segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Subprime Algarvio (Lagos no Inverno)





É estranhíssimo ver uma cidade que, no Verão, consegue acomodar umas 200 mil pessoas, no Inverno esteja fantasmagoricamente sem vida.
As ruas têm meia dúzia de turistas a vaguear. A maioria das lojas estão fechadas (vazias, entaipadas, abandonadas). As que estão abertas são todas iguais e têm as prateleiras meio depenadas. E estas, continuam a obedecer ao rígido horário de 1960. Abrem às nove, das 13h00 às 15h00 (religiosa) hora de almoço, fecho às 19h00, Sábados só da parte da manhã e Domingo, está quieto ó preto, que Domingo é para descanso do pessoal.
E as lojas minha nossa!? O que é isto? As que estão abertas, vendem todas as mesmas coisas (mesmo, mesmo, mesmo). Boomerangs, pulseiras de missangas, moinhos de papel, Crocs falsos, roupas chinesas e/ou indianas, artesanato africano (?). Inutilidades sem graça nenhuma. Nada é português. Tudo mesmo, mesmo, (mesmo, mesmo, mesmo) rasca. Mesmo...
E, julgariamos nós (ignorantes) que estes dias (da passagem do ano) em que há, pelo menos, esta meia dúzia de turistas, fossem sequiosamente aproveitados pelos comerciantes mas... surpresa... não!
A malta está em modo hibernação e não está para nos aturar. Olha-nos a modos que de lado, que viemos interromper as férias de inverno do pessoal e que isso não se faz.
É um país que sofre de um misto de crise, aliado a uma total ausência de imaginação, borrifada com ignorância, e do fascinante síndrome do macaco de imitação.
Se ele fez e resultou, então bora lá todos fazer igual. É para investir nos boomerangs e nos Crocs falsos? Então não esperes mais tempo. Vamos buscar inutilidades de 3ª categoria a marrocos? então bute organizar uma excurssão. Chegou um contentor de indianadas? Bora lá todos comprar, mesmo que seja tudo horrendo (medonho, mesmo). Pensar numa coisa diferente? Pensar, vá... Não te metas nisso (que é muito arriscado...)!
Voilá! Lagos no Inverno!
Salvaram-se os passeios na praia e o peixe grelhado. Esse sim! Maravilhoso como sempre, na Praia do Camilo, ali à Ponta da Piedade. Com uma vista de cortar a respiração.



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