quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Querido Vítor Gaspar,

Peço desculpa por ser tão insistente, mas, no seguimento do teu OE, queria dirigir-te umas parcas (que os tempos não estão para mais) palavras. Escrevo-te na qualidade de pessoa que tem uma empresa que dá trabalho a uma quantidade considerável de outras pessoas e que quer, apenas, que estejas consciente de como vai ser o próximo ano, para que, depois, não sejas surpreendido pela realidade. Assim e para que seja mais fácil para ti vou utilizar uma linda metáfora. Ora, então, cá vai:

Vamos imaginar que o ano de 2014 é uma espécie de viagem, que tem o seu início no ponto A (1 de Janeiro de 2013) e cujo objectivo é chegar ao ponto B (31 de Dezembro de 2013). Vamos imaginar que cada gestor tem de levar a sua equipa, de avião, do ponto A, para o ponto B. Vamos, agora, imaginar a equipa a entrar no avião, a sentar-se nos respectivos lugares, a apertar os cintos, cumprido escrupulosamente todas as normas de segurança. Vamos imaginar o gestor a sentar-se ao comando da aeronave. Vamos imaginar o gestor a verificar todos os botões e a assegurar-se com a torre que pode levantar voo. Vamos imaginar que o gestor descola o avião com razoável destreza e sobe em direcção aos céus até estabilizar nos nove mil metros de altitude.

Consegues agora a imaginar a vista? As nuvens gordas e fofinhas lá em baixo, o mar, lá longe, a reflectir o sol? A proximidade da morte caso alguma coisa falhe?

Sabes o que o gestor tem, agora, de comunicar à equipa? Não? Então eu digo-te. O gestor tem de pegar no microfone e dizer:

- Cara equipa, daqui fala o vosso gestor, ao comando da aeronave, tenho a comunicar-vos que, apesar de termos levantado voo, não estamos certos de ter combustível para chegar ao destino.

É isto…

Percebes o risco a que nos estás a submeter, querido Vítor?

5 comentários:

  1. Eu tenho é a ideia que quer o comandante quer os passageiros sabem que o combustível não vai chegar, há imensa gente a gritar cá fora enquanto eles entram para o avião. Mas como lhes disseram que é para se meterem no avião e irem de A para B, vão...

    Marta

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  2. Acho que o Vítor não ía arriscar e ía tirar combustível dos outros aviōes para ele chegar ao destino. De repente acho que criei uma analogia muito apropriada!

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  3. Eu acho que como esse excelente exemplo não se traduz em Excel, ele não ia perceber nada, nem que fosse paint by numbers...

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  4. Ele até pode perceber o que queres dizer, mas tens de escrever isto...de forma...mais...espaçada :P

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