sábado, 22 de setembro de 2012

Eu podia falar-vos sobre o Conselho de Estado... mas... vou antes falar-vos de cabeleireiros...

Encontrar um cabeleireiro, o NOSSO cabeleireiro, é uma coisa difícil. É uma busca tão complicada como a do marido perfeito. São anos a perscrutar o mercado, anos de tentativas falhadas, de cortes medonhos, de cores sinistras, de madeixas amarelo-esverdeadas, de nuances ruivas numa base castanho avelã... enfim, anos de penteados absolutamente traumatizantes. Até que, um dia, como num filme romântico, encontramos "o tal". A partir desse dia, "o tal" tem toda a nossa fidelidade e amor incondicional. Nunca o trocaríamos por outro. O tal, passa a ser tratado como "o MEU cabeleireiro", com aquele MEU a sublinhar todo o sentimento de posse que sentimos sobre ele. 
Este ano fui ao MEU cabeleireiro em Julho (antes de ir de férias) e, portanto, estava há praticamente dois meses sem o ver. Ontem, atingi o limite da trunfa e senti que não podia passar nem mais um dia (hora, minuto, segundo) sem o ver. Acontece que, quando cheguei ao salão (não sei se é assim que se chama o local), o MEU cabeleireiro não estava. O MEU cabeleireiro está no hospital, de onde não vai sair tão cedo e, quando sair, terá um longo percurso a percorrer até voltar a trabalhar. 
Uma pessoa fica em estado de choque. Em primeiro, pelos laços de amizade que 16 anos de felizes penteados em comum nos trouxeram, em segundo... tenho uma certa vergonha em admiti-lo mas, enquanto me iam contando o que tinha sucedido, havia um luz vermelha num ponto recôndito do meu cérebro que acendia e apagava, ao mesmo tempo que um alarme sonoro perguntava incessantemente:
- E agora? E agora? 
Agora, olha... agora, é este o meu futuro...


4 comentários:

  1. Como eu te compreendo, ainda ontem dizia aos meus cabeleireiros (são um casal, marido e mulher)"se eu emigrar venho cá cortar o cabelo de propósito", só entrego a minha cabeça a estes senhores, nunca me ocorre pensar " Quando eu chegar a casa e tiver de lavar o cabelo como é que vai ser?"
    Tenho total confiança neste casal, ás vezes digo se a cabeça tivesse rosca , eu desenroscava a minha deixava lá e depois era só telefonarem a avisar que já estava pronta, tal não é a confiança que tenho nos meus cabeleireiros !!!!
    :))

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  2. Ui!
    Agora que já faz um ano que a miúda das sobrancelhas se me foi e eu me apresento invariavelmente de cenho cerrado e hirsuto, nem quero pensar se um dia fico sem o MEU cabeleireiro!
    Longe vá o agoiro!

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  3. Eu sei, eu sei... tenho andado atrás da minha piquena, saltitando de salão em salão... quero ver se ela se for estabelecer em Portimão....

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  4. Num ato de total abnegação posso emprestar-te a MINHA Sandra, loura mais linda e prendada na arte dos cabelos ♥ isto dos cabeleireiros é como os médicos: tem de haver total confiança e sigilo!

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