Hoje tive uma reunião no Ministério da Economia. Fui assim vestida, para tentar impressionar o Ministro Álvaro.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Querido Ministro das Finanças,
Querido Vítor Gaspar,
Antes de mais, devo informar-te que sou uma conformada fiscal (leia-se pessoa que paga tudo e mais alguma coisa, antes do fim do prazo, não vá dar-se o caso de se esquecer e vir a ter graves problemas com o fisco).
No entanto, tal facto não me impediu de passar uma noite inteira a enganar-te.
É verdade querido Vítor… Escrevo-te para te dizer que deves ter muita atenção com o mundo à tua volta. Isto porque eu… eu (aquela que paga tudinho, tudinho), sonhei que tinha feito uma aldrabice com um banco para comprar uma casa em Azeitão (apesar de nunca na vida ter desejado ter uma casa em Azeitão (?) e de só ter usado os bancos como caixa forte das minhas parcas poupanças) com o objectivo de deduzir esse valor nos meus impostos… não sei bem como é que o faria mas, a verdade, é que, no meu sonho, o DOLO estava presente. Eu tinha intenção, eu queria enganar-te e estava conformada com os resultados que daí adviessem. Queria pagar menos impostos e estava disposta a transformar-me numa criminosa para atingir tal objectivo.
Meu querido Vítor, deves ter muito, muito cuidado porque se eu, que, repito, sou uma conformada fiscal ando a ter sonhos desta natureza, nem imagino os outros, os que estão sempre prontos a passar-te a perna.
E pronto, querido Vítor, era só isto…
No entanto, tal facto não me impediu de passar uma noite inteira a enganar-te.
É verdade querido Vítor… Escrevo-te para te dizer que deves ter muita atenção com o mundo à tua volta. Isto porque eu… eu (aquela que paga tudinho, tudinho), sonhei que tinha feito uma aldrabice com um banco para comprar uma casa em Azeitão (apesar de nunca na vida ter desejado ter uma casa em Azeitão (?) e de só ter usado os bancos como caixa forte das minhas parcas poupanças) com o objectivo de deduzir esse valor nos meus impostos… não sei bem como é que o faria mas, a verdade, é que, no meu sonho, o DOLO estava presente. Eu tinha intenção, eu queria enganar-te e estava conformada com os resultados que daí adviessem. Queria pagar menos impostos e estava disposta a transformar-me numa criminosa para atingir tal objectivo.
Meu querido Vítor, deves ter muito, muito cuidado porque se eu, que, repito, sou uma conformada fiscal ando a ter sonhos desta natureza, nem imagino os outros, os que estão sempre prontos a passar-te a perna.
E pronto, querido Vítor, era só isto…
Barbárie precoce?
Vi agora carta da escola a convocar os pais dos meninos do 3º ano para reunião SOS, amanhã às 18h00.
Ordem de trabalhos: Comportamento e relacionamento dos alunos.
Glup...
domingo, 29 de janeiro de 2012
Moderem sff...
Estou em crer que, na calada da noite, os senhores das televisões andam a assassinar os velhinhos nas suas próprias casas, com o fito de nos brindarem com estas notícias de mortes solitárias over and over again. Como se alguém morresse acompanhado... !?
E, agora, tenho de ir ali num instantinho porque tenho os bombeiros a arrombar a porta da rua com 5 machados, para confirmarem que estou viva.
eiiiiiii... pareeeeeem... estou viva... peço desculpa... só estive dois dias fora... tinha de avisar?...ahhh não sabia... ahhh... idosa? ... a partir dos 25 anos... sim... pronto, pronto... então obrigada... até ao próximo arrombamento...
Weekend
Uma pessoa vai muito contrariada feliz passar um fim-de-semana fora e, depois:
a) É retratada desta forma
b) De seguida, estende-se ingenuamente ao sol e apanha um escaldão (!?) Quais são as probabilidades de apanhar um escaldão em pleno Janeiro?!
c) Por fim, pessoa apercebe-se que pequena cadela cutxi-cutxi se apaixonou pelo seu próprio simulacro e não deixa ninguém aproximar-se do dito. Tivemos de dar um nome ao simulacro de cadela cutxi-cutxi. É, agora, o Boris.
P.S. Maravilha das maravilhas. Deste fim-de-semana trouxe comigo um torci-plata. Não, não é uma coisa gira e valiosa feita de metais preciosos, vinda directamente "da" Espanha. É apenas e só um torcicolo na omoplata.
1,2,3... escuto
Papai fica deveras incomodado com o modus falandi de empregada. Empregada projecta a sua voz directamente do andar de baixo, para o andar de cima, com o objectivo de receber instruções provenientes de papai.
Papai chegou ao seu limite.
Papai comprou uns walkie-talkies que posicionou estrategicamente no fundo das escadas, para que empregada possa comunicar com ele de forma civilizada.
Já estou a imaginar...
Empregada (sotaque algarvio cerrado):
- XodôôôôôÔôutôÔôooor... escuto.
- Diga... escuto.
- Posso proceder à operação de limpeza do quarto... escuto.
- Prossiga com a operação... escuto...
Ainda estou para ver se, daqui para a frente, ela não troca a bata por um traje camuflado e acrescenta umas pinturas de guerra na cara...
sábado, 28 de janeiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Minimizar danos
Aqui há uns (bons) anos, o meu pai foi a casa de um amigo cuja namorada e mãe eram suas pacientes. Enquanto a mãe era uma pessoa extremamente convencional (sofrendo apenas de uma ligeira depressão), a namorada sofria de bipolaridade com fases maníacas extremamente graves
Uma bela noite, o meu pai foi a casa desse amigo aí estando presente a dita namorada. Acontece que enquanto eles se distraíam à conversa na cozinha, a namorada, enfadada com a inacção, resolveu antes dedicar-se à arte. Assim sendo, pegou num marcador preto e vá de desenhar bonitas pilinhas nos abat-jours brancos dos candeeiros da sala da mãe do seu namorado.O meu pai apercebendo-se da situação, pensou que talvez fosse melhor tentar controlar aquele ímpeto artístico, no entanto, não obteve quaisquer resultados. A namorada passava de candeeiro para candeeiro, de marcador em punho, espalhando bonitas representações do órgão sexual masculino por todos os abat-jours que se lhe atravessavam no caminho. Quando o namorado se apercebeu da profusão de arte erótica que pululava a casa de sua mãe, entrou em transe. Tinham de remover as pilinhas dos candeeiros, desse por onde desse. Tentaram lavá-las. Nada. Tentaram apagá-las. Nada. Tentaram álcool. Nada… já desesperados, eis que o meu pai tem uma ideia luminosa. Brilhante, mesmo! Pega ele próprio no marcador preto e desata a acrescentar pétalas às pilinhas, de forma a transformá-las em bonitas flores! Transformou a primeira, a segunda, a terceira, até que, quando se encontrava a transformar a quarta (de umas quinze ou vinte), a mãe extremamente convencional do seu amigo entra porta dentro e depara-se com o seu próprio médico psiquiatra a pintar pilinhas e flores nos seus sofisticados abat-jours.
Escusado será dizer que o meu pai perdeu, naquele preciso momento, uma fiel paciente.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
por qué no te callas?
Uma pessoa compra um carro com tracção às 4 rodas. Uma pessoa sobe, animadamente, os passeios da sua cidade (porque, essa, é uma actividade extremamente apreciada por pessoa). À primeira escalada de passeio, carro desata a apitar freneticamente e aparece mensagem exclamativa no painel, a dizer "pressão dos pneus", encimada pelas iniciais TPM(S). Tensão Pré-Menstrual?! Really!?
Uma pessoa sai do carro e olha muito para os pneus. Uma pessoa dá pontapés aos pneus. Uma pessoa suspeita que pneus estão bastante bons. Ainda assim, uma pessoa vai (muito devagarinho, que há o risco de ter um furo) à bomba de gasolina. Uma pessoa não sabe a pressão correcta dos pneus. Uma pessoa demora 10 minutos a descobrir que essa indicação está num autocolante na porta. Uma pessoa olha em volta a ver se alguém dá uma ajudinha. Uma pessoa faz olhos de Bambi aos senhores que se passeiam pela bomba. Uma pessoa percebe que os senhores não a vão ajudar. Uma pessoa vê, então, a pressão dos pneus (uma pessoa, entretanto, arruinou o verniz das unhas). Uma pessoa confirma que, tal como calculava, os pneus estão óptimos.
A sério... Uma pessoa conclui que carro é uma histéricA!
E quando pessoa resolver dar-lhe uso de verdade e começar a subir e a descer barrancos? O que é que carro vai dizer a pessoa...? "Dá-me fluoxetina" encimado com as iniciais SFF?
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Amadeus Mozart, modelo profissional
Ofereceram-nos estes chocolates.
Filho mirou, mirou e voltou a mirar. Reflectiu um pouco e depois perguntou:
- Mãeeeeeee... Afinal o Mozart só é famoso porque tem a cara no papel do chocolate?
Eu (resposta real): Não. Como ele ficou famoso com as músicas que compôs, fizeram estes chocolates e...
Eu (resposta imáginária): Claro! Na realidade ele era um modelo profissional. A música... a música era só um hobbie!
Será que ando a ver muita TVI?
Às oito da noite, é sempre um drama para mudar do Nickelodeon para o telejornal. Depois de muita insistência, lá consigo negociar a troca de canal. A partir desse momento, filhos debandam para outras paragens. Uma pessoa pensa, portanto, que filhos não prestam atenção ao que se passa neste nosso país.
Erro crasso...
Hoje de manhã (eu e filha - 4 anos - no carro a caminho da escola), passámos por um grupo de polícias que se encontrava à conversa num passeio. Filha pergunta:
- Mãeeeeee (é sempre assim, num tom arrastado): O que é que aqueles polícias estão ali a fazer?
Eu: Não sei...
Filha: Ahhhh... pois... deve estar alguém a assaltar uma ourivesaria...
expectativas
Trabalho na escola de filha:
Meninos levaram uma fotografia sua em bebé, uma actual e, tiveram de procurar em revistas (sozinhos e sem palpites externos), fotografias de pessoas que correspondessem àquilo que eles pensam que serão no futuro.
Os trabalhos estão muito bons e é muito divertido aperceber-nos da visão que eles têm deles próprios. As meninas escolheram as clássicas princesas (de tiara), outra uma senhora grávida, outra uma professoara... Os meninos escolheram jogadores de futebol, Rambos músculados, super-homem... Filha escolheu a Gisele Bündchen (posso, desde já, pedir a reforma antecipada).
Só não percebi um menino que, coitadinho, escolheu o Paulo Portas...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Pink world / Blue world
Filha andou a produzir princesas (em série) durante o fim-de-semana. Princesas foram espalhadas pela casa de forma absolutamente aleatória, conforme se pode constatar pela imagem em anexo.
Filho, hoje de manhã, deparou-se com o facto. Possuído pelo Demo, dirigiu-se a mim:
- Mãeeeeeeeeee!!! Ela anda a deixar princesas por todo o lado!
Eu (semi-baralhada): Mas qual é o problema?
Filho: Anda a EFEMINIZAR (juro que foi a palavra que utilizou!) a casa toda e isso é nojento! Parece-me que fui bem claro! Adiante... e continuou com outro assunto...
Depressão?
Filho: Mãããããeeeeee... Viste o comando da televisão? Só encontro o da box...
Eu: Tu é que estiveste a ver televisão hoje, portanto, devias saber onde o puseste.
Filho: Não sei... Já procurei por todo o lado e não o encontro...
Eu: Também não sei... Procura-o outra vez...
Filho: Mas mãeeeeeee... com este (da box) não consigo pôr mais alto.... não me sinto bem... sinto falta de alguma coisa... sinto-me em baixo sem o comando!
Conclusão: Com 8 anos sofre já da mais grave dependência do Sexo Masculino...
Conclusão: Com 8 anos sofre já da mais grave dependência do Sexo Masculino...
LOVE YOUR GARBAGE - Já é um movimento global
Não sou a única! Também este senhor criou laços afectivos com o seu lixo. Venham de lá essas agências de rating a ver se a malta se importa...
sábado, 21 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Isto é exactamente o quê?
A sério... Estas tampas são verdadeiramente enigmáticas... CTT?
Será que é para concorrer com os e-mails? Assim, do género:
Uma pessoa vai na rua e sente uma necessidade repentina de enviar uma mensagem a alguém. Em vez de sacar do seu iphone, arregaça as mangas, agacha-se, enfia as unhas na ranhura, levanta a tampa (muito leve e maneirinha) e atira a sua carta para o buraco. Lá dentro, está um senhor (já com verdete) que pega na carta com os dentes, corre 17 quilómetros sempre em frente, vira no 24º túnel à direita, depois no 3º à esquerda e, chegando ao destino, levanta uma nova tampa, emerge do subsolo e entrega a missiva no destino. Assim uma espécie de ratazanas-correio!?
Será que há toda uma rede subterrânea por onde circula a nossa correspondência?
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Uma pessoa e o seu Blog
Acabei de apanhar um susto enorme.
Uma pessoa está habituada a um certo ritmo. A uma moderada interacção social (assim... tipo 3 visitas por dia + 14 de um URL (não faço ideia do que isso é) russo que me quer vender umas cenas que vão tornar-me milionária.
De repente, uma pessoa apercebe-se que teve mais de 100 visitas nas últimas 24 horas.
Aí, uma pessoa pensa:
a) Ahhhh-Ahhh! uma pessoa é talentosa!
b) Ahhhh-Ahhhh! O New York Times fez uma referência ao magestoso Blog Palmier;
c) Ahhhh-Ahhhh! O Ministro Álvaro, defensor dos Natas, também aprecia Palmiers e quer exportar-me;
Uma pessoa não percebe o que se passa.
Uma pessoa fica a magicar.
Uma pessoa magica enquanto janta.
Uma pessoa magica quando lava dentes de filhos.
Uma pessoa magica quando grita 7 vezes que é para parar com a brincadeira e que é hora de dormir.
Uma pessoa magica quando ameaça apagar todas as luzes (mesmo a de presença) para que o disparate acabe.
Uma pessoa senta-se (finalmente) no sofá e magica mais um pouco.
Uma pessoa visita os Blogs que segue e deslinda todo este caso de polícia ao verificar que linda, única e leal Suricatinha deu a conhecer ao mundo, os dramas deste Palmier indigente!
Momento Rococó
Uma vez por mês, cruzo-me com um senhor do Séc. XVIII (conservado em naftalina).
O senhor dirige-se a mim com um:
- Como está Cleópatrazinha (meu nome falso das blogadas. Atenção que o meu nome é igualmente longo e, portanto, o diminutivo soa de forma igualmente estranha). De seguida, beija-me a mão. (?!?)
A primeira vez a coisa correu muito mal. Eu estendi-lhe a mão com o objectivo de movimentar o braço para cima e para baixo e ele, que não estava pelos ajustes, torceu-me o pulso para proceder ao seu cumprimento anacrónico. Eu não percebi, ele insistiu e ali ficámos naquela cena durante uns longooooos 30 segundos.
Da segunda vez, já me tinha esquecido e a cena voltou a repetir-se. A partir daí aprendi e agora, que já sei como é, estendo espontaneamente a minha delicada mão com a maior das naturalidades.
Acontece que hoje esta curiosa situação se adensou. Encontrei o referido senhor na rua e, ao mesmo tempo que ele me cumprimentava com o seu beija-mão (e eu correspondia com a maior das naturalidades) cruzou-se connosco um segundo senhor (já nada rococó e perfeitamente actual) que, assistindo à cena, sentiu-se obrigado a cumprimentar-me da mesma forma...
Juro... fui a correr ver-me ao espelho para verificar se não se teria dado o caso de, sem saber, me ter transformado na Maria Antonieta...
Do nome próprio
Sou uma sobrevivente. Desde que nasci que carrego comigo uma cruz muito especial. A cruz do meu querido nome próprio. Hoje vou relatar uma das histórias em que tive o previlégio de participar (há muitaaaaaaaaaassssssss). Cá vai:
Há uns anos, fui com uma cadela (que tinha na altura) ao veterinário. O veterinário receitou-lhe uns quaisquer comprimidos. Assim que saí do consultório, dirigi-me, com a cadela , à farmácia mais próxima.
Entrei, e a farmácia estava cheia de gente (ainda foi no tempo em que as farmácias eram um negócio da china). Esperei pela minha vez (e a farmácia continuava cheia). Dei a receita ao farmacêutico e ele foi buscar o medicamento (a farmácia continuava cheia).
Esta foi a conversa que se desenrolou de seguida:
- Quer recibo?
- Sim, quero.
- Em que nome?
(Pausa no texto para explicação: Vou fazer o texto com um nome diferente do meu, caso contrário, de hoje para amanhã, podia sentir-me constragida para dizer MUITO, MUITO mal de alguém ou de alguma coisa. Sim... Que eu sou uma cobardolas...).
Fim de pausa. Continuando... Soletrei o meu nome, como faço sempre, na vã tentativa que alguém o perceba à primeira:
- Cle-ó-pa-tra
Aí, o senhor da farmácia levantou o braço apontando o seu dedo enorme e peludo para a cadela e disse alto, muito ALTO, para me humilhar deliberadamente (perante toda aquela clientela que se acumulava na farmácia):
- O QUÊ? VAI PÔR O RECIBO NO NOME DELA?
Olhei em volta, mesmo pequenina, pequenina, pequenina (sentindo-me mesmo, MESMO como a cliente que tinha nome de cão), respirei fundo, ganhei forças (como o Homem do Leme quando consegue derrotar o Mostrengo do Cabo das Tormentas) e respondi alto, tão ALTO como ele:
- SIM! É PARA O IRS DA CADELA!
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Acho que fui tomada pelo espírito de um GNR da Brigada de Trânsito
A sério...
Ultimamente tem-me acontecido imensas vezes estar sentada na cadeira, a trabalhar no computador e, de repente, sentir que me esqueci de apertar o cinto de segurança. É que chego mesmo a fazer o gesto de o ir buscar . Como se estivesse sentada no carro... a guiar...
É certo que disfarço, imediatamente, fingindo coçar a orelha... para ninguém perceber. O pior é que, com tanta coçadela, qualquer dia pensam que tenho piolhos...
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Vestida à civil
O meu local de trabalho: Local mutíssimo movimentado onde os funcionários circulam entre os clientes, devidamente fardados. Tendo em conta a minha função (equipa de gestão desse mesmo local), posso movimentar-me livremente com as minhas vaporosas peças de roupa.
Como neste local passam diariamente muitas (muitaaaaaasssssssssss) pessoas (bué, mesmo), as instituições de solidariedade social solicitam muitas (muitaaaaaaaasssssss) vezes (bué mesmo) permissão para ali montarem uma banquinha, com o objectivo de vender alguns objectos para ajuda das respectivas causas.
A Gerência (da qual faço parte) autoriza e eles passam lá uns dias.
Esta última semana esteve lá uma senhora duma associação de apoio à mulher com cancro da mama. Ao contrário dos outros, a senhora não tinha qualquer memória visual e, portanto, sempre que eu entrava ou saia, tentava vender-me um dos seus objectos. Saltava de trás da banquinha com um cubo mágico miniatura ou um lápis com umas penas azuis na ponta e insistia 34 vezes para que adquirisse tais maravilhas. A sério... Parecia possuída por um qualquer demónio de papagaio porque me acenava com aqueles lápis tão próximo da cara que me causou, por diversas vezes uma crise de espirros. Lá ia recusando aquelas investidas mas ficava a sentir-me sempre (a modos que) desgostosa por passar como insensível e indiferente àquele problema. Assim, na sexta-feira, quando regressava do almoço (e a senhora me atacou tentou vender pela quinquagésima o lápis das penas azuis) parei e expliquei-lhe que trabalhava ali e, como tal, não podia comprar um objecto por cada vez que entrava e saía. A senhora, resolveu logo a questão com a seguinte frase: "Ai... desculpe... desculpe, não a estava a reconhecer... assim... sem a FARDA!"
Ahhh... Então era isso... Apesar da minha cuidada explicação, no dia seguinte, voltou a tentar enfiar-me o lápis das penas azuis numa narina...
domingo, 15 de janeiro de 2012
Again and again and again and again and again.
Não percebo como é que nos põem no lixo vezes sem conta. Há, para aí, um ano que os telejornais, mês sim, mês não, abrem com a notícia que Portugal está no lixo, que nos cortaram novamente o rating e, como tal, lá vamos nós direitinhos para o caixote.
Só não percebo como é que isso acontece tantas vezes?! Devo ser eu que sou deveras estranha porque, quando deito uma coisa para o lixo, por estranho que pareça, só o faço uma vez. Tenho este estranho hábito de levantar a tampa do caixote, deitar o lixo para o caixote do lixo e não mais pensar sobre o assunto. Mas devo ser só eu... porque, pelos vistos, as agências de rating têm um modus operandi diferente. Como fico um bocado baralhada com estas notícias ponho-me a pensar no assunto e tenho, agora, várias teorias. Passo a expor:
a) As agências deitaram-nos primeiro para o cesto de papéis, depois deitaram o conteúdo do cesto de papéis para o caixote do lixo, depois levaram o saco do caixote para o contentor da rua, depois para o camião do lixo, depois para o aterro sanitário...
b) As agências deitaram-nos para o caixote do lixo e, por engano alguém nos reciclou. Ora, quando as agências (que estavam muito descansadinhas da vida a beber café e a fumar cigarros porque já tinham o trabalhinho todo feito) descobrem que ressuscitámos, têm um chelique e vêem a correr, muito nervosas, atirar-nos outra vez para o caixote.
c) As agências de rating são umas porcalhonas que atiram o lixo para o caixote e depois vão lá mexer. Tiram e põem, mexem e remexem e são umas junkies que não resistem a um mergulhinho no primeiro caixote de lixo infecto que lhes aparece à frente.
Por causa das coisas, nós, cá em casa, já aderimos ao caixote (criámos mesmo uma certa afeição, vá...) e já nos habituámos a conviver com as cascas das maçãs e as latas de atum vazias. Atirem-nos lá... a ver se nos importamos...
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Censurada
Acabei de ser severamente censurada... Liguei para um fornecedor a perguntar se tinham aqueles noivos (bonecos) para colocar em cima dos bolos de noiva, mas em preto e a senhora respondeu-me com desdém: "Deve querer dizer um casal de noivos africanos!".
Vão lá passear o avental para outras paragens!
Fogoooo, pah, que já não posso ouvir falar da loja Mozart... Ainda se fosse a Loja Prada, ou Loja Benetton ou mesmo a Loja Zippy do Continente... Ou, se preferirem com nome musical, a Loja Madona, ou a Loja Britney Spears ou, mesmo, a Loja Tony Carreira..
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Como diz filho: "Estranho... Muito estranho..."
Então não é que o raio do Álvaro pretende salvar Portugal montado num frango assado e armado com um pastel!?
Cálcio a mais?
Filha queixa-se dos dentes-agulha de cadela bebé, minúscula e cutxi-cutxi. Expliquei que os dentes ainda estavam a crescer blá, blá, blá, que são dentes de leite e que vão cair...
Filha ficou silenciosa a reflectir. Passado uns segundos acrescentou, descrente:
"Mas oh mãe... eles magoam muito... não podem ser dentes de leite. São dentes de ferro!"
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Não é suposto os pais ensinarem moderação?
Conversa surreal avec mon Papá:
Papá: Então, o que fizeste hoje?
Moi Même: Nada de especial. Fui trabalhar.
Papá: Trabalhar? Ao Domingo?
Moi Même: Hoje é Quarta-feira...
Papá: Ah... estava baralhado... Então e o teu carro, quanto é que dá?
Moi Même: Não sei. Nunca experimentei.
Papá (tom de voz horrorizado): Nunca experimentaste?!
Moi Même: Não...
Papá: Mas qual foi o máximo que deste?
Moi Même: Não sei bem. Uns 160 Km/h.
Papá: Bhaaaa... isso é pouco... Nunca deste, assim, uns três minutos na velocidade máxima?
Moi Même: Não.
Papá: Parva!
Três minutos na velocidade máxima? Já agora a 60º e com colher invertida... Julgará Papá que eu sou uma Bimby?
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
E umas ferraduras? Não?
"CALÇAR as luvas" é uma expressão deveras estranha. É um resquício dos nossos tempos de quatro patas. Como se ainda fossemos uns quadrúpedes.
Eu cá, por causa das coisas, VISTO-AS sempre...
Eu vi!
Vai meter gasolina? Então, não deixe a sua ave em casa! Leve-a sempre consigo! Ela não aprecia ficar descansada no seu poleiro a comer a sua alpista, tranquilinha da sua vida. Não... Isso é coisa de meninos! Ela prefere mil vezes andar de mota, fazer equilibrismo no guiador e levar com ventinho na tromba face, do que permanecer no recato do lar.
Depois de questionado sobre quantos anos vive uma ave destas, o senhor respondeu-me (juro, pela vida do senhor) : "Depende... varia muito, sabe... a última que tive, morreu cedo... o veterinário disse que foi de stress..."
Pudera...
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Happy Birthday!
Lindo, lindo... Angelina Jolie ofereceu uma cascata ao seu Brad. E uma avalanchezinha, ou mesmo um vulcãzito, ou isso? Não?
Coitada... Deve ter tido imensa dificuldade para a embrulhar...
Coitada... Deve ter tido imensa dificuldade para a embrulhar...
domingo, 8 de janeiro de 2012
Depois da humilhação, o desrespeito.
Almoço num restaurante italiano. Empregados daqueles que olham para o infinito para evitar pedidos dos clientes.
Empregado já tinha demorado horas para trazer as coca-colas. Empregado trouxe o carpaccio para a entrada mas não trouxe o azeite. Tentei pedir o azeite a um deles. Nada. Fiz sinal a outro. Disse-me: "Já vai..." e... nada. Tentei chamar a atenção com acenos. Nada. Exagerei nos acenos. Nada. Dancei o Hula-Hula. Nada. Quando marido já tinha terminado a entrada, lá ouve um que se dignou a trazer-me o azeite. Comi o meu querido carpaccio (mas já a devorar, porque empregado se aproximava com segundo prato). Ok. Atafulhei minha linda boquinha e esperei que me colocasse o segundo prato na mesa. Acontece que não o podia fazer, uma vez que ainda não tinha levantado os pratos das entradas. Então, Sua Excelência colocou os pratos com as massas assim... nos espaços em branco e virou costas. Chamei-o já zangada (mas ainda com a boca cheia de carpaccio - pelo que, admito, que não tenha sido muito clara)) para que levantasse os pratos. Ficou a olhar para mim (como um boi a olhar para aqueles bonecos gigantes da Michelin que havia antigamente nos campos do Alentejo. Ou seja, sem perceber o que eu estava ali a fazer, nem o que queria). Já a deitar fumaça, peguei nos pratos (com os respectivos talheres) e atirei-lhos à cara entreguei-lhos gentilmente. O atrasado mental fulano diz então:
-E os talheres?
E eu, já em modo Exterminador Implacável pergunto-lhe:
- OS TALHERES O QUÊ?
O tipinho (com cara de boi a olhar para o Michelin):
- Não quer ficar com eles?
Momento de confusão mental:
Oi? Ficar com eles? Tipo... para levar para casa? Um presente?
Ahhhh! Ok... tipo, se não ficar com estes, vou ter de comer o esparguete à mão (o que é bastante elegante) ou mesmo sorvê-lo do prato (ainda mais elegante), porque o deficiente mental tipinho não me vai trazer outros!
Agarrei nos talheres e oscilei entre espetar-lhe o garfo nos olhos e comer a massa. No entanto, como percebi que não iria ter outro garfo, achei melhor comer logo a massa porque seria bastante desagradável comê-la com o mesmo garfo com que tinha arrancado um par de olhos...
Ok. Respiro fundo. Começo a comer a massa.
Certo... Falta o queijo ralado...
Hummmmm... E agora... Tentei pedir o queijo ralado a um deles. Nada. Fiz sinal a outro. Disse-me: "Já vai..." e... nada. Tentei chamar a atenção com acenos. Nada. Exagerei nos acenos. Nada. Dancei o Hula-Hula. NADA!
Nisto, filho resolve intervir. Puxa da sua voz forte (a que usou ontem na loja de tecidos) e chama o empregado, pedindo-lhe o queijo ralado. Empregado (certamente enfeitiçado por poderes do além) obedece prontamente e traz, finalmente, o queijo ralado. Assim que a questão ficou resolvida, filho esclareceu-me:
- Vês, mãe... eles respeitam-me...
Pois...
sábado, 7 de janeiro de 2012
Humilhação pública
Hoje fui com filho às lojas de tecidos de Campo de Ourique para comprar umas coisas destinadas a um trabalho da escola.
Quando fomos pagar, estava uma fila enorme (é sempre uma dificuldade tremenda proceder ao pagamento naquelas lojas...) e, portanto, ali ficámos. Filho ia brincando ali à volta e, eis senão quando, me pergunta alto, MUITO ALTO (que filho tem voz forte), da outra ponta do balcão:
Pois que naquela fracção de segundo várias respostas me passaram pela cabeça (a primeira foi responder que não, que sou uma boneca e, portanto, não tenho quaisquer pilosidades. A segunda foi responder que sim, que, na realidade, sou um macaco e que, portanto, toda eu estou coberta de pêlos), acontece que respondi apenas:
- Porquê?
Filho, terminando a conversa, acrescentou um vago:
- Por nada...
Sim, eu sei... É escusado dizer que todas aquelas pessoas ficaram a pensar que a minha resposta evasiva era para disfarçar um abundante manto capilar nas minhas queridas perninhas...
Amarelo-Chinês
Devo ser mesmo de compreensão lenta... Só hoje é que percebi como é que a malta da EDP atraiu o chinês das três gargantas para aquela negociata.
Foi só mandar pintar a Barragem da Bemposta de AMARELO!
Clever boys!
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Bad Name
A ver no telejornal as festividades do dia de Reis, no Palácio de Belém. Filha também estava a seguir a importante notícia. Quando o jornalista diz, qualquer coisa... "Presidente Cavaco Silva...", filha pergunta: "oh mãe... como é que ele se chama? O Presidente?" Repeti: "Cavaco Silva". Filha (muito mais tranquila): "Ahhhh... Percebi Sovaco Silva... e isso era muito esquisito..."
E, agora, digo eu: Sim, sim, muito esquisito! Era mesmo a total humilhação! Já nos chega o que temos... Pior, pior, só mesmo se tivéssemos um Presidente com nome de axila...
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Poteirolexia
Ainda sobre cadela bebé, minúscula e cutxi-cutxi, chamada Pandora. A porteira do meu prédio, sempre que me vê pergunta o nome de cadela. Respondo sempre: "Pandora" e ela repete sempre: "Pantera" e acrescenta sempre "cor-se-rosa"...
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Desabafo
Quando sei por mim, já tinha carregado no send... e lá foi este e-mail para o gabinete de um presidente de uma cena pública, que podia fazer mais e melhor. Que podia por as coisas a andar e... não põe...
A seguir, fiquei um bocado na dúvida. Mas, uma vez que as coisas não andam, ao menos disse o que tinha a dizer...
Caro XXXXX,
Antes de mais, agradeço a sua atenção e diligências efectuadas.
Conforme tínhamos falado, e tal como confirmado com a XXX, estamos efectivamente a tratar da questão da legitimidade de algumas áreas no XXXX (aparentemente, no passado não era “costume” registar a XXX dos XXX ou, pelo menos, parte deles).
Acontece que só se chegou à conclusão que era esse o “problema” há relativamente pouco tempo. Acontece, também, que estas correcções/correspondências/regularizações são processos morosos que não se compadecem com o estado da nossa economia/país.
Peço, desde já desculpa pelo desabafo, mas a verdade é que temos o espaço (pronto para acolher uma excelente XXXXX HÁ 2 ANOS e que implicou já um investimento de mais de XXX de euros), temos clientes, temos o capital para o investimento, podemos criar mais postos de trabalho, podemos facturar mais e, como tal, pagar mais impostos, e temos uma XXX a dizer-nos para irmos tratar da papelada que, depois, logo se vê…
Facturamos, no ano de 2011, mais de XXX de euros a produzir e vender XXX, temos 154 funcionários, temos os pagamentos ao Estado todos em dia. Se pudéssemos contar com mais espaço, faríamos mais e melhor. Numa cidade que precisa de mais e melhor. Num país que precisa de mais e melhor.
Há que concordar que é kafkiano ouvir os nossos governantes a falar do “tecido empresarial”, das “pequenas e médias empresas”, a “apelar ao investimento privado” e depois ver a administração pública andar assim, a modos que… em câmera lenta.
Com estas premissas em jogo, pergunto:
Qual é o estrangeiro que quer investir em Portugal? Qual é o português que cá quer ficar?
Enfim, acho mesmo que o Estado e a Administração Pública deviam olhar para si próprios e adequar o discurso à prática. Porque não basta parecer gostar das pequenas e médias empresas…. É mesmo preciso estimá-las, adorá-las, amá-las loucamente… Caso contrário, o país vai mesmo ao fundo (já estivemos mais longe…)
(Peço misericórdia… a fúria tomou conta de mim….)
De qualquer forma obrigada pela atenção. Votos de um excelente 2012.
Nós, por cá continuaremos… A tratar dos nossos papelinhos.
Obrigada e até breve,
XXX
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Hope not...
A minha cadela bebé, minúscula e cutxi-cutxi, dá uns puns gigantes e do mais mal cheiroso que imaginar se possa.
Aposto que no dia em que tiver visitas, ela há-de sair de fininho da sala para a malta ficar a julgar que fui eu.
É que, tendo em conta a magnitude da coisa, seria perfeitamente credível.
Uma pessoa e o seu GPS
Uma pessoa investe uma viatura.
Uma pessoa não se quer perder e, portanto, investe num GPS.
Uma pessoa não se quer perder e, portanto, investe num GPS.
Uma pessoa faz uma viagem (que conhece de cor e salteado: Algarve-Lisboa) e experimenta o seu GPS.
Quando vai muito animada na A2, o seu GPS manda sair para Troia (?). Ora, aí, uma pessoa começa a magicar em várias hipóteses:
a) Que o seu GPS é de 1960 e julga que a única forma de chegarmos a Lisboa é atravessar o Rio Sado de barco;
b) Que o seu GPS vem equipado com uma aplicação CRISE e acha que já não podemos gastar mais dinheiro em portagens, pelo que devemos fazer o resto da viagem pela estrada nacional;
c) Que o seu GPS aprecia uma condução mais desportiva que não se pode obter nas auto-estradas;
d) Que o seu GPS é parvo.
Uma pessoa continua (casmurra) na auto-estrada e o seu GPS, que não gosta de estar calado, vai o resto da viagem a dizer que devemos continuar pela esquerda. E que não, não é para guinar à direita em TODAS as saídas entre Tróia e Lisboa.
No fim da viagem, depois de toda esta interacção, a senhora que vem dentro do GPS (que uma pessoa pagou), larga um monocórdico "chegou ao seu destino.". Assim, sem uma inflexão de voz, sem uma exclamação, sem NADA!
É que depois disto tudo, uma pessoa esperava que ao menos o seu GPS batesse umas palmas. o parvalhão...
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Macho Man. Início aos 8 anos. Fim aos ____ (?)
Ok. Abriu oficialmente a época dos palavrões.
Os 8 anos são tramados e o leão tem, obrigatoriamente, de mostrar a sua garra. E qual a melhor forma de o fazer? Insultar a irmã!
Ahhhh... pois que não há nada melhor do que insultar a pobre irmã. Vê-la correr para a mãe a fazer queixinhas. Vê-la apregoar a todos os que possam ouvir que o mano diz palaBrões... Sim! Vamos todos ficar a saber que ele é um verdadeiro MachoMan!
E o repertório é, devo dizer, escabroso. Escabroso, mas com um leve toque pessoal. Na verdade, apesar de andarem perto do original, nenhum (ou quase nenhum) consegue ser completamente rigoroso. Para já temos:
a) Um bonito: "Vai-te feder!"
b) Um interessante: "Estou-me a linchar!"
c) Um estrangeirismo: "You are a bétch and goat!"
Temo o dia de amanhã...
Subprime Algarvio (Lagos no Inverno)
É estranhíssimo ver uma cidade que, no Verão, consegue acomodar umas 200 mil pessoas, no Inverno esteja fantasmagoricamente sem vida.
As ruas têm meia dúzia de turistas a vaguear. A maioria das lojas estão fechadas (vazias, entaipadas, abandonadas). As que estão abertas são todas iguais e têm as prateleiras meio depenadas. E estas, continuam a obedecer ao rígido horário de 1960. Abrem às nove, das 13h00 às 15h00 (religiosa) hora de almoço, fecho às 19h00, Sábados só da parte da manhã e Domingo, está quieto ó preto, que Domingo é para descanso do pessoal.
E as lojas minha nossa!? O que é isto? As que estão abertas, vendem todas as mesmas coisas (mesmo, mesmo, mesmo). Boomerangs, pulseiras de missangas, moinhos de papel, Crocs falsos, roupas chinesas e/ou indianas, artesanato africano (?). Inutilidades sem graça nenhuma. Nada é português. Tudo mesmo, mesmo, (mesmo, mesmo, mesmo) rasca. Mesmo...
E, julgariamos nós (ignorantes) que estes dias (da passagem do ano) em que há, pelo menos, esta meia dúzia de turistas, fossem sequiosamente aproveitados pelos comerciantes mas... surpresa... não!
A malta está em modo hibernação e não está para nos aturar. Olha-nos a modos que de lado, que viemos interromper as férias de inverno do pessoal e que isso não se faz.
É um país que sofre de um misto de crise, aliado a uma total ausência de imaginação, borrifada com ignorância, e do fascinante síndrome do macaco de imitação.
Se ele fez e resultou, então bora lá todos fazer igual. É para investir nos boomerangs e nos Crocs falsos? Então não esperes mais tempo. Vamos buscar inutilidades de 3ª categoria a marrocos? então bute organizar uma excurssão. Chegou um contentor de indianadas? Bora lá todos comprar, mesmo que seja tudo horrendo (medonho, mesmo). Pensar numa coisa diferente? Pensar, vá... Não te metas nisso (que é muito arriscado...)!
Voilá! Lagos no Inverno!
Salvaram-se os passeios na praia e o peixe grelhado. Esse sim! Maravilhoso como sempre, na Praia do Camilo, ali à Ponta da Piedade. Com uma vista de cortar a respiração.
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