sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Eu realmente sou mesmo péssima a prever...

Achei que o post abaixo ia ter para aí uns seis ou sete comentários. Meia dúzia de livros, com alguma sorte. Enganei-me redondamente, claro! Como sempre aliás...

Acho que o meu crianço tem aqui leituras garantidas até aos 70 anos! Obrigada a todos pelas sugestões. Mesmo! :')

Preciso de cromos para a troca

Há aí alguém com sugestões de leitura para o meu filho (11 anos)? É que eu não domino por aí além o universo dos rapazes e as coisas de que gostei quando tinha mais ou menos a idade dele, ele não acha graça nenhuma...

Os Harry Potter já foram, os livros dos Cinco idem, adorou estes dois (que deixo de sugestão):


Vai começar este:



Tenho andado a ver se vejo alguma coisa que ache que ele possa gostar e não encontro nada de especial. É que a criança devora-me os livros em três tempos e eu começo a ficar nervosa com a falta de stock... 





quinta-feira, 30 de outubro de 2014

E então...?

Não estou a perceber... a pessoa levanta-se cedíssimo para se preparar para a batalha, vai desencantar a sua velha raquete, renunciando assim, por não querer aproveitar-se de qualquer tipo de vantagem, aos seus princípios recém enunciados, na expectativa de receber um serviço como deve ser, e depois, quando finalmente chega ao local da contenda, depara-se com a discussão de um não-assunto?! Uma coisa absolutamente consensual?




Olha... o melhor é deixar-me estar por aqui à espera.


(a ver se não adormeço...)



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Em verdade vos digo


Que depois há aqueles blogs cujos bonecos resolveram atirar bolas de ténis e que, não obtendo resposta, desatam a dispará-las para todo o lado e com toda a força. Estamos nós muito descansadas no nosso blog, mantinha de cor taupe sobre os joelhos, um livro nas mãos, relógio Eletta Bike no pulso e a lareira a crepitar, quando, de repente, zás, nos entra uma bola de ténis pelo vidro adentro, cacos por todo o lado, um grande alarido, cuidado para não se cortarem, vou já buscar uma pá e uma vassoura e, quando a pessoa se levanta, atarantada, para ir à despensa, convencida de que foi engano, que aquela bola não era para nós, passa pela janela e vê lá fora, do outro lado da rua, as luzes a acenderem-se uma por uma, e as nossas fellow-bloggers a aparecerem também elas às janelas dos seus blogs, também elas com os seus vidros todos partidos, e é nesse momento que reparamos no boneco lá fora, na estrada, aos saltinhos, em aquecimento, raquete na mão, daquelas antigas, de corda, pronto para arremessar o conteúdo do seu balde de bolas contra todas as janelas de todos os blogs, a preparar mais um passing shot, daqueles lançados a trezentos quilómetros por hora, na esperança que alguma jogadora se apresente a jogo. E aí a pessoa encolhe os ombros resignada e, em vez de ir varrer aquela trapalhada, vai preparar um chá de camomila que leva com desvelo até à rua, chama o boneco com voz doce, pede-lhe para se sentar ali ao seu lado, no passeio, passa-lhe a chávena fumegante, cuidado que está quente, e, por entre uns golinhos calmantes, diz-lhe que está tudo bem, que a pessoa é amiga, que o pior já passou, pronto, pronto, umas palmadinhas nas mãos, que a pessoa leu nos livros que o problema não é ele, que o problema somos nós, que na verdade achamos que é um bocado... pausa para respirar fundo que há-de ser a primeira e a última vez que a pessoa utiliza esta palavra... mas pronto, lá vai... achamos um bocado, e aí a pessoa hesita, baixa os olhos e o tom de voz e diz, praticamente a sussurrar, que achamos um bocado parolo jogar blogo-ténis. É que, em verdade vos digo, agora já só se joga blogo-paddle.







terça-feira, 28 de outubro de 2014

Tendo em conta os violentos e dramáticos acontecimentos do último fim-de-semana

Eu, Palmier Encoberto, pela Graça de Deus Rainha do Blogomundo de aquém e além net, venho, por este meio e como forma de evitar a desordem ora instalada em Feiras e Mercados, mandar represtinar as normas medievais que presidiam a este tipo de acontecimento. Assim sendo, determina-se que, a partir do dia de hoje, e para que os produtos autóctones top para mães e filhas possam ser vendidos sob condições de segurança, sem empurrões e atropelos, sem pisadelas vingativas e sem disputas violentas pela posse dos vários artigos, se restaurem as Cartas de Blogo-Foral e que se dê seguimento às ancestrais práticas de "Paz de Feira" no local onde se realizam estes eventos. Proíbe-se assim todos os actos de hostilidade perpetrados por condutores de carrinhos de bebés sobre compradoras entusiastas, sob severas penas em caso de transgressão. É que a paz tem de ser garantida para que os vendedores e mesteirais, dispostos lado a lado, possam trabalhar com segurança, da mesma maneira que se devem providenciar guardas que vigiem o perímetro do local do evento, de modo a evitar que algum desordeiro possa causar incómodos àqueles que por ali passam e desejem ardentemente efectuar as suas compras, contribuindo desta forma para o desenvolvimento económico do meu reino. Assim sendo e com o poder régio que detenho em mim, determino que, a partir de hoje, os convites coloridos para as Feiras e Mercados façam menção à seguinte regra:


Todos aqueles que veerem a essa feyra ou mercadyto per razom de vender ou de comprar kyts top para mães e fylhas sejam seguros d'ida e de vynda e que nom sejam atropelados en meu reyno por nenhuum carrynho de passeyo da Chicco, deveendo, n'aquele dia en que durar essa feyra ou mercadyto, viveer o espyrito do acontecymento, con sentymentos de harmonya, famylia e amyzade, de maneyra a que venham charters de empresaryos dos Reynos de Leão e Castela para ahi fazeerem perguntas, photographareem e veerem ao vyvo, en paz e boquyabertos o sucesso deste nuovo designyo nacyonal.

Ordena-se assim a todos os que lerem este post ou que dele tomem conhecimento, que cumpram o que aqui vai determinado, porque assim é minha mercê e vontade.



Assinado em Olissipo, aos vinte e oito dias do mês de Outubro do ano da graça de dois mil e catorze, por sua Alteza Real




Palmier Encoberto


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Tudo bem...

Já percebi que quando é para me pedirem conselhos sobre o que fazer com as vossas saias amarelas, estão aqui todas caídas com palavras amigas e vozinhas doces, mas, quando sou eu desesperada, a suplicar ajuda, ninguém quer saber. Aliás, é pior... chegam mesmo a rir-se da minha triste situação. Mas tudo bem... uma vez que ninguém fez o obséquio de me ajudar com a questão do cabelo, eu tratei de arranjar a minha própria solução.


Assim é só lavar e já está!



domingo, 26 de outubro de 2014

E depois a pessoa põe-se a ler o jornal

E, perante a saga Espírito Santo, a pessoa não consegue deixar de continuar a ter aquela sensação de choque e estupefacção, sensação de alguma forma aparentada com a que tem sempre que revê as imagens dos aviões a entrar pelas torres gémeas adentro.

Consegui!

Tive de negociar a situação, de insistir, de dizer que sim, que era só mesmo gin e água tónica, que não, que não queria as ervas e as malaguetas com bolinhas de pimenta cor-de-rosa e as folhas de louro, e o senhor insistiu, empertigado, que já não se usava isso do gin só com água tónica, que o culto do gin agora é diferente, sim, ele disse mesmo isto: "o culto do gin". Vi-me obrigada a explicar que sim, que compreendia tudo o que me estava a dizer, mas que se dava o caso de eu ser um dinossauro do gin. Foi aí que o senhor, depois de longos e tensos minutos, desistiu de me tentar converter e me serviu finalmente e visivelmente contrariado com tamanha afronta, um anacrónico gin tónico.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Cheguei agora a casa e os meus filhos já trataram de tudo para a festado terceiro aniversário de pequena Cutxi


(Apesar do cake design ser absolutamente espectacular, infelizmente ainda não consegui decifrar o mood-board subjacente a este feliz acontecimento)

Na verdade nem precisava de ser assim muito comprido...

Uma coisa dentro deste género estava bem para mim.





A verdade?

A triste verdade é que desde aquela situação, no Verão, que tenho aqui um diabinho maquiavélico sentado no ombro, a olhar para mim como só os macaquinhos maquiavélicos olham, com as mãozinhas a puxar-me umas madeixas de cabelo à bruta e a segredar-me ao ouvido vezes e vezes sem conta um "olha para isto,  Palmier, que raio de cabelo é este, hein?! Isto é coisa que se apresente? Não achas que está em muito boa altura de o deixares crescer, não?!"

(e a pessoa diz que sim, que o macaquinho maquiavélico tem toda a razão, que o vai deixar crescer, que vai ter um lindo cabelo liso e longo que ondulará ao vento da manhã, mas depois o cabelo chega aqui a uma fase, nem curto nem comprido, fica mesmo sinistro, uma bola sem nexo, não dá para apanhar, não dá para andar solto, a pessoa tenta resistir à tentação e anda aqui uns tempos a fingir que não é nada consigo, que a pessoa é forte e vai aguentar, mas a pessoa está consciente da situação que carrega consigo em permanência e à vista de todos, a pessoa de vez em quando cruza-se com um espelho e a pessoa fica a olhar para aquilo, deveras triste com o reflexo. Depois há um dia em que a pessoa não aguenta mais, ignora o macaquinho maquiavélico e zás, corta o cabelo e, pumba, começa tudo de novo. Como, hã?! Como é que se deixa crescer o cabelo?! Alguém sabe?)



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Peço desculpa, mas não vou poder dar-vos muita atenção...

É que hoje é o meu dia de ir ao programa da Cristina Ferreira!


Estou gira, não estou?

(e acho que ninguém vai reparar que me esqueci de calçar os sapatos, pois não?)



terça-feira, 21 de outubro de 2014

O meu está ansioso!

É que não há programa que ele mais adore que ir atrás de mim para as compras! Às vezes até estou em casa descansada, e ele vem assim de mansinho, à porta da sala, a acenar com o cartão de crédito, os olhos a brilhar de antecipação e propõe:
- E que tal umas comprinhas, hein?
E eu digo:
- Outra vez? Mas eu já tenho tantas coisas... e ele olha para mim, dirige-se aos armários cujas portas abre de par em par, e diz-me, enervado:
- Olha para isto: trezentos e vinte e quatro pares de botas, setenta e três casacos compridos, noventa e quatro echarpes... e as pobres crianças, hã, não pensas nelas?! Olha para os armários dos nossos pobres filhos: Quatrocentos e quinze kits matchy-matchy?! E dizes-me que isto é suficiente?! Suficiente, Palmier? Estás a tornar-te numa mãe relapsa, é?!
E eu, perante as evidências, baixo a cabeça e nada mais posso fazer que reunir a família e dirigir-me aos mercaditos deste nosso país.
Depois é vê-lo radiante, no seu habitat natural, a ajudar a escolher os tamanhos certos para as crianças, a brincar aos lanchinhos (levamos sempre o nosso kit pic-nic!) enquanto eu visto e dispo freneticamente os must-have da estação, a dar opiniões sobre camisolas (a última vez foi no fim-de-semana passado, quando lhe perguntei se uma camisola era gira e ele deu saltos de alegria e perguntou-me "mas já não tens uma coisa dessas?" e eu adorei a opinião, claro!), mas o delírio... bem, o delírio é quando eu o deixo carregar os sacos. Oh pah, fica tão contente, que até parece uma criança! E vocês já sabem, como eu gosto de o ver feliz, continuo a comprar, a comprar, para ele carregar, carregar. No fundo somos uma dupla perfeita!  
Melhor que isto... eu sei que é difícil, mas, como ia dizendo, melhor que isto, a cereja no topo do cupcake, só mesmo se, enquanto eu estiver a fazer compras, ele puder acercar-se de um León, vê-lo de perto, tocar-lhe, avaliar as linhas sedutoras e aerodinâmicas, perscrutar-lhe todos os detalhes! A sério... é que acima do Carrera, só o León! No fundo é a sua viatura fetiche!


Por isso já sabem (um dia destes também escrevo um livro para vos ajudar a melhorar as vossas relações amorosas), se quiserem ver os vossos maridos felizes, façam como eu, surpreendam-nos com um fim-de-semana de compras em família!



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

É por estas e por outras que às vezes se torna muito cansativo ter um blog

É que ainda na passada Sexta-feira, pequena Cutxi apareceu aqui para vos dizer tudo o que interessa sobre os must-have no que respeita a chapéus e, vocês, hã, o que é que fizeram? Ora lá está... em vez de agradecerem, de acorrerem às lojas para se modernizarem, não, vêm aqui para a caixa de comentários, aqui-d'El-Rei, parece impossível, pequena Cutxi tem os bigodes encardidos, e que tal usar branqueador, ou Blanka Oxi Action, lixívia, água e sabão, sendo que houve mesmo quem insinuasse que pequena Cutxi não está a usar os produtos certos da Clinique. Enfim, disseram de quase tudo. Mas retomando o assunto que aqui me trouxe, posso dizer-vos que são estas coisas que às vezes quase me fazem desistir de ter um blog. É que é preciso explicar-vos tudo! E quando digo tudo, é mesmo tudo! Até o mais básico! Caramba... assim é difícil! Será que não podem fazer um pequeno esforço para pensarem pela vossa própria cabeça?! É que só não percebe o que se está a passar, quem anda a dormir nesta coisa dos blogs! É que é por demais evidente que Pequena Cutxi foi convidada para ser o rosto da nova campanha das californianas da L'Oréal! Arre... era assim tão difícil chegar lá?! Dahhh!





sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Elisabete, peço desculpa...

Mas não queria que ficasse mal servida naquela questão dos chapéus! É que a Pipoca esqueceu-se do modelito de correspondente russo! 








 Pronto, era só isto, é fiquei aflita com a situação e queria apenas colmatar essa falha!


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tempos houve...

Em que eu era uma pessoa que fazia reset no início do Outono e esperava a entrada do meu consorte em casa com os meus óculos de massa preta (ok... pronto... não são de massa, são de madeira...), com kits sofisticados e intemporais, na esperança que ele me dissesse como eu era gira e como o encandeava com a minha luz própria.

Hoje em dia? Bem... hoje em dia, e graças à minha filha, sou assim:





quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Apesar dos meus inimigos terem tentado aproveitar esta oportunidade para perpetrar um golpe blogo-palaciano que me silenciaria para todo o sempre

Houve um grupo de fiéis seguidoras, no fundo as minhas únicas blogo-amigas, as únicas que me interessam, que vestiram os seus sobretudos num dia de vinte graus centígrados e acorreram em meu auxílio sem hesitar. Quanto às outras, as que ficaram caladinhas a ver se não dava por elas, espero que tenham consciência que do abanão que esta omissão teve nos pilares da nossa relação.... enfim... sobre isso falaremos num outro dia. É que hoje, hoje eu só tenho olhos para os sobretudos das minhas novas e únicas blogo-amigas!


Ora bem, para começar, temos a minha Anónima Mais Adorada, a primeira a enviar fotografia, aquela que se preocupou verdadeiramente com a terrível hipótese do fim do meu magnífico blog. Aqui envergando um belíssimo casaco camaleónico (ora cinzento ora castanho), perfeito para fazer matchy-matchy com todas os nossos conjuntos top!




De seguida temos Filipa Brás, no seu sobretudo Sporty-Chic, a caminho de uma reunião do Conselho de Administração, uma coisa séria com imensos papéis cheios de gráficos coloridos. 
(não pude deixar de notar que, certamente com medo que a comparação do seu com o meu a prejudicasse, a Filipa achou mais prudente esconder o cabelo dentro de um gorro... é que se ao menos fosse uma ushanka de pêlo de verdade... )



Lulu, sempre top no seu super trendy casaco Army-Chic!



A Pintas que, estando a par do meu lendário bom gosto para sobretudos, quis inteirar-se da minha opinião sobre o seu sobretudo tartan: vintage ou imponível. E eu, fazendo uso dos meus profundos conhecimentos nesta matéria, voto em vintage. Indiscutivelmente. O sobretudo tartan deve saltar do armário :)


Uma participação de casal da Mariana


E outra em lunares, que tanto adoramos, da Luísa




A MD Roque que, invocando a falta de jeito dos seus gatos para lhe tirar fotografias, nos apresenta a sua gabardine, adornada com um colar statement -o conhecido colar centopeia, tamanho XXXXL- super fashion e com um toque de modernidade como todas adoramos. 


A Evargasor, que entra a concurso com todooooooooooos os seus casacos!







A Ana, que nos mandou um detalhe do padrão do seu sobretudo. Adquirido em homenagem a pequena Cutxi! Uma peça que arranca latidos e faz virar as cabeças em todos os lugares onde passa!


Num estilo muito variado e intemporal, temos Quiescente.

No Verão usa isto:

E no Inverno isto:
Acalmem-se as pacifistas que, Quiscente usa o bacamarte sobretudo (palavra que vem mesmo, mesmo a calhar) como bengala. Não é só para o mal!


Já a queimar os prazos e com a consciência em brasa, temos Simplesmente Ana, preparada para a intempérie, num matchy-matchy perfeito com o seu Simplesmente Cão, que hoje se encontra a usar um casaco de pêlo verdadeiro em tons de amarelo dourado. 

Num sprint final, temos NM que, ao tomar conhecimento da qualidade do prémio, ainda tentou participar. Infelizmente e apesar do esforço, foi desclassificada, por ter entregue a sua candidatura com duas horas de atraso.

A Margarida, que mesmo sabendo que a vencedora já estava escolhida, não baixou os braços e apresentou a sua candidatura!

E a Sexinho, que aparece para o Grand Finale e só para mostrar como é fashionista praticamente desde o dia do seu nascimento!



E por último, temos uma Anónima amorosa e super estilosa que não resistiu a enviar-me uma fotografia do seu sobretudo absolutamente soberbo. A sério... não consigo tirar os olhos deste casaco! É que não é apenas espectacular, é mesmo, mesmo, mesmo o meu estilo!

Como devem calcular, a escolha foi muito difícil, mas julgo que todas estarão de acordo com a minha decisão de entregar o Oscar do melhor casaco a esta última Anónima! 


Querida Anónima, é favor contactar-me através de e-mail para acertarmos os detalhes da entrega do prémio!


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Depois do que aqui se passou ontem

Depois do enxovalho público a que fui sujeita, um dos maiores opróbrios de toda a minha existência, depois de vir aqui, de boa fé, mostrar-vos a minha mais recente aquisição, depois de a ver vilipendiada, ao ser adjectivada de, e passo a citar, "casaco de pastorícia", "casaco hardcore" como forma ironicamente profissional de apelidar o meu "casaco de velha", assim, cruamente atirado para magoar os sentimentos de uma pessoa,  "casaco de GNR", "roupão de banho", "casaco da avó", "robe do pai" e mais outras coisas inomináveis que me recuso a reproduzir (mas que quase poderia apostar que foram instigadas pelos meus inimigos, que vos pagaram para que, conluíadas, viessem até ao meu blog proferir tais afirmações...). Enfim, depois da maldade gratuita que aqui grassou, certamente fruto da terrível inveja que têm da minha estilosa pessoa, exijo, perceberam bem: EXIJO, volto a repetir, para que não restem quaisquer dúvidas: EXIJO que me enviem fotografias vossas a envergar os vossos casacos! Para que percebam bem a seriedade da exigência, informo que não volto a postar se não me mostrarem os vossos casacos! E, caramba, se eu tinha coisas boas para vos falar hoje... posso referir apenas en passant e para que percebam o que estão a perder, que vos podia mostrar a minha ushanka, aquilo a que algumas pessoas mais rústicas chamam de "chapéu de correspondente russo", podia falar-vos sobre o C., o meu bonequinho da Playmobil que me acompanha para todo o lado e que utilizo amiúde para praticar o stalking de figuras públicas, e até... ah pois é... sobre o meu novo livro! Mas, minhas amigas, que fique aqui registado para a posteridade:

ENQUANTO NÃO ME MANDAREM AS VOSSAS FOTOGRAFIAS A ENVERGAR OS VOSSOS CERTAMENTE MUI ESTILOSOS SOBRETUDOS, NÃO HÁ MAIS BRINCADEIRA!


Estou à espera das vossas fotografias em palmierencoberto@gmail.com , para que, depois, todas em conjunto, possamos apreciar os vossos casacos aqui no blog. É que, desta feita, também me quero rir! 


O meu futuro (ou ausência dele) como blogger está nas vossas mãos!


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Ainda não recuperada do desaire de 2013

E depois do terrível desgosto que me deram no ano passado, decidi transformar o primeiro dia de frio no "Dia do Ritual do Casaco", uma espécie de marco oficial da chegada do Outono, que celebra a entrada nas baixas temperaturas com a Ceremoniam Sollemne in Annum Appretiationem Tunicam Palmier, ou seja, para quem não tem estudos na área e não está familiarizado com os termos fashionistas da antiguidade, a Cerimónia Solene de Apreciação Anual do Sobretudo de Palmier: O dia em que vocês opinam sobre o casaco que adquiri para a temporada, o casaco que fui a correr comprar logo nos primeiros dias de Setembro, de forma a conseguir arrebatar o mais belo da blogosfera, mudando assim e para todo o sempre a nefasta opinião que o blogomundo formou acerca do meu excelso gosto para sobretudos. 





Estão então abertas as votações para o meu sobretudo Outono/Inverno 2014!


domingo, 12 de outubro de 2014

A obra da casa nova (que ainda não começou)

Filha: Mas mãe... por que é que temos de ser nós a pagar tudo?
Eu: ...? Então, quem é que havia de pagar?!
Filha: Então, todos!
Eu: Todos?! "Todos" quem?
Filha: Todos os do nosso prédio! 
Eu (confusa): Do nosso prédio?!
Filha: Sim! Então não vamos todos viver para lá?!



E vocês, Palmier, também estão a beber chá e a comer scones?

Não. Por aqui a minha filha aproveitou a tarde para encher o pêlo de pequena Cutxi de mini-purpurinas. Ora, uma vez que não podemos ter duas Misses Glittering no blogomundo, vou então tratar de lhe dar banho...


(deviam vê-la em movimento... verdadeiramente sparkling!)


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pai, paaaaaai!

Estive a menos de um metro do Stephen Hawking! Sou praticamente uma Física por osmose! Pensei que gostasses de saber!


(tive vergonha de pedir para tirar uma fotografia...)




Umas adoram sapatos

Já eu, adoro a cozinha!

(só não percebo como é que querem que eu sobreviva neste ambiente contaminado, com uma parede cor-de-laranja, ali, à retaguarda!? Sim...?! como é que uma pessoa pode começar o dia com energias renovadas e vontade de abraçar um novo projecto, hã?! Como é que pode começar o dia com a mente quieta e o coração tranquilo?! Digam-me, vá! Uma pessoa acorda de madrugada com a sua banda sonora favorita, à espera de entrar numa cozinha toda branca, chão, paredes, armários, tectos e utensílios, um raminho de jasmim aqui, um cesto de verga ali, um chapéu de palha acolá e, depois, vai-se a ver, e é submetida à tortura da cor?! Eh pah... sinceramente... cor?! Cor numa cozinha?! Será possível que ainda haja quem faça disto?! A sério...  olhem... isto dá-me os nervos! Estava eu tão calma e tranquila e, vendo bem, agora só me apetece atirar com a porcaria das panquecas pelos ares, pegar no rolo da massa e desatar a partir isto tudo!)









quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Antes tarde que nunca

Eu bem sei que foi difícil ultrapassar aquela barreira esponjosa que me afastava dos livros de Saramago, mas a verdade é que "O ensaio sobre a Cegueira" é um dos melhores livros que já li. Arriscaria até a dizer que está no meu top 5. O tempo que me duraram aquelas páginas estive dividida entre lê-las todas de seguida e em poupá-las para me durarem mais um bocadinho. E fico aqui a perguntar-me como é que se consegue enviar uma mensagem tão bonita dobrada dentro de um envelope tão feio e sujo. Mas depois percebi que sim, que faz todo o sentido, afinal não basta ver, é preciso ir mais além, abrir o envelope, e reparar.

E agora que o acabei e me sinto órfã de livro, estou quase capaz de ir buscar a Cutxi, para me vir aqui consolar e ser o meu cão das lágrimas.



terça-feira, 7 de outubro de 2014

Publicidade contraproducente

Se eu andasse de avião, que não ando, não ando desde aquela aterragem, uma vez, em Caracas, e não me venham cá dizer que há uns cursos muito bons, que sai de lá toda a gente a adorar enfiar-se naquelas máquinas voadoras do demo, que, na verdade, eu não quero deixar de ter medo, que aquilo de andar a esvoaçar pelos céus não é nada natural; mas, como ia dizendo, se eu andasse de avião, que não ando, não andava na Easy Jet. Que publicidade tão manhosa é esta que acabei de ver? Uma publicidade que se aproveita de umas notícias patéticas lançadas sobre a TAP, para se valorizar?! para dizer que sim, que é a companhia aérea mais pontual em Portugal. Se eu andasse de avião, que não ando, a partir de agora só andava de TAP. 

A sorte da Easy Jet é que eu não ando de avião.



E então, Palmier, hoje deu-te para quê?

Parem! Nãoooooooooo! Não olhem! Esperem! Não julguem que me deu para isto! Isto não é uma moda top que acabei de criar! Não estou neste estado lastimoso por vontade própria! Isto é tudo culpa de pequena Cutxi que,conforme podem comprovar, ainda traumatizada pela questão do Mano Linho, me está a atacar selvaticamente para, de vingança, me dar cabo da bainha!






segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Outros tempos - a irmã boa e a irmã má

Eram duas irmãs, diferentes em tudo, uma histriónica, exagerada e manipuladora, a tia Lili, e a outra, a minha avó, uma pessoa discreta, contida e recatada, saída directamente do antigamente. Sempre se deram muito mal, mas houve uma altura, já para o fim da vida, em que a coisa piorou substancialmente. Quando a tia Lili ia passar uma temporada a casa da minha avó, as coisas eram como eram, ou a sopa tinha muito sal e estava uma pilha, ou então estava uma lama, que, quando não tinha sal, não passava de uma lama, deixando a cozinheira desesperada, a vociferar e a bater com as panelas, lá dentro, na cozinha; ou estava muito calor e passava o dia de leque na mão a abanicar-se, ou estava um frio glaciar e a casa era um horror, praticamente um igloo, ou então a almofada não prestava e os lençóis eram ásperos, razão pela qual levava, amiúde, resmas de lençóis floridos de flanela, que oferecia a quem os quisesse e, sobretudo, a quem não os queria.
Mas o pior, o pior não era o bulício que causava em casa da minha avó, o pior era quando chegava a vez da minha avó passar uns dias em sua casa, e aí, a tia Lili, ciente de que detinha as rédeas do poder, fazia o possível e o impossível para transformar esses dias numa tortura. E tinha tudo preparado, o guião e o cenário. A casa estava pronta a acolher a sua querida irmã, com os quartos, simétricos, meticulosamente preparados, o seu próprio quarto, com uma cama enorme e confortável, colcha e cortinas leves e coloridas e quadros com paisagens verdejantes, já o da minha avó tinha uma cama minúscula, perfeita para um gnomo, colchão duríssimo, cortinas pesadas e escuras com um padrão tenebroso e, pelas paredes, quadros religiosos com santos e crucificações escuras e assustadoras. As casas-de-banho, também elas simétricas, comungavam do ambiente dos quartos: a da minha tia, luminosa, com azulejos cor-de-rosa, e a da minha avó uma catacumba de azulejos negros.
A manhã, nunca soube como a passavam, sei que saíam para almoçar, porque a tia Lili, tirando aquela vez que cozeu uma dezena de maçarocas de milho para eu comer, e que eu comi - foi aliás a primeira e última vez, porque depois daquele exagero nunca mais na vida consegui comer milho - não queria cozinhados em casa, que só o cheiro lhe causava agonia. Mas, como ia dizendo, saíam para a almoçar, sendo que a minha avó ia para esses almoços verdadeiramente contrariada, que não ficava nada bem a duas senhoras irem assim, sozinhas, pela rua fora, para um restaurante. Mas isso era um detalhe de somenos importância, já que a minha tia levava muito a sério a sua missão: a de chocar a sua irmã. Assim, e mal saíam a porta de casa, a tia Lili desatava a falar com todas as pessoas com que se cruzava, numa ânsia de se mostrar extremamente popular com os seus oitenta e cinco anos; falava com quem conhecia e com quem nunca tinha visto antes e, no restaurante, andava de mesa em mesa, rodopiante, esfuziante, com os seus óculos em forma de borboleta e lentes fundo de garrafa e a sua peruca enfiada até às sobrancelhas, peruca que era escolhida diariamente e em função da toillete. Assim como nós escolhemos as carteiras, a tia Lili escolhia a peruca. Tinha, aliás, uma divisão da casa destinada à exposição das perucas, aquilo a que nós, os dos blogues, chamaríamos, hoje em dia, o closet das perucas. A minha avó nem levantava os olhos do prato, as pulseiras das libras a chocalhar com o nervoso, horrorizada com aquelas confianças, "oh Lili, oh Lili, senta-te lá que o almoço está a arrefecer...", ah... mas a minha tia sabia bem disso, e por saber tão bem é que fazia pior! O pior que conseguia! Depois do almoço iam para casa, não sem antes falar com a senhora da farmácia, da ourivesaria e do supermercado, era importante que a minha avó percebesse como ela era aclamada por aquelas bandas. Uma verdadeira estrela. Uma vez chegadas, a tarde processava-se com requintes de sadismo, ali ficavam as duas na penumbra da sala, as luzes apagadas e a televisão, ou melhor, o televisor desligado, não se podia ligar nada porque a minha tia padecia dos olhos e não os podia gastar. Era mesmo assim que dizia: "não posso gastar os olhos!". Mas, em poupando os olhos da televisão e das luzes, podia aproveitar para os fixar noutra coisa qualquer... na roupa da minha avó, na pele, ai... que horror! Tens de usar um creme anti-rugas, como eu! E mostrava a sua pele à irmã, para que ela pudesse apreciar como estava bela e hidratada... e essas roupas?! Tens de parar de te vestir com essas cores escuras... ficam-te horrivelmente! Devias usar umas coisas mais alegres, assim como eu! E arrastava-a até aos seus armários repletos de fatiotas chiquíssimas de gosto duvidoso, as fatiotas produzidas pela Fernanda, a modista sem escrúpulos que se fazia pagar a peso de ouro. Fatiotas encarnadas, cor-de-rosa, azul turquesa e amarelo canário, flores, ramagens, riscas, brilhos e bolas, e a minha avó, que nunca ousou mais que um saia-casaco de cores sóbrias com um colar de pérolas rente ao pescoço, tremia só de olhar, "Então tu achas que eu vou vestir uma coisa dessas?", e a tia Lili abespinhava-se, o que queres dizer com isso "uma coisa dessas"? Isto é o que se usa em Paris! Em Paris! Para além disso, estás muito pálida! Tens de pôr um rouge! É por essas e por outras que eu vou fazer uma plástica! Para não ficar como tu! Vais fazer o quê? - dizia a minha avó horrorizada - Uma plástica?! Já marquei e tudo?! Tu não estás boa da cabeça! Então com essa idade - a tia Lili era mais velha, está bom de ver - vais fazer uma plástica?! O que é que tem a minha idade?! Agora estas operações fazem-se em todas as idades! E também vou marcar para ti, que ainda precisas mais do que eu! E a minha avó abanava a cabeça, a respiração entrecortada, "parece impossível, parece impossível" repetia incessantemente.
Assim se passavam dois, três, cinco dias, a tortura só acabava quando a íamos buscar, quando a minha avó, com a sensação de dever cumprido e com a cabeça esvaída, se sentava no carro, punha o cinto, agarrava com a mão direita aquela pega superior do tejadilho, respirava fundo e atirava pela janela, como uma estalada na cara, um aliviado:
- Fica com Deus!



(os quadros da decoração má estão agora aqui, ao meu lado... a assombrar-me :)