sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Também me apetece dizer mal!


Quem foi o idiota do Ministro, ou Secretário de Estado, ou Sub Secretário de Estado que, sentado na sua mesinha, à luz do seu candeeiro de latão doirado com abat-jour de veludo encarnado, arquitectou a anormalidade desta lei que taxa os sacos de plástico? 

E, reparem, eu percebo que se queira banir aqueles sacos de plástico nojentos da face da terra, a sério que sim, mas, meus queridos ratinhos das alcatifas dos Ministérios, as coisas não se fazem assim, ok? Eu sei que vocês, que se afanam em grandes pensamentos aí pelos Ministérios, não fazem a mais pálida ideia do que se passa nas empresas, mas não se aflijam, Palmier explica a sua dúvida:

Pois então, querido Ratinho, deixa que te diga que tenho aqui em stock quatrocentos mil sacos, desses nojentos que nem tu nem eu gostamos, quatrocentos mil sacos são o que nos resta de uma compra de um milhão, efectuada em Abril de 2014, quando nem tu, mas principalmente eu, meu querido Ratinho, sabíamos que esta lei veria a luz do dia a 31 de Dezembro. O meu milhão de sacos custou qualquer coisa como sete mil e quinhentos euros, ou seja 0,008 € por saco. Ora, o que tu estás a dizer é que eu, que comprei estes sacos por 0,008 quando não fazia a menor ideia que tu, meu caro rato, ias estar sentado a tua mesinha, à luz do candeeiro doirado com um abat-jour de veludo encarnado a ter estas ideias espectaculares, vou ter de te pagar ao Estado (porque é impraticável e uma afronta cobrar DEZ CÊNTIMOS aos nossos clientes por um saco plástico que vale 0,008) 10 cêntimos por cada saco que tenho em stock? Quer isso dizer que pelos quatrocentos mil sacos que me restam e que me custaram três mil euros, ainda vou ter de pagar ao Estado mais QUARENTA MIL? Quer isto dizer que a porra dos quatrocentos mil sacos, porque tu resolveste mudar as regras a meio do jogo, me vão custar QUARENTA E TRÊS MIL EUROS? É que, minha cara Ratazana de esgoto, por menos que isto eu tinha comprado uns sacos de papel lindos e espectaculares, percebes? Se eu soubesse as regras tinha feito outra opção! Capisce?


Se me dissesses que, sim senhora, ‘bora lá acabar com este flagelo do plástico; assim que se vos acabar o stock, as regras são diferentes (porque se isto é uma norma para o futuro, é um bocadinho indiferente que os sacos parem de circular a 15 de Fevereiro ou a 15 de Agosto, o importante é que num espaço de tempo razoável, parem de circular) eu, apesar de pagar mais pelos sacos de papel, até te acompanhava de bom grado, percebes? Assim? Assim só te mando à merda! 

(É que já era tempo do Estado tratar os cidadãos com algum respeito!)


72 comentários:

  1. Estou tão curiosa para ver como raio vai ser essa lei na prática.
    Então sou eu (vendedor de pão) que tenho de cobrar ao cliente e depois pagar ao estado (como no IVA) ou o senhor que me vende os sacos já vai cobrar os 0,10€?
    É uma bela ideia esta... de merda.

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    1. Um absurdo! Mais vale proibirem a comercialização dos sacos. É bastante mais simples...

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  2. São umas ratazanas nojentas.
    Andei anos a cobrar IVA por serviços de Apoio Domiciliário aos meus clientes, por causa de ratazanas iguais a essa, sem informações e completamente deficientes, quando os serviços de saúde na área do SAD são isentos de IVA e tornariam o serviço acessível a mais pessoas. Depois queriam que eu devolvesse o IVA que cobrei erradamente por causa deles, ao Estado!
    Querem lá saber das pessoas ou dos empresários.
    Cambada de anormais só te digo. Era despejar a sacaria toda à porta do gabinete e enfiar-lhe outro bem grande na tola.

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    1. Ainda estou a ponderar essa hipótese... vou lá oferecer-lhes os sacos! Eles que paguem a taxa, que eu não tenho culpa nenhuma....

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  3. Palmier...Se precisares de ajuda na gestão desses stocks...
    (É tão estúpido, mas tão estúpido...É uma completa hipocrisia)

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    1. Mas ajuda como?! Só por ter os sacos já estou a pagar (ou então cobrava-os aos clientes...)! Ninguém há-de querer os meus sacos, com o meu logotipo, não é? Nem eu vou conseguir gastar uma quantidade que foi pensada para ser gasta até Maio/Junho até 15 de Fevereiro! É que isto não é só estúpido, isto tem de ser inconstitucional!

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    2. Como as outras dos nossos governantes...

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  4. Assim de repente só reparei no header...nem consegui ler isso dos sacos prástico
    Até porque eu para poupar na cena dos sacos acabo sempre por trazer daqueles caríssimos que devem andar sempre connosco e ficam sempre em casa
    Susana

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    1. :))) (já é antigo :)

      Yap... ninguém anda com um saquinho atrás...

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    2. Ei. Eu ando. Tenho sempre uns dois do sweet drop ou ikea na mala do carro, e um de lona (da unicef, muito jeitosos) comigo.

      (monta negócio de sacos de lixo personalizados com logo: acho que os do lixo não são taxados, o que é hipócrita. havendo sacos de lixo biodegradáveis, deviam taxar os outros, mas não lhes vou dar mais ideias)

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    3. Lá está, tens no carro. Sabes que se fores ao PD e não quiseres comprar um saco, tens de levar o teu. Mas, daqui para a frente, e se não quiseres comprar sacos em todo o lado - restaurantes take-away, bombas de gasolina, padarias, etc. - vais ter de andar com os saquinhos não no carro, mas na carteira...

      Os sacos com maior gramagem, não são taxados (só os fininhos é que são). Li algures que, na Irlanda (acho que era na Irlanda, já não posso garantir) fizeram a mesma coisa. Resultado, contas feitas, ao fim de um ano, houve um desperdício de plástico muito maior. Diziam que a principal razão passava pelos sacos do lixo. As pessoas, como deixaram de ter acesso aos sacos fininhos, passaram a comprar sacos próprios para o lixo, muito mais pesados, portanto, originando um desperdício de plástico muito maior...)

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    4. Vivi na Irlanda 5 anos. Nunca ouvi referencia a isso (mas obviamente posso nao estar enganada). Ja em 2008 os sacos eram pagos, nao me recordo se 10 ou 20 centimos e a verdade e que andamos com um saquinho na mala,do material dos impermeaveis, tao fininho que se dobra e fica do tamanhoda palma da mao, espalmadito. Na irlanda, em muitas areas tem que se comprar o saco do lixo proprio da empresa que faz a recolha,logo nao se pode usar os do supermercado. A recolha so e feita 1x por semana, nao me parece que o lixo de uma semana caiba num saquinho de supermercado. Alem de que a amior parte dossacos do lixo ja eram ecologicos. Tb vivi em Malta e a politica era a mesma, pagos. Vivo em Londres e a politica e a mesma, pagos. Tirando num supermercado mais finesse que eles nao cobram, pagam eles mas pagamos nos os produtos ligeiramente mais caros. Volta a Europa em sacos do lixo :-D

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    5. :))))
      É possível que não tenha sido na Irlanda... li a notícia no meio de uma série de outras e já não consigo dizer com segurança a que país se referia. Sei que o resultado final não era grande coisa :)

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    6. Vivo em Londres e so o marks & spencer cobra (5p) mas a maioria das pessoas usa sacos de pano. A educacao ca comecou ha muito tempo :) o lixo e 1 vez por semana mas todos os dias se gasta 1 saco (o ambiente nao ganha nada com isso) ,os sacos para os restos da comida dados pela camara sao biodegradaveis e veem buscar a reciclagem a casa 1 vez por semana tambem. A diferenca e que aqui exigem mas 1o criam as condiccoes. Teem um otimo servico. Ja agora parabens pelo blog :D faz-me companhia,mata-me saudades do Portugues e tira-me umas valentes gargalhadas :D Beijinhos

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  5. Estamos todos de acordo em que o saco de plástico é poluente e deve ser evitado. Porém, expliquem-me: vou ter de comprar sacos de plástico para colocar o lixo doméstico (não me parece que saco de papel seja uma opção plausível)? Donde eu só posso imaginar que alguém no governo tem uma fábrica de sacos de plástico para o lixo que precisa de ser escoado

    (posso comprar-te sacos a 1 cent? Ainda fazias 0,2 cent em cada um...)

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    1. Sim, vais ter de comprar sacos para o lixo (também já ponderámos essa hipótese do tal familiar do tal governante... ou tem uma fábrica de sacos de plástico, ou uma de sacos de papel).

      Eu percebo a ideia - acabar com estes sacos fininhos por só ter uma utilização. Se bem que muita gente os utiliza para o lixo - mas a forma de a implementar escapa-me por completo. É um assalto à mão armada!

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    2. Ainda há bocado discutia aqui a mesma coisa: vamos ter de passar a comprar sacos de lixo. De resto, na holanda pagava 0,20€ por saco, pelo que me habituei a reutilizá-los.

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    3. Luna, na verdade acho que faz sentido dissuadir a utilização deste tipo de sacos, o PDoce fez isso e a coisa funciona sem problemas - todos sabemos que, se formos ao PD, ou levamos sacos, ou teremos de os comprar - só não concordo é que se mudem as regras a meio do jogo...

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    4. Um colega meu, que reutiliza os sacos de compras para o lixo, diz que quando for às compras compra um rolo de sacos do lixo e leva as compras dentro deles.

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    5. Por acaso não sabia que o PD já o fazia - não frequento - mas percebo a tua posição (e a de muitos comerciantes certamente na mesma posição). Mas que me lembre, isto só funcionava nos supermercados (com sacos de plástico maiores e mais grossos), a maioria das lojas não cobrava pelos sacos fininhos...

      (ainda quero ver o que vai fazer o supercor, onde punham aí dois itens por saco em média, tinha sempre que dizer para me encherem o saco)

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    6. Sim, só funcionava assim no PD, que quis moralizar aquele fartar de vilanagem com os sacos (deviam ter custos altíssimos), disfarçando a decisão como "política verde". As pessoas iam ao supermercado e sacavam um maço de sacos para o lixo sem sequer disfarçar... quanto ao Supercor, não sei, se calhar agora vão guardar-nos as coisas directamente no porta-bagagem... :))))

      (como assim não frequentas o PD?! Um take-away tão bom... :DDDDDDDDDDDD)

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    7. Oh pá, o PD fica-me fora de mão, até me senti discriminada nestes últimos tempos... Quanto ao supercor, isso é que era!

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  6. Entregues à macacada.
    Estamos entregues à macacada...
    Talvez uma amiba fosse melhor solução que estes engravatadinhos de Lisboa (por "de Lisboa", e para não ferir susceptibilidades, entenda-se o povo "trabalhador" / governativo que se passeia / desenvolve actividade pela capital), mas quem sou eu...

    (mas diz que à custa disto vamos pagar menos IRS. E isso é bom, não é?)

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    1. O pior é que são todos iguaizinhos...

      (pois, é capaz... mas é melhor ver para crer...)

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  7. E pá? Onde é que vou por as fraldas com cocó? O miúdo já começou a comer sopa. Aqueles sacos são muito úteis!

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    1. Então, já sabes, vai-te ficar a dez cêntimos o cocó! :DDDDDDDDD

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    2. Bolas, mais o preço das fraldas! Vou mas é meter o puto a fazer cócó à porta desses senhores!

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    3. Ahahahahahahahah ahahahahahahahah também pensei logo nisso... Para as fraldas com cocó são os ideais... (Manda cá para casa que nós damos-lhe avio...Reparto com a I*. :D)

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  8. Hum...será?
    http://economico.sapo.pt/noticias/governo-cria-mecanismo-para-regular-sacos-de-plastico-em-stock_210721.html

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    1. Não. Se reparares, diz que os comerciantes declaram a quantidade de sacos que têm em stock para, à posteriori, pagarem a respectiva contribuição...

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    2. Pois, bem me parecia ;) Leisinhas bem feitas...horas e horas de estudos e pareceres :))

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  9. claro, porque os EUA e a China estão muito preocupados com o clima e a nossa ajuda com os sacos será imprescindível. recordemos que há uns anos, no tempo desta senhora, um símio lembrou-se de alterar a mudança de hora para lhe ser mais conveniente voar para a europa civilizada. e recentemente uns lacraus lembraram-se de um desacordo ortográfico que mostra o nosso empenho em não sei bem o quê, os mesmos que se lembraram de uma coisa fantástica para as pequenas empresas da construção civil que se chamava inversão do sujeito passivo de iva. neste país já nem um macaco a PM e uma lontra a PR me surpreenderiam. provavelmente até correria com menos gatunagem desde que nao se falasse de bananas e sardinhas.

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    1. :DDDDDDDDDDDDD Parece que todos têm um preço... a única diferença é que, nesse caso, as contas seriam feitas a amendoins. :)

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  10. raios, e os sacos que compro para os presentes dos meus bichos? agora estou mesmo tramado...

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    1. É o que disse ali em cima. A partir de agora passa a dez cêntimos por presente! :D

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  11. Isto parece um plano caça-níqueis ( neste caso, 0,10€) ! Ele querem lá saber do ambiente. Fizeram foi as contas aos saquinhos que grandes superfícies e empresas têm em stock e acharam um maná.
    Isto em chovendo reclamações, como é ano de eleições e não se vê qualquer lógica na coisa...

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    1. Yap.

      (duvido... as contas já estão a contar com os stocks...)

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  12. Estas decisões disparatadas são ditadas pela falta de dinheiro nos cofres públicos. A ideia é aumentar a receita para pagar a despesa e a dívida pública. O desespero é tal que não há o mínimo de razoabilidade nestas decisões como é o caso que refere. E o problema é que, com estas medidas esquizofrénicas, estão a dar cabo do discurso ecologista. Confesso que já não há paciência para tanta hipocrisia.

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    1. A dar cabo do discurso ecologista e de qualquer confiança, por mais ténue que seja, que ainda possa existir nesta gente...

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  13. E os sacos para apanhar cócós de cão na rua também ser taxados? Passará a haver sacotráfico?

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  14. Palmier:

    A sua proposta é difícil de implementar. Verificar os stocks existentes de sacos de plástico custaria provavelmente mais do que a receita com os sacos. Não verificar os stocks levaria a um enorme aumento de stocks por forma a evitar o imposto, tornando a lei ineficaz.

    A sua proposta não é mais ou menos justa que a decisão do governo. A incerteza fiscal faz parte da vida em sociedade. Não faltam exemplos de mudanças fiscais desfavoráveis. Tal como não faltam casos de mudanças fiscais favoráveis.
    Pergunte aos reformados, funcionários públicos e restates trabalhadores por conta de outrém sobre a injustiça de lhes terem aumentado os impostos nos últimos anos quando já se tinham endividado tendo em conta um certo rendimento. Pergunte aos comerciantes sobre a injustiça de aumentarem o IVA e assim reduzirem a procura pelos seus produtos quando tinham comprado stock para satisfazer maior procura.

    Para o seu problema tem várias soluções. Pode vender os sacos a um qualquer país menos verde, ou a um comerciante que ache menos afrontoso cobrar 10 cêntimos por saco aos clientes. Pode cobrar aos seus clientes menos que 10 mas mais que 0 (um valor que não seja uma afronta). Pode aumentar o preço dos seus produtos em 1 ou 2 cêntimos ou o necessário para se ressarcir dos 10 cêntimos que terá que pagar ao Estado.
    Ou então pode resumungar...

    Como clarificação final, note que não estou a defender esta lei. Critico o seu resmungo mal pensado.

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    1. Ora bem, essa do difícil é, por si só, engraçada. Se tudo o que fosse difícil se resolvesse desta forma, estaríamos todos condenados...

      Hoje em dia os stocks (de tudo) têm de ser comunicados às Autoridade Tributária. Tal como os as transacções (mensalmente) das empresas. Assim sendo, a partir do momento que fosse feita uma nova compra de sacos (a compra e a venda têm de ser facturadas, logo comunicadas às finanças no final do mês), deixaria de ser possível ceder gratuitamente os ditos sacos. Não me parece assim tão difícil...

      Quanto à incerteza fiscal, há-de convir que não haverá assim tantos casos em que a aplicação de uma taxa se faça de forma retroactiva e se aplique a um negócio jurídico que já aconteceu (os sacos foram comprados em determinadas condições. Se soubéssemos que as condições se iam alterar não teríamos feto esta opção. Imagine que, em vez de quatrocentos mil, tínhamos em stock o tal milhão... tínhamos de pagar ao Estado cem mil euros de taxa... acha que alguma vez teríamos comprado os ditos sacos?). Aliás, nos exemplos que dá, há-de reparar que refere sempre situações que pessoas singulares e colectivas, são afectadas, mas para o futuro. Nunca para o passado. Imagino que, se o Estado agora viesse dizer que, como os automóveis são poluentes, cada um de nós teria de pagar uma taxa dez vezes o seu valor, o Anónimo também acharia muito bem, que fazia parte desse tal sistema de incerteza fiscal e que ninguém deveria abrir a boca para, como diz, resmungar.

      Para finalizar, deixe-me dizer-lhe que nenhuma das soluções que propõe solucionam o meu problema. Não posso vender os meus sacos porque a) preciso de ter sacos - caso contrário não os teria comprado. b) os meus sacos têm o logotipo da minha empresa, logo, presumo que não sirvam a mais ninguém. c) Posso cobrar aos clientes, mas não o quero fazer (se concordasse com essa solução o problema nem sequer se colocava) e também não quero aumentar os preços porque, assim que der um destino à porcaria dos sacos de plástico, tratarei de arranjar outra soluçar de transporte.

      O que queria, isso sim, é que o Estado partisse do pressuposto que está a lidar com pessoas de bem, em vez de tratar tudo quanto é cidadão e empresa como burlões. E, caro Anónimo, deixe que lhe diga que, sempre que sentir que sou tratada de forma indigna pelo Estado, aqui me terá a reclamar (o que é bem diferente de resmungar...).

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  15. Põe tudo dentro de um caixote e deixa à porta do Ministério das Finanças. (Podes incluir uma bombinha de mau cheiro, também...)

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  16. lindo, lindo, era todas as empresas do país com sacos em stock, os irem depositar à porta do ministério do ambiente no dia 15 de Fevereiro...

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  17. É cortar a asa aos sacos sem asas não são taxados. É anedótico. Só me apetece mudar de profissão não há paciência. Comunicação de inventários, taxa de sacos, obrigações fiscais idiotas... :(

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  18. Uma coisa eu não percebi: as empresas são obrigadas a taxar às pessoas os sacos ou podem (se quiserem) não os fazer pagar pelos mesmo?

    Eu acho bem que se façam medidas para baixar os níveis de poluição mas também convenhamos que há melhores formas de fazer leis.
    Cá por casa há muito tempo que levamos no carro sacos do IKEA com esses sacos de plástico finos lá dentro, assim quando vamos às compras temos sempre forma de organizar e trazer as compras para casa. Temos também alguns sacos de "lona" dos 0,50€ para levar.
    Mas quando os hipers oferecem sacos os mesmos não vão para o lixo. Caso se estraguem vão para a reciclagem, os outros ficam guardados num dispensador e são usados para vários fins.
    Acho que se passarmos para sacos de papel o ambiente vai ser tão ou mais afectado pois o papel não deixa de poluir, nem deixa de ter um grande impacto no ambiente...

    Claro que deveríamos ser incentivados a ter outras alternativas mas isto não é um incentivo, é banalizar a importância da ecologia a favor da receita do Estado.
    Deviam, no mínimo, permitir o escoamento total dos sacos e, numa próxima encomenda/compra começarem a aplicar a nova lei.

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    1. Sinceramente não sei. Debrucei-me sobre o problema que tenho neste momento em mãos e uma vez que, em princípio, vamos optar pelos sacos de papel, não sei se, de futuro, pode ser a empresa a liquidar a taxa, se têm de ser os clientes.

      De resto, concordo com tudo...

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  19. Ora bem, vou ser do contra. Desculpa Palmier mas como os meus estudos sao na area da sustentabilidade empresarial... Vamos dizer que é defeito de profissão.

    A lei, em si, pode não ser positiva para as empresas. é verdade. No entanto, as empresas tiveram mais que tempo de mudar os seus procedimentos organizacionais em relaçao aos sacos de plastico. Nao é uma novidade. Todos sabemos que os sacos sao poluentes, e que acabam nos oceanos. Ha diversas empresas que têm arranjado alternativas (por exemplo, ja surgiu na alemanha o primeiro supermercado sem "packaging" e sem sacos).

    Acho que as empresas sao um dos principais motores do desenvolvimento sustentavel e, se se mantiverem atentas ao desenvolvimento cientifico, ha maneiras de usar esse sacos em proveito da empresa (profits- nao sei como se diz em português).

    Se todos colaborarmos, empresas inclusive, pode ser que ainda possamos deixar aos nossos filhos e netos um mundo em que ainda possam respirar.

    Os sacos de plastico podem ser um começo para uma consciencia ecologica colectiva. Lembras-te dos CFC? As empresas que produziam produtos com CFC's tambem tiveram, de um dia para o outro, de deixar de o fazer. Ficarzam contentes? Nao. Tiveram custos? Sim. No entanto, o resultado é que hoje em dia, a camada de ozono foi protegida.

    Se te posso dar um concelho, é de tornares a tua empresa numa "vencedora" do desenvolvimento sustentavel (em inglês fica melhor). Vais ver que, o que perdes nos sacos de plastico ganhas em comunicaçao. Mais, segue as leis europeias de forma a estares a frente do teu tempo em termos de ecologia. :)

    Se quiseres uma dicas, posso ajudar. Pro Bono. :)

    Beijinhos!

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    1. Lia, estou de acordo contigo. Se reparares, digo em cima que, se a legislação fosse um bocadinho menos radical na sua forma de entrar em vigor, eu a acompanhava de bom grado. A única questão aqui é que os sacos já existem e vão inevitavelmente poluir o ambiente. A única diferença é que a empresa vai ter de pagar a dita taxa pela sua existência. Assim sendo, e uma vez que os ditos sacos já cá andam a poluir o ambiente há que anos, seria bastante mais razoável deixar escoar os stocks e, então sim, aplicar a dita taxa para desincentivar o uso dos ditos.

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    2. Palmier, e o possibilidade de transformar os sacos? Ha varios designers que os usam para criar diversos objectos (desde botas para a chuva a cabazes de compras). Uma parceria nesse sentido nao seria uma soluçao? Ainda por cima, como os sacos têm o vosso logo, ainda podia ser uma estratégia de marketing (no sentido de publicitar a parceria) por uma lado, e por outro, o produto transformado pode ser vendido.

      Essa transfomaçao, muitas vezes nao implica custos elevados. E, seja como for, ja vais ter um custo com a aplicaçao da lei, portanto vê esse custo como um "budget" para um novo investimento do qual a empresa vai sair a ganhar.

      o importante é mostrar que a tua empresa é a "best in class". E, pelo que tenho lido aqui, tenho a certeza que é essa a tua filosofia :).

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    3. :) A ver vamos... para já, e porque ainda não temos outra solução, precisamos dos sacos... (é que quem está a esfregar as mãos de contentes são as fábricas de sacos de papel... e os preços, upa, upa... daqui a uns anos vamos estar todos a chorar pelas árvores, que tanta falta nos fazem... puxa-se o cobertor para a cabeça, destapam-se os pés...)

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    4. Yep.
      Se bem que, no caso dos sacos de papel, tens a opçao de escolher papel certificado FSC de origem controlada e respeituosa (Essa palavra existe em português????) do meio ambiente.

      :)

      E agora vou continuar de escrever aminha tese sobre "sustainable management: the positive impact on companies" :)

      Como vês estou em pleno dentro do assunto... Faltam so 3000 palavras para acabar as 15000 palavras que farao de mim "master" no tema ;)

      (Ja deito isto pelos olhos...)

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  20. E viva a fiscalidade verde!!! Essa nobre forma de nos roubarem mais um pouco.
    E bem disse o Pedro aqui há uns tempos: "que se lixem as eleições"....nem este ano os roubos a quem paga abrandam...

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  21. Quanto mais a Lia Santiago falou no assunto menos isto me parece qualquer coisa que tenha a ver com a sustentabilidade.
    Sejamos francos: quantos portugueses fazem reciclagem? Portanto, vamos deixar de poluir por passar para os sacos de papel ou outra alternativa? Porque não estou a ver os portugueses em peso a aderirem à ideologia de andar com o saquinho atrás.
    Portanto, no que é o que ambiente ganha? Deixamos de poluir de um lado (aliás não deixamos porque as fábricas continuarão a fazer os mesmos sacos - ou parecidos - usando os mesmos quimicos e as mesmas fórmulas mas terão que adicionar gramagem ao saco para ele se tornar mais resistente e "valer" os 0,10€) e vamos passar a consumir mais recursos do outro lado (sacos de papel, lona, etc).
    No meio disso tudo onde fica o ambiente? Não fica. Certo?
    Porque o meio ambiente preserva-se ao não usar determinados produtos quimicos na indústria (comparar o uso de CFC a isto acho que é pobre pois os quimicos, as empresas, os sacos vão continuar a ser fabricados nas mesmas condições, provavelmente em quantidades similares logo os produtos excedentários serão os mesmos tal como a poluição) do outro lado temos outras empresas a beneficiar disto, empresas de sacos de papel ou outras opções. Com os sacos de papel perde-se um dos 3 R´s - a reutilização. As pessoas usam os sacos de plástico como sacos do lixo e para outros fins, com os sacos de papel esses fins serão muito menores pois os sacos de papel não podem ser molhados e são bem menos resistentes (quando não o são é porque são bem grossos = mais poluição).
    . E as pessoas passarão a reciclar esses sacos de papel? Provavelmente não, porque quem não recicla agora não vai reciclar depois só porque os sacos são de papel. Ou seja, mais uma fonte de desperdício e de poluição, quiçá pior do que a actual?
    Porque a questão vem de base, é uma falha educativa nossa, o nosso país, a nossa geração não foi educada para reciclar, pedir a alguns governantes que mantenham acessíveis os ecopontos é muitas vezes um suplicio. Os ecopontos são das primeiras coisas a serem cortadas e retiradas quando o dinheiro nas câmaras começa a escassear - isto é falta de cultura, de educação. Há quem tenha 30 anos e acredite que há pessoas a serem pagas para separar o lixo indiferenciado e engane-se quem pensar que são pessoas sem estudos, cultura ou conhecimento. Há falta de informação, falta de formação.

    No entanto, no caso desta lei acho que ela só foi apresentada como medida de sustentabilidade para que as pessoas a "engolissem" mais facilmente. Porque na realidade ela está cá para devolver a falta de receita do Estado.

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    1. Sim, também acho que é o saque às pessoas/empresas com a capa do verde... e o problema, lá está, é a falta de cultura base.

      E agora pergunto, onde raio andam os pilhões? Antigamente cada ecoponto tinha um pilhão, e agora não os encontro em lado nenhum...

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    2. Olà, Olà :).

      Ora, quando dei o exmplo dos CFC's era para mostrar que, quando a indusrtria é obrigada a tomar medidas, essas medidas tomam-se e têm efeitos praticos (neste caso no ambiente). Quando a conversa dos CFC's aconteceu, a industria no geral tambem achou que era uma ma opçao, que empresas iam fechar, que mimimimimim. No final, adoptaram as medidas necessarias e o mundo empresial nao conheceu o apocalipse previsto.

      Vamos claros, para beneficiar o ambiente, a unica opçao é nao consumir ou consumir localmente e o menos possivel. Qualquer outra opçao de consumo tem um impacto ambiental e um pegada ecologica.

      Creio, no entanto, que essa hipotese nao é a melhor para as empresas e para a sociedade em geral. Verdade?

      Se um dia as sociedades tiverem que limitar a produçao (e limitar o consumo) por motivos ambientais (como ja acontece em certas regioes da china) entao nesse caso é que as empresas vao ter um problema.

      Esta lei pode ter sido criada para ir buscar mais dinheiro as empresas. Mas, tambem vai ter um impacto ambiental benéfico. E, se as empresas começarem a educar os seus consumidores, entao pode ser que os nossos filhos ainda consigam respirar ;).

      Dizer que os portugueses nao vao aderir a uma ideologia é, para mim, uma imagem muito negativa. Mais, mesmo que nao adiram hoje, poderao aderir no futuro. Passa tudo pela educaçao das pessoas e sim, dos consumidores. As empresas e o marketing dos anos 70, 80 e 90 fizeram de cidadaos consumidores. Agora é a altura dessas mesmas empresas fazerem dos consumidores cidadaos responsaveis :).

      Tenho um filho de quatro anos. Preciso de acreditar que "a sociedade" no seu todo vai contribuir para que poluiçao seja reduzida.

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    3. Lia Santiago as coisas não são utópicas. Nós vivemos numa sociedade que é a nossa, o nosso problema é educativo. E estas leis provam-no bem. Há 1001 formas de obrigar a reduzir o consumo (e essas leis eu acho que seriam bem mais favoráveis). Mas o Estado não está preocupado com isso, senão não veríamos certos carros a saírem para o mercado com valores altos de poluição, não veríamos certos projectos a serem aprovados que vão ter impacto negativo no ambiente, etc.

      Não consigo ver onde é que esta lei vai reduzir o consumo - não vai. Nem a poluição. As pessoas não vão começar a fazer reciclagem dos sacos de papel porque há uma lei verde. Se fossem multados por não fazerem reciclagem aí acredito que as coisas mudassem de figura (e quem é que ia fiscalizar isso?).

      Nós não temos uma sociedade que tenha respeito pelo meio ambiente, as pessoas preferem carros potentes (sejam eles de 1994 ou de 2015) a ter um carro que seja favorável ao meio ambiente. E o nosso Estado não é melhor, senão veríamos o preço dos carros electricos, p.ex, a descer a pique (porque o Estado poderia taxar esses veículos com menos impostos, logo seriam bem mais baratos= mais acessíveis= mais vendas= menos poluição) mas os carros eléctricos são caríssimos e inacessíveis para a maioria da população portuguesa (não esquecendo que a média de ordenados em PT ronda os 700€ mas a mediana está bem abaixo disso). Só que nas questões dos carros e meios de transporte afins entramos no enorme lobby do petróleo e nesse não se toca, não é?
      Nós temos um mar maravilhoso para usarmos em energias renováveis... o Estado aproveita-o? Pois. Mais recentemente lembraram-se das eólicas... porquê só agora (10/15 anos, se tanto)?

      Esta lei não me parece que promova nada, absolutamente nada do que a Lia afirma porque simplesmente vai passar a haver mais poluição noutras vertentes, outros vão simplesmente pagar e continuar a dar o mesmo destino aos sacos. Quem ganha com isso? O Estado, não o ambiente.

      Quanto às crianças e ao futuro tem que passar pela sensibilização, pela formação, educação. Não para olharem para estes problemas como uma forma de ganhar dinheiro mas precisamente para preservarmos o meio-ambiente a longo prazo.
      E mais do que leis é preciso quem as faça cumprir pois não faltam fábricas que poluem imenso, que continuam a mandar desperdícios para os rios e afins sem que isso incomode ninguém, por muitas queixas que se façam elas "desaparecem" milagrosamente. É engraçado. Só que não.
      A formação é essencial mas era preciso que ela começasse a ser feita a quem nos governa porque eles não estão preocupados com o ambiente mas sim com o dinheiro e isso é bem visivel nesta lei, como noutras parecidas que supostamente promovem a sustentabilidade mas quando vemos o problema a fundo vai-se a ver e cria-se imenso desperdício noutras vertentes. Daqui a uns tempos iremos saber se esta medida ajudou a não poluir ou levou a que houvesse ainda mais poluição.

      Ps: E eu sou a favor de medidas que promovam o ambiente, a diminuição do consumo, o fim da poluição. Aliás eu sou a favor que se tire o petróleo de circulação e que passemos a investir muito a sério nos meios de transporte alternativos (utopias), da mesma forma que sou a favor da abolição do tabaco (utopia) e da proibição da utilização na industria de produtos que se saibam provocar cancro (utopia). Isto vai acontecer quando? Provavelmente nunca. No caso do petróleo, provavelmente, quando ele acabar.

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  22. Não tem que aplicar a taxa dos 0,10€ ao cliente nem pagar a taxa ao estado, uma vez que os sacos foram comprados antes do início da entrada em vigor da lei (1 de janeiro de 2015).

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    1. Está enganado... todos têm de pagar. Mesmo os que estão em stock e comprados antes da entrada em vigor da lei. Tem de fazer uma comunicação a declarar o número de sacos existentes e, sobre isso, o Estado aplica (e cobra) a taxa. Consultámos o escritório de advogados que nos dá apoio, para efeitos de interpretação da lei e foi-nos confirmado pela nossa associação do sector.

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