sábado, 12 de maio de 2012

Hãããããã

Com 15,5% de desempregados, com as pessoas novas (aí a percentagem de desempregados passa para 37%), boas profissionais (cujos estudos foram financiados pelo Estado português, para gáudio dos outros países que as recebem de braços abertos já prontinhas para trabalhar) em debandada geral, pareceu-me, assim, ligeiramente (coisa ligeira, mesmo), estranho que o nosso Primeiro, nos tenha vindo alertar para a maravilha que é uma pessoa despedir-se e até mesmo ser despedida (?)!
Eh pah... se é assim tão bom, bora lá, vamos todos abardinar nos nossos locais de trabalho, na expectativa que nos instaurem um processo disciplinar com intenção de despedimento (com justa causa para a entidade patronal, entenda-se, que a malta não faz por menos e, assim, ainda é melhor porque nem dá direito a subsídio de desemprego, nem nada. O desafio torna-se ainda mais excitante!). Se não resultar, apresentamos a nossa carta de demissão. Em bloco.
Ai pah... vai ser tão bom, mas tão bom, que até sinto um formigueiro na barriga. Já me estou a ver com a cartinha na mão, a fazer cessar o contrato de trabalho, e explicar à entidade patronal que me despeço, e com efeitos imediatos, que eu, eu não sou parva, pah! Talvez telefone já esta noite, tal é a ansiedade! Se há aí oportunidades espectaculares para os empreendedores despedidos e desempregados, eu não vou ficar atrás! Saiam-me já da frente, que eu quero passar!


Primeiro, filho, andas a dar no álcool, ou isso já é mesmo na veia, amigo? 



6 comentários:

  1. diz-me uma coisa, essa delegação do centro de emprego com a inscrição na parede referindo que trabalhar mete nojo foi escolhida propositadamente?

    sabes, o desemprego em Portugal situa-se nos 15,3% dá para aí quase um milhão de desempregados, e na sequência deste drama e em relação a tudo aquilo que é referido, pelo governo, analistas, sindicatos, jornalistas, etc., às vezes, no meio de tantos milhares, lá aparece um exemplo de alguém que se lançou num negócio qualquer, numa área diferente da que tinha ou não, e que só é notícia porque a coisa até deu certo - entretanto muitos milhares não sabem verdadeiramente o que fazer.

    O que se destacou é automaticamente apontado como exemplo a seguir, apresentado como motivo para se acreditar que é possível, que o futuro de Portugal está a nossa iniciativa, blá, blá, ou esta última alusão do Passos que aqui invocas.

    não me admira nada que muitos dos desempregados até tenham a tentação de criar a sua própria empresa e lançar-se numa nova etapa olhando para esta crise e para a fatalidade do desemprego, grande parte devido à falência de empresas, como uma oportunidade, criando-se assim um ciclo de renovação e dinamização da nossa economia..

    o que o passos se esqueceu de dizer foi que cada empresa desembolsa ao estado 45% da facturação, uma parte até antes de ser facturada, fora despesas com os empregados em relação à segurança social, prestações, rendas, seguros, etc.

    portanto, essa foto desse centro de emprego com essa sugestiva inscrição na parede não foi ao acaso pois não minha magana, mensagem subliminar heim...

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    1. Nada aqui se faz por acaso! :DDD
      E, para além disso, os custos associados às empresas diluem-se nas médias e grandes empresas. Acontece que (os poucos) desempregados que têm capital suficiente para poderem arrancar com qualquer negócio, o fazem numa escala reduzidíssima, pelo que esses custos representam uma carga pesadíssima que, normalmente, afunda qualquer empresa que não seja gerida por profissionais...
      Para além disso, falta mencionar a BUROCRACIA. É demais... mesmo que se queira fazer coisas novas (que se tenha essa capacidade financeira) esbarramos num muro intransponível de burocratas que não percebem nada de nada e que ficam, felizes, a olhar para a sua horta, sem terem qualquer noção do panorama geral... É o país que temos... por isso é que há tanta gente a debandar :(((

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  2. eu fiz este comentário na notícia (FB) e fiz este post
    Ó passos, podias era aproveitar a "oportunidade" de ganhares bem à nossa custa e pagares a um moçambicano de 2 metros para que te metesse qualquer coisa na boca, de modo a nunca mais poderes dizer baboseias. É que ter de te pagar e ainda ter de te ouvir... Nossa Senhora!!!

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  3. Pode ser uma máxima anarquista fora de época :)

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