quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Anti-fashionismo

Ontem estive com pessoa-homem da minha família que me referiu a sua dificuldade em comprar roupa. Nesse âmbito, confidenciou-me que, aqui há pouco tempo, deslocou-se a uma loja que vendia roupa tanto para homem como para mulher, à procura de umas calças. Ao avistar o artigo pretendido, escolheu o tamanho correcto e dirigiu-se aos provadores, não sem antes notar olhares de soslaio por parte de vários elementos do sexo feminino que por ali se encontravam. Já nos provadores, familiar-homem vestiu as calças e, quando tentou apertar o botão, percebeu, repentinamente, que o modelo de eleição era de mulher. Ruborizado com o seu erro (e percebendo, de imediato, os olhares de reprovação de que fora alvo) vestiu a sua indumentária de macho, saiu do provador e atirou com as calças de mulher (que minutos antes tinha escolhido com tanto desvelo), com revolta, para cima de um monte de roupa, não sem antes sussurrar, com um ranger de dentes "que nojo!". Depois disto, disse nunca mais ter entrado numa loja assim. Que só entra em lojas que vendam apenas roupa de homem. Disse: Assim, posso escolher as calças à minha vontade e, quando as encontro, posso segurar-lhes sem medo e dizer calmamente enquanto lhes sinto o toque “estas sim… são umas boas calças!”

Depois disto (e de eu já estar, praticamente, a rebolar no chão a rir) familiar-homem, que queria que eu percebesse mesmo bem a situação por que passou, insistiu em esclarecer-me ainda melhor os seus sentimentos, pelo que acrescentou, para rematar:

- É que me senti tal e qual como quando o meu filho nasceu e, por engano, nos levaram para o quarto o bebé errado. Enquanto o avô observava o bebé, perguntando para o ar, "onde raio é que ele foi buscar este queixo", eu olhei para o berço e verifiquei que aquele, não era o meu bebé. Assim sendo, fiz um autêntico sprint com o berço pelos corredores do hospital e, chegado ao berçário, lancei o falso filho (no berço, entenda-se) em direcção à enfermeira, rangendo os dentes e sussurrando "que nojo!", ao mesmo tempo que perguntava "Afinal, onde está o meu bebé?". Quando me entregaram o bebé, senti-me bastante mais calmo e, depois de pedir desculpa ao falso filho pelas velocidades a que o submeti, suspirei de alívio e disse "este sim... é um bom bebé!". 

7 comentários:

  1. Esta sim... é uma boa história! :D :D

    ResponderEliminar
  2. ahahaha, e o que eu já me ri com isto?

    (hoje só faço este tipo de comentários, é toda uma nova possibilidade que se abre diante de mim)

    ResponderEliminar
  3. Este comentário ainda tem um nível mais superior - LOLOLOLOLOLOLO! Está feito o comentàrio que é o mais adequado ao caso!

    ResponderEliminar
  4. Já dei comigo na parte masculina da Zara a perguntar-me se teriam misturado as duas secções, tal era a quantidade de brilhantes, bordados e paneleirices nas roupas de homem. Eu não quero andar com um gajo mais brilhante do que eu pá,(na roupa entenda-se). E tentar arranjar umas calças clássicas normais de homem sem que custem os olhos da cara ou não pareçam feitas para velhotes? mission impossible!

    ResponderEliminar