quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Logo eu, que consigo fazer toda a minha vida sem entrar uma única vez que seja na cidade

Fui lá depois do jantar, obrigada pela minha filha, por causa daquela situação do teréré (não sei se é assim que se escreve), talvez se disser hair wrap corra menos riscos de me enganar, que é assim que os senhores têm escrito nas tabuletas, deixei o carro a quilómetros e juntei-me à horda de gentes que se encaminhavam para o centro num passo entre o andar e o correr, como se estivéssemos todos muito atrasados para qualquer coisa, e quando cheguei tive a sensação de estar na idade média num dia de feira franca, banquinhas a vender coisas inenarráveis por todo o lado, pessoas-estátua a fazer de anões, outras de muletas em cima de um estrado, gentes a aplaudir não percebi bem o quê, grupos de cantorias e pessoas de copo na mão e olhos brilhantes a andar em círculos. Furámos por ali fora, muito agarradinhos uns aos outros, não fosse dar-se o caso de nos perdermos, fizemos a tal coisa no cabelo e voltámos para trás quase a fugir. No fim passámos por um carrossel com uns cavalinhos minúsculos e eu disse que queria andar, e eles depois tiravam-me uma fotografia, mas o meu filho disse que era melhor não, e lembrou-me daquela vez em que era pequeno e queria andar no dito carrossel e eu não deixei porque, de acordo com as minhas próprias palavras, o senhor do carrossel tinha todo o ar de ser um perigoso mafioso. Da conhecida máfia dos carrosséis. 
Pobre filho, que desde os três ou quatro anos vive apavorado com o terrível cenário do crime organizado no sector dos divertimentos de rua só porque, naquele fatídico dia, eu não devia estar com vontade de estar ali à espera que ele andasse à roda em cima de uma girafa...

6 comentários:

  1. Ahhahahaahhaha Palmy! A máfia dos carrosséis!

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    1. Deve ter sido o que me ocorreu no momento para o levar dali para fora! Eu não me lembro, mas ele não se esqueceu :DDDDDDDDDDDD

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  2. Todas as noites tenho que fazer a romaria até aos divertimentos de rua algarvios...! Uma maravilha. A mais assustadora é a pequena montanha-russa, com os seus calços de madeira a equilibrar a estrutura. Viver no limite, é o que é.

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    1. Que medo! Odeio montanhas russas! Acho sempre que, em cada dois parafusos, só apertaram um! :DDDDDDDDDD

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