quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Uma vez que o assunto voltou à baila também quero dizer coisas

Nunca. Nunca pus a hipótese de, por ser mulher, poder ser preterida, de, por ser mulher, poder ficar de fora, de, por ser mulher, não ser tão capaz, ou, por ser mulher, não ser capaz. Nunca tal ideia me passou pela cabeça. Nunca. Será certamente uma ideia errada, seguramente que podia ter acontecido, aconteceu-me muitas vezes assistir a homens que me quiseram diminuir por ser mulher, que usaram isso, mesmo que subliminarmente, para o fazer, mas por ser tão estúpido, tão retrógrado, nunca tal coisa me incomodou particularmente. O tempo está do lado das mulheres e a máquina está em andamento, e não é uma máquina que se possa acelerar à força de potentes aditivos, é uma máquina que avança numa progressão geométrica. Por cada mulher que ascende a um cargo de poder, outras lá chegarão, porque se vão dando as mãos, porque têm a mesma linguagem, e claro que os homens sabem isso, e claro que fazem de tudo para a emperrar, afinal cada um deles terá o seu feudo a proteger, o seu pequeno poder, mas é natural que o façam, afinal todos sabemos que a marcha é inexorável. E que nós somos a maioria.

(e não digo que não há discriminação, porque há, mas estou convicta que cada vez haverá menos e menos e menos...)


92 comentários:

  1. Acredito piamente que o caminho é esse. Mas é importante que batalhemos, que se bata o pé por nós e por quem não tem força para o bater. As mudanças fazem-se fazendo-as, e não esperando que elas aconteçam :)

    Jiji

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    1. Claro que sim, a única ressalva que faço é a de que me parece importante escolher as batalhas e a forma como se combate :)

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    2. Concordo a 100%! Não queremos perder a razão :p

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  2. Nunca tive complexos de inferioridade em relação aos homens. Algumas das pessoas mais inteligentes e capazes conheço, até calha serem homens... Mas são poucochinhos.

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  3. Nunca. Nunca pus a hipótese de, por ser homem, poder ser preferido, de, por ser homem, poder entrar, de, por ser homem, ser mais capaz, ou, por ser homem, ser capaz. Nunca tal ideia me passou pela cabeça. Nunca. Será certamente uma ideia errada, seguramente que podia ter acontecido, aconteceu-me assistir a mulheres que me quiseram agradar por ser homem, que usaram isso, mesmo que subliminarmente, para o fazer, mas por ser tão estúpido, tão bdhac, nunca tal coisa me incomodou particularmente. O tempo está do nosso lado e a máquina está em andamento, e não é uma máquina que se possa acelerar à força de potentes aditivos, é uma máquina que avança numa progressão geométrica. Por cada boa pessoa que ascende a um cargo de poder, outras lá chegarão, porque se vão dando as mãos, porque têm a mesma linguagem, e claro que os incompetentes sabem isso, e claro que fazem de tudo para a emperrar, afinal cada um deles terá o seu feudo a proteger, o seu pequeno poder, mas é natural que o façam, afinal todos sabemos que a marcha é inexorável. E que nós somos a maioria.




    (e não digo que não há discriminação, porque não sou estúpido e sei que há, mas faço para que cada vez haja menos e menos e menos.)



    Já agora, pertenço a uma geração que estudou os feudos, os privilégios e as classes sociais na disciplina de história, que criou e desenvolveu conceitos e medidas de discriminação positiva, que continua a fazer - e não "à espera" - pela igualdade entre os seres humanos, não por um tal avanço ser inexorável, mas por acreditar na radical igualdade entre todos e a todos respeitar como iguais.

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    1. Também não digo que nos devamos deitar à sombra da bananeira e esperar que aconteça, o que acho é que nem tudo deva ser encarado como uma guerra, porque não me parece que essa seja a via, porque as mentalidades não se mudam com um estalar de dedos, mudam-se com o tempo. Pode-se ir dando uns empurrões, é certo, mas não podemos levar tudo à frente, porque normalmente não dá bom resultado. E que às vezes é mesmo preciso tempo.

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  4. Acho fofinho, a sério. Acho também ingénuo. É que eu, embora me identifique a 100% com a frase inicial, tenho perfeita noção de que sou privilegiada, e que o mundo inteiro não cabe no umbigo da minha experiência. E, sendo nós a maioria, está a demorar um bocado de tempo a deixarmos de ser a minoria em muita coisa importante. Se calhar deixar simplesmente correr não é suficiente, digo eu.

    (não sei se sabe, mas apenas 1% da propriedade mundial pertence a mulheres)

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    1. Luna, eu também tenho noção que sou privilegiada, daí o parênteses final. Neste momento tenho cerca de oitenta mulheres a trabalhar comigo na minha empresa, claro que nem tudo é perfeito, claro que há coisas que que poderiam correr melhor, mas, ainda assim, julgo ser justo poder dizer que o meu umbigo não é só meu...

      (e eu também não acho que se deva deixar apenas correr, mas também não concordo que tudo tenha de ser uma guerra... repara, o objectivo é o mesmo, a forma de o atingir é que é diferente)

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    2. (ressalvo apenas que me referia às realidades que culturalmente nos são próximas, claro que há realidades inqualificáveis por esse mundo fora)

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    3. Para além de comentadora assídua deste blog, sou uma das oitenta a que a Palmier se referiu acima. Ainda sou do tempo ( princípio do século XXI incluído) em que éramos todas galinhas, as nossas ideias eram desconsideradas e posteriormente apresentadas brilhantemente por um "génio" pouco inteligente mas muito esperto, pouco ou nenhum voto tínhamos na matéria, fosse ela qual fosse e para podermos progredir na carreira tínhamos sempre dois obstáculos a ultrapassar : a antiguidade e o género.
      Nestes últimos 15 anos mudaram-se muitas coisas. Indubitavelmente para melhor. Não acredito que tenhamos mudado mentalidades misóginas, mas adaptámo-las à nova realidade. Mudanças radicais nunca são instantâneas...
      Seis de nós somos chefes de secção e de serviço, e mandamos REALMENTE nos homens que trabalham connosco. Creio que mandamos bem. Não precisamos de estudos para saber mandar. Basta conhecer a realidade , ter consciência da nossa posição e uma grande dose de bom senso.

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    4. Pipocante Irrelevante Delirante8 de janeiro de 2016 às 10:01

      E 85 pessoas detêm tanta riqueza quanto 3.5 biliões.

      (mas já há 2 mulheres na lista da Forbes no top-10. Nada mau, digo eu. Mais um esforço, e a paridade vai ser alcançada, a bem da justiça social)

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    5. Pipocante Irrelevante Delirante8 de janeiro de 2016 às 10:08

      Essa estatística do "1%" vem de onde e refere-se a quê?
      Casas? Terrenos? Valor ou extensão?

      Não acredito que, com a discrepância social que exista, e milionárias como a Isabel dos Santos (belo exemplo de uma mulher que subiu na vida à custa da sua competência, ao invés de se aproveitar de uma sociedade oligarca, como fazem muitos homens), esses números sejam reais. Depois há o facto de, no Ocidente, a comunhão de bens ser norma, logo, metade do que pertence ao homem, pertence à mulher. Mas decerto haverá por aí números que podem ser consultados...

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    6. Palmier, já te vi aqui falar em guerra umas 3 ou 4 vezes, e gostava de saber a que guerra é essa a que te referes. Eu já tenho ouvido falar nesta guerra (http://tinyurl.com/zmpwsog), ou sobre o que aconteceu no ano novo em Colónia, mas de resto não estou a ver. Guerra aberta existe sim, mas de oposição e resistência a cada mudança e propostas por parte das "malucas, histéricas e esganiçadas das feministas", como o ultraje que foi propor que um marmanjo já não possa dizer à vontade a uma miúda de 16 anos que lhe ia pela frente e por trás, ai que nos estão a tirar a liberdade de expressão!

      Acho que concordamos que o melhor caminho é o da educação, o da consciencialização, passar mensagem às novas gerações, e penso que é isso que se vai tentando fazer, mas às vezes é preciso falar um pouco mais alto para nos podermos fazer ouvir. E foi o que aconteceu no festival que gerou os posts e os comentários que se seguiram.

      Analisamos o exemplo do tal festival de BD, o protesto e os contra-protestos sobre o ridículo do protesto e das feministas em geral:

      O que aconteceu naquele festival não foi numa prova cega, em que vários artistas vão a concurso com o seu trabalho, sendo que nos finalistas não constava nenhuma mulher - hey, até poderia não haver mulheres a concorrer, se fosse o caso - e nem as mulheres a concurso protestaram por não terem sido escolhidas, batendo pé e fazendo birrinha. Não foi nada disso.

      O que aconteceu foi que resolveram escolher artistas para um prémio carreira, pela sua contribuição para a história e universo da BD com o seu trabalho de vida. E dos 30 escolhidos (podiam ter sido 20 ou 50, whatever), não conseguiram encontrar, de entre todos os artistas do mundo, de todo o universo da BD, uma única mulher que merecesse figurar nesse grupo e que de alguma forma tenha contribuido ou sido importante para a BD. Estranho, não? Até por serem pioneiras, as primeiras a ganhar prémios, alguma há-de ter tido alguma importância, não? Sei lá, uma Marjane Satrapi, iraniana exilada que contou em BD a história da revolução do ayatollah khomeini e que teve tanto êxito que passou a filme, contando inclusive coma voz da Catherine Deneuve? Mas não. E a mensagem é clara: sorry ladies, nice try, mas para nós vocês não existem. E o que incentivo e mensagem transmite às novas gerações de artistas, àquela miúda saída da faculdade de belas artes que sonha fazer BD? Diz-lhes que não há lugar para elas, que é um mundo de homens onde menina não entra, e se entra não vinga. E foi por acharam injusto e não quererem transmitir nem associar-se com esta mensagem que alguns dos homens nomeados resolveram protestar da forma que sabiam: retirar os seus nomes da lista. Protesto esse que levou a que a organização repensasse e decidisse fazer nova lista mais inclusiva.

      Reacção geral: ah as aleijadinhas da BD querem ser premiadas à força apesar de não valerem nada e querem passar à frente dos melhores. Não, nada disso. Apenas querem existir e que a sua existência seja reconhecida,nem que seja para passar a mensagem certa e incentivar e dizer às miudas que sim, vale a pena tentar.

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    7. http://blogs.wsj.com/economics/2011/09/18/new-facts-on-the-gender-gap-from-the-world-bank/

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    8. Luna, agora não te consigo responder. Volto cá mais tarde.

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    9. Pipocante Irrelevante Delirante8 de janeiro de 2016 às 12:04

      Propriedade não é riqueza

      http://www.businessinsider.com/women-now-control-more-than-half-of-us-personal-wealth-2015-4

      http://www.politifact.com/punditfact/statements/2014/aug/05/oxfam-ireland/do-women-own-1-worlds-land-no/


      http://reports.weforum.org/global-gender-gap-report-2014/rankings/



      Mas o problema esta mesmo é na desigualdade de rendimento entre sexos...

      http://www.bbc.com/news/business-30875633

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    10. Toda a razão, foi um lapso baseado em estatísticas desactualizadas que entretanto fui rever. A desigualdade no entanto continua a ser enorme, se considerarmos a escala mundial e não apenas países desenvolvidos.

      E sim, é um problema a desigualdade de rendimento entre sexos, tal como é a desigualdade entre muito ricos e muito pobres. São ambos problemas, ambos devem ser combatidos, não acho que um invalide o outro.

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    11. Pipocante Irrelevante Delirante8 de janeiro de 2016 às 12:17

      Num país com uma elevada taxa de homicídio como os EUA, com mais de 10000 por ano, esses números não estão longe de significar uma guerra contra as mulheres.

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    12. Luna, em primeiro lugar não vamos misturar assuntos de natureza diferente: o link que deixaste em cima e o que se passou em Colónia são crimes previstos e punidos em todos os Códigos Penais de todos os países ditos civilizados. No que respeita ao “piropo” (que talvez fosse bom deixar de lhe chamar piropo, porque não é realmente disso que se trata) não me viste fazer qualquer referência depreciativa à nova lei e muito menos chamar “malucas, histéricas e esganiçadas” a ninguém. Agora, voltando ao assunto: É evidente que ainda há (muita) discriminação, e que essa discriminação deve ser combatida na medida das possibilidades de cada um (faço os possíveis por fazer a minha parte), mas a sensação que tenho sempre é que a postura bélica (e é a isso que me refiro quando falo em “guerra”) nem sempre funciona. Ou, pelo menos, para mim, não funciona da melhor maneira. Voltando ao meu caso concreto que, apesar de representar um universo pequeno, é o que melhor consigo descrever: Quando comecei a trabalhar onde agora trabalho, a estrutura organizativa estava unicamente nas mãos de homens, alguns bons e capazes, outros profundamente misóginos. Por estranho que pareça, quase todos - "bons e maus" - se juntaram para me combater a mim, o elemento estranho. Foi uma luta que me valeu algumas lágrimas (muitas), também fui a maluca, a histérica e a louca. Também andei de metralhadora em punho porque é exasperante ser-se injustiçada, saber-se que se está a fazer bem e ser-se criticada, que se está a querer melhorar e ser-se boicotada. Só quando comecei a relativizar a situação, quando decidi que tinha de pegar num ponto de cada vez, que não podia mudar tudo num dia, nem num ano, e algumas coisas nem em dez, é que as peças se começaram a encaixar, só quando mudei de estratégia é que consegui que os bons e válidos passassem para o meu barco (porque apesar de bons e válidos, também estavam assustados com a mudança) e que os “maus” se começassem a aquartelar a um canto… ainda tenho algumas pessoas a rosnar lá ao cantinho, mas já estou habituada, já não me fazem a mossa que faziam, apesar de, por vezes, ainda conseguirem abanar este meu barco. Mas agora, porque somos realmente uma equipa, já estamos preparados para a tempestade. Acontece que esse espírito de equipa e entreajuda não se constrói num só dia e só porque queremos muito. Precisa de tempo.
      E pronto, é isto, a nossa divergência é apenas de método, não de objectivo.

      (agora, se formos falar da Índia, de muitos dos países Africanos ou do Médio Oriente, esquece tudo o que disse, aí concordo contigo, o método tem de ser o bélico. É que a luta é necessariamente diferente se se tratar da violação de direitos humanos básicos ou de um prémio de BD )

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    13. (Anónima, não vou publicar o comentário... cada um tem o direito de ter a sua opinião e de a expressar da forma que bem entende, sem que tenhamos de nos agredir pelo meio... se lhe quiser rever os termos... lá está... não é o conteúdo, é a forma :)

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    14. Enquanto tirava o curso de economia, curso composto maioritariamente por cadeiras de estatística e matemática analítica, um dos professores procurou nos alertar para o uso constante de "estudos" falsificados e estatísticas erradas para argumentação e manipulação politica e de massas. Nesse âmbito vimos vários exemplos desde estudos sobre adeptos de futebol e audiencias televisivasa noticias a dizer que a china ou a india vão utlrapassar a a europa em riqueza em 5 ou 10 anos baseados em dados totalmente errados etc etc, um dos exemplos dados é no entanto relevante para esta discussão. O estudo sobre o diferencial de rendimento entre mulheres e homens, é um dos "estudos" mais citados a nível mundial pelas feministas, para alem de estar desactualizado estava carregado de erros por exemplo, comparava ordenados mulheres com homens mesmo sendo de sectores diferentes tipo arquitectos VS enfermeiras ou mulheres da limpeza vs engenheiros civis, aquilo era tenebroso nem os calculos estavm correctos nem as proporções de individuos de cada sexo, nunca comparava directamente homens e mulheres totalmente tendencioso, depois visto os dados havia de facto uma diferença entre rendimento de homens e mulheres mas muito inferior do que surgia nas conclusões. Perante isto, fico curioso relativamente a essa estatística de 1% da riqueza mundial pertencer ás mulheres, claro que sendo assim (dita a lógica) 99% da riqueza pertence aos homens, qual a fonte dessa informação ?

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    15. Caro Tiago

      este ano tive a oportunidade de visitar o Douro e uma vinha, guiada por um familiar viticultor. Fiquei a saber que, naquela pequena quinta, à excepção da época das vindimas, todo o trabalho durante o ano era feito exclusivamente por duas pessoas, ambos com carta de tractorista, ambos com os mesmos saberes sobre a vinha, enfim, ambos a fazer exactamente o mesmo trabalho. Calhava serem um casal, os caseiros da tal quinta. E ela ganhar 65% do que ele ganha para fazer o mesmo trabalho. Não foi na índia, não foi na nigéria, foi cá, no nosso portugalinho.

      Mas pode sempre consultar os dados do banco mundial, que não é exactamente o correio da manhã:

      http://datatopics.worldbank.org/gender/key%20gender%20employment%20indicators

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    16. Cara Luna. A economia Portuguesa (e a de quase todos os países do mundo) é de cariz capitalista.
      Quer isto dizer que o objectivo das empresas privadas e dos particulares é O LUCRO!
      Ou seja montando eu uma empresa se tiver dois candidatos e puder pagar apenas 65% a um deles, contrato o candidato mais barato. Porquê? Porque quero GANHAR DINHEIRO! Isto aplica-se a todas as empresas. Consideremos por verdadeiro o que me disse, as mulheres PELAS MESMAS TAREFAS ganham 65% do que ganha um homem, eu montaria uma empresa nesse sector e teria 35% de custo a menos do que a concorrência que emprega homens, logo eu poderia vender os meu produtos mais baratos logo destruiria as concorrentes e ficaria com o mercado para mim. O que quero dizer com isto é simples, numa economia capitalista uma diferença significativa de salários entre sexos é a curto prazo Insustentável, claro que as empresas iriam a correr tentar contratar o maior numero possível de mulheres ( e isso faria rapidamente subir o ordenado delas repondo a igualdade), a tendência para a igualdade de salários não acontece por qualquer razão moral, a razão é a mais básica as empresas Querem mais LUCRO!!! A pouca razoabilidade e falta de lógica estatística desses estudos advém de compararem mulheres com homens em diferentes sectores produtivos, existe naturalmente sectores com predominância de mulheres e vice versa, normalmente os homens (que têm um esperança de vida inferior ás mulheres) escolhem EM MÉDIA profissões com graus de risco seja pessoal ou profissional mais elevados (são opções económicas que se percebem quando se estuda a fundo estas questões) e por esse facto existe no total do bolo uma diferença, essa diferença esbate-se fortemente quando se estuda sector a sector comparando homens e mulheres nas mesmas funções.Mas enfim... Desisto não deixe que a lógica e a dinamica da REALIDADE atrapalhe os seu conceitos. Pelo que leio nos seus comentários esses moinhos de vento são lhe úteis, fazem parte da sua personalidade e proporcionam lhe motivação, eu fico de consciência tranquila fiz a minha parte expliquei.

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    17. Não querendo deixar de responder ao seu exemplo permita-me algumas questões, os dois trabalhadores da quinta trabalham lá desde sempre? ou têm um numero de anos diferente na função, o grau de conhecimento é igual? o grau de educação é igual ? a produtividade é igual? sabia que para tratar a vinha hoje em dia tem de se tirar um cursos para ter autorização de utilizar sequer o químico contra as doenças da vinha, ambos têm esse curso ? e a licença obrigatória para a utilização de químicos nas vinhas? Em resumo duvido que não exista uma resposta racional para essa diferença de rendimento, caso contrário o dono da quinta (assumindo que se trata de uma pessoa razoável) contrataria duas mulheres... A analise económica baseada na existência de ovários versus testículos é redutora para não dizer acéfala e superficial. Mas é fácil fazer uma analise demasiado simples quando esta vai de encontro aos nosso preconceitos pessoais, sempre assim foi, é uma característica do cérebro humano habituado a procurar e identificar padrões e a tentar confirmar o seu padrões, é desse tipo de auto reforço das convicções natural nos humanos e que é base da sua evolução que nascem todos o preconceitos racismo sexismo etc... tenha cuidado a realidade é mais complexa.

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    18. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Eu penso exactamente assim. Nunca me passou pela cabeça valer menos ou ser menos por ser mulher. Sempre fui educada pela igualdade e não pela diferença. Faz-me confusão o feminismo em vez de se lutar pelo humanismo. Olho à minha volta e vejo todos os dias mulheres serem promovidas a cargos de chefia e cargos executivos. Com isto não quero generalizar e dizer que se aplique a todo o país ou a nível global, mas tenho a impressão que o rumo será o da igualdade de indivíduos e que para a conseguir a igualdade não se pode educar ou sensibilizar para a diferença.

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    1. Há que chamar a atenção para a discriminação, porque ela de facto existe, mas educar pela igualdade é, também para mim,a solução. Agora é evidente que essa mudança não se faz numa geração, que o mundo em geral e o nosso país em particular é, em tudo, muito assimétrico :)

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    2. Não querendo entrar em discussões... Mas anónimo vá lá ver o significado de feminismo, é que pelo que diz parece que feminismo é o oposto de machismo, ou que feminismo é querer privilegiar as mulheres.
      Com a quantidade de mulheres que foram mortas estas últimas semanas, não sei se o tempo estará do nosso lado. Mas sim, acredito na educação para a igualdade e sinto-me como a Palmy, mas também sei que sou uma privilegiada.

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  6. Mais do que saber escolher guerras é percebermos que as guerras pode não ser a melhor solução.

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    1. Há situações em que se deve erguer a espada, mas, como em tudo, se andarmos sempre de espada em punho...

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    2. Cansa (e é contra-producente).

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  7. Isto dá pano para mangas. Percebo perfeitamente o que queres dizer porque não me identifico com certos tipos de lutas colectivas que mais me parecem uma forma de expulsar um acumular de revoltas individuais. Mas depois penso que se não fossem essas pessoas que caem em extremos opostos isto não teria andado o que já andou.

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    1. Claro que, em determinados pontos, têm de existir rupturas, mas a mim não me parece que a via seja a da "guerra total". Pela minha parte, e na minha vida profissional, aplico a técnica do empurrão dissimulado, que é um empurrão lento mas eficaz...

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  8. Que haja uma maior compreensão entre todos e que não seja só trocar os géneros mas sim mentalidades, vejo na minha área (construção civil) completamente machista que vai mudando aos poucos e para melhor, como uma lufada de ar fresco, removendo o bafio da comodidade instalado à séculos.
    Claro que nem todas são excepcionais, mas nem os homens que andam cá há anos, que venham e tragam ideias e trabalhem como sabem trabalhar (que por norma têm de se aplicar em dobro mas demonstrar as suas qualidades).
    Abraço

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    1. Devagarinho havemos de lá chegar, é só trocar a varinha de condão por um sarrafo de condão :D

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    2. :D
      O sarrafo, o sarrafo, palavra que entrou no (seu) glossário para nunca mais sair ;)

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  9. Eu tambem concordo com a frase inicial. Nunca ninguem me disse que por ser mulher nao podia estudar fisica, nunca ninguem me disse que nao teria capacidade intelectual para estudar matematica e fisica, nunca ninguem me disse que por ser mulher nao podia deixar o pais e seguir os meus sonhos. Sempre tive todo o apoio e incentivo que precisava dos meus pais, da familia, de amigos e professores. Mas também tenho a nocao do quao priveligiada sou, e nao e preciso ir para muito longe para saber que a realidade pode ser bem diferente, porque infelizmente a minha visao cor-de-rosa da situacao mudou quando sai de Portugal.
    Tive que ouvir que as mulheres so eram aceites para doutoramento para dar namoradas aos cientistas, tive que ouvir que as mulheres nao teem a mesma capacidade para matematica e fisica que os homens, tive que ouvir dizer ao meu chefe que agora percebiam porque e que ele tinha contractado tres mulheres (porque eramos bonitas)...e eu sempre trabalhei num meio muito internacional, com uma variedade enorme de nacionalidades pelo que as atitudes nao sao especificas a uma cultura.
    Tambem duvido que muitos homens tenham ouvido que tinham de ter cuidado com a roupa que vestiam em conferencias (internacionais) se quisessem ser levados a serio...ou que lhes tenham recusado emprego porque teem filhos, ou estao em idade de ter filhos, ou estao em idade de cuidar de pais idosos (se ja nao estao em idade de ter filhos).
    Nada disto aconteceu ha 50 anos atras, mas nos ultimos 14 anos. Por isso para mim e preciso continuar a trazer o assunto a baila e muito mais...talvez ate deixarem de fazer sentido quotas de mulheres para a politica, para cargos de direccao, talvez ate nao haver necessidade de criar grupos de investigacao especificamente para serem liderados por mulheres (como no Instituto onde trabalho) porque tem que se pensar nas quotas, etc.

    Ana (ha 14 anos na Alemanha)

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    1. É evidente que ainda existem preconceitos e discriminação, seguramente mais nuns meios do que noutros (aparentemente e pelos que leio no blogomundo, o meio académico/investigação é particularmente propenso a este tipo de comportamentos... o que não deixa de ser estranho...). O que digo é que há quarenta anos atrás esse problema que refere não existia, simplesmente porque não havia mulheres a fazer doutoramentos (ou havia tão poucas que eram uma excentricidade fofinha), hoje em dia as mulheres estão em todo o lado (provavelmente a ser orientadas por homens da geração anterior) e, a pouco e pouco, se cada uma for fazendo a sua parte, as coisas acabam por, naturalmente, ir mudando. Infelizmente as mentalidades não se mudam com um estalar de dedos...

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  10. Pipocante Irrelevante Delirante8 de janeiro de 2016 às 09:55

    Não deixa de ser interessante que numa sociedade cada vez mais individual e onde se preza a diferença, se lute cada vez mais pela igualdade. Homens e mulheres nao são iguais, nem todos os homens são iguais. Não vale a pena pensar que partimos todos do mesmo patamar, que todos temos as mesmas qualidades. Uns (umas) serão mais inteligentes, outros mais hábeis, outros mais fortes. No que nos devíamos concentrar era em criar uma sociedade justa, em que o mérito fosse reconhecido. Porque já vi muito homem preterido em detrimento de uma mulher, ora porque fica "bem" a discriminação positiva, ora porque não tem no bolso o cartão da cor certa.
    Como se refere acima, ainda vivemos uma sociedade semi-feudal. Não só dividida em grupos e capelinha, mas também com uma estratificação social complicada de quebrar, em que os nobres são nobres porque sim, e o povo tem é de trabalhar para eles. E onde a mulher é criada para servir, seja no real sentido da palavra (serviçal), seja no sentido de satisfazer os desejos do homem. No dia em que evoluirmos finalmente para um modelo social diferente, muita mulher competente vai subir na vida. Mas também bastantes vão descer.

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    1. Antes do mundo evoluir seja para o que for, é preciso que as mentalidades evoluam, e o que digo, e que me parece evidente, é que as mentalidades não se mudam com um passe de mágica (nem com leis), é preciso tempo e. por vezes, gerações...

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  11. A competência antes do género. Sem guerras, sem quotas, apenas com trabalho. Farto-me de ver mulheres a dizer que lutam pelos seus direitos e depois reparo que o fazem exactamente com as armas que recriminam.
    Sou pela competência e isso não é masculino nem feminino.

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  12. Falo do feminismo que incentiva o ódio e a guerra de géneros. Penso que fui bastante clara no meu comentário e não desvalorizei as diferenças que ainda existem em Portugal e no mundo.

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    1. Confesso que eu, que até me interesso e estudo bastante o assunto, não conheço movimentos femisnistas que incitem ao ódio e guerra de géneros, mas será certamente falha minha.

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    2. Luna, não vou discutir isso consigo porque realmente não vale a pena. Não consigo ser mais clara do que fui e penso que desconversa quem quer. Defendo a defesa dos direitos humanos e da igualdade de direitos de género e, quanto a mim e à minha forma de ver as coisas, o feminismo não é isso.

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    3. Lamento Gaby, mas então a Gaby tem uma ideia errada do que é o feminismo. O feminismo é exactamente o movimento que defende a igualdade de direitos de género, tal como acesso à educação, saúde, planeamento familiar, trabalho, etc.

      https://en.wikipedia.org/wiki/Feminism

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    4. Não, a minha ideia não é errada. Apenas acho que a igualdade de direitos não é exclusiva de um género, daí não me rever no feminismo.

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    5. Gaby, o conceito de feminismo não é pessoal nem subjectivo. E por isso, se advoga direitos iguais, mesmo que não goste do termo, é feminista. A igualdade de direitos não é exclusiva de um sexo, mas dado que a desigualdade afecta maioritariamente um dos sexos, existe um movimento próprio de luta contra essa (maior) desigualdade. O que não invalida que se lute contra outras desigualdades.

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    6. p.s. Gabi, desculpe o engano no nome, culpa do telefone.

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    7. Pipocante Irrelevante Delirante8 de janeiro de 2016 às 13:58

      O feminismo, como todas as, digamos, ideologias, tem várias vertentes. Pacíficas, violenta, que promovam a cisão ou a união. Acredito (ate porque conheço) que haja mulheres que queiram direitos especiais ao mesmo tempo que advogam igualdade. Ha de tudo.

      As desigualdades são o que são. No mundo ocidental não acredito que a "maior" seja de género. Nos EUA a discriminação racial tem contornos maiores, e em alguns estados a sexual idem.

      Mas cada um vê os factos e os números como entende; um homem mata a companheira, ha quem veja comportamento misógino, ha quem veja o exercício da violência sobre um ente mais fraco.

      PS: isto dos direitos especiais às vezes dá jeito, como nas custódias de filhos. Aí, a carta do género é puxada mais depressa que o ás de copas

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    8. Bom, vamos por partes que isto tem aqui muito material.

      Sem ponta de ironia, eu não conheço vertentes do feminismo que ajam através da violência. Ao contrário de inúmeros movimentos e ideologias, não creio alguma vez ter ouvido nas notícias que um grupo de feministas lançou uma bomba como forma de protesto contra seja o que fôr, ou que uma feminista entrou num local publico e desatou aos tiros ou se fez explodir em nome do feminismo. O feminismo, na sua definição, é pela não violência. E pela igualdade. (isso dos direitos especiais é outra coisa, não é feminismo*)

      Relativamente a desigualdades, há várias, e não me parece que umas sejam menos importantes que outras, podem é ser mais ou menos predominantes consoante a localização geográfica. No mundo ocidental a desigualdade de género é muito menos grave do que no mundo árabe, áfrica ou ásia, mas não deixa de existir, a par da discriminação racial e sexual - de facto, uma das maiores críticas aos movimentos feministas é focarem-se maioritariamente na mulher branca. Agora não encontro o artigo, mas aqui há tempos vi um estudo em que se comparava as diferenças salariais entre homens e mulheres nos EUA, dividindo as mulheres por raça. E se no geral, as mulheres em geral ganhavam cerca de 80%, uma hispânica chegava a ganhar apenas cerca de 55% (abaixo da população negra). Ou seja, as desigualdades estao interligadas. Se é verdade que a discriminação racial é fortíssima nos EUA? Sim, é, são obcecados com a raça. Vivi lá e para o americano comum eu não era branca. (não notei tanto discriminação sexual pq vivi em sao francisco, ou seja, uma bolha nesse aspecto)

      Agora, onde não posso concordar é com o ponto de vista da violência não ter género: tem, e está amplamente documentada. Dentro de todos os tipos de violência contra os mais fracos, incluindo idosos e crianças, há sempre uma disparidade relativamente ao género.

      *Por fim, relativamente aos direitos especiais que refere, lá está, são consequência da desigualdade de género relativamente ao papel social e estereotipos de género relativamente à divisão de responsabilidades no que concerne a educação dos filhos, e que resulta em geral numa maior responsabilização da mulher no dia a dia (faltar ao trabalho por doença, levar ao médico, ir pôr e buscar à escola, etc.) e que, por consequência acaba na discriminação negativa dos homens relativamente ao poder paternal. O que defende o feminismo é uma partilha igual de deveres e responsabilidades, que idealmente deverá resultar em guardas conjuntas e partilha de poderes paternais, que no caso específico da luta pela custódia de filhos, deverá também beneficiar os homens.

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    9. Já agora, Gabi, deixo este vídeo muito bom do Joss Whedon a falar da semântica do termo "feminist" e da sua conotação negativa:

      https://www.youtube.com/watch?v=pDmzlKHuuoI

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    10. Luna pesquise melhor. Aliás o que não falta é até toda uma cultura de gozo ao que chamam "feminazis" que são aquelas senhoras que promovem todo o desrespeito pelo homem (sexo masculino) e que tentam superiorizar as mulheres face ao mesmo.

      Bater sempre na mesma tecla não significa claramente obter mais informação ou pesquisá-la.

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    11. Bem, se aquilo a que se refere é ao estereotipo criado para desacreditar o feminismo, ou seja, como bem disse, "uma cultura de gozo" que tem como objectivo conotar o feminismo com o ódio aos homens, estou bem a par, sim. Não tem é absolutamente nada a ver com feminismo.

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    12. Já agora, gostaria de aproveitar para salientar que a última vez que vi u uso do termo feminazi foi pelo Rui Sinel de Cordes, esse grande humanista, referindo-se às pessoas que não acharam graça àquela sua bela prosa 'vamos fazer assim, meninas: eu vou continuar a mandar piropos. Se apresentarem queixa, serão violadas. É que se é para ir preso, ao menos vou de barriga cheia.' LOL

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    13. Luna, concordo consigo. O que eu encontro é a negação a um estereotipo criado, que não me parece que resista a uma análise mais profunda. Basta uma mulher apontar um comportamento machista para ser acusada de estar a ser, no mínimo, demasiado sensível.
      E o que sinto é que uma mulher que esteja conotada como feminista "activa", terá as suas opiniões encaradas à partida com uma certa condescendência.
      Somos nós que educamos os nossos filhos, e é aí qua as mentalidades se mudam. Os meus adolescentes cozinham e são responsáveis por tarefas cá em casa. E não têm conversas desrespeitosas em relação a pessoas, homens ou mulheres, porque não o aceitamos cá em casa (fora de casa, já não sei..., há que ser realista!).

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    14. Luna, a última vez que eu vi o termo feminazi não foi certamente em contexto nacional. Just saying.

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    15. "em ponta de ironia, eu não conheço vertentes do feminismo que ajam através da violência. Ao contrário de inúmeros movimentos e ideologias, não creio alguma vez ter ouvido nas notícias que um grupo de feministas lançou uma bomba como forma de protesto contra seja o que fôr, ou que uma feminista entrou num local publico e desatou aos tiros ou se fez explodir em nome do feminismo. O feminismo, na sua definição, é pela não violência. E pela igualdade. (isso dos direitos especiais é outra coisa, não é feminismo*)"

      Lê um pouco mais de noticias dos EUA e sobre uma determinada auto-denominada feminista que já cometeu crimes contra homens... claro que ela não é feminista nenhuma, simplesmente acha que sim. Na teoria dessa senhora e de outras como ela os homens são inferiores.

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    16. Infelizmente, há sociopatas de todas as cores e feitios.

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    17. Pipocante Irrelevante Delirante10 de janeiro de 2016 às 00:48

      "Infelizmente, há sociopatas de todas as cores e feitios."

      Esse argumento pode ser aplicado ao senhor que baleou e explodiu a ex-companheira, ou aí estamos a falar de uma guerra contra as mulheres fruto de uma sociedade misógena?

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    18. Morrem anualmente em portugal cerca de 40 mulheres às mãos dos (ex)companheiros. Não se tratam de meros casos de sociopatia aleatórios. A violência doméstica (ou de género) de género existe e está amplamente documentada, e negá-la não ajuda minimamente a resolver o problema.

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    19. A violência doméstica só muito reflexamente está relacionada com a questão da discriminação das mulheres e não deveria ser uma causa feminista mas sim global. Eu discordo que a violência doméstica seja violência de género. Há inúmeros homens vítimas de violência doméstica, especialmente, na vertente de maus tratos psicológicos. E quando se trata de violência sobre idosos, então, tenho seríssimas dúvidas que os agentes sejam maioritariamente homens.

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    20. Não é por acaso que tanto a WHO como a UN ou a amnistia internacional consideram a violência doméstica como violência contra as mulheres: 1 em cada 3 mulheres à escala mundial já foram vítimas de violência física ou sexual, maioritariamente às mãos dos parceiros. Ou seja, a violência doméstica é mais uma vertente da violência de género - e embora, de facto, não seja restrita às mulheres, elas constituem a larga maioria das vítimas.
      De resto, embora seja englobado na "violência doméstica" acho que a violência sobre idosos deve ser tratada separadamente, dado que acredito que as suas causas serão diferentes das da violência sobre o parceiro - e sim, concordo que será muito menos genderizada.

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    21. Luna, quando leio a tua posição nestas matérias, fico sempre com uma dúvida: a análise que fazes respeita à nossa realidade (Portugal e países culturalmente idênticos) ou é global? É que isso é muito importante para te perceber. É que, se a tua análise respeita (ou inclui) a nossa realidade, eu juro que não vejo a mesma coisa que tu (e não é embirração). Por exemplo, estive a ver o vídeo que está no teu blog, e se é verdade que reconheço algumas reminiscências das atitudes descritas aqui entre nós, a verdade é que acho (e acho mesmo, volto a dizer que não é para chatear) que, apesar de ainda haver muito a fazer, a descrição que é feita no vídeo não é de todo um espelho (pontualmente será seguramente) da nossa sociedade...

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    22. Depende do que se fala, por vezes refiro-me à nossa realidade, outras à escala mundial. Acho importante ter noção da escala global para perceber certos fenómenos enraizados, mesmo que por cá existam em muito menor grau. É óbvio que no mundo ocidental a realidade não é nem de longe a mesma que se vive noutras partes do mundo - como aliás disse algures lá em cima -, o que não quer dizer que já tenhamos chegado à igualdade e não haja ainda muito trabalho a fazer.

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    23. Hum... então parece-me (e não quero que leves a mal) que, muitas vezes, essa distinção não fica clara, e que essa falta de clareza acaba por deixar os outros (ou pelo menos a mim) perplexos - no sentido de não se reverem nas tuas posições por não identificarem as situações para as quais chamas a atenção na nossa sociedade. É que é muito diferente falarmos da Índia ou da Europa. Sem querer ensinar ninguém (longe de mim, vade retro :) parece-me que seria muito útil deixar claro quando se fala de uma escala de proximidade cultural ou de uma escala global.

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  13. Concordo quando dizem que não é com leis é com tempo.

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    1. Conheço bem a realidade Norueguesa, onde a igualdade de génetos foi (quase...) conseguida. Com leis estrictas de quotas progressivas.
      E neste momento essa equidade já existe na política, apesar de as leis se terem focado nas empresas.

      http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/09/120919_cotas_mulheres_ru.shtml

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    2. Patty, as leis podem mudar a realidade (não o contesto e concordo), mas não mudam o mais importante, as mentalidades. As leis podem ajudar, mas não resolvem. Para isso é preciso tempo.

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    3. Claro que sim! Repare, na dita Noruega a lei de quotas saiu em fim de 2002. No início de 2016 a dita equidade está assimilada pela cultura. Demorou 13 anos.
      Daqui a 13 anos, ao nosso ritmo, teremos equidade em Portugal? Talvez sim, talvez não, veremos...
      É no entanto justo ressalvar que há 13 anos, antes da lei de quotas, já a cultura Norueguesa era muito mais igualitária que a nossa é, neste momento.

      Há uma história deliciosa que ocorreu lá, há meia dúzia de anos. Tinham dois candidatos finais para um cargo governamental de enorme responsabilidade, com curriculos e idades similares, só que um era homem e o outro mulher. Ele casado, sem filhos, ela casada, com quatro filhos. Qual escolheram? Ela, claro, pois tinha a expetiência acrescida de gerir, com o marido, uma família de 6 pessoas. Se o outro tivesse 5 filhos, se calhar o escolhido teria sido ele!

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    4. As leis também mudam as mentalidades. Embora admita que seja mais ou menos como começar a construção de uma casa pelo telhado. No entanto, por vezes, não há outra alternativa.

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    5. As leis mudam a realidade a que passamos a ter de obedecer... mas as mentalidades...? Um homem que seja machista e misógino não deixará de o ser, independentemente de uma qualquer lei. Claro que se impusermos quotas por exemplo para a administração das empresas, os homens "maus" terão de se conformar, mas daí a aceitar (e deixar de discriminar) vai um grande caminho. Ou seja, as quotas acabam por ser úteis mas sempre a uma certa distância temporal e raramente no imediato - tornando-se habitual a presença das mulheres em determinados lugares, a geração seguinte já não a estranha.

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  14. Desconheço a origem do post... (e n consegui ler os comentários todos, já lá vou), mas embora concorde que há mto menos discriminação, que há, ainda assim, continua a haver imensa palmy.

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    1. Claro que há, nunca disse o contrário, se leres os comentários conseguirás perceber melhor a minha posição :)

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    2. Cheguei lá agora (vcs escrevem todos mto pá;))
      Eu acredito q saibas q ainda há mto p desbravar, tal como acredito q contribuas com a tua parte.
      Mas tb nem sp podemos menosprezar outras lutas.
      Uma coisa é certa, parte mto da educação, q parte. E posso afirmar (porque já vi este comportamento em amigos) q ainda há mta tendência a diminuir as mulheres (e falo de malta com 30 anos, não com 70). Ah e tal q é brincadeira...mas qd as brincadeiras começam a ser mtas...isto para exemplificar.
      Não sou uma feminista ferranha, q n sou. Mas acho q se menospreza mto o papel q devemos ter e as lutas q devemos continuar a travar, p continuarmos a evoluir nesse caminho.

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    3. Me, eu não menosprezo as outras lutas, posso não concordar com o método, mas não as menosprezo. Aliás, o que me custa mais a perceber é exactamente o desprezo que as pessoas que adoptam uma postura mais "dura" relativamente às que têm uma visão mais moderada e menos pessimista. E acho que essa atitude acaba por afastar as pessoas das causas. E não percebo por que razão aqueles que querem angariar mais pessoas para partilharem as suas causas as afastam ostensivamente apenas por não partilharem o método de chegar ao objectivo... isso é para mim um enigma...

      Quanto às tais pessoas de trinta anos, muitas vezes uma geração não é suficiente... afinal, os filhos são educados pelos pais...

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  15. Palmier, li o seu texto, já tinha deixado, no Pipoco, as minhas ideias sobre este assunto, sabe que eu tagarelo, tagarelo no Pipoco e depois acabo por não comentar mais nada sobre o mesmo assunto em mais lado nenhum. Mas agora venho dizer-lhe que concordo inteiramente consigo, com o texto, e com as suas respostas aos comentários iniciais, só porque ainda não consegui ler os outros. Nós reconhecemos que somos privilegiadas, mas isso não nos torna incapazes de saber o que se passa para lá do nosso umbigo, mas também há que saber quando há que "erguer a espada" (só li até à Mirone :)) e quando isso é absolutamente desnecessário, ao ponto de só contribuirmos para ficar todos indispostos uns contra os outros, homens e mulheres, em vez de nos considerarmos no mesmo barco, é a tal coisa, como em tudo, haja discernimento, bom senso.
    Bom fim de semana, Palmier.

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    1. Eu li o comentário no Pipoco, Cláudia, e também eu estou totalmente de acordo com o que disse :)
      Bom fim de semana :)

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  16. De pelo há 40 anos atrás, muita coisa mudou.
    Mas ainda haverá muito mais a fazer para mudar ainda mais, lá chegaremos um dia.

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  17. Concordo que o discurso radical descredibiliza o feminismo e estraga mais do que arranja.
    o tempo, possivelmente, trará a igualdade. Mas eu não quero esperar pelo tempo. A experiência das quotas noutros países foi globalmente positiva, tendo por consequência uma diminuição objetiva da discriminação. E é por isso que defendo as quotas. no mais, defender os direitos das mulheres não tem como pressuposto obrigatório - e nem sequer conveniente - a demonização dos homens ou qualquer sentimento de vitimização pelo facto de se ser mulher.

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    1. Cuca, eu também não sou contra as quotas, se bem que, pessoalmente, acho que não conseguiria aceitar ocupar um lugar apenas e só para preencher uma quota... :)

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    2. (Eu também não. Mas conhecendo o desmesurado tamanho do meu ego leonino talvez até me convencesse que seria direito próprio)

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    3. Gostei da parte em que dizes quantas mulheres tens a trabalhar na TUA empresa.... Nota-se...

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    4. Sim, a empresa de que sou sócia… porquê? Devia ser uma cooperativa? Bem sei que isto da propriedade privada é pecado…
      Ou então devia passá-la para o meu marido, não? Sempre era melhor ter um homem de barba rija a pegar nas rédeas, que isto das mulheres a gerir empresas já se sabe… o melhor mesmo era estar em casa a lavar a loiça…

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    5. http://45.media.tumblr.com/0e4707b656f16da922aa04d1140f9fa1/tumblr_myokvfk7mK1s1fuk6o1_400.gif

      Bravo, Palmier!

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