Aventuras do vosso querido Vasco da Gama

Eis que hoje esteve, finalmente, bom tempo. Depois de uma semana de férias, dei, por fim, o meu primeiro mergulho. Não que a água estivesse boa (porque estava 10º abaixo de zero), mas porque fui obrigada (por filhos, quem mais?) a dedicar-me às artes da pesca submarina. 

Filhos (e querido consorte) avistaram caranguejos nas águas revoltas. Como tal, correram pela praia para que eu os fosse caçar. Sim... porque, perante estas actividades perigosas, querido consorte chama-me sempre para eu ir à frente...

Assim sendo e qual Vasco da Gama, fiz-me aos mares e apanhei, de imediato e com as minhas próprias mãozinhas, dois (dois!) caranguejos. Aqueles animais absolutamente repugnantes com várias patas e olhos salientes, estão a ver? Dois, hããããã...só para que conste! Roam-se de inveja da minha coragem, suas mariquinhas de alcatifa! 

Depois de os acondicionar num balde, fui obrigada a continuar a varrer os mares, qual barco-arrastão, em busca de mais exemplares. Acontece que os restantes caranguejos, ao aperceberem-se da minha perícia marítima, comunicaram entre eles e afastaram-se para locais longínquos, tentando, assim, sobreviver à minha fúria.

Depois... depois, claro que os trouxemos dentro do balde para casa. Não sem antes entornarmos metade da água dentro do carro, que circulou a 20km/h, criando atrás de si a mais vasta fila de trânsito que há memória em terras algarvias.

P.S. Pouco relevante para a presente narrativa é o facto do caranguejo maior se encontrar em estado falecido e o mais pequeno ser um recém-nascido acabado de sair do ovo (-?- eles saem dos ovos?)