Ontem, Maman abriu o seu coração e fez-me confidências. Maman começou por referir, en passant, que Cánis já está bastante crescido, quase adulto, e que já levanta a pata para fazer xixi. “Pena é que levante a pata da frente e não a de trás”, disse-me ela com algum sofrimento na voz. Depois, já mais confiante, referiu que Cánis está ligeiramente descontrolado. Que, pela manhã, ao chamar o seu Cánis para com ele partilhar torradinhas com mel, Cánis, na ânsia de ajudar (e alimentando o sonho de se tornar num chef da moda) salta para cima da bancada da cozinha… e também salta para dentro do lava-loiça, para cima da mesa da sala de jantar e entra para dentro da máquina de lavar-loiça... Mas, pronto, isso são apenas coisas normais de um dia-a-dia na casa de Maman. Na verdade, toda esta conversa serviu apenas como prelúdio para o “verdadeiro” assunto que queria abordar. O problema sobre o qual nos vamos debruçar, tem outra natureza. Lembram-se DISTO? Pois… Cánis tem um fetiche com os roupões de Maman. Sim! Esta é a verdade, nua e crua! Mal avista Maman, Cánis agarra-se a uma das mangas do seu roupão, imobilizando-lhe uma das mãos e impedindo-a, assim, de lutar. Como Cánis é um Hércules da Natureza, Maman, com medo de ser derrubada, precavém-se de imediato e, com uma estratégia vencedora, joga-se ao chão. Sim... perceberam bem... Maman atira-se propositadamente ao chão. Maman faz um afundanço! E Cánis... Cánis arrasta a minha pobre Maman pela casa fora. Pratica com a minha Maman uma espécie de ski aquático, sem a parte dos skis e sem a parte do aquático. Leva a minha Maman de rojo por ali fora e só pára quando a manga do roupão de Maman se rasga pelo ombro e ele consegue, assim, o seu troféu. Maman fica reduzida a um Flintstone esfarrapado. Ou, se preferirem, a um Zezé Camarinha de manga à cava. E isto, pessoas, para além de pôr em risco a integridade física da minha Maman, é coisa para a levar à ruína! Maman tem adquirido uma média de um roupão por… dia. O senhor da loja dos roupões adora a minha Maman. É uma cliente especial, segundo as suas próprias palavras. É conhecida na localidade como a senhora dos roupões descartáveis. E, mesmo dentro da sua própria casa, Maman é olhada com desconfiança pela sua própria empregada que suspeita que Maman pratica rituais satânicos com roupões. E que, olhando com angústia para os farrapos, profere estranhas frases em algarvio (ãh sôdôutôrã m'á q'jêtos andar a dár cabe désts roupôns que serém tã línds?!) que Maman receia serem trechos de rezas para um eficaz exorcismo…
Ahahahahahahahahah
ResponderEliminarDisto é que eu gosto Palmier!
Histórias de Maman e isso, é que são irresistiveis!
As vossas aventuras são simplesmente deliciosas.
ResponderEliminarQue bom que o bom humor impera no vossa família!
Sexinho és uma filha abençoada, sempre feliz com as desventuras de Maman...
ResponderEliminarMaman!
EliminarMil perdões!
Eu adoro-a Maman, e nunca me regozijaria com os seu males!
Elogiava apenas a capacidade de contar estórias da mana Palmier!
Estava agora mesmo a meio de um e-mail para o Encantador de Cães, pedindo-lhe, encarecidamente (já lhe disse que pago o que for preciso) que venha asinha pôr na ordem esse cão estouvado, que tanta canseira (e despesa) lhe dá!
TCHARAN!!!
EliminarAcabo de contratar um polícia para dar treino individual ao Canis.
Palmier ainda há-de contar como o Canis dança em pontas o "Lago dos Cisnes"
Ó pá!! Estou farta de me rir!!! Adoro as tuas histórias e respectivas descrições! :D
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