domingo, 8 de janeiro de 2012

Depois da humilhação, o desrespeito.

Almoço num restaurante italiano. Empregados daqueles que olham para o infinito para evitar pedidos dos clientes. 
Empregado já tinha demorado horas para trazer as coca-colas. Empregado trouxe o carpaccio para a entrada mas não trouxe o azeite. Tentei pedir o azeite a um deles. Nada. Fiz sinal a outro. Disse-me: "Já vai..." e... nada. Tentei chamar a atenção com acenos. Nada. Exagerei nos acenos. Nada. Dancei o Hula-Hula. Nada. Quando marido já tinha terminado a entrada, lá ouve um que se dignou a trazer-me o azeite. Comi o meu querido carpaccio (mas já a devorar, porque empregado se aproximava com segundo prato). Ok. Atafulhei minha linda boquinha e esperei que me colocasse o segundo prato na mesa. Acontece que não o podia fazer, uma vez que ainda não tinha levantado os pratos das entradas. Então, Sua Excelência colocou os pratos com as massas assim... nos espaços em branco e virou costas. Chamei-o já zangada (mas ainda com a boca cheia de carpaccio - pelo que, admito, que não tenha sido muito clara)) para que levantasse os pratos. Ficou a olhar para mim (como um boi a olhar para aqueles bonecos gigantes da Michelin que havia antigamente nos campos do Alentejo. Ou seja, sem perceber o que eu estava ali a fazer, nem o que queria). Já a deitar fumaça, peguei nos pratos (com os respectivos talheres) e atirei-lhos à cara entreguei-lhos gentilmente. O atrasado mental fulano diz então: 
-E os talheres?
E eu, já em modo Exterminador Implacável pergunto-lhe: 
- OS TALHERES O QUÊ?
O tipinho (com cara de boi a olhar para o Michelin):
- Não quer ficar com eles?
Momento de confusão mental: 
Oi? Ficar com eles? Tipo... para levar para casa? Um presente? 
Ahhhh! Ok... tipo, se não ficar com estes, vou ter de comer o esparguete à mão (o que é bastante elegante) ou mesmo sorvê-lo do prato (ainda mais elegante), porque o deficiente mental tipinho não me vai trazer outros!
Agarrei nos talheres e oscilei entre espetar-lhe o garfo nos olhos e comer a massa. No entanto, como percebi que não iria ter outro garfo, achei melhor comer logo a massa porque seria bastante desagradável comê-la com o mesmo garfo com que tinha arrancado um par de olhos...
Ok. Respiro fundo. Começo a comer a massa.
Certo... Falta o queijo ralado...
Hummmmm... E agora... Tentei pedir o queijo ralado a um deles. Nada. Fiz sinal a outro. Disse-me: "Já vai..." e... nada. Tentei chamar a atenção com acenos. Nada. Exagerei nos acenos. Nada. Dancei o Hula-Hula. NADA!
Nisto, filho resolve intervir. Puxa da sua voz forte (a que usou ontem na loja de tecidos) e chama o empregado, pedindo-lhe o queijo ralado. Empregado (certamente enfeitiçado por poderes do além) obedece prontamente e traz, finalmente, o queijo ralado. Assim que a questão ficou resolvida, filho esclareceu-me:
- Vês, mãe... eles respeitam-me...

Pois...


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