Agora a sério… será que sou um velho do Restelo?

Sou só eu que acho estas festas de crianças de dois, três e quatro anos, com um tema que implica que uma equipa de profissionais altamente especializados se afanem a redecorar toda uma casa, com convites de design, cheias de lollypops, cakepops, cupcakes, estrelas, garrafas de vidro com palhinhas às risquinhas, purpurinas, balões e goody-bags personalizados, um verdadeiro atentado ao bom senso? É que... oh pah... oh pah... preciso mesmo de saber se sou só eu que sempre que vejo aquelas fotografias de bolos matchy-matchy até ao enjoo, fico chocada com o exagero. Para quê?! Para que raio serve aquilo tudo? E fico aqui a pensar… quando estas crianças fizerem dezoito (ou até mesmo dez) anos, como… como (?!) é que vão ser as festas?

É que eu lembro-me bem que, quando era pequena, o que menos me interessava numa festa, era mesmo o lanche… e o extraordinário é que, mesmo com aqueles bolos cobertos de doce de ovos amarelo fluorescente a dizer “parabéns” as festas eram mesmo fixes. A mim bastava-me ter um pau na mão, qual espada, e gritar "venham todos atrás de mim!". Tirando aquela vez em que a Ana resolveu desafiar a minha autoridade de aniversariante, pegando também ela num pau, e me dividiu a festa ao meio, correu sempre tudo muito bem.


(e deu-se mesmo o caso de termos sobrevivido sem traumas)