Eu sabia que tinha o que era preciso para conseguir. Treinei
muito, treino todos os dias, estava a fazer boas médias e ainda na véspera tinha conseguido o incrível tempo de sete minutos em quinze quilómetros. Mas depois,
bem, depois há os imprevistos. Nesse dia acordei tarde, tomei o pequeno-almoço
esbaforida, em pé, junto à bancada da cozinha, optei por um café daqueles de
cápsulas que são todos iguais apesar de terem imensos nomes diferentes, uma
carcaça com manteiga e uma bananinha. Nunca dispenso a bananinha nestes dias.
De seguida tomei banho, vesti-me e saí de casa com um dos meus incríveis
casacos, aqueles que fazem virar cabeças de tão belos. Não era o ideal para a
correria que me esperava, mas era o possível. Os meus filhos vinham logo atrás,
também eles equipados para a efeméride. A prova começou como quase todas que
fazemos, com más sensações, com a terrível sensação de que não íamos chegar a
horas.
Mal me sentei no carro despi o casaco e atirei-o para o banco de trás,
dizendo para os meus filhos, “um presente” e eles desataram aos gritos de
alegria “que casaco tão belo! Que casaco tão belo!”. Foi muito giro. Assim que
a barreira da garagem se abriu avançámos inclementes através da intempérie,
sempre a um ritmo constante e mais alto do que aquele que tinha estipulado. Era
importante ganhar estes segundos agora, para prevenir eventuais demoras mais
tarde. À medida que íamos avançando em slalon por entre os carros, comecei a
sentir-me mais confiante, até que um sinal vermelho seguido de um outro me
abrandou o ritmo. Fiquei preocupada. Teriam sido apenas os semáforos ou o carro
estaria a ficar sem gasóleo? Teria por ventura carregado distraidamente no limitador
de velocidade, aquele que aqui há tempos me fez fazer todo o percurso a 30
km/h, pensando que o LIM de limitador que me aparecia no mostrador era, afinal,
o LIM de limpeza ao motor? Resolvi acelerar e quando tinha recuperado o tempo
que deixei para trás, deparei-me com o muro, o muro de pins que cortavam o meu
caminho habitual, optei de imediato por fazer um desvio, em corta-mato, por
cima dos passeios, os transeuntes, enlouquecidos gritavam-me vivas histéricos
dizendo “desaparece daqui!”, incentivando-me a fazer mais e melhor. Quando
voltei ao percurso normal já sabia que ia conseguir. Apesar daqueles
quilómetros finais terem sido feitos em esforço, pé no acelerador, tronco
chegado à frente, junto ao volante, cabeça praticamente a tocar no pára-brisas,
olhos postos na estrada, já só pensava na meta. E depois chegámos finalmente à
escola, janelas abertas, hino nacional a ribombar nos altifalantes, e as mães e
os pais a gritarem nas escadas “Força família Palmier! Vão conseguir!” intercalados de “campeões,
campeões!”. E é isto. Foi mesmo emocionante e bonito.
Amanhã conto-vos outra vez a minha maratona da manhã.
Espero que bandeira nacional estivesse na sua posição correcta!
ResponderEliminarA bandeira está ao contrário, pah...
ResponderEliminarPfffffffff... sinceramente NM e Lulu... tanto esforço e vocês a fixarem-se nos detalhes...
EliminarPodes melhorar os tempos se dormires com o top que vais usar... Diz que há por aí uns muito giros. Quase nem se nota que são pijamas.
EliminarOlha que boa ideia! Até posso dormir com o meu casaco quentinho por cima do top e dispenso o edredon!
EliminarOlha... Para isso os teus casacos são bons... Para serem usados como uma espécie de mantra... Bem visto Palmy, bem visto...
EliminarAhhahaahahhaahahhahaahhaahahahhahahahahahahahaha
EliminarUma espécie de mantra! :DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD
Ao menos deram as mãos ao atravessar o portão da escola?
ResponderEliminarClaro! E partimos um dente a morder a medalha!
EliminarPalmier eu amo-a! Mesmo que conduza com a cabeça junto ao vidro do carro!
ResponderEliminar:DDDDDDDDDDDDDDDDDD
EliminarO amor é assim, perdoa todos os defeitos! :DDDDDDDDDDD
Doce Palmier,
ResponderEliminarE voltou a sentir-se forte? Fortíssima? Ou só normal? Neste caso, não esqueça que "a norte à uma pousada linda" para recuperar.
Beijos,
Outro Ente.
Bem.... isto de me sentir fortíssima é tão comum que já vai sendo normal... :DDDDDDDDDD
Eliminar(essa da pousada não sei... estarei out?)
O que explica a confusão entre o trapo e a taluda.
Eliminar(A da pousada é prolongada pelo namorado da Barbie.)
Ai fogo... namorado da Barbie...?! Estou mesmo out... :/
EliminarOk! Já lá cheguei! :DDDDDDDDDDDDD
EliminarA norte à coisas mui lindas! :DDDDDDDDDDDDDD
Por mais que treine para essa maratona há quase dois anos, nunca consigo reduzir o tempo. Sonho com esse dia.
ResponderEliminarComes uma bananinha ao pequeno almoço? hum... bem me parecia... :DDDDDDDDDDD
EliminarFalta a app da Nike para controlar os tempos...
EliminarSim... realmente, sem app e sem bananinha nunca mais lá chegas... :DDDDDDDDDDDD
EliminarObrigada pelos conselhos e motivação!
EliminarO importante é a superação.
ResponderEliminarA Palmier é um farol de esperança e inspiração.
Eu choro a ler estes testemunhos
(o facto de me ter engasgado e ter deixado cair o café a escaldar em cima dos matchy-matchies pode ter ajudado)
Qual a app que a Palmier usa para controlar os tempos intermédios?
Ficam a faltar as fotos.
Eu sei... a minha vida é uma inspiração para todos vós. Foi por isso que criei este blog. Para vos ajudar, :DDDDDDDDDDDD
EliminarPalmier, quase que morri engasgada ao ler o teu testemunho! Que maravilha! Que testemunho de superação e força de vontade!
ResponderEliminarIncrível, não é? Caramba... tenho imenso live style! :DDDDDDDDDDDDDDDDDD
EliminarFiquei a suar só de ler sobre esta maratona, imagino ao vivê-la, os litros que não se terão perdido. O importante é continuar a treinar todos os dias. E conhecer os seus limites...de velocidade.
ResponderEliminarÉ essa a ideia! Assim fazem exercício através do blog! :DDDDDDDDDDDD
EliminarGrande aventura!
ResponderEliminarÉ verdade!
EliminarEu cá farto-me de comer bananinhas e correr de bandeira na mão e nem assim consigo melhorar os meus tempos. Tenho cá para mim que tenho é de mandar uns casacos para a direita, outros para a esquerda à medido que vou correndo para distrair os adversários... Xiça, qu'isto de correr maratonas é do camandro.... :)))
ResponderEliminarAtenção que têm de ser casacos como os meus! Os mais bonitos! :D
EliminarPalmier,
ResponderEliminarTinha feito um melhor tempo, se tivesse colocado umas asas nos pneus.
Tente para a próxima, pode ser que voe. ;)
Maria
Ahahhahahahhahahhahahahhaahahaahhahahahahahhahahahhahahhahahahahahahahhahahahhahahhahahahahahaha
EliminarCaramba! Como é que não me lembrei disso! :DDDDDDDDDDDDDDDDDDD
Tão emocionante, que uma pessoa até fica com os olhinhos brilhantes de água. De lágrimas? Não, da chuva, então!
ResponderEliminarComo assim?! Não são lágrimas de emoção?! :DDDDDDDDDDD
EliminarProponho já aqui a sua beatificação, só para começo de conversa!
ResponderEliminarÉ que a maratona da Palmier sempre serve para alguma coisa.
E não, não discordo da importância de se fazer o que se gosta, mas o tom messiânico do criaturinho lembra-me um sermão de pastor evangélico.
Ahahaha partilho da mesma opiniao.
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