segunda-feira, 23 de junho de 2014

Pois a mim, estas insinuações que ficam a pairar sobre as empresas incomodam-me sobremaneira

É que, ao dizer-se que as empresas obrigam as mulheres a assinar declarações através das quais se comprometem a não engravidar, estamos, como sempre, a deixar estas insinuações pairar sobre todas as empresas, a deixá-las pairar sobre o "patrão", esse ser vil e ganancioso que é movido apenas pelo lucro, esse fora-da-lei que está disposto a triturar os trabalhadores na velocidade 10 da Bimby se, de seguida, os puder vender em bocadinhos e com isso ganhar alguma coisa; incomoda-me esta visão dicotómica "patrão"/empregado, como se estivéssemos no início da Revolução Industrial e os direito e deveres de ambas as partes não estivessem amplamente regulados; incomoda-me que, em Portugal, se continue a olhar para os "patrões", como uns sanguessugas que se distraem a sugar a energia dos trabalhadores indefesos e encurralados num canto escuro e bolorento; Incomoda-me que, em caso de litígio, mesmo que o "patrão", esse ser maquiavélico, esteja coberto de razão, seja aconselhado a fazer um acordo, porque os Tribunais de Trabalho, já se sabe, são uma roleta russa, que o ónus da prova está invertido e o "patrão" é automaticamente considerado culpado até prova em contrário.  Acho, aliás, que este preconceito que recai sobre as empresas e os "patrões", um preconceito que ficou fossilizado noutros tempos, nos atrasa enquanto país. Os "patrões", como pessoas que são, terão seguramente falhas, haverá uns melhores e mais esclarecidos e haverá uns piores. Se há "patrões" que não dão valor a ninguém? Há! Claro que sim. Há péssimos "patrões" da mesma forma que há péssimos empregados, mas, para além de, para essas situações, existirem leis e tribunais que protegem os trabalhadores do jugo do "patrão" tirano, a questão que se coloca é: Serão todos assim? Será que a maioria dos patrões são assim? Será que a maioria dos patrões põem na rua uma mulher, simplesmente por que esta engravidou? E eu, que sou apenas eu, estou em crer que não. É que não é preciso ser muito versado nestas questões do Direito, para perceber que uma declaração como a referida acima, é nula e, como tal, tida como não escrita, e um "patrão" que não tenha essa noção, não terá, seguramente, as ferramentas necessárias para ter sucesso nos seus negócios. É que as empresas fazem-se das pessoas que lá trabalham e qualquer empresário que não saiba isso estará, inevitavelmente, condenado ao fracasso.
É que, para mim, este tipo de afirmações são uma espécie de IVA que recai injustamente sobre todos, e soam-me mais ou menos como a decisão de subir impostos, em vez de se fiscalizar os prevaricadores.


(E sim, eu sei que é impopular defender as empresas, esse cocó do capitalismo...)


123 comentários:

  1. muito bem dito, Palmier. Coberta de razão.
    http://contosimprevistos.blogspot.com/

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  2. Bom post, concordo contigo. (ahahahahahahahhah)

    Agora a sério, as generalizações têm esse - e outros - problemas.
    Se houver estatísticas e estas forem consultadas será fácil constatar que os despedimentos motivados por uma gravidez são uma minoria em Portugal. Da mesma forma que não é lícito despedir uma mulher só porque está grávida, também não há nada na lei que obrigue uma empresa a renovar um contrato a termo certo que teve origem, por exemplo, num acréscimo excepcional e temporário de necessidade de mão de obra que entretanto deixou de existir, só porque a mulher está grávida ou foi mãe há pouco tempo. Claro que tem mais impacto dizer que não renovaram o contrato à senhora porque estava grávida ou foi mãe há pouco tempo.

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    1. :))))))))

      (aliás, se não for bem evidente que a razão que levou à não-renovação do contrato foi essa, serão favas contadas para a trabalhadora...)

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    2. Eu já tive um processo na Inspecção Geral do Trabalho por uma situação assim. Era uma péssima funcionária que tinha herdado e que, curiosamente, estava já em período de licença quando chegou ao fim o contrato. Não renovei por ser de facto um péssimo elemento e muito longe de ser cumpridora. Tive de me justificar até às cuecas e fui julgada e muito criticada. Em nada tinha a ver com a situação da criança, nada! A sensação com que fiquei foi de que a existência da criança estava a ser usada para outros fins. E esses fins é que são assustadores. Existirem mulheres que têm filhos por outros motivos que em nada têm a ver com os prazeres da maternidade.

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    3. Yap... é muito difícil despedir uma trabalhadora grávida... seja ela boa ou má...

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    4. Outra versão é, por exemplo, uma mulher que teve 4 vezes o contrato renovado (6 meses), somente uma vez com 2 semanas de intervalo e quando informou a empresa que estaria grávida foi de imediato informada que não teria o contrato renovado.

      Coincidências engraçadas...

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    5. Anónimo das 15:46, não percebi muito bem a parte das quatro renovações, mas a questão que coloco é outra:

      Imagine que é administrador de uma empresa, se contrata alguém é suposto que o faça por mais que mero altruismo ou vontade de pagar um salário, se o faz é porque efectivamente há trabalho que precisa de ser feito.

      Suponha, por exemplo que tem uma fábrica de caixotes e tem uma encomenda de 50.000 com data fixa de entrega.
      Acha justo que o empregador faça uma contratação para um lugar que precisa de ser preenchido sabendo que daí a uns tempos o lugar vai ficar vazio (com a ausência da trabalhadora) e o trabalho fica por fazer?
      Parece-me legítimo que o administrador prefira colocar naquele posto de trabalho um trabalhador que efectivamente faça o trabalho, do que uma pessoa que se vai ausentar, deixando o trabalho por fazer. Porque é da entrega a tempo e horas da tal encomenda que depende o pagamento dos salários e restantes obrigações...

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    6. Espero que essa trabalhadora, cujo contrato não foi renovado por se encontrar grávida, tenha recorrido ao tribunal...

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    7. Eu entendo anónimo das 14.37h simplesmente a pessoa SÓ não teve contrato renovado porque estava grávida. O que diz isso às pessoas em Portugal? Que não podem ter filhos. Por muito competentes que sejam.

      Não Palmier a pessoa foi convencida que nada poderia fazer, até porque quando informou a empresa não foi por escrito, não há provas. Ela agiu de boa fé e só se lixou. Tivesse ela escondido a gravidez e deixado o contrato ser renovado já não teria problemas. É o problema de se ser honesto em Portugal.

      A questão das 2 semanas foi assim pois a empresa, se tornasse a fazer renovação de contrato teria que a colocar como efectiva e não queriam.

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    8. Não estou a perceber... foi convencida que nada podia fazer, por quem? É que, se estava grávida, há-de ter um médico a atestar a gravidez e a determinar o tempo de gestação. Nem todas as provas têm de estar por escrito...

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    9. De qualquer forma, não nego em momento algum que existem "patrões" sem ponta por onde se lhes pegue...

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    10. Palmier, ela tinha um contrato com termo certo. Não renovaram e é um direito do trabalhador. Iriam dizer que se deu a coincidência de não precisarem mais daquela funcionária aquando da notícia da gravidez. Além de que a situação da prova é relevante. O médico pode atestar desde quando a pessoa estava grávida mas não o momento em que o deu a conhecer à entidade patronal. É uma situação muito complicada, devido à fragilidade do vínculo.

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    11. Não basta dizer que foi apenas uma coincidência... é preciso provar que, de facto, não precisavam mais dela.

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  3. Algumas empresas não despedem as empregadoras porque estas engravidam, mas não lhes renovam o contrato, o que vai dar ao mesmo. É bom que se denunciem situações destas.

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    1. Totalmente de acordo! Mas, se a não-renovação tiver como base a gravidez, muito dificilmente a entidade empregadora se safará da reintegração/indemnização...

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    2. É preciso que as pessoas não tenham medo e que saibam mexer nos meandros da lei. Coisa rara nos mais desfavorecidos (a quem mais acontece).

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    3. O que é complicado é fazer as pessoas perceberem que a não renovação teve outros motivos como fundamento. um contrato a termo é um contrato a termo, tem um fim previsto, seja ele certo ou incerto no tempo, e é celebrado com base em fundamentos muito específicos. Como tal, é necessário perceber que a regra, se lhe quisermos chamar assim, é da não renovação e que a renovação e eventual passagem ao quadro fixo de trabalhadores é a excepção. Por vezes dá-se a infeliz coincidência de, na data prevista para o termo do contrato, a trabalhadora estar grávida ou ter sido mãe há pouco tempo, mas isso não quer dizer que tenha sido esse o motivo da não renovação.

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    4. Anónimo... engano seu. Da experiência que tenho, estão bastante bem informados e sabem a quem recorrer.

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    5. É verdade sim, hoje em dia todos os tarbalhadores estão informados sobre os seus direitos e como podem fazê-los valer. Uma minoria está mal informada, também é verdade, mas porque pensam que a lei lhes confere direitos que efectivamente não têm (mas quando procuram essa informação ela é-lhes prestada).

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    6. Os trabalhadores estão fartos de ser lixados e cada vez mais preocupados em perceber que direitos têm, porque não querem ser enganos. Por isso estão cada vez mais informados. E, às vezes, calam-se mas não é por desconhecimento - é por medo de perder o trabalho.

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  4. *queria dizer "trabalhadoras"... dá-me o devido desconto, ainda só bebi um café :)

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  5. Desculpa lá, mas há muitos e muitos patrões que são o inferno! Até o Estado o é, e enquanto o for... Agora, não tens que te incluir, nem te sentir incluída.

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    1. Claro que há! Da mesma forma que há trabalhadores que o são... o que me incomoda é este sentimento que há relativamente à entidade "patrão". Aliás, só a palavra "patrão" dá arrepios na espinha, certo? Tal é a sua conotação...

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  6. Eu não sou patrão. O seu texto diz tudo e mais alguma cosa. Há bons patrões e patrões de m*rda. Há bons trabalhadores( poucos, mas há) e trabalhadores que vão para o emprego todos os dias ( ou quase). Dos meu quase 40 anos de trabalho com fases melhores e piores, constatei que os trabalhadores têm TODOS eles direitos, mas quanto a deveres a coisa já pia mais fino.
    Não conheço empresas contraceptivas.

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    1. Yap! Venha a mim o meu direito, vade retro o meu dever! :DDDDDDDDDDDDDD

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    2. Absolutamente Maria e Palmier, e todo o mal começa aqui!

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  7. O melhor post que já li sobre este assunto. Já agora: dizem que há empresas que fazem isto e aqueloutro e eu que li tudo sobre o que se escreveu sobre este assunto em nenhum lugar vi o nome das ditas. É chato!!!

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  8. Cara Palmier. Obviamente que a generalização cai sempre mal em todos os casos, e que há imensas empresas maravilhosas, com políticas delicodoces, amigas do colaborador, que até fazem a reciclagem das fraldas dos bebés das suas funcionárias, mas, infelizmente, o que mais se vê (isto em ambiente multinacional vê-se pouco) é a pressão escondida, rumores absurdos nos gabinetes, contratos defeitos à chegada da nova mamã, gente na rua com os agora 2 bebés, casos e mais casos no tribunal de trabalho de miúdas grávidas despedidas, and so one. Obviamente que num universo de 1000 empresas, não são as 1000 empresas que o fazem, mas se te disser que 10% são promissoras anti-baby-boom e 7% levam mesmo isso a cabo, é se calhar lançar um número ridículo para aquilo que é a realidade. E olha que eu já fui empresária 8 anos de seguida, e sei bem como é que elas me mordiam, sempre que uma enfermeira tinha de se ausentar 6 ou mais meses. Eu própria quando arranjei um emprego, a primeira coisa que me perguntaram foi se tinha filhos. Só depois me fizeram a entrevista.

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    1. Uva, é evidente que esses casos existem mas eu estou crente que não são a maioria. E digo-te que os tribunais funcionam muitíssimo bem nesses casos...

      (agora, também te digo que existem situações - e atenção que não estou a dizer que são todos, longe disso - em que a alegação de que determinada pessoa foi despedida por ter dois, três ou cinco filhos, esconde muitas outras razões por detrás)

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  9. Mais ou menos, mais ou menos. Tudo o que dizes é verdade, claro que o trabalhador está protegido, aliás, até está protegido em demasia, é uma complicação despedir alguém por incompetência e o resultado é que não há empresa que não tenha a sua quota parte de calões.
    Mas também é verdade que é muito complicado conjugar uma carreira profissional de topo com a maternidade e acompanhamento dos filhos. A menos que se entenda que acompanhamento é chegar a casa às nove horas e beijá-los antes de irem para a cama, ou já estando na cama, em sendo mais novinhos. Mas isto acaba por ser válido para ambos os sexos, não apenas para as mulheres. Há uma enorme falta de incentivo à maternidade / paternidade, em Portugal.

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    1. Picante... aí diria que é uma questão de opção e, infelizmente, de tradição lusa... é que acho que, quando falamos nas/nos ditas/ditos profissionais de topo, está quase instituído que é necessário ficar a trabalhar até às dez da noite... uma estupidez, se queres que te diga...

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    2. No meu local de trabalho nenhuma mãe, pai, avó, seja o que for, falta à festa na escola da criança nem às reuniões com os professores. Faltamos se a criança estiver doente ou se precisar de ir ao médico. Ou se precisarmos de tratar de assuntos pessoais. Porque vestimos a camisola e se for preciso trabalhar até às dez da noite, fazemo-lo de boa vontade.
      Gosto muito do meu trabalho, mas não abdico da minha vida familiar.
      Trabalhadores e patrões com boas relações tornam as empresas mais bem sucedidas.

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    3. Entre reuniões até às oito da noite, viagens ao exterior e jantares elegantes, uma pessoa acaba por não conseguir educar as crianças, que ficam com os avós ou empregadas. É uma questão de opção, sim. E nem é difícil optar.

      (e sim, esse culto do trabalhar até tarde porque as reuniões se arrastam, à conta de graçolas e intervalos desnecessários, porque os almoços duram duas horas ou porque os cafés são vários e sempre se dá três dedos de conversa, dá cabo de mim... já para não falar do tarde que se chega, o transito hoje estava insuportável...)

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    4. Vera, falo do dia a dia, não de uma consulta de pediatria uma ou duas vezes ao ano.
      E mesmo essas festas e consultas estão em causa quando, coincidem com uma viagem ao exterior, ou quando há uma reunião de crise. Há determinados lugares que não são facilmente conciliáveis.

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    5. Sim, Picante. Concordo em absoluto. É preciso fazer escolhas.

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    6. Eu nunca fui uma mãe muito presente. Via as minhas filhas 3 ou 4 horas por dia em dias bons, de vez em quando um dia inteiro nos dias de folga e no meu mês de férias. Trabalhar tem destas coisas e ou podes largar tudo e ser mãe, ou tentas ser a melhor mãe que puderes. Apesar de tudo, penso que não me saí mal. E não foi fácil. As leis eram diferentes e complicadas. Por exemplo , só tive 3 meses de baixa de parto, tinha que consertar as idas ao médico com as minhas folgas, não podia largar o serviço para levar ou ir buscar filhos ao infantário, nem tinha flexibilidade de horário por ter crianças pequenas... Quem tem filhos pequenos agora, está ao abrigo duma legislação formidável que apoia a maternidade/paternidade , mas acredito que infelizmente 80% das pessoas não valoriza o bem que tem.

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    7. Onde anda essa legislação formidável? Nas mães e pais que trabalham a recibos verdes? Nos subsídios de maternidade pagos a 80%? Na retirada dos abonos de família?

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    8. Milhares de pessoas trabalham a recibos verdes, mães, pais, tios, primos, amigos, conhecidos... o subsídio de maternidade nunca foi realmente pago a 100% e os abonos de família antigamente só eram vantajosos para quem tinha muitos filhos.
      Vejamos por exemplo, a amamentação. Mesmo quem não amamenta pode usufruir.. é mau ?
      Basta avisar que se tem consulta e trazer posteriormente comprovativo da mesma... é mau?
      A realidade do País que retirou dinheiro a pensões de sobrevivência, retirou também a totalidade dos subsídios de maternidade/paternidade, mas convém lembrar que se estivéssemos a trabalhar, os impostos levariam seguramente uma fatia ainda maior.
      Concordo com o abono de família. Como incentivo à natalidade, só pode ser anedota.

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    9. Maria, o que lhe posso afiançar é que, na minha empresa, se eu dissesse que iria sair às cinco da tarde para amamentar, desataria tudo a rir à gargalhada, a pensar que era uma das minhas piadas. E por lá ninguém é despedido por engravidar, as baixas são respeitadas e tudo e tudo. Mas, do mesmo modo que se espera que eu tenha o telemóvel ligado em férias, ou que as interrompa em caso de urgência, também se espera que esteja disponível durante a licença de maternidade, caso seja necessário. E eu estou, obviamente que tenho de estar.
      E ver os filhos quatro horas por dia é bom. Muito melhor que vê-los cinco minutos, antes de os mandar para a cama.

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    10. O problema M D Roque é que a legislação existe sim mas as pessoas que a queiram aproveitar são despedidas em 3 tempos. Se alguém exigir os seus direitos, se quiser aproveitar deles fica de imediato avisado que, quando o contrato chegar ao fim, vai para o olho da rua.

      Não é um caso ou 2 mas sim imensos. O meu marido é só um exemplo de quem não gozou os 20 dias que teria direito porque sabia que se o fizesse, no final do contrato, não o teria renovado.
      É politica da empresa.

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    11. É mesmo essa a minha questão: a lei existe (e a que existe mesmo que fosse seguida à risca é, a meu ver, insuficiente), mas os trabalhadores sabem que exigindo certos direitos correm o risco de serem "dispensados" ou não verem os seus contratos renovados.

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    12. É por isso que quando se fala em EmpresaS, convém não generalizar. Toda a minha família trabalha e usufruem da legislação que existe, condicionantes de contrato, alguns em empresas do estado, mas a maioria em particulares.

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    13. Por acaso, os únicos que conheço que realmente usufruem das leis são trabalhadores do estado. Os restantes não podem usufruir porque sabem que, por politica das empresas, se o fizerem serão despedidos.
      Estou a falar de todas as empresas que conheço, de todas onde trabalham familiares, conhecidos e amigos. Só conheço um patrão, com empresa privada, que anda dentro da lei. Se conhecem vários ainda bem... eu gostava de ter essa experiência mas não tenho pois tirando esse senhor e quem conheço como trabalhador do estado mais ninguém pode usufruir de quaisquer regalias sem depois ter as "malas à porta" - outro exemplo disso são os trabalhadores-estudantes - quem quer esse estatuto, se não estiver efectivo, fica desempregado em 3 tempos.

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    14. Eu conheço várias empresas privadas que cumprem a lei... é só o que posso dizer...
      (o que não quer dizer que haja outras que o não façam...)

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  10. Eu que sou patroa, quando vejo o patronato ser colocado neste saco de gente vil só me ocorre uma coisa:
    Morte aos partões!
    Acabe-se com esses seres FDP que criam postos de trabalho. E pagam ordenados, os porcos.

    (desculpe os termos Palmier, mas isto deixa-me fora de mim)

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    1. :)))))

      Yap... é um sentimento quase incompreensível :))) o"patrão" esse mostrengo do fim do mar :DDDDDDD

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    2. Há patrões e patrões. Cada caso é um caso e todos conhecemos situações em que, para quem está de fora, é bem mais fácil opinar que concretizar. Cabaram-se os chamados "empregos para vida", tudo é incerto e as pessoas andam completamente aterrorizadas. O clima de insegurança e pressão é real. Informar a entidade patronal de coisas tão naturais como um gravidez, uma consulta médica, o acompanhamento de um filho para o que quer que seja, até a morte de um ente próximo é cada vez mais difícil! Fica implícito que é uma "maçada", um incómodo para todos...mesmo que acenemos com os direitos e leis que, supostamente, nos protegem, ninguém quer criar conflitos ou antipatias. Não devem ser poucos os que recebem como resposta: Se quer, quer. Se não quiser há mais quem queira e a porta da rua é a serventia da casa....Há patrões e patrões é certo mas vivemos num clima de terror. Perdemos o trabalho/emprego e depois? Como tantos que conhecemos que não conseguem voltar ao mercado de trabalho e vêm o subsídio de emprego terminar...também há trabalhadores e trabalhadores. Paga o justo pelo pagador, não tenho dúvidas...

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    3. ASS, é evidente que, se um trabalhador entra numa empresa e, dia sim, dia não, tem um contratempo que não lhe permite ir trabalhar, o seu chefe e/ou patrão, hão-de ficar atentos. É que a ausência causa, de facto, incómodos, é necessário refazer horários, redistribuir tarefas, mudar pessoas de secção, etc., etc, mas, digo-te, se um trabalhador for mesmo bom e responsável, há poucos "patrões" que o dispensem com essa displicência... o problema é que, muitas vezes, as pessoas têm dificuldade em fazer uma análise da sua prestação de forma imparcial. Achamos muitas vezes que somos os melhores do mundo e, vai-se a ver, não somos. Portanto, quando a dispensa aparece, ficamos muitas vezes surpreendidos...

      (claro que há excepções... e há "patrões" suficientemente estúpidos para se verem livres de excelentes trabalhadores...)

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    4. Deixei o registo brincalhão por breves momentos. Há temas que me tocam particularmente como o flagelo das precárias condições de trabalho ou mesmo o desemprego. (Empolguei-me de tal forma que nem foram verificados os erros ortográficos) Em situações de despedimento colectivo há um sem número de questões que se levantam: como se escolhe quem sai ou permanece? ... tenho assistido a injustiças inexplicáveis. Há sempre excepções mas também um grande aproveitamento e a palavra "crise" surge facilmente para justificar o injustificável. Por outro lado, há patrões com a corda no pescoço, estrangulados de impostos, sem meios para continuar a suportar a exigência fiscal, entre tantas outras despesas. Conheço quem até deseje poder aumentar ordenados e não o faça, por ser incomportável.

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    5. Tenho para mim que, em empresas maiores, muitas vezes multinacionais, em que não há qualquer relação entre quem despede e quem é despedido, em que as pessoas são apenas um número,os despedimentos colectivos são feitos na boa, sem qualquer preocupação pelo "lado de lá", mas, nas médias e pequenas empresas, estou em crer que, na maioria das vezes, não se faz um despedimento colectivo sem uma boa dose de angustia por detrás... quando se chega a essa fase, é, muitas vezes, porque a viabilidade da empresa está posta em causa...

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  11. As generalizações são sempre perigosas, digam elas respeito aos patrões, aos trabalhadores, ou a uma determinada classe profissional.
    Na minha profissão ( advogada, uma das profissões mais mal vista que existe) já conheci bons patrões, maus patrões , bons trabalhadores e maus trabalhadores.

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    1. O que me incomoda é este sentimento que dura, e dura, e dura... e que quase nos faz lavar a língua só por proferir a palavra "patrão", quase como se fosse a origem de todos os males.. é um sentimento estupidamente anacrónico....

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    2. Palmier, emprega-me para eu ter mais filhos :)

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  12. Estou tão, mas tão de acordo. Cansa-me a visão do coitadinho do empregado e do porco capitalista do patrão mas a verdade é que a grande maioria dos empregados se dada a oportunidade não gostaria de ser patrão.

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    1. Se calhar também se podia escrever sobre o difícil que é ser "patrão" nos dias que correm... :)

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    2. Exato. É que mesmo não sendo eu patroa sei bem que não é fácil e sou daquelas que dizia que "não, ser patroa não é para mim"

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  13. Garanto que infelizmente são a maioria.
    E passei por uma situação daquelas que julgava só acontecer a operárias semi-analfabetas ou empregadas domésticas exploradas, numa multinacional daquelas que gasta imensoooo dinheiro em políticas de CSR, festas para a família, acções de team building, figura nas melhores empresas para trabalhar and so on...
    Com direito a queixa na CITE.
    E a partir dos 27 anos, rara é a entrevista a que uma mulher licenciada vá e que não perguntem se tem filhos ou pretende vir a ter nos próximos 5 anos.
    E se tiverem crianças em idade "perigosa" em que adoecem com regularidade, então é uma maravilha..escrevem logo no CV em letras garrafais, filho de 2 anos.
    E isto em processos de selecção nas empresas de head hunting.
    É este o retrato mais fiel do país em Lisboa.

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    1. Garanto que, se essas empresas estão a deixar de fora as mulheres entre os 25 e os 35 anos, são mesmo elas (as empresas) que estão a perder... toda a gente sabe que as mulheres são, na generalidade e ressalvando as excepções, muito mais responsáveis e conscienciosas... e, da experiência que tenho, estou mesmo convicta disto :)

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  14. Vera

    Gostaria de lhe fazer uma questão, sem qualquer sarcasmo. Sou patroa e referiu um assunto que tenho dificuldade em gerir. Tipicamente as festas das crianças calham na mesma data. A festa de natal é inevitavelmente na última 6ª feira antes das férias, assim como o desfile do carnval e festa de final de ano. As reuniões idem. Se eu for dispensar todos os meus colaboradores para irem à festa de natal na última 6ª feira antes das férias, por exemplo, quem é que fica na empresa a trabalhar? COmo é que a sua empresa gere isso? Seguramente que há-de ter uma "cota" de empregados que não têm filhos e que asseguram o funcionamento mínimo da empresa. Ou então, não á forma de dispensar todos os colaboradores.

    Obrigada

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    1. As festas, desfiles, reuniões nem sempre coincidem, nem no dia nem na hora, o pai/mãe revezam-se e, por aqui, vamos conseguindo equilibrar o barco...

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  15. Escrever este post só porque outra bloguer falou neste assunto, faz com que tudo o que tenha escrito tenha valor zero para mim. Sinceramente, toda a gente sabe que há patrões e patrões, e que nem todos são o diabo em forma de gente, por isso mais uma vez não percebo este post.

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    1. ???

      Que estupidez... não tenho nada contra o post da Ursa. Tenho, apenas e só, uma visão diferente da que ela relatou...

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    2. Mais, o post é, basicamente, um comentário a esta notícia:

      http://www.publico.pt/sociedade/noticia/empresas-obrigam-mulheres-a-comprometeremse-nao-engravidar-durante-cinco-anos-1659460

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    3. Ok, mas feminismos à parte, não acha que a notícia em si merece que seja comentada por aquilo que refere de que há empresas (nem que fosse só uma) que têm como prática "obrigar" as mulheres a não engravidarem? Não estou a criticá-la por causa do post da Ursa, só acho que escrevendo isto está a menorizar o problema que, na minha opinião, é grave. Não vejo onde está a minha estupidez...

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    4. Claro que a notícia deve ser comentada, claro que todas as experiências são válidas e devem ser discutidas. Mas, se existem empresas que "obrigam" as mulheres a declarar que não vão engravidar durante um determinado período de tempo, eu, pessoalmente, quero saber que empresas são e não que se tome a parte pelo todo, como se essa fosse a prática geral.
      E quando disse que achava uma estupidez, foi porque percebi do seu comentário que este meu post era um ataque ao da Ursa. Não é. Mas, pronto... se percebi mal, peço desculpa...

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    5. Há vários blogs que escreveram sobre o tema na semana passada, bem antes do blogue aqui referido o ter feito, logo que vieram a público as notícias sobre o tema.

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    6. Juro que não entendo esta "coisa" de não se poder escrever sobre um assunto porque outra blogger já o fez.
      Não sabia que a atualidade e assuntos já tinham exclusividade. Vivendo e aprendendo, vivendo e aprendendo

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    7. Sim, são temas exclusivos e a coisa parece que já chegou aos nomes (há quem sugira a uma blogger que não ponha determinado nome no filho porque já há outra blogger com o filho com o mesmo nome. :DDDDD

      Proponho que se crie uma lista de temas blogáveis ao qual se solicita uma certificado de admissibilidade de tema de post, como se faz no registo nacional de pessoas colectiva para o nome das empresas.

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    8. É pura embirração, só pode!

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    9. A Palmier não está a fugir ao que sempre nos habituou - posts inspirados nos posts de outros blogs.

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  16. Eu concordo contigo Palmier. Mas espero mesmo que os casos que vieram a lume sejam devidamente identificados e penalizados.

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  17. Olá Palmier! Gosto de a ler, e concordo com o seu ponto de vista. Infelizmente em Portugal o "patrão" - assim como o "governo" ou, pior, os "ricos" com poder de compra (comprar, que ultraje!) - ainda é visto como aquela entidade que fez um pacto com o diabo e que vive para enriquecer à custa da exploração dos pobres indefesos. Enquanto não se perceber que temos todos que remar para o mesmo lado (o da produtividade) não se vai a lado nenhum.
    Para quem fez a associação entre este post e o da ursa, não acho que a palmier tenha seguido a última tendência da blogosfera: a de ridicularizar histórias contadas na primeira pessoa, e que tem muito valor, com respostas tipo "ah e tal não se pode generalizar/a mim tb me bateram e sou homem/os patrões não são todos maus". As más histórias têm de ser contadas para que sirvam de exemplo a não seguir, para alertar e para criar uma consciência civil há muito necessária em Portugal.
    Qualquer pessoa com 2 dedos de testa percebe que são os tais "patrões" que criam emprego e fazem crescer o país, mas é preciso encontrar um equilíbrio de gestão de interesses para, e indo buscar o título da ursa, não assassinarmos a parentalidade!
    Beijinhos

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    1. Catarina,

      Concordo em absoluto, e até digo mais: as más histórias devem, não só ser contadas, devem ser levadas a tribunal.Agora, não me parece justo é que se lance a insinuação e não se especifique a origem. É que este tipo de notícia serve sobretudo para perpetuar a ideia do dito "patrão" diabólico e ganancioso.

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  18. Eu não consigo trabalho há 5 anos. O motivo: estudava e tinha um filho pequeno. Já mo disseram de caras por diversas vezes e outras tantas foi insinuado.
    De momento já terminei a minha licenciatura, licenciatura essa que já omiti do CV porque senão nem sequer me consideram para entrevista em locais menos "conceituados".

    Continuam a dizer-me que tenho o perfil indicado, que sou a pessoa que precisam mas não me contratam porque tenho um filho pequeno e como não tenho ninguém que possa ficar com ele depois das 18h da noite, a resposta é "não".

    Não interessa onde vá, com quem vá, no grupo Sonae até me disseram que nem valia a pena deixar o CV porque não contratam ninguém com filhos pequenos...

    Posto isto, estou a tirar agora o meu mestrado para emigrar para Inglaterra. Local esse onde estão a ser contratados recém-licenciados na minha área mas onde preciso de mestrado para poder ir.

    Gostava de saber com tanta emigração quem é que daqui a uns anos vai descontar para os portugueses. Eu se for não volto.
    Acredito que não sejam todos Palmier mas são a grande maioria, sim. Eu quero desesperadamente um trabalho mas não consigo nenhum - nem nas limpezas.

    Ps: Antes de ter o meu filho consegui sempre trabalho, estive sempre empregada e não passei mais que 3 meses desempregada. Depois de o ter... vão 5 anos que passei quase totalmente desempregada. Um mais um são dois. A vontade de trabalhar, a motivação continua cá. Por algum motivo fui a melhor do meu ano no meu curso... mas isso não conta para nada. Tenho um filho pequeno, dizem que vou faltar muitas vezes (eu nem às aulas faltei ia faltar ao trabalho?!). Aliás eu se tivesse conseguido um trabalho estaria disposta a deixar a universidade em modo de espera até ficar desempregada... mas nada.

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    1. Acredito no que me está a dizer... o post referia-se mais a outro aspecto, ao de despedir mulheres grávidas ou que tenham sido mães recentemente. No que respeita à contratação de grávidas ou mulheres com filhos e restrições de horários, acredito que sim, que o cenário se torne bastante mais complicado. No entanto, deixe que lhe diga que uma das "minhas" melhores funcionárias foi contratada grávida e que vale todos os cêntimos que ganha :))) haja esperança :)

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    2. Enganei-me em cima não estão a contratar recém-licenciados mas sim recém-formados.

      Eu acho que vai dar ao mesmo Palmier. Ter filhos pequenos é a continuidade após se ter estado grávida. Independentemente do local onde seja a entrevista, do tipo de trabalho, perguntam-nos se queremos ter filhos em breve e se temos filhos/idade dos mesmos. A história das letras garrafais a dizer "FILHO COM X ANOS" eu também já presenciei por diversas vezes.
      Mas indo mais atrás eu perdi o meu trabalho porque tive uma gravidez de alto risco que me obrigou a estar hospitalizada durante 3 meses. O contrato acabou passado 1 mês e nunca foi renovado (ok eu até entendo que não se queira manter alguém sobre um contrato quando a mesma está num hospital) mas não acho correcto. Acho que as pessoas com filhos como no meu caso, em que um dos pais nem sequer se encontra sempre presente (o meu marido só está em Portugal aos fins-de-semana), deviam também ser tidas em conta. Eu sei que sou competente e sei que tenho garra para trabalhar mas não me dão uma hipótese que seja. Nem mesmo dizendo que aos fins-de-semana tenho disponibilidade total me aceitam (aprendi depressa que isso se devia ao meu CV demasiado preenchido - logo retirei grande parte da habilitações e cursos do mesmo quando me proponho a esses locais).

      O meu filho tem actualmente 5 anos e eu estive quase sem trabalhar durante estes 5 anos. Escusado será dizer como me sinto como pessoa. Eu não fui feita para estar em casa sem trabalhar, falo fluentemente o inglês e o alemão, actualizo-me constantemente na minha área e já perdi a conta aos cursos que tirei através do IEFP para me formar noutras áreas (estou há 5 anos também sem qualquer tipo de rendimento social de que tipo seja). Sei que tenho competências mas ninguém me deixa usá-las. Estágios curriculares/emprego não-remunerados aparecem-me às centenas. Trabalho a sério, pago (se me dessem sequer o ordenado minimo)?? Zero.

      E isto é o retrato da nossa sociedade. Eu achava que só não trabalhava quem não queria. Lá está, sempre que tinha precisado de trabalho eu tinha encontrado, conseguido. Nunca fui esquisita no trabalho, sempre agarrei tudo mas agora? Nada. Se quiser trabalhar a custo zero, a ganhar zero, tenho. Para me pagarem pelo meu trabalho? Nem para limpezas me contratam.

      E eu sei que sou uma privilegiada porque tenho um marido que ganha mesmo muito bem, temos um estilo de vida bom, não passamos quaisquer dificuldades financeiras MAS eu quero trabalhar, sinto-me uma inútil e já estive mais longe de entrar em depressão. E é por isso que o nosso próximo passo é emigrar.

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    3. É uma situação que me entristece muitíssimo... ver pessoas novas, habilitadas e com garra a pegar nas malas e deixar o país... mais que a postura das empresas, é o reflexo do país que temos. Percebo perfeitamente que não queira estar de braços cruzados a ver o tempo passar. Desejo-lhe a maior das sortes nessa sua "aventura" :)

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    4. Obrigada. Não dá para ficar parada a repetir sempre o mesmo processo e ter sempre o mesmo resultado: o desemprego.

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  19. Eu tenho uma colega através de uma empresa de trabalho temporário (e digo colega porque assim considero) e que está comigo há dois meses, vinda de um despedimento colectivo. Todos os dias pergunta sobre regalias de horários, férias, pontes. Fico chocada, a sério.

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    1. Aposto que ainda não lhe perguntou nada sobre deveres, certo? :)

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    2. Mas os trabalhadores não têm direitos a férias e pontes??? Qual é o choque?

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    3. Vera, julgo que depreendi do comentário da anónima que a pessoa em questão só está preocupada em saber dos seus direitos... esquecendo a parte dos deveres.

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    4. Precisamente. Aliás, posso até adiantar que já se recusou a fazer um trabalho por achar que não é da sua competência. Como é óbvio toda a gente tem direito a férias e a pontes se forem dadas e até a outras regalias. A questão não é essa. A questão é que uma pessoa numa situação de trabalho temporário, saída de um processo de despedimento colectivo, acho eu, devia agarrar-se ao trabalho com unhas e dentes que logo terá as regalias a que tem direito. Perguntar no primeiro dia de trabalho se tem a tarde de quinta-feira antes da Páscoa, sinceramente, acho um abuso. Eu, como patroa, não queria, digo sinceramente. E se as pessoas nesta empresa têm regalias e ninguém sai prejudicado, garanto. Pior do que quem não sabe fazer, mas pode aprender, é quem não quer, mesmo, fazer. Mas isto já se desvia do tema. Ou não já que se trata de uma substituição de uma grávida que ficou de baixa desde o início da gravidez sem motivo nenhum s não ser sentir-se nesse direito pela sua condição. Volto a dizer que não sou patroa mas como colega e parte lesada em termos de trabalho já que tudo isto interferiu no dia a dia sinceramente sinto-me prejudicada por pessoas que levam a sua vidinha, não produzem nada e são completamente inatingíveis. E não não sou uma frustrada e amarga. Tenho filhos e faço-me à vidinha todos os dias. Só não acho é que o meu patrão tem obrigação de me pagar para eu fazer nada. Acho até que é uma questão de honestidade.

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    5. Percebo muitíssimo bem o que diz... :)

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    6. A questão aqui é que temos que ser uns para os outros. Por exemplo, eu se precisar de me ausentar por algum motivo não tenho qualquer impedimento por parte da entidade patronal, mas do outro lado também sabem que se for preciso ficar para além da hora para terminar um trabalho eu fico. Já me cruzei com vários colegas que diziam à boca cheia que a hora de saída é para cumprir mas raros eram os dias em que não se atrasavam a chegar e faziam milhentas pausas para o cigarrinho.

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  20. Grande Palmier! Posso partilhar no meu face (com os devidos créditos, of course)?
    É que é exactamente isto que eu penso e tu consegues dizê-lo tão bem. Desde que a notícia saiu, que eu digo o mesmo que tu (pelas minhas palavras, claro) e até rídicula já me chamaram ;)

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  21. Eu fui uma das que a semana passada divulgou a noticia; a noticia em si não tem nada de novo é um assunto já com barbas, a questão, para mim quando o divulguei era para que mais gente denunciasse a situação.
    Porque ela acontece Palmier; digo-te eu que as oiço muitas vezes em sala a queixarem-se (que vieram daqui, que não as quiseram ali…)
    O mal está, como sempre em generalizar; nem todos os patrões são demónios e nem todos os empregados são umas jóias.
    Não posso falar do tempo em que estive grávida ou do ter que contar na empresa que estava grávida, porque a companhia faliu e todos nós ficámos desempregados, mas posso dizer-te que não foi facil voltar ao mercado com um filho de colo (valeu-me o Julio Isidro que se lembrou da minha existência e perguntou no gabinete de produção se alguém sabia o que era feito de mim - Bem haja Júlio )
    Tive bons patrões que me facilitaram a vida ao máximo para poder acompanhar o meu filho, tive outros fdp que sobranceiramente, e apesar de me saberem em dificuldades financeiras - podia lá eu contratar uma empregada - me aconselhavam " a menina tem de organizar-se" querendo significar arranje uma empregada que lhe vá buscar o filho e fique com ele em casa, e deixe-se estar aqui que é onde a queremos (nem que fosse para fazer figura de corpo presente enquanto estes possidónios conversavam de tudo e de nada (a festa aqui, o ski ali, as férias acolá) entre si.
    Entendi que aquilo não era para mim e fiz-me (ainda mais) à vida; cresci em todos os sentidos, reinventei-me várias vezes, fui assediada (e não denunciei porque Deus sabe como é dificil prová-lo), reinventei-me outra vez e desisti de ter patrões; nem bons nem maus.
    Sou eu a minha própria patroa, dona do meu tempo, por minha conta e risco.
    Estabeleço avenças, faço parcerias colaboro com…mas patrões?
    Se Deus permitir, nunca mais!

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    1. :)))))) Oh yeah! Sexinho rula!

      (claro que tenho absoluta consciência que nem tudo é um mar de rosas... mas também acho que nem tudo é o fogo dos infernos... e, infelizmente, acho que há sempre a tentação de demonizar. E é, sobretudo, isso que me incomoda)

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    2. Admirável Sexinho.
      Só não posso dizer isto , e muito mais, no seu blog, porque não dá chance aos anónimos.

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    3. Aqui temos bem explicito ao que leva a generalização; paga o justo pelo pecador.
      Tanto Anónimo bom que por aqui anda (obrigada pelas palavras) e por causa de meia dúzia de ovelhas ranhosas e bem ranhosas, coisas viscosas e peçonhentas, sem coluna vertebral, tenho o blog fechado a todo e qualquer Anónimo; tanto aos bons como aos maus.
      Aos bons peço desculpa.

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    4. Compreendo perfeitamente, mas de facto sou mesmo uma admiradora do seu blog. Já aqui tinha deixado uma pequena lamúria no dia 16 de junho....
      Com anónima admiração.


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    5. Porque não cria um perfil no blogger? Para além de poder comentar a Sexinho :), fica com os blogs de que gosta todos arrumadinhos no feed, e vão-lhe vão aparecendo os posts mais recentes logo que sejam publicados...

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    6. ......e depois acontece-me o mesmo que à Picante ??? hoje não é o dia certo para falar no feed...
      Obrigada.

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    7. Não é só à Picante! É a todos! Deu uma pataleta geral ao feed! :DDDDD
      Mas, em defesa do feed, tenho a dizer que, em dois anos e meio, é a primeira vez que é acometido de um tão grave achaque! :DDDDDDD

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    8. Por acaso não sou a anónima que comentou de qq forma gostaria de agradecer á Palmier a sugestão que deu de criar um perfil no blogger de forma a poder comentar de forma não anonima , a verdade e por ridículo que pareça é que não sabia como o fazer..Obrigada!

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    9. Se bem que, desde ontem, que o raio do feed do blogger está avariado... :(

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  22. Concordo em absoluto contigo Palmier. Em Portugal há aspectos engraçados, um deles é a ideia de que mais horas no escritório é melhor. Cá temos pessoas a queixarem-se de que não vêem os filhos e a escrever crónicas lamechas. O certo é que aqui o dia começa às 10:00, por vezes os administradores chegam às 11:00 ou mesmo só da parte da tarde, almoça-se fora, as reuniões dispersam-se em temas não críticos... Na alemanha é vulgar sair do escritório às 17:00 mas às 8 da manhã está o office cheio. Se uma pessoa fica mais tempo é porque é pouco produtiva ou porque há um problema na organização. Aqui é o contrário. Às vezes os administradores ou chefias das empresas fazem uma ronda pelas 19:00, pelas 20:00 e fica muito bem ser visto no escritório a essa hora. O resultado é sermos o país menos produtivo da europa, o que é extraordinário. Uma amiga minha foi a uma entrevista num escritório de advogados e perguntaram-lhe se se importava de fazer noitadas, se achava que sair do escritório às 18:30 era normal. Ela riu-se e já não quer ir para lá. Eu não tenho nada contra pessoas que abraçam esse modo de vida. Eu recusei enveredar por consultoras por isto mesmo, embora respeite essa cultura de trabalho e veja amigos meus entusiasmados a fazer noitadas com redbull e com salários a condizer :) se não é a minha filha, são outras coisas que gosto muito, ler, andar de bicicleta, ouvir música, escrever, estar com pessoas... Existe em todas as sociedades uma cultura de sucesso em que claramente os filhos e a carreira estão em conflito, mas não é sempre assim. Deve haver escolhas para todos. As empresas perdem imenso e se tudo correr bem perderão cada vez mais se não tiverem uma força de trabalho motivada e fresca, em vez de esgotada e stressada, já para não falar dos danos de reputação gravíssimos. Se há casos reais de empregos recusados, então que sejam divulgados, com nomes! Para não generalizar e para servir de punição aos tais "patrões" que pensam dessa forma. Enquanto isso, no mundo civilizado há empresas que são conhecidas por serem os melhores locais de trabalho. E essas empresas atraem os melhores recursos também por essas condições especiais, como creches, horários razoáveis etc para além da remuneração

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    1. Tenho a certeza que estas empresas que, aparentemente, pedem às trabalhadoras para assinar estas tais declarações, perderão muito mais quando se souber o seu nome, do que aquilo que esperavam ganhar ao exigir não-gravidezes às suas colaboradoras... :)

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    2. Palmier, a questão é: precisando as pessoas de trabalho, quem se atreverá a denunciar essas empresas? Como saberemos os seus nomes?

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    3. Se se fizer uma denúncia à ACT, a ACT vai investigar sem comunicar à empresa o nome do autor da denúncia...

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    4. Palmier, trabalho numa dessas empresas: consoante a denuncia, sabemos sempre (ou quase, vá) de quem partiu. Já vi vários colegas (ex-colegas em alguns casos) se tramarem.

      Nos casos em que não se deteta de onde veio a denuncia, a empresa põe-se a adivinhar, o que é pior a emenda que o soneto: paga o justo pelo pecador ou comem todos pela mesma medida.

      Palmier, não há volta a dar: esta questão é uma pescadinha de rabo na boca.

      Percebo o seu ponto de vista, mas o mundo empresarial não é tão cor-de-rosa como o quer fazer crer neste post e comentários subsequentes.

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    5. Claro que não é cor-de-rosa! Nem eu penso isso... o que queria dizer é que também não é totalmente negro. Que, apesar das actuais circunstâncias, acho que há mais empresas no bom caminho, que respeitam os seus funcionários, do que empresas más que abusam deles.
      (eu já tive aqui uma queixa que alguém fez à ACT... mas, como estava de consciência tranquila, mostrei a papelada, expliquei a situação e ficou tudo resolvido. Ainda hoje não sei quem fez a queixa... e também não me preocupa muito...)

      (agora... Patrões sacanas hã-de existir sempre... é achar que não há solução também não é solução :)

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  23. A minha empresa, que não é nenhuma chafarica de vão de escada (Multinacional, 8000 trabalhadores só em Portugal), promoveu-me quando eu estava grávida do terceiro filho.
    Mesmo nas duas primeiras gravidezes, sempre me senti protegida e nunca, mas nunca, senti qualquer pressão de qualquer espécie.
    Numa organização deste tamanho, as chefias directas podem fazer a diferença, e talvez haja outras pessoas, na mesma empresa, com histórias diferentes para contar. Mas não é, nunca foi, e nunca será, política da empresa, discriminar mulheres grávidas ou que querem ser mães.
    Por isso, sim, concordo com a Palmier, não generalizemos.

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    1. Mas isso é porque tu fechas os teus filhos dentro de cacifos, para poderes ir trabalhar!... :DDDDDDDDDDDD

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    2. Ahahahahahahahahahahahahahahahahahahaahahahahahahahahahahahahah
      Shiuuuuuu, olha aí a anónima do "fui".

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  24. Palmier, se tivesses razão o tribunal do Trabalho não estaria entupido até às costuras de processos. Que falácia.

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    1. Cara Anónima,

      Os Tribunais de Trabalho até que funcionam bastante bem ( e são relativamente rápidos, pelo que não sei se estão efectivamente a rebentar pelas costuras)... para além disso, nem todos os processos pendentes nos TT são impugnações de despedimentos ilícitos e, dos que são, nem sempre o trabalhador terá razão. Só para lhe dar um exemplo, a última vez que tive de ir a um TT, foi por causa de um engano da Seguradora na declaração de rendimentos de uma funcionária que teve um acidente de trabalho. Ou seja, não foi por nenhuma ilegalidade da entidade empregadora...

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  25. Eu já vi muita coisa. De parte a parte. Mas também já passei por situações caricatas, uma delas, por exemplo: estava na empresa há uns 4 meses, gostavam do meu trabalho e no dia a seguir a ter ficado mais hora e meia para além do horário de saída tinha uma colega mais velha na empresa a acusar-me de ser má colega para as outras e de "habituar" mal os chefes. Sendo que era um trabalho que tinha que ficar mesmo feito, uma situação pontual, caramba.

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    1. :DDDDDDD
      Depois também há o contrário... "não faças muito depressa, não vão eles, os chefes, perceber que isto, em vez de demorar duas horas a fazer, demora apenas cinco minutos... :)))))

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  26. Palmier, mesmo que concordasse consigo em todos os pontos (e em alguns não concordo), a minha questão é: tudo bem que os tribunais existem, que funcionam bem, são céleres, os trabalhadores têm direitos, por isso se os patrões abusarem que se recorra aos tribunais. Mas depois, mesmo que venha a indemnização (que se esgota num instante), o trabalhador, agora ex-trabalhador faz o quê? Arranja trabalho onde? Fica no desemprego quantos anos?

    Da reintegração nem vale a pena falar, porque sabemos que nunca mais haverá condições para aquela pessoa trabalhar naquele local, será humilhada, ostracizada e coagida até tomar a iniciativa de sair pelo próprio pé.

    É por isso que tantas e tantas pessoas se calam e o ciclo é cada vez mais vicioso e essas empresas (as dos maus patrões, note-se) e continuarão alegremente a discriminar/despedir abusivamente/whatever. Sem qualquer tipo de consequência. Continuando esses patrões a serem considerados grandes empresários, recebendo louvores, medalhas de comendadores no 10e Junho, etc., etc.

    E falo por mim. O que eu tenho calado, Palmier, o que eu tenho calado... Mas aos 40 e tal anos, faço o quê? Denuncio e vou para o desemprego?

    Mas (e atenção a este MAS) concordo consigo: nem todos os patrões são assim, não há que generalizar. Mas enquanto houver UM que o seja, as noticias como a da semana passada continuarão a vir a lume. E infelizmente não há um, mas muitos. Muitos.

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    1. Claro que sim, que devem ser faladas. Estou absolutamente de acordo consigo! Só acho que se deviam apontar os nomes das empresas em questão (aparentemente o Presidente para a Comissão da Natalidade sabe de casos concretos) que perderiam seguramente muito mais com a notícia das suas práticas, do que aquilo que ganharam a evitar gravidezes das suas funcionárias...

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  27. Leia-se que sou mulher, trabalhadora, 24 anos.

    Não sou patroa, apenas mera empregada, mas tenho em meu poder o recrutamento de novos colaboradores para a empresa.
    E a 2ª pergunta que faço numa entrevista é se a pessoa é casada e tem filhos.
    Porque esse é o perfil da pessoa que não me interessa. Não quero uma senhora que tira baixa de Apoio à Família porque o marido está doente. Não quero um Homem que tira a tarde de todas as sextas feiras de final de aulas par ir assistir à festinha da escola da criancinha. Não quero uma pessoa que impreterivelmente se levanta da cadeira todos os dias às 18h para ir buscar o filho à escola.

    Aqui fica-se até tarde (20h ou 20h30 são horas perfeitamente normais para se sair do escritório). Aqui fazem-se viagens ao estrangeiro. Aqui existem reuniões a horas impróprias, desde ao jantar até ao brunch de sábado. Aqui recebem-se chamadas às 3h da manhã.

    Portanto, não. Não quero uma pessoa que está constantemente com a cabeça "lá fora", seja porque a criancinha está com febre, porque não sabe o que vai fazer para o jantar ou porque começou a chover e o equipamento de futebol do Duartezinho está estendido, oh-meu-Deus-e-agora-que-ele-tem-jogo-amanhã-de-manhã.

    Segundo os critérios de algumas pessoas aqui, discrimino. Até pode ser, mas aquilo que eu quero é uma pessoa adequada ao trabalho. Da mesma maneira que se tivesse que recrutar um segurança de uma discoteca, preferiria sempre um Homem a uma Mulher e alguém encorpado a um lingrinhas. Discriminação ou ter noção do que é apropriado às funções que temos para preencher ?!

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    1. E depois admiram-se no estado em que está este país, com mentalidade retrógadas e cretinas de jovenzinhas de 24 anos. Os pequenos poderes nas mãos de pessoas desprovidas de bom senso...
      Devia era ter vergonha no que diz!

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    2. Cara Mulher, 24 anos, Trabalhadora.

      Eu também sou Mulher, Trabalhadora, e tinha 24 anos quando mudei para o estrangeiro para trabalhar numa das Instituições Europeias (uiii que PODERRR). Ora o que eu não sabia era que além de Mulher, Trabalhadora, com 24 anos também já trazia uma *prenda* escondida.
      Assim que soube da *prenda* corri a contar ao meu Manager, que um mês depois de começar a trabalhar, tinha todos os direitos e mais alguns de me pôr a andar dali para fora. Afinal, passados apenas 7 meses de trabalho, fiquei logo de baixa.
      Mas graças a Deus que AINDA há empresas não-cócós e, mais importante ainda, PESSOAS NÃO-CÓCÓS, que não viram problema nenhum em ter uma TRABALHADORA, aplicada, competente, qualificada que pudesse, veja-se só, ter uma vida fora do trabalho.
      E assim, aqui estou eu, Mulher, Trabalhadora, Competente, Mãe, Esposa, Filha, Empresária (UI que ULTRAJE, ainda ter a minha própria empresa!!!), com disponibilidade TOTAL e, mais importante, COMPETÊNCIA TOTAL.
      Mais competente ainda que os meus colegas de 40 anos, solteiros, sem família NENHUMA neste país, que saem todos os dias mais cedo do trabalho para irem a shows/provas de vinho/filmes ao ar livre/etc etc etc, que estão durante o horário de trabalho preocupados com a sua vida amorosa que é um desastre (ainda tendo que que lhes dar conselhos - veja lá bem!!!) e cujo trabalho é uma verdadeira .... m-cócó.
      Aliás, tão competente que, (não se esqueça, uma Mulher, Esposa e MÃE!!!!) tendo a possibilidade o meu marido de se mudar para outro país me foi proposto que .... TRABALHASSE A PARTIR DE CASA, com reuniões semanais no escritório, tudo isto para não deixarem ir embora uma "uma pessoa que está constantemente com a cabeça "lá fora", seja porque a criancinha está com febre, porque não sabe o que vai fazer para o jantar ou porque começou a chover e o equipamento de futebol do Duartezinho está estendido, oh-meu-Deus-e-agora-que-ele-tem-jogo-amanhã-de-manhã".
      Opa, a competência é uma coisa do caraças não é Mulher, Trabalhadora, 24 anos? Se calhar devia servir-se de um pouquinho mais dela. E já agora, de discernimento e bom-senso. Ah, e de moral.

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