Hoje, deu-me para isto...

Ontem, assim de repente e enquanto jantavam, os funcionários públicos acharam que tinham ganho a guerra dos subsídios. Enganaram-se. Redondamente. Na verdade, nem a batalha ganharam. Perderam-na… Os sindicatos saltaram de alegria como uma matilha de cães ao entrar num talho. No entanto, esqueceram-se de ler (mesmo que na diagonal) a fundamentação da decisão do TC.

Reparem, eu também não a li… que eu, como não consegui acabar o meu curso da Lusófona, nem sequer sei ler. Mas, segundo parece, a decisão do TC tem como base a violação do princípio da igualdade. Ou seja:

- Ou todos os trabalhadores têm subsídios, ou ninguém tem…

Perante as actuais circunstâncias, pergunto então:

Qual vai ser a decisão de Vítor Gaspar?

Não sei bem porquê, mas palpita-me que, com a candura que lhe é própria, vai ser a segunda. Assim sendo, já não conto com qualquer subsídio para o próximo ano.

No entanto, tanta ingenuidade parece-me um bocado suspeita. Custa-me a crer que sindicatos e trabalhadores não alcancem o óbvio. A alegria que demonstraram ontem, foi adequada a um conjunto de crianças de 4 anos. É que me parece, assim de relance, que esta decisão do TC foi proferida a pedido… que foi taylor made… para a situação actual.

Como a execução orçamental vai tão mal, mas tão mal encaminhada, e as metas a atingir transformaram-se numa miragem lá ao longe no deserto do Saara, o Estado (esse euro-sequioso), necessita dos nossos subsídios, dos de todos (e não apenas do dos funcionários públicos). Assim, e para não parecer demasiado voraz, pediu ao TC para tomar esta decisãozinha… Assim, para ajudar a justificar as medidas que aí vêm….

Acontece que os pobres coitados do Governo agora, não têm outro remédio se não cumprirem a Lei e levar-nos os subsídios na sua totalidade (e, os que não têm subsídios porque são profissionais liberais, pagarão na proporção. Estejam descansados, que não ficam de fora do esforço conjunto). Eles ali em S. Bento nem queriam… mas, prontoS, tem de ser…

Olha… e não é que resultou!?

Só não estou a perceber um pequeno detalhe… Para que a situação seja igual para os trabalhadores do sector público e sector privado, ninguém pode receber subsídios, certo? Certo! Tudo muito bem para os funcionários públicos. O Estado não paga, logo, poupa uns milhões que ajudam a melhorar o desempenho orçamental. Mas e as empresas privadas? Não pagam e depois? Quem fica com o dinheiro? Como é que ele transita para a o Estado? Mais um imposto para as grandes, médias e pequenas empresas?

É que esse dinheiro vai entrar por via da receita… quando era suposto cortarmos na despesa…

Pronto, mas isto sou eu… que não percebo nada de política económica e nem sequer sei ler… fruto do meu mau desempenho na ilustre Universidade Lusófona…