Nós, as artistas, continuamos a dar uso ao nosso dom! Ei-las:
A Flor, que criou um novo movimento artístico, o imperfeccionismo.
E a Ana, do De Dentro Para Fora, com uma magnífica instalação.
domingo, 30 de abril de 2017
sábado, 29 de abril de 2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Sim, é só o pão e os bolos
Estive tão ocupada com a minha arte que até me esqueci de
contar que naquele Sábado, antes do Domingo de Páscoa, fui comprar pão, que no
Domingo nunca há – ou melhor, há, mas é daquele plástico, do supermercado – e então
fui à padaria, e estavam duas pessoas à espera de ser atendidas e eu percebi
que estavam à espera que o pão chegasse, e quando a menina me perguntou o que
queria, eu disse-lhe que queria um pão médio, e ela, ah tem de esperar dois
minutos que o meu colega está a descarregar, e eu, então está bem, e fiquei ali
a olhar para os bolos, que eu gosto muito de bolos, talvez leve estas roscas,
que parecem ser bem boas, e estes bolos que não sei o nome, mas que têm doce de
ovos a cobrir e depois uma camada de coco ralado com uma risca de canela, e
enquanto estava nisto o colega entrou com o carrinho cheio de cestos de pão
empilhados uns em cima dos outros, passou o balcão e a menina que estava a
atender atarefou-se logo muito com aquilo, pegou nos cestos e começou a
despejar os pães para dentro das tulhas, os pequenos na tulha dos pequenos, os
médios na dos médios e os grandes na dos grandes, enquanto o colega, lá fora, retirava mais um grande cesto para o carrinho, e então, enquanto a menina arrumava os
pães, o colega entrou com o novo carregamento, e eu vi que eram
folares, que cheirava mesmo bem a erva-doce, e então pensei cá para mim, olha
que boa ideia, também vou levar um folar – já está visto que estava cheia de
fome – mas no momento em que tive este pensamento, o colega bateu com o carrinho numa cadeira, o cesto virou-se e os folares rolaram pelo chão para todos
os lados, era um mar de folares que se reflectiam por ali fora, nos ladrilhos,
e eu a olhar para o cesto, a ver se se tinha salvado algum folar, e sim,
ficaram dentro do cesto uns dois ou três, não dava para perceber bem, os outros
estavam todos por ali espalhados, e então, naquela fracção de segundo, enquanto
o colega, esbaforido, soltou um palavrão extremamente audível, daqueles mesmo,
mesmo cabeludos eu fiz as contas aos folares ilesos e às pessoas que estavam à minha frente, se cada
uma levasse um folar ainda havia de chegar para mim, e enquanto estava nestas matemáticas, a menina dentro do
balcão pergunta “quem está a seguir” e eu olho em volta, à procura das duas pessoas
que estavam à minha frente, mas nisto vem uma chica-esperta lá de trás que,
aproveitando a estupefacção geral com aquele jardim de folares, furou por ali
fora, espetou o cotovelo no balcão e disse: sou eu!, ora eu, que estava à
procura das duas pessoas que estavam à minha frente, percebi que estavam ambas
lá fora, a falar ao telefone, consegui
vê-las bem porque as outras pessoas, as que chegaram depois de mim, estavam
todas acocoradas a apanhar os folares do chão, e então tive um repente, que havia de ter
direito ao meu próprio folar incólume, e ao invés de ficar com cara de palerma, que é o
que me acontece sempre com os chico-espertos, disse à menina que estava a
atender, muito determinada, não, sou eu que estou à frente!, e a chica-esperta disse com cara enfadada de chica-esperta “já não percebo nada disto”, e a
menina pergunta: então o que vai ser? Um pão médio, um saquinho de roscas, estes dois
bolos aqui, e quando estava para acrescentar o folar, o meu folar, o folar sobrevivente que havia de ser meu, vejo as pessoas agachadas a dar uns soprinhos
aos folares derrubados que apanharam do chão e a dizer “schhhh, ninguém viu…” e a
guardarem-nos novamente no cesto.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
sábado, 22 de abril de 2017
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Há quatro ou cinco anos atrás tivemos esta linda conversa...
- Nem pensar.
- Então quando?
- Não sei, logo se vê...
- Mãe, tens de dizer quando.
(a tentar encerrar o assunto)
- Sei lá, quando fizeres dez anos...
(ontem fui relembrada pela minha filha que faltam quarenta e cinco dias para poder furar as orelhas)
- Então quando?
- Não sei, logo se vê...
- Mãe, tens de dizer quando.
(a tentar encerrar o assunto)
- Sei lá, quando fizeres dez anos...
(ontem fui relembrada pela minha filha que faltam quarenta e cinco dias para poder furar as orelhas)
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Um mix de Kafka com as intermitências da morte
Era uma história de uma carta remetida a uma entidade patronal (doravante designada como a entidade), aprisionando para sempre um pobre cidadão no obscuro mundo das penhoras de vencimentos, um mundo lúgubre e sombrio, sem lei nem regras e gerido por folhas de excel e programas informáticos que agrilhoam os cidadãos ad eternum. Ora a entidade, ao receber a carta do Solicitador de Execução, pegou na sua faquinha de papel em prata, cravejada de diamantes e pedras preciosas e, enquanto tamborilava os dedos sobre o envelope e esboçava o seu sorriso mais peçonhento, pensou: quem será o feliz contemplado desta vez? Rasgou então o sobrescrito com um nervosismo perverso, na ânsia de verificar o nome, o valor da penhora e os juros com que um dos seus trabalhadores se veria a braços e verificou que a situação era melhor ainda do que supunha, era um jackpot!: uma dívida de quarenta e quatro mil euros e juros moratórios no valor de cento e cinquenta e três mil, oitocentos e noventa e cinco euros, a entidade vai repetir: cento e cinquenta e três mil, oitocentos e noventa e cinco euros (e correndo o risco de se enganar, que as entidades patronais, já se sabe, não são muito boas em números, vai digitar aqui os algarismos: 153895,00€).
Ora a entidade, ruim e impiedosa, pegou no telefone e ligou para o Solicitador de Execução e, fingindo-se apoquentada com tal situação, perguntou como era aquilo possível. Lá do outro lado, do inacessível e sombrio mundo das penhoras, disseram-lhe que a entidade não tinha de fazer perguntas, que só tinha de debitar no vencimento, mas a entidade tinha de representar o seu papel de entidade preocupada até ao fim e disse: mas como é que eu vou dar isto a um funcionário? Como é que lhe explico uma coisa destas? Desculpe mas tem de me esclarecer, tem de me dizer como é que uma dívida de quarenta e quatro mil euros dá origem a juros de cento e cinquenta e três mil, oitocentos e noventa e cinco euros. E foi então que lá do outro lado, das trevas do submundo das penhoras, me responderam: Isso é porque a senhora não leu bem o papel! Não li bem o papel? Mas está aqui, os valores são estes! Preto no branco! Sim, disse com maus modos, mas não leu a data prevista para o fim do pagamento da penhora! E então a entidade foi ler, e lá estava, bem claro e sem margem para dúvidas: o trabalhador saldará a sua dívida exactamente no dia trinta de Abril do ano da graça de dois mil trezentos e vinte e três.. 30-04-2323.
quarta-feira, 19 de abril de 2017
E então fui a correr à obra - que já passaram quinze dias desde a última vez que lá fui - à espera de major changes
e... nada.
terça-feira, 18 de abril de 2017
sábado, 15 de abril de 2017
quinta-feira, 13 de abril de 2017
terça-feira, 11 de abril de 2017
São quatro e vinte e dois e ainda aqui estou às voltas
Não percebo porquê, mas há noites em que as almofadas se amotinam contra mim, devem combinar lá entre elas umas acções revoltosas com o objetivo de serem absolutamente desconfortáveis e manterem-me assim, acordada. Nestas noites não há nada a fazer, é esperar que se cansem desta parvoíce.
sábado, 8 de abril de 2017
São as famosas caixas de comentários Pshico!
Aquelas caixas de comentários que começam por parecer um duche inofensivo, uma coisa mesmo tranquila, só para descontrair, e depois a pessoa adormece, que tem muito soninho, e quando acorda, abre os olhos estremunhada e repara, atónita, que aquela caixa de comentários romântica - em verde pistachio e cor de rosa velho - se transformou num verdadeiro thriller!
sexta-feira, 7 de abril de 2017
quinta-feira, 6 de abril de 2017
Pequena Cutxi não quer ficar para trás e também vai entrar no mercado de sugestões para casamentos
através do nicho:
"Barbas top-hipster que farão com que o seu animal de estimação brilhe mais que a própria noiva".
"Barbas top-hipster que farão com que o seu animal de estimação brilhe mais que a própria noiva".
terça-feira, 4 de abril de 2017
Opáaaaaa, agora a sério, que até estou nervosa...
Alguém me explica aquele conceito dos grupos de pessoas desconhecidas que se juntam numa casa secreta para experiênciarem a situação de comerem brunches clandestinos em conjunto?
(uns brunches aos quais é extremamente difícil aceder, que só se consegue reserva via redes sociais e só se estivermos com muita atenção e formos muito rápidos no uso das tecnologias e depois, se tivermos sorte, enviam a morada sigilosa por sms mas apenas e só na véspera do misterioso acontecimento, que o protocolo, rigorosíssimo, está ao nível de uma CIA, assim uma situação de tal forma profunda e obscura, que transforma os ovos mexidos numa coisa verdadeiramente enigmática e brrrrr.... intrigante!)
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Vocês, que sabem de coisas, digam-me o que se passa com a minhaFigueira Lira!
Porque tem ela estas duas manchas alastradoras, que começaram num ponto minúsculo e não param de crescer, são só estas duas, as outras folhas estão impecáveis, e a irmã gémea, que está do outro lado da sala, com a mesma luz, frequência e quantidade de rega, está impávida e serena, toda contente e verdejante. Por isso, vocês, magos das plantas de interiores, curandeiros das estufas, encantadores de pequenos arbustos, digam-me por favor, porque razão está ela com toda esta má onda para mim?! Ajudem a Palmier a salvar o seu vegetal!
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