sábado, 2 de agosto de 2014

Apelo aos esclarecidos

Há aqui qualquer coisa que me está a escapar...  Pois então que, na segunda-feira, teremos dois bancos, o Banco Espírito Santo, o Banco Bom, e o Banco Lúcifer, o Banco Mau. O Banco Espírito Santo Mix (bom & mau), que passou o fim-de-semana ligado à máquina, leva logo de madrugada uma injecçãozinha de capital que pode ir até aos cinco mil milhões de euros e, qual Fénix, renasce das cinzas como Banco Bom, continuando assim a sua vidinha, alegre e contente, até encontrar um novo dono que o adopte, estime e ame. Esta parte acho que percebi... agora, a parte do Banco Lúcifer, repleto de belos passivos Boho-Chic no closet, é que não estou a perceber bem... ok., dizem-nos que La Famiglia e os restantes accionistas vão corridos para o Banco Lúcifer, bem acompanhados pelos seus queridos activos tóxicos, todos muito bem ordenados e encaixotados em lindos baús Louis Vuitton, e dizem-nos estas coisas como se isso resolvesse o problema. Mas, no entanto, ninguém nos diz o que raio vai acontecer ao Banco Lúcifer! O património dos accionistas (pelo menos dos accionistas maioritários) vai responder pelas dívidas do Banco Lúcifer? Alguém faz o obséquio de me explicar o que é que vai acontecer ao Banco Lúcifer? E, de caminho, alguém me diz por que raio é que nos últimos dias da presidência do Ricardo Salgado no BES Mix, foram feitos negócios ruinosos no valor de mil e quinhentos milhões de euros e os polícias ainda não se meteram nos carros-patrulha, com as luzes e as sirenes ligadas, para prender os responsáveis por esses actos que me dão ideia serem assim vagamente criminosos? Há aí alguém capaz de me explicar isto? É que eu preciso mesmo de perceber estas coisas!

Por agora é tudo. Julgo que amanhã terei novas dúvidas.


34 comentários:

  1. Bom, a ser assim, pelo menos desta vez o Estado não fica com o passivo e activos tóxicos, como aconteceu no BPN.
    De resto, não sei. Principalmente, há algo que me encanita muito: o que raios andou o Banco de Portugal, São Regulador que só contrata para os seus quadros licenciados "génios", a fazer?

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    1. Mas os accionistas não são só La Famiglia... e dá-me ideia que há muitas empresas (vide PT) que vão ficar a "arder" com o capital investido e que, ou muito me engano, vão falir em cascata... no fim disto tudo, vai-nos calhar a nós o pagamento de uma bela fatia da tarte... mas, antes disto, o que eu queria mesmo saber é se o património da Famiglia vai responder por estas dívidas e mais... também quero saber quando é que vão presos!

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    2. E sim... também não percebo o que andou o BdP a fazer... sobretudo depois dos exemplos anteriores...

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    3. São sociedades anónimas, o património pessoal não responde por dívidas da sociedade. A única hipótese a considerar é o próprio BES pedir arresto sobre os bens deles, para garantia de dívidas destes ao banco (que as há); apreensão ordenada em processo penal por poder haver origem criminosa, ou enriquecimento à custa de administração danosa. E claro, se houver pedido de insolvência... mas não.

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    4. (ando muito enervada. as reformas dos meus pais foram substancialmente reduzidas, faltam um ou dois meses para me irem ao ordenado outra vez, e não vejo ninguém a por o dedo na ferida)

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    5. Eu sei que é Agosto... mas seremos assim tão poucos os indignados? É que, mesmo nos telejornais, o assunto é tratado pela rama, quase tenho a sensação que é abafado, que se evita desenvolver, tudo cheio de paninhos quentes... é que eu acho isto tudo tão escandaloso, mas tão escandaloso, que nem sequer consigo expressar a minha indignação convenientemente.

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    6. A questão é o que fazer para serem definitivamente feitas leis que os culpem por isto? O que fazer para que as mesmas passem e sejam aplicadas? O que podemos nós fazer?!!

      Eu quero fazer alguma coisa, muitas pessoas querem mas (talvez venha da minha ignorância) mas não sei o que fazer!

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  2. OK! Se precisa mesmo de perceber essas coisas eu explico.
    A Palmier não está de férias? Então todos os outros, polícias e criminosos também desfrutam do merecido descanso, certo?
    Só a partir de Setembro, portanto, o folhetim terá novos desenvolvimentos a não ser que como o tempo tudo apaga, este caso não fuja à regra.
    Por outro lado; acho muito bem, muito mesmo que o Estado injecte os tais miles milhões, ou pelo menos que divulgue por quem está de ouvidinho à coca a intenção de fazê-lo, porque também tenho a intenção de, na segunda logo pela fresquinha, ir lá buscar algum dele.

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    1. Realmente o nosso Primeiro-Ministro parece que esteve ocupado a fazer uma play-list para a viagem para o Algarve...

      (Só na segunda-feira? Ah valente!)

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  3. Depende, cara Palmier, se vai ser incluída ou não no pagamento da tarte.
    Não acredito que na sexta passada não tenha feito um bom investimento na compra de acções do BES.

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    1. :DDDDDDDDDDDDD

      (a ver vamos se não nos calha a todos uma fatia...)

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    2. Ah, pois. Bem me parecia que as férias não eram para dar grande repouso à cabeça.
      Cabelo, segundo foi divulgado não é coisa por aí além; agora o que está por debaixo dele já é outra música, não?
      Acho que sim! Que nos calha uma fatia!
      :)

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    3. :))))))

      (o cabelo é belo, ok! Acho que ficou amplamente provado! ;DDDDDDDDD)

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    4. Hum! Aquele Glup deixa-me sérias dúvidas. Peruquinha emprestada, pois.
      E está muito bem! Amiga é amiga e nunca deixa amiga na aflição.

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  4. Ainda bem que o perguntaste porque eu estou à beira de dar um nó no cérebro à conta de tentar perceber esta gradessissima m…porcaria!
    (aquilo não é um banco privado? Então porque é que o meu dinheirinho tem de para ali ser chamado ao barulho? Nunca ninguém lá do Bes me chamou quando aquilo estava a bombar, para me dizer " Ó sôdona Sexinho, estamos tão contentes, fizemos tanto dinheirinho que agora lhe queremos dar algum a si também", porque é que me chamam agora?)

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    1. Do BES não te chamam... agora tens de ter atenção se receberes uma chamada do Banco Lúcifer! À cautela grava o número no telemóvel e não atendas!

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  5. Bem, ontem apanhei um Marques Mendes bastante enérgico na tv a afirmar que não haveria dinheiro do Estado envolvido. A ver vamos...
    A quem souber do paradeiro do tal carro patrulha, faça o favor de avisar os senhores agentes, para não se esquecerem de ir buscar também o tal trolha da Amadora, que por dica do Salgado, foi construir torres para Luanda, e agora afirma que não deve um cêntimo ao BES Angola.
    E se o Pai Natal existir, que mande o trenó buscar a família dos Santos e os leve para bem longe, da Lapónia para cima.

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    1. Também o vi... mas também não disse o que se ia fazer com o Banco Lúcifer...

      (Este Verão também vou dar dicas de investimentos a todos com quem me cruzar... é que alguma há-de dar certo e, no fim, alguém me há-de dar uma gratificação de 14 milhões...)

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    2. Maravilhosa ideia! Proponho-lhe uma sociedade: a Palmier aconselha "mata", eu aconselho "esfola". Uma de nós há-de acertar, depois é só dividir a gratificação entre nós. 7 milhões davam um jeitaço! ;)

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  6. Eu só não percebo o que andou a Troika cá a fazer 3anos!!!???? Só viu as contas do Sector Público ( Câmaras ,J.Freguesia ,F.Publicos,Pensionistas etc,etc....???????????'

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    1. E o regulador?! Mil e quinhentos milhões que desapareceram nas barbas do regulador!

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  7. O resgate deveria ser feito recorrendo Fundo de Resolução, que por não ter capital suficiente, vai ter que recorrer à linha de capitalização da troika - dinheiro do Estado, certo? (6,4 mil milhões??). Vai ser devolvido, dizem, quando da venda do banco bom. E o Estado tem um péssimo histórico na venda de bancos...
    Desculpem o pensamento simplista, mas anda o governo e o Constitucional a discutir à volta de 850 milhões, tirados aos pensionistas e ninguém discute dar assim 6 mil milhões?! Ninguém quer a queda do BES, que se transformaria em bola de neve e lá se ia a banca. E a banca somos nós, é o nosso dinheiro!

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    1. É que antes (ou ao mesmo tempo, sei lá...) alguém havia de ir ver para onde foram os mil e quinhentos milhões retirados do banco nos últimos quinze dias do Salgado... é que se se poupa com o pensionistas, aqui sempre se poupavam logo à cabeça mil e quinhentos milhões, não?

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    2. Como é que ninguém viu? Como é que ninguém quis ver?

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    3. Porque não interessava ver? Porque os tentáculos estão por todo o lado? Porque a teia foi muito bem montada? Dúvidas, dúvidas...

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    4. Ah Palmier, palmier...eu cá começava a distribuir bofetadas pelo governo e só acabava na familia Espirito Santo, que de santos não têm nada...
      Pelo que ouvi, o nosso grandioso Estado vai pagar a quem comprou papel comercial ao BES, mas os accionistas vão perder tudo, e eu e o meu marido, reles contribuintes neste país, achamos por bem aquando o aumento de capital do banco comprar uma acções (pouco é certo), mas investimos, acabámos de perder tudo porque ao que parece somos tóxicos e sabíamos que poderíamos perder caso o "negócio" falhasse, e até aqui eu compreendo. O que eu não consigo compreender é porque raio quem comprou o dito papel comercial (dívida) vai ser ressarcido pelo Estado, pois tal como nas ações estas pessoas sabiam que se o "negócio" desse para o torto também iriam perder. Não percebo porque é que "eu"sou tóxiva e os outros não...
      Quanto ao resto, ainda vou ver (mas é que é certinho), este novo "Banco Bom" a ser vendido novamente à Familia Espirito Santo por meia duzia de patacos e vir o Governo dizer que fizeram o negócio do século...Enfim, não dá perceber....

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    5. Tanto as ações e o papel comercial, ao abrigo da DMIF são considerados Instrumentos Financeiros Complexos, mas ao abrigo do regulamento da CMVM não são Produtos Financeiros Complexos (isto é não aborda montagens ou derivados), desta forma e por este prisma, são dois instrumentos iguais, mas não são. O papel comercial é designado como sendo um investimento de baixo risco (de acordo com as características: prazo, rendibilidade e garantia de capital), no caso das ações esse facto já não é tão linear assim. Uma outra característica, o mínimo de investimento em papel comercial é por tranches de 100k, limitado a 150 subscritores por emissão, o que torna a emissão "particular" e não pública (caso das ações).. e esta é a principal razão pela qual o BES vai devolver aos investidores de papel comercial os valor investido (sem juros, claro). Relativamente aos accionistas que infelizmente ficaram lesados, a bolsa é assim mesmo, quem investe corre riscos e o prémio de risco de comprar ações do BES ou obrigações subordinadas estava a alargar, desta forma, os investidores estavam a comprar "risco". Um agravante foi o facto de na sexta feira o BCE cortar o funding ao BES e como não havia funding teve que entrar o Estado da forma que entrou, prejudicando os accionistas e os detentores de dívida subordinada, passando toda a restante dívida para o Novo Banco, assumindo o rating da Republica Portuguesa ou da CGD ( se assim preferirem). De facto, como investidora no aumento de capital do BES sentiria-me prejudicada porque toda esta maquia foi feita debaixo das barbas dos reguladores e dos investidores. Neste caso, toda a gente teve culpa: BdP, CMVM e directores executivos e como tal acho que deve reclamar às entidades competentes. Para além da quantia dos investimentos GES feitos por clientes do GBES ser devolvidas, existem outros instrumentos financeiros que entraram nas provisões, porque o buraco é mesmo muito grande.

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    6. Não sendo entendida nestas matérias, está-me cá a parecer que esta solução (Banco Bom / Banco Mau) que parecia muito boa (para quem não tinha investido em acções, obviamente) inicialmente, vai ser uma carga de trabalhos... já estou a ver um montão de acções judiciais no horizonte... é que quem comprou acções, comprou o bom e o mau... e, pelo menos os grandes investidores vão com certeza contestar esta divisão...
      Para além disso, não estou a ver quem é que vai querer comprar um banco que vai ser alvo, a par com o Estado, de tantas acções...

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    7. Já está a ser uma carga de trabalhos porque ninguém sabe, primeiro se as provisões chegam para todos os buracos causados pelo GES no GBES (as emissões a vencerem-se vão até Janeiro de 2015); o Bad Bank vale lixo e quando as ações voltarem a ser negociadas (se voltarem) vêm a um preço mesmo mesmo próximo de zero. A solução seria o património pessoal da familia ES responder, mas como eles são finos e sabem-na toda, é quase intocável, apenas as contas DO que estavam no BES da família e dos seus familiares directos estão congeladas no Bad Bank. E claro, questiono-me, também, para onde foram os 1,5 mil milhões de Euros? Para os Petróleos da Venezuela?
      (a mesma anónima das 23.12)

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    8. Sim... essa história dos Petróleos da Venezuela é absolutamente incompreensível... e a tranche mais pequena foi para um intermediário...

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  8. Também estou cheia de dúvidas desse calibre cara Palmier. O BdP, como sempre, andou a dormir um soninho que foi um mimo.

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  9. Fica aqui um link com uma questão muito pertinente e que aborda o "trabalho" da CMVM e do BdP:
    http://31daarmada.pt/gostei-particularmente-da-voz-grossa-6356399

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