Têm de ter paciência comigo… É que eu sou uma pessoa extraordinariamente traumatizada. Desde tenra idade que o meu querido progenitor decidiu contar-me uma história extremamente encantadora à hora de deitar. O enredo era o seguinte:
- Sabes… tu (eu, portanto) na realidade não és minha filha (coração aos pulos, questões a surgirem em catadupa na minha jovem mente. Serei adoptada? Fui encontrada num caixote do lixo? Fui furtada aos meus verdadeiros pais?)… Não… tu és minha tia (hãããããã, como é que é?). Sim. tu és minha tia-avó! (hei… isso é impossível, eu sou mais nova que tu! retorquia convicta). Progenitor, sem dar qualquer importância ao meu ar esgazeado, continuava tranquilo:
- Tu eras uma cientista famosa… Dedicaste toda a tua vida à luta contra o envelhecimento… um dia, descobriste finalmente uma poção para rejuvenescer e resolveste experimentá-la em ti própria.
Não é verdade, pai, dizia eu desesperada. E ele, como se nada fosse, prosseguia:
- É, é... Durante uns anos a coisa resultou e mantiveste-te relativamente jovem… bem, pelo menos, não envelhecias… Acontece que, em Janeiro de 1977, aconteceu qualquer coisa no laboratório (ainda hoje não sabemos exactamente o quê) e tu tomaste poção a mais… Claro que rejuvenesceste muito mais do que pretendias e transformaste-te num bebé.
Oh paaaaaaaaai... vá lá.... conta outra história!
- Não! Tenho de contar a verdade! Encontrámos-te deitada no chão, a chorar. Já lá devias estar há algum tempo... Tivemos muita sorte porque uma senhora que vivia mesmo ao lado do laboratório alertou-nos para o choro e chamou-nos para te salvarmos... senão, podia ter sido muito pior...
E eu quase a chorar e com a almofada em cima da cabeça pedia para ele não contar mais nada. Mas, o progenitor continuava calmamente:
Não é verdade, pai, dizia eu desesperada. E ele, como se nada fosse, prosseguia:
- É, é... Durante uns anos a coisa resultou e mantiveste-te relativamente jovem… bem, pelo menos, não envelhecias… Acontece que, em Janeiro de 1977, aconteceu qualquer coisa no laboratório (ainda hoje não sabemos exactamente o quê) e tu tomaste poção a mais… Claro que rejuvenesceste muito mais do que pretendias e transformaste-te num bebé.
Oh paaaaaaaaai... vá lá.... conta outra história!
- Não! Tenho de contar a verdade! Encontrámos-te deitada no chão, a chorar. Já lá devias estar há algum tempo... Tivemos muita sorte porque uma senhora que vivia mesmo ao lado do laboratório alertou-nos para o choro e chamou-nos para te salvarmos... senão, podia ter sido muito pior...
E eu quase a chorar e com a almofada em cima da cabeça pedia para ele não contar mais nada. Mas, o progenitor continuava calmamente:
- Bem… eu (progenitor) tive pena (tu eras uma tia-avó bastante amiga) e resolvi tomar conta de ti… Mas, agora que começas a ser mais crescida, não quero que estejas na ignorância do teu passado… é que estiveste na iminência de ganhar um Nobel!
E pronto… assim se passavam as minhas noites… no horror de ser confrontada com o facto de ser tia-avó do meu próprio pai…
O que vale é que, como progenitor trata doenças da mente, pôde dar-me uma ajudinha a recuperar a sanidade perdida... caso contrário, hoje em dia, em vez de ser uma cientista de renome a um passo de salvar a humanidade dando-lhe tudo aquilo que deseja (a juventude), não passaria de um bróculo ridículo a trabalhar numa PME portuguesa.
O que vale é que, como progenitor trata doenças da mente, pôde dar-me uma ajudinha a recuperar a sanidade perdida... caso contrário, hoje em dia, em vez de ser uma cientista de renome a um passo de salvar a humanidade dando-lhe tudo aquilo que deseja (a juventude), não passaria de um bróculo ridículo a trabalhar numa PME portuguesa.
Uma pessoa que é tia-bisavó de si própria e descendente dos Curies, só pode ser um poço de sabedeoria !!!!
ResponderEliminarEntão, não? Uma pessoa cresce logo saudável e confiante!
EliminarAhahah isso é são histórias de embalar! Qual capuchinho vermelho, qual quê. ahah
ResponderEliminarClaro! Há que inovar e fazer experiências com as pobres crianças :DDD
EliminarAhahahahaha!
ResponderEliminarA minha avó para me adormecer cantava uma canção, que consistia num papão que estava em cima do telhado, e vinha comer a menina que estava a dormir...Mas acho que a tua ainda é mais perturbadora ahahahah tia avó ahahahah