vá de operá-lo para lhe extrair o apêndice. Tendo em conta a falta de anestesista à altura, é por demais evidente que a coisa correu mal. O paciente, com um corte de quatro centímetros na barriga, saltou tresloucado e aos gritos da mesa de operações e correu escada acima para se refugiar em local seguro.
Papi, receoso, camuflou-se no jardim para deixar passar as primeiras ondas de choque. Quando achou que a situação estava mais calma, subiu, pé ante pé, para avaliar os estragos. Deparou-se com o meu avô a fazer um curativo na barriga ensanguentada do irmão. Aproximou-se de cabeça baixa, pronto a ser severamente punido e eis que … foi extremamente elogiado! É que a incisão era simplesmente perfeita! Havia sido feita no local exacto do apêndice! Papi estava de parabéns, tinha verdadeira mão de cirurgião!   

7 comentários:

  1. Pronto percebe-se de onde te vem a loucura e a imaginação, é dos genes :D

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  2. Ahahahahahah! Hilariante!
    Eu fui uma autêntica Maria Rapaz, aliás, bem pior do que eles porque as minhas ideias dexava os rapazes boquiabertos e a minha mãe, principalmente, em pânico.
    Era tão perigosa que a mãe, que era enfermeira e trabalhava no mesmo hospital do pai, quando eu tinha quatro anos deixou de trabalhar só para tomar conta de mim e só teve sossego quando fiz os 18 anos e entrei para a faculdade. Mas aí já estava desabituada para voltar a trabalhar outra vez.
    O meu irmão, mais velho dois anos que eu, nunca lhe deu o menor trabalho. Mas eu tinha razão porque o pai era muito bonito, a mãe era uma beleza deslumbrante, o meu irmão era lindo como um cravo e eu queria saber onde me tinham ido desencantar porque era feia e horrorosa de morrer e claro que não podia ser filha deles.
    :)

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  3. ó pá, ó pá, ó pááááááá... não aguento o riso :DDDDDDDDDD

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  4. OLHA SE O TEU AVÔ FOSSE CAPADOR?...
    COITADO DO TEU AVÔ...

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  5. Ahahahahahahahah... dá todo um novo sentido a "Brincar aos Médicos"...

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  6. É o que eu digo sempre, cada um nasce para o que nasce. E também eu já contei a minha história um dia. Enquanto as minhas primas se zangavam por uns cm de tecido para fazer roupas para a barbie eu peguei no livro de facturas do meu pai (ainda se tiravam factura à mão) e facturei toda a tarde. O meu pai ficou contente, nunca tinha facturado tanto na vida dele.

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